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segunda-feira, 22 de março de 2010
A Guerreira - IV (A história de Lívia)
A prole dos Silveiras
Os anos passavam e Lívia paria...Lúcio, Walter
(que curiosamente era o único a fugir da letra L)
e Leo, eram os mais novos de seus rebentos
(respectivamente). Novamente ela, após o nasci-
mento de Leo, teve uma outra gravidez tumultua-
da e seu bebê morreu assim que nasceu. Uma
decepção a que ela parecia se acostumar...
Depois veio Laura, que se cercou de homens por
todos os lados, já que os próximos três vieram
Lélio, Lucas e Liu. E finalmente Lívia pariu
suas duas últimas crias: Lúcia e lisbela...
A família estava completa! O médico que já se
acostumara a vê-la todo ano, achou por bem
interromper sua fábrica de bebês.
Paralelo as gestações, Lívia seguia sua sina
de mulher guerreira e determinada, agora lavava e
passava para fora, porque Jorge perecia revoltado
com as despesas que aumentavam a cada filho que ela
gerava e paria, e deixava que faltasse em casa o que lhe
era obrigação. Lívia então fazia balas de coco e
os filhos mais velhos saíam as ruas para vender e
faturar um troco abençoado. Doutra feita, vendiam
abacates que a natureza generosamente fazia encher
no pé que havia no quintal da casa. Laura tinha
até a freguesia certa para a época em que eles
amadureciam. Enchia sua cestinha e entregava os
frutos de casa em casa, mas sempre negociava com
a mãe a sua porcentagem. Walter também era bom
vendedor, e pegava picolés e amendoim torradinho
para vender, e o que ganhava, dividia com a mãe...
Leo preferia cuidar dos gramados da vizinhança,
ou até mesmo ajudar em tarefas domésticas na casa
de conhecdos, e o troquinho era importante para a
mãe, não deixava que faltasse nada para os filhos.
No ano de 1963 (ano de muita ditadura), a
família se mudou para um bairro residencial que a
própria usina construíra para seus funcionários, e
foi alí que Lívia e sua prole passaram 10 anos, até
a aposentadoria de Jorge, que teria que entregar a
casa a siderúrgica após esse fato.
Muitas histórias a casa da 241, guarda da família de
Lívia! Como a do dia da chegada deles nessa rua.
Um caminhão lotado de tralhas e crianças! A vizin-
hança sem entender que tanta gente eram aquelas...
A molecada da rua se pendurando na carroceria do
caminhão e Laura, sempre espevitada, acertando-os
a paneladas, já fazendo inimizades na primeira
hora da chegada. E olha que ainda nem estavam to-
dos, já que Lúcia e Lisbela, nasceram alí, naquele
bairro novo.
A vizinhança olhava apavorada a família imensa que
chegava, era gente que não acabava mais...
Rua 241 nº12!
Quanta história para contar....
(Nane-22/03/2010)
*Continua...
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