sexta-feira, 19 de março de 2010

O pescador


O manto da noite ainda não se recolheu
Mas ele já está em seu barco, pronto para zarpar
Seu dia começa cedinho
Tem muito mar para singrar

Um radinho de pilha é seu único companheiro
Que entoa uma canção melancólica e o distrai
Ele, apesar da brisa fria que sopra
Deixa nu o dorso atlético e bronzeado

O barulho uníssono de tu..tu...tu..do motor
Faz harmonia a música que toca
Ele adentra ao mar resoluto e sem medo
Sem saber o que o espera, ou se vai voltar

Pensa no amor que deixou lânguida na cama macia
Suas coxas expostas e descobertas
Pensa no desejo que lhe acende na mente
Pensa na sua volta que parece tão distante...

O sol já vai a pino no mar alto e bravio
Seu barco, está repleto de peixes ainda vivos
É chegada finalmente a hora de voltar
Seu radinho se calou, sua pilha se acabou...

Logo no horizonte, o Sol vai se deitar
E cobrir de ouro o mar azul
O pescador olha e pensa na amada...
Vai se deitar com ela e cobrí-la de amor

Ela o espera no cais mais uma vez
Como faz por tanto e tanto tempo
Ver chegar o barco do amado
É uma alegria que gosta de ir reviver no dia a dia

A hora passa lentamente e ele não chegou ainda
Uma dor de doer assalta o peito da mulher
Um barco aporta ao lado e ela sente
É seu homem que trazem na rede..., morto

(Nane-19/03/2010)

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