quarta-feira, 31 de março de 2010

Ê Baiana...


Moça dos olhos verdes penetrantes
Que faz da vida conto de fadas
BuNeguinha que da Bahia distante
Está feliz e muito amada

Deixa que teus devaneios se concretizem
E viva a felicidade que mereces
Que o seu príncipe seja terno e se eternize
E que só de amor, teu corpo lânguido amanheces

Vai BoNeguinha, ser plena e feliz
Desbrava o mundo com seu charme e simpatia
Faça feliz o príncipe que tu mesma quis
Mas Neguinha...volte correndo prá Bahia...

(Nane-31/03/2010)

Retorno


A bela loira voltou..
Fez falta aos amigos que aqui deixou
Mas agora, ao nosso convívio retornou
A doce Amália aqui chegou

Tragam vinhos e champanhes
Cerejas e morangos
Taças finas e delicadas
Soltem fogos e dancem um tango

A fina dama está de volta
E precisamos festejar
Faremos só de amigos a sua escolta
De carinho para a nossas saudades...matar

(Nane-31/03/2010)

Outono


Tarde serena que corre morosa...
As folhas balançam preguiçosamente
Deixando-se levar ao sabor do vento
Que sopra macio com certa lascividade...

No céu, o sol também tá com preguiça
E se esconde atrás das nuvens que passeiam
Um clima de tédio gostoso e sem pressa
O outono enfim mostra a sua cara...

Março se despede como se quisesse ficar
Mas abril...já está por chegar...
Amanhã ele virá...trazendo a calmaria
Do outono que faz cair a folha devagar

Sei que é hora de acordar
Do torpor ao qual me entreguei e divaguei
Mas continuo tão preguiçosa a pensar...
E ao torpor querendo me entragar

Março foi mês difícil
Deixa ele partir em paz com Deus
Eu vou olhando, sem pressa de vê-lo sair
Ele olha, vê o que fez..., mas é hora de partir.

(Nane-31/03/2010)

Amor ao Tricolor


Tuas cores entraram em mim e se fixaram
Mi'alma tem a aura verde, grená e branco
A paixão por ti...é minha devoção
Fluminense...é meu amor, minha paixão

Não importa se tu ganhas ou se perde
Claro que ganhar é sempre fundamental
Mas meu amor vai além da tua performance
E tu, meu Flu, na minha vida és vital

Ver as tuas cores na camisa deslumbrante
Me faz vibrar e viva me sentir
A cada gol que grito alucinante
É sua gloriosa história a se repetir

Tantas e quantas vezes campeão
Tantas e quantas alegrias eu vivi
E a cada gol trago encravado no coração
A sensação mágica da minha vibração

Sou Fluminense com a alma
Que canta, vibra, chora e ama o Tricolor
Sou Fluminense e bato palma
E por ele eu decanto em versos o meu amor

Sou do time tantas vezes campeão
Ser Tricolor das Laranjeiras
É ser e viver com pura emoção
O Tricolor me domina por inteira

(Nane-31/03/2010)

terça-feira, 30 de março de 2010

Festa no Olimpo



O Olimpo está em festa
O deus grego e rebelde para lá voltou
Zeus, pai amoroso que é, comemorou
E com Nereidas, as preferidas do moço, o presenteou

Erínias, especialistas em perjúrios
De separar o negro grego da mortal
Foram condecoradas pelo poderoso Zeus
Aos sons de prelúdios compostos para elas

A imortalidade do mancebo do Olimpo
Por seu pai foi preservada
Já não corria os riscos
De se envolver com a pessoa errada

Afrodite esbanjava sua beleza na festança
Até Ares, deixou de guerrear
Atena, corajosamente dizia sabiamente:
Que Hodes, visitaria a pobre terrena

Baco não poderia faltar
E Hércules veio com o irmão se congratular
A festa no Olimpo vara as noites infinitas
O filho pródigo, do Olímpo não volta mais...

O deus grego que se fez negro
Já não mora mais aqui
Partiu deixando uma rainha
Sem trono... e sem a sua companhia

(Nane-30/03/2010)

Vida dura


As surpresas que a vida nos tráz...
Nem sempre nos deixa feliz
Ela brinca cm coisas que não devia brincar
E a gente, quase sempre acaba por chorar

A vida reserva surpresas boas e más
E a gente nunca sabe com elas lidar
Quando achamos que vamos sorrir
A surpresa da vida vem nos ferir

E ela, a vida, não sorri para a gente
Mas ao contrário, sorri da gente
Zomba de sentimentos que porventura você sentiu
E te faz sentir como um cristal que se partiu

A vida quando quer, sabe ser cruel
E não te deixa sequer olhar pro céu
Faz de você um alguém amargurado
Alguém que se sente não amado

A vida dizem, é dura para quem é mole
Ela segue seu ritmo tal qual gaita de fole
Eu levava a vida a ferro e fogo
Agora deixo que ela me leve...aceito o seu jogo

(Nane-30/03/2010)

A Guerreira - XI (A História de Lívia)


Lucas, Liu e Laura...

Laura sabia que alguma coisa de ruím havia acontecido
em sua casa, mas apesar de estar a menos de 10 metros
dela, nunca lhe pareceu tão longe! Por fim, como que
desperta de um torpor, gritou alto e forte: - Calem-se
todos! Fala um de cada vez! O que aconteceu? E foi pos-
ta a par da situação: Como choveu muito, o rio que cor-
ta a rua encheu e quase transbordou. Seu irmão Lucas,
na sua incente curiosidade, colocou um bambu dentro da
água que corria numa força tal, que o fez voar e ele
caiu dentro da galeria, indo embora na correnteza forte
do rio. Um senhor, vizinho e dono de um bar, pulou atrás
do menino, e ambos haviam sumido corredeira abaixo.
E como se não bastasse isso, o outro irmão mais novo que
Lucas, o Liu, estava em casa em estado de choque, ele viu
o irmão ser lançado na galeria...Laura lembrou-se da mãe:
- Mas e minha mãe, cadê ela? Alguém na multidão respondeu:
- Ela não está em casa...parece que havia saído com umas
irmãs dela que chegaram de Minas!
Laura então saiu correndo e entrou em casa desesperada. Liu
estava paralisado e com o olhar esbugalhado, sem ver nada!
Muitas pessoas falando e opinando ao mesmo tempo em sua ca-
beça: - O outro já morreu mesmo, pega esse aí e leva para o
hospital agora, senão ele morre também! Outra era mais enfá-
tica: _Acho até que esse também já morreu! Só não caiu ainda...
E que mãe é essa? Que deixa os filhos em casa e sai? Foi o
suficiente para Laura voltar a si e adquirir a praticidade que
sempre lhe foi característica:...: -Sumam todos da minha casa
agora! Se meus irmãos morreram ou não é problema meu! E quem
falar mal da minha mãe dentro da casa dela, vai levar uma vas-
sourada no meio da fuça!
Laura saiu empurrando o povo rumo a porta da sala com grosseria,
mas determinada a fechar a mesma na cara daquelas pessoas com
espíritos de porcos.
Pediu a ajuda de uma vizinha que tinha carro para levar Liu ao
hospital, mas antes que pudessem sair, o Lucas apareceu na porta,
sujo de barro da cabeça aos pés...cercado pela multidão incrédula
que novamente invadiu a casa de Lívia!
Laura não sabia se ria ou se chorava! Era ela agora que estava em
choque! O povo todo queria tocar no morto que voltou! Lucas sobre-
viveu graças a um ramo de amoreira, que pendeu para dentro da gale-
ria! E olha que isso foi a menos de dois metros da água ingressar
nas manilhas que a levaria a desaguar no Paraíba do Sul! Se ele en-
trasse lá, não teria como respirar...a morte era certeza absoluta!
Lucas contou essa história por mais de cinquenta vezes ao povo, e aí,
depois de uns bons 30 minutos em que ele estava em casa, de banho to-
mado e tudo, eis que aparecem os bombeiros! Como Laura era a mais ve-
lha presente no recinto (embora ainda fosse de menor), eles queriam
que ela assinasse uma notificação do salvamento de Lucas. Laura os
olhou fixamente nos lhos e disse: - Vocês são bem cara de pau! Sumam
daqui agora! Não assino nada! Meu irmão está vivo, graças a Deus! Se
dependesse de vocês, ele estaria sendo aprontado para entrar num caixão!
Sumam daqui! E aproveitando a crise de bravura, colocou de novo, todos
porta a fora. Liu, ao ver o irmão bem, voltou ao seu estado normal, e
quando Lívia retornou a sua casa, apenas soube do ocorrido...pela vi-
zinhança fofoqueira e melindrada com os maus tratos de Laura.
O senhor que pulou atrás de Lucas na galeria, também foi salvo por
uma alma caridosa que conseguiu jogar-lhe uma corda. Lívia foi visitá-
lo e agradecer pessoalmente o gesto nobre a favor do seu filho.
Se desculpou com a vizinhança toda pelo jeito estourado de Laura, e pe-
diu que entendessem a menina, que havia recebido uma carga grande demais
para a idade dela. Mas na intemidade de casa, Lívia parabenizou a filha
e falou do seu orgulho por ela!
Parecia que tudo estava bem. O Natal se aproximava e o ano de 1976 se
findava...Já era o mês de dezembro, quando o Lucas apresentou os primei-
ros sintomas da consequência de ter ingerido aquela água suja e contami-
nada...

(Nane-30/03/2010)

Rejane Fada Flor!





R ejane nasceu no Maranhão
E se tornou encantada na internet
J á mora no coração de todos nós
A ma sem cobranças e sem distinção
N unca a vi de mal humor
E la é símbolo de amor e proteção

F ala tudo o que lhe vem a mente
A pureza é sua marca
D ela só carinho e paz emana
A mor, agora eu sei, nasceu da Flor

F lor, esse dia vai ser pequeno
L ogo, é bom cedo começar
O u faltará tempo para quem vier te abraçar
R ir e com você, seu aniversário festejar!!!




(Nane-30/03/2010)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Tieta


Uma poesia de amor para a Tieta
Que fale da sua alegria de viver
Do seu momento mágico de amor...
Da sua plenitude de mulher

Um poema que descreva sua paixão
Que acalenta e aquece seu coração
Um poema que desnuda a alma de Rô
Fazendo-a vibrar com o seu amor

A bela que anda semi-nua
Enlouquecendo a masculina imaginação
Deixou-se aprisionar pelo guerreiro
Que de mansinho, invadiu-lhe o coração

Agora a Tieta se entregou
Ao seu Osnar que por ela se encantou
Se são Cláudio e Ro...na realidade
O que importa é que sejam felizes de verdade

(Nane-29/03/2010)

A Guerreira - X ( A história de Lívia )


Retiro. O novo bairro


O bairro era bem diferente do Conforto...parecia
zona rural. O terreno grande (3,325m²), era todo
plantado e arborizado. Isso manteria a criaçada,
agora adolescentes, mais tempo nos limites de casa.
Pelo menos era o que Lívia achava e esperava...
Haviam mangueiras, goiabeiras, abacateiro, canas,
bananeiras, laranjeiras, mamoeiros, e outras fru-
tas no grande quintal, e Lívia, que sempre gostou
de plantações, tratou logo de fazer uma horta, onde
plantava de tudo um pouco...alface, couve, chicória,
cebolinha, salsinha, couve-flor, abóbora, taioba,to-
mate, vagem, beterraba, Xuxu, Agrião, e tantas outras
verduras e legumes...
Lívia colhia as verduras bem cedinho, na primeira hora
e colocava a criançada para vender na vizinhança, o que
fez logo crescer a fama das verduras frescas dela...em
pouco tempo, eram as pessoas que vinham em busca das
suas verduras em casa. E até vendedores, que dividiam
com ela o lucro das verduras que pegavam pela manhãm...
Não fosse pela bebedeira de Jorge, Lívia estaria bem fe-
liz. E o pior é que agora, ele estava aposentado, e pas-
sava a maior parte de seu tempo, enfiado nos botequins do
bairro. Quando retornava à casa, estava bêbado e logo pro-
curava confusão com os filhos adolescentes que já o enfren-
tavam.
Ele vivia desligando o relógio da luz elétrica, deixando a
família no escuro de propósito, e quando chegava bêbado,
ameaçava matar quem ousasse ligar a luz.
Na realidade, Jorge nunca cumprira uma ameaça de bater na es-
posa ou nos filhos. Mas a s ameaças, essas eram diárias.
E geralmente, quando Lívia colocava o almoço dele na mesa, ele
num rompante, virava a mesa e jogava a comida toda no chão...
Lívia limpava tudo e se entristecia cada vez mais com a cena
que se tornara rotina.
Os filhos de Lívia cresciam rápido. Luís havia desfeito seu noi-
vado, mas Linda estava de casamento marcado (estava grávida), e
logo sairía de casa. Pena que teve a chance de fazer valer a sua
fama de heroína mais uma vez. Foi quando o Jorge, que havia mais
uma vez deixado a família no escuro, estava ameaçando todos, e
Linda disse que chamaria a polícia, se ele batesse em sua mãe, ele
então tacou uma pedra em direção a Linda, que ao se afastar, atin-
giu a cabeça da pequena Lúcia, que sangrava bastante. Linda não
pensou duas vezes e saiu com Laura correndo. Quando voltaram, esta-
vam de carona em um camburão...levaram Jorge e o internaram numa
clínica para alcoólatras. Lá ele ficou por uns dias...e voltou bem
mais revoltado. Mas ciente que agora seus filhos reagiriam as suas
ameaças.
Linda se casou e a família em casa diminuiu. Luís e Lúcio também saí-
ram de casa para morar mais perto do serviço, e o Walter servia o
quartel.
Laura começou a trabalhar numa empresa de ônibus, e numa tarde de muita
chuva ao sair do serviço e entrar em sua rua, foi cercada por vários vizinhos, que grita-
vam ao mesmo tempo, e ela não conseguia entender o que eles tentavam
dizer...

(Nane-29/03/2010)

De partida


No dia em que eu partir
Quero deixar apenas coisas boas
De amores, amigos e parentes
Quero levar o carinho de presente

Nada de ruím quero deixar
E tão pouco comigo levar
Dos que magoei quero o perdão
Aos que me magoaram, deixo também o meu perdão

Quero partir livre e leve um dia daqui
Sem ter motivos para me arrepender
Seguir rumo ao meu destino sem me prender
Ou lamentar o que aqui vivi

A morte é viagem obrigatória
E nesse trem sem data certa ou determinada
Cedo ou tarde a gente embarca
Sem bilhete, sem aviso, sem nada...

(Nane-29/03/2010)

Ontem, hoje e...será?


Quero recordar um tempo que passou
Mas sem ter mágoas no coração
Se ainda doem certas provocações
Saberei com o tempo aplacar a situação

E se quero recordar...
É porque sinto saudades do que se foi
São lembranças que ninguém vai apagar
De momentos que não mais irão voltar

Sei que nada vai mudar
Mas então...eu posso com alegria recordar
Se foram tão bons...prá que chorar
Mesmo que eles não possam mais voltar

O amanhã é tão incerto
Ontem, tudo já passou
Hoje, é tudo o que me resta
Viver sem saber se vou morrer

Recordo o passado sim
Mas dos momentos que sorri
Já que do futuro eu não sei
Sou presente...vivo agora

(Nane-29/03/2010)

Parabéns Florzinha!


Hoje é um um dia especial
Dia de comemorar e festejar
O nascimento da mais bela Flor
Que no Maranhão desabrochou

Quero vir o meu abraço te trazer
Com toda a sinceridade que mora em mim
Desejar que feliz, sempre possas ser
E que continues para sempre a ser assim

Parabenizar você é só o que posso
Mas quero que sintas, de fato o meu abraço
Menina pura e doce que invadiu meu coração
Te quero ver feliz e para sempre perto de mim

Parabéns pelo seu dia, linda Flor!
Que a cada ano você seja mais feliz
Que Deus te abençoe e te proteja
E que te faça iluminada para sempre

Nossa Flor do Maranhão
Obrigada de todo coração
Tu é a luz que ilumina teus amigos
Tu és por todos eles ...um ser muito querido

(Nane-30/03/2010)

Samba que agoniza


Samba...agoniza mas não morre
É ginga de poeta sofredor
Que rabisca a sua dor
Na mesa de buteco....

Enquanto houver um mal de amor
O samba não vai morrer, não senhor
Porque ele é a forma de expressão
Que o poeta tráz no coração

Entre o batuque do tantã
E o lamento agoniado da cuíca
O Poeta cantador
Expõe a todos o seu amor

Samba de morro ou de raíz
De favela ou da cidade
Sempre haverá uma batucada para lembrar
De um coração apaixonado

O samba agoniza...mas não morre
E o poeta escreve para o cantador
Que solta a voz e a emoção
Em forma de um belo samba canção

(Nane-29/03/2010)

Lendas da saudade


Saudades aperta o peito e faz chorar
Mas a vida precisa continuar
Saudade dói, mas eu sei que vai passar
E a vida...essa vai continuar

A saudade faz sofrer
Faz sem piedade o peito doer
Mas o tempo faz ela se perder
E a gente se esquece de sofrer

A saudade então se transforma numa lembrança
Que a gente guarda com a esperança
De que como uma brincadeira de criança
Ela faça parte das nossas andanças

A saudade me levou ao meu amor
Mas apenas num instante de dissabor
Ela, a saudade, agora é uma dor
Que logo, logo, irá rimar com uma flor

Se hoje machuca e incomoda essa saudade
Amanhã a lua mansa levará essa vontade
E no passo da minha estrada, só a realidade
Que em tanta areia desmoronou e não era de verdade...

Meu namorado, que era rei
Transformou-se em cavaleiro sem lei
E nas lendas dos caminhos por onde andei
Nunca mais eu o encontrei...

(Nane-29/03/2010)

domingo, 28 de março de 2010

MESA DE BAR


Na mesa de bar tudo acontece
Rolam amizades...
amores de uma noite só
Ralam batuques e rimas
Batatas fritas e cerveja gelada

Na mesa de bar rolam confidências
De seres que nunca se viram
E que no entanto, se apaixonam
Perdidamente numa noite só

Mesa de bar é altar da boêmia
Que rola na madrugada sem compromissos
É onde homens e mulheres se encontram
E se amam sem ciúmes e sem retornos

Mesa de bar é onde as juras acontecem
Os poetas se embebedam e versam
Onde garçons se tornam amigos
Os amigos comemoram o fim do dia

Mesa de bar...
Lugar de rabiscar
Lugar de comemorar...
Lugar também de se chorar

(Nane-28/03/2010)

Despedida




Você me excluiu sem saber a verdade
Mas agora isso não importa
Eu me calei e perdi minha vontade
Saí por aquela porta

Me fui...sem ninguém perceber
Porque chorei e se sofri
Você partiu e eu fiquei
Agora...não tem mais o que fazer

Só queria poder me defender
Mas nem motivos tenho para tal
Você se foi...não volta mais
E eu...vou seguir sem olhar para trás

Só queria te dizer adeus
Não costumo deixar para depois
Falo agora, você é coisa do passado
Foi bom enquanto durou,...mas acabou

Fica de boa onde está
Eu também estou legal
Prazer imenso te conhecer
Mas nosso tempo já passou...

(Nane-27/03/2010)

Novo amigo (Carlos Humberto)


De braços cruzados na areia te vi
Numa foto pequena, é verdade
Mas algo de bom por ti, eu senti
E tuas palavras passou-me sinceridade

Pediu-me um poema, e desprenteciosamente te escrevo
Não, não vou aqui amor eterno te jurar
Mas apenas uma amizade promissora eu descrevo
Nas palavras que venho te rabiscar

Ainda a tua face não conheço
Mas o carater pareceu-me confiável
Quem sabe se no dia que virá não amanheço
Adicionada por você, isso é viável?

Guarde meu rabisco com carinho
Ele foi escrito apenas para você
Tentei fazê-lo bonitinho
Para que sua amizade, você me dê...

(Nane-28/03/2010)

Rezando por você


Agonia preocupante
Que não me permite sossegar
Sei da dor e da tristeza
Que te aflige o coração...

Nada posso fazer por ti
A não ser orar, rezar, pedir...
Queria ao menos saber dos motivos
Que te levam a esse sofrer

Mesmo que não leias meu rabisco
Estarei presente em você
Pedindo a Deus o teu conforto
Tua paz, tua força e tua luz

E se por ventura quiseres me falar
Estarei pronta sempre para te escutar
A vida anda tantas peças te pregando...
Vou ficar aqui, por ti orando

(Nane-28/03/2010)

sábado, 27 de março de 2010

Tempo que faço




Hoje eu tenho tempo
Para olhar e conseguir enxergar
Coisas que não via
Mas que insistia em olhar

Hoje eu tenho tempo
Para entender os erros que cometi
Por tanto querer acertar
E por nada..., me stressar

Hoje eu tenho tempo
Para não mais me deixar levar
Pela emoção descabida
Que só faz a mágoa acalentar

Hoje eu tenho tempo
Para sorrir e até para viver
Já não tenho amarras a me prender
E assim...aprendi a não sofrer

Hoje eu tenho tempo
Para com todos vir brincar
Sentar na mesa desse buteco
E com carinho, aos amigos rabiscar

Hoje eu tenho tempo
Para não mais perder meu tempo
Nada e nem ninguém merece que eu perca
Um só segundo do meu tempo

(Nane-27/03/2010)

Conversa de amigas


SOZINHA

SOZINHA NO MEU CANTO
ESCREVO POEMAS SEM RIMAS
SEM NEXO, SEM MÉTRICA , NEM CLIMA...
TALVEZ A ILUSÃO DE UM SONHO VAZIO...
ESQUECIDO COMO TEMPO DE ESTIO...
AQUI ME ENTREGO E FAZENDO VERSOS,
NÃO TE ENCONTRO E ME PRONUNCIO
NO ESCURO, NO VAZIO
DA CARTA NÃO ESCRITA,
DO ADEUS QUE NÃO FOI DADO
DO SONHO NÃO REALIZADO...
TENTO ENCONTRAR A PORTA
QUE ESCONDE A PASSAGEM
PRA MEU SONHO...
MAS SEQUER SEI AONDE O PONHO
POIS É PARTIDO , ENTÃO É TRISTONHO...
SOZINHA AQUI NO MEU CANTO
ME CONVENÇO, QUE MEUS SONHOS
NÃO EXISTEM , POR ISSO INVENTO
UMA RIMA PRAS MEUS VERSOS
QUE NÃO SEJA COM CERTEZA ...SOFRIMENTO!

FATINHA , SO FATINHA...
-----------------------------------------
Sozinha não estás
(Respondendo a Fatinha..só Fatinha)

Pois que no seu canto eu cheguei
Para rimar e varsar contigo
A métrica é o litro, o clima de amizade e o nexo...é papo de sexo
Deixa o sonho brilhar e se encher de anseios
Lembrando que o tempo é só do homem... um meio
Então Fa, se entregue e faça sua rima...ou não
Eu te encontrei...e me pronunciei
Na sua luz...na sua mesa
No poema respondido
No abraço da chegada
Da amiga tão querida
Do encontro de almas amigas
Não quero ver a porta
Que te possa mandar sair
Pois o que sonho hoje
é contigo estar aqui
E quero que o Dito ponha em nossa mesa
A mofada e gostosa cerveja
para juntas tomarmos e brindarmos
Seremos apenas alegria
No canto que usamos para rabiscar
Convenço-me que nossas inspirações
Existem porque temos corações
E por isso inventamos
Rimas, lendas, sonhos...poesia
Que certamente enfeita e tráz alegria!!!

(Nane-27-03-2010)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Eclípse


A séculos atrás...a lua e o sol se enamoraram...
Mas o amor dos dois era fadado a solidão
A luz prateada da lua não resistia ao calor intenso do sol
Que ardia de paixão por sua amada...

E isso fazia com que seu brilho apagasse...sucumbisse doentio
O sol, que ardia por ela, sofria calado por não poder se aproximar...
A Lua, essa não se conformava com a distância do ser amado
E clamava o tempo todo pela presença do astro que era o seu rei...

Deus se apiedou do choro sentido da Lua entristecida
E transformou em estrelas, cada lágrima que dela jorrou
O céu então se iluminou com tanto brilho
E ela, a lua, passou a ser o símbolo dos eternos enamorados

Mas Deus encontrou uma solução para acalmar o coração da lua
E fêz nascer o eclípse apenas para que eles pudessem se encontrar
São minutinhos preciosos e tão rápidos de passar
Mas tão intensos que em infinitos se transformam e os astros se amam sem parar...

(Nane-26/03/2010)
*Atendendo ao pedido da FadaFlor.

Pintando o céu de abril


Olha o azul límpido que está no céu...
Sem uma nuvem sequer para manchá-lo
Um pássaro que voa bem ao léu...
Dá asas a imaginação para poetizá-lo

Sigo seu voo até onde meus olhos podem alcançar
E ele se torna invisível no azul do céu profundo
Fugiu do alcance dos raios do meu olhar
Para se perder na imensidão maior do mundo

Lá fora as flores se abrem em cores sortidas...
Perfumando o ar que paira pelo jardim
São tão bonitas que, pecado é vê-las colhidas...
Tem rosas, crisântemos, dálias tulipas e jasmins

Na praça, crianças brincam sem problemas...
Possuem a alma leve e descompromissada da idade
Brincar é o que vale, não importa o tema...
E em paz eles brincam de realidade

Agora a noite chega de mansinho...
Trazendo consigo o brilho das estrelas
A lua vem emoldurar essa tela com seu carinho
E eu, saio a rua apenas para vê-las

Se aproxima o mês de abril
É tempo de céu de brigadeiro...
Sol de dia e noite de estrelas mil
É tempo de sentimentos verdadeiros...

(Nane-26/03/2010)

Raquel Fernandes


R aquel,
A vida as vezes nos trás surpresas agradáveis
Q ue jamais imaginaríamos sonhar
U m dia nossos perfis se cruzaram no orkut
E nos adicionamos assim...meio sem querer
L ogo a empatia falou mais forte e a amizade se fez

F eliz de mim que a encontrei
E que agora a tenho como amiga
R eceba meu carinho sincero
N essas palavras ditads pelo coração
A nossa amizade há de perdurar
N essa fase nova que eu recomeço
D esculpe o que passou...passou
E agora, vamos juntas caminhar
S empre prontas a nos ajudar...amiga!

(Nane-26/03/2010)

A Guerreira - IX ( A história de Lívia)



Porque Jorge?



A vida de Lívia corria naturalmente, ela se dividia
entre as travessuras dos filhos e as bebedeiras do
marido. Lívia trabalhava desde a hora em que acor-
va, até quando deitava para dormir. Não tinha des-
canso, e as poucas horas de sono eram abençoadas.
O marido cada vez se entregava mais e mais a bebida
e isso a deixava completamente desgostosa.
Foi logo no começo da década de 70, que uma onda de
sarampo atacou a casa dos Silveiras, e só os três
( mas Léia já não morava lá ) mais velhos não pega-
ram a virose.
Linda separou as meninas doentes num quarto e os
meninos em outro.
Luma era a que se encontrava num estado mais grave.
A febre estava alta e não cedia, mas todos eles não
estavam bem. O sarampo incomodava e o corpo doía,
a choradeira era geral, mas Lívia pacientemente cui-
dava dos dez filhos adoentados e de cama.
Ela estava na cozinha preparando um banho de ervas,
que ajudaria na secagem das feridas que o sarampo
havia provocado nos corpos dos filhos, quando ouviu
uma das meninas gritar: - Mãeeee!!! Tá caindo água
da janela!!!! Lívia saiu correndo e ficou estarreci-
da com o que viu. A janela estava fechada, para que
as meninas não pegassem rajadas de vento, isso pode-
ria complicar o sarampo, sua janela era como uma es-
pécie de veneziana em baixo e com vidros em cima, e
por essa parte de madeira, entre as frestas da vene-
ziana, havia uma mangueira estratégicamente colocada
e a água jorrava quarto a dentro com pressão, que a
própria janela fazia ao esmagar a ponta da mangueira.
Todas as meninas estavam molhadas, juntamente com
seus colchões e roupas de cama. Luma, essa, estava
encharcada...- Valha-me Deus!!! Quem fez isso meu pai
eterno!!! Clamava Lívia desesperadamente, enquanto
corria para trocar as filhas e pedia a ajuda dos dois
mais velhos e livres da virose para que secassem o
quarto das irmãs....
A mente de Jorge já estava totalmente perturbada e to-
mada pelo álcool.
Ele agora ameaçava Lívia de morte quase sempre, e numa
noite, em que a família havia ido para a igreja, ao re-
tornar eles sentiram o cheiro forte do gás. Ele havia
saído e deixado o botijão vazar livremente, a casa es-
va pronta para voar pelos ares se alguém acendesse um
simples palito de fósforos. E como ele havia desligado
a luz elétrica, era o que esperava que fizessem. Dona
Gertrudes, da casa 20, colocou toda a família para dormir
na casa dela, e isso para a criançada, era uma festa!
Os pobres não entendiam o porque, mas gostavam da farra.
No começo do ano de 1973, saiu a ordem para a aposenta-
doria de Jorge, que seria no mês de julho.
Eles tinham uma chácara no bairro do Retiro, bem distan-
te do conforto. E era para lá que se mudariam. Jorge
estava terminando a reforma da casa que tinha na chácara.
Era uma casa velha e de pau a pique. Ele a refez quase que
totalmente, e estaria pronta para quando tivesse que en-
tregar a casa da 241. A criançada, 10 anos mais velhos, já
sentiam saudades dos amigos e da casa onde cresceram....
Vida que segue...e outa vez, mudança em cima de caminhão...

(Nane-26/03/2010)

Submergindo


Zerei tudo o que passou
E estou disposta ao recomeço
A angústia se acabou
Outra chance eu mereço

Quero só reconquistar o meu espaço
E poder seguir meu dia a dia
Não me arrepender do que não faço
É preciso dar a mão a alegria

Apagar tudo o ficou para trás
E rabiscar apenas o que agora construir
O que passou, sentido não mais faz
Agora é chegado o tempo de sorrir

Mergulhei bem fundo e rotornei
Estou mais forte e pronta para lutar
Deixei para lá tudo o que passei
Agora é vida nova começar

(Nane-26/03/2010)

Papo de buteco


Companheiros de bar
Que estão sempre a conversar
Jogar conversa fora nessa mesa
É terapia que sempre nos deixa inteira

Gritar seu nome bendito
Como isso é bom, grande Dito
Me traga uma cerveja para eu brindar
Com quem disso aqui gostar

Mesa de bar é onde escrevo
É onde os amigos eu sempre vejo
Mesa de bar é complemento do meu lar
Só não vale a gente se embriagar

Ditão, essa é só para te agradecer
A sua sempre disposta atenção
Seu carinho e seu jeito simples de ser
Ditão, você mora com certeza no meu coração!

Agora a dolorosa você manda para o Dan
Porque eu amigo, continuo dura de dar dó
Te falo logo a verdade pois a mente está sã
Mas sossega, o Dan paga senão vira pó

Salve o buteco do Ditão
Onde a galera transborda emoção
Salve os que brindam a essa arte de viver
E salve quem mais, aqui aparecer

(Nane-26/03/2010)

Mente que faz


Quero a paz de volta em meu ser
Sentir o carinho da brisa suave
Ouvir o cantar de passarinhos
E ver a beleza de viver

Quero a natureza integrada em mim
Sentir que sou parte dela e ela de mim
Pisar na areia da praia e deixar pegadas
para depois ver a água apagar

Olhar o vai e vem da ondas do mar
Sem ter que em nada pensar
Procurar no horizonte um ponto escondido
E não mais sentir que tudo está perdido

Quero a esperança de novo sorrindo
Dizendo que a tristeza está partindo
Ter de volta a minha alegria
E sorrir sabendo que a felicidade contagia

Quero só viver
Sem medo de sofrer
Afogar no mar as mágoas e ressentimentos
E ressurgir nova e sem lamentos

Eis-me aqui de novo tentando recomeçar
Trazendo a paz e a esperança para me ajudar
A natureza me diz: siga em frente
Faça você mesma a sua hora na sua mente

(Nane-26/03/2010)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Universo Paralelo (Acróstico)




U niverso paralelo ao real
N inguém conhece de fato o outro lado
I dealiza-se alguém como queremos
V emos depois que exageramos
E acabamos nos decepcionando
R ealidade que não condiz com as expectativas
S ão meras ilusões perdidas
O u pretenções da nossa pobre imaginação

P odemos escolher:
A vida virtual ou a
R eal
A migos de verdade,
L ogo se tornarão reais
E ntão não mais serão paralelos
L eais e verdadeiros, eles se encontrarão
O u então não passarão de meras fotos na tela fria de um computador

(Nane-25/03/2010)

CANTO DOS MEUS CONTOS


Em cada canto , escrevo um conto
Conto meus momentos e como estou
Rabisco meu humor em cada conto
Me mostro inteira para quem sabe ler

Conto em cantos que me escondo
Para que ninguém me veja lastimar
Cantos em bares são os meus favoritos
São os cantos onde gosto de contar

Já contei em cantos virtuais
para toda a comunidade que leu meu conto
Agora conto só aqui, nesse canto
Para noutro canto, não mais me aborrecer

Esse canto é meu e de quem mais quiser ouvir
Os contos que eu vivo a contar
Se um dia te faz rir, no outro faz chorar
Mas são meus contos que conto no meu canto.

(Nane-25/03/2010)

A Guerreira - VIII (A História de Lívia)


Linda, a espevitada


Na 241 haviam várias turmas que se separavam pelas
respectivas faixas etárias. Dos filhos de Lívia,
só os dois mais velhos, Luís e Léia, que traba-
lhavam fora, é que não andavam com a turma da rua.
Luís trabalhava na mesma usina que o pai, e não
gostava muito de andar com turmas. Era sujeito sé-
rio, estava noivo e parecia ser o próximo a casar.
Léia, tinha a turma dela da loja em que trabalhava
e a da igreja, respectivamente. E depois de casada,
pouco aparecia na 241. Mas havia a Linda! Moça ati-
rada e espevitada! Logo começou de namoro com o ra-
pazinho da casa 18, o Lindson, que além do nome com
a mesma inicial, também aniversariava no mesmo dia
que ela! Lindson estava no quartel e Linda achava a
farda dele o máximo! Mas eles brigavam muito. Linda
era bastante volúvel e não levava desaforo para casa.
Brigava com as moças e rapazes da casa 16 direto, e se
o Lindson tentasse interferir, ela soltava os cachorros
em cima do pobre, dizendo que ele preferia defender os
amigos dele à namorada.
Não foram poucas as vezes que eles terminaram por causa
do gênio forte de Linda. Mas se amavam, e acabavam fa-
zendo as pases.
O pai do Lindson, seu Jerônimo, era uma figura ímpar!
Todo carnaval ele se vestia de "Nega Maluca" e brincava
na rua com a gurizada! Era um festeiro de marca maior!
Na copa de 70, ele colocou uma televisão na varanda da
casa dele, e a turma toda da rua assistiu a final juntos.
Quando o Brasil sagrou-se campeão, foi uma festa coletiva!
Alguns falavam de uma tal política, que empanava o brilho
da festa, mas as crianças queriam mais é gritar e pular o
carnaval fora de época que explodira na cidade!
Foram de carreata para a Vila, um bairro que era o point
da cidade, e Linda era a responsável pela clã dos Silveiras.
Lívia confiava na filha para tomar conta da pirralhada, mal
sabia ela que Linda pouco se lixava para a segurança dos ir-
mãos, que se esbaldavam com a sua turma num canto e Linda
com a dela em outro canto. Mas havia entre eles um pacto, e
Lívia ficava sossegada em relação a eles.
A festa rolou a noite inteira! E quando a carreata voltou a
rua, os primeiros raios de sol já os esperava...
Havia uma Floresta ( uma reserva florestal ) bem no centro da
cidade, e Linda, de vez em quando levava os irmãos menores
( era a condição de Lívia para deixá-la ir ) nas cachoeiras
que tinham lá dentro. Geralmente íam no carro do Lindson ou
então de bicicleta. E numa dessas vezes, o Lucas, um dos me-
nores, viu Laura pular de cima de uma pedra, dentro d'água
e quis fazer o mesmo, só que ela pulou em pé, e ele bateu a
cabeça (sorte que na areia) no fundo. Desmaiou e todos saíram
correndo apavorados para o hospital. Lívia xingou até ficar
rouca a pobre da Linda...mas o menino ficara bem. Foi apenas
um susto grande. Porém, as cachoeiras estavam proibidas para
eles. também, logo depois o exército tomou para si a reserva
florestal e fechou-a ao público. Estavam em plena ditadura...
Lívia, certa noite quase morre do coração ao atender a porta
e receber a notícia que seu filho Lúcio, havia sido preso junto
com o amigo Vicente. Só porque estavam na rua após o horário
determinado pelas autoridades locais ( Volta Redonda era consi-
derada Área de Segurança Nacional ). Foi o Luís, o mais velho,
quem foi a delegacia buscar o irmão menor. A ditadura era rígida
com todos.
Mas voltando a Linda, ela era vista por Laura, como uma heroína
das histórias em quadrinhos! Bastava um de seus irmãos menores
brigarem na rua para ela se meter e tomar as dores deles. Laura
então...vivia ameaçando os desafetos com a presença da irmã bri-
gona.
Linda era o espelho dela e dos outros pequenos pestinhas...


(Nane-25/03/2010)

O vazio do mal


Pedi a Flor uma ideia para um poema
Mas ela me disse que a cabeça dela é vazia
Portanto...a ideia não me daria
Mal sabia que era tudo isso o que eu queria

O nada de Flor é o tudo que preenche
Sua cabeça é pura fantasia e alegria
Seu nada é o carinho que sente por nós todos
Flor emana simpatia e amor sem nada em troca pedir

Na cabeça de Flor, o vazio é de mal humor
Ela é a única Flor que eu sei, não rima com dor
Flor é vazia de ressentimentos
E transborda seu coração de bons pressentimentos

Flor é vazia de ódio
Acho que nem conhece o verbo odiar
Ela encanta com palavras sempre meigas
Flor foi feita apenas para amar

A bela Flor do Maranhão
De vazia só tem a maldade e a malícia
Sua cabeça, minha Flor do amor
É cheia de sabedoria e de magia

Agora escrevi para você
Rabiscando a ideia que me destes
Jamais esqueças do vazio que tens na cabeça
Porque o ódio e o ressentimento não amalgamam com a Flor

(Nane-25/03/2010)

A Guerreira - VII (A História de Lívia)


O casamento de Léia


A casa dos Silveiras estava em polvorosa! Leia,
a mais velha das filhas de Lívia se casaria e
a festa estava sendo preparada. Jorge, como
sempre, tratou para que fosse uma festa ines-
quecível! Contratou um churrasqueiro profissio-
nal, e dona Marocas, uma quituteira de primeira
foi a encarregada dos acompanhamentos...
A casa nunca havia ficado tão cheia como naque-
le dia! Lívia estava feliz, afinal revia alguns
de seus irmãos, que vieram de Minas para o casamento.
Léia era bastante batalhadora, e ela mesma comprou
seu vestido de noiva. Comprou também roupas novas
para que Lívia vestisse toda a prole...ela, aliás,
era quem distribuía presentes nos Natais, para os
irmãos. Léia trabalhava nas Lojas Americanas e foi
lá que conheceu o Pedro, um profesor que morava em
um hotel ao lado da loja em que ela trabalhava.
Léia se casou na igreja que frequentava com a mãe
desde a infância, e foi um casamento muito bonito!
A festa correu a noite toda! As crianças se decep-
cionaram um pouco, já que acharam que iríam se em-
panturrar com as guloseimas típicas de festas de
casamentos e com o churrasco farto, mas era tudo
vigiado e dosado por pessoas desconhecidas
que mandavam e desmandavam dentro da casa delas.
Lúcio tentava o tradicional "sabe com quem tá
falando?" - Eu sou irmão da noiva! Ao que respon-
diam de prontidão: - Você e o resto aqui! Nunca vi
noiva ter tantos irmãos assim! Vai prá fila moleque,
senão não ganha nem um pedaço de bolo!
Foi realmente uma festa chic e inesquecível, mas
para a criançada...foi um fiasco só.
Léia partiu cedo para São Lourenço, onde passaria
a lua de mel. Lúcia, a pequenina, chorou horrores!
Ela era muito agarrada a Léia, e não admitia a ideia
de que a irmã a deixasse para ir morar em outro lu-
gar.
A casa dos Silveiras começava a esvaziar...era a
primeira que saía das barras da saia de Lívia...

(Nane-25/03/2010)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Coração ferido


De todas as dores que senti
Nenhuma doeu tanto quanto a da ingratidão
É uma dor que dilascera a alma inteira
E não para de doer

Já senti a dor da perda de um amor
Já senti a dor da perda de uma vida
Já senti a dor de perder uma posição
Mas nenhuma delas feriu tanto o coração

Amores, esses veem mas também se vão
A morte é irrefutável, não tem jeito
Posições na vida sempre se invertem
Mas a ingratidão...essa arrasa o coração

Não falo de estar certa ou errada
Tão pouco de estar ou ser amiga
Falo apenas da dor de ver seu amigo dizer
Que da minha vida, quem deve cuidar sou eu

Perder um amigo é dor mortal
Que no coração faz sangrar
A ingratidão de qualquer um nos faz mal
Mas a de um amigo....essa é mortal

(Nane-24/03/2010)

Justiceiro vil


Incólume e ingênua acreditei no Cavalheiro de Cervantes
Cega, surda e apaixonada não percebi que ele era nada
Imaginei-o cavalheiro
Mas não passava de mero cavaleiro

Menino tolo e mimado na net
Que se melindra e se julga justiçeiro
Defende as mocinhas do infante fake destruidor
É o Dom Quixote do mundo virtual

Homem justo de atos irretocáveis
Sua honra e seus princípios são primordiais
Os sentimentos...esses que se danem
Ao justiceiro as glórias e louros da justiça feita

É Dom Quixote sem a lança
A arma de fogo fica melhor em suas mãos
Ameaça a todos que não primam por suas ideias
Sancho Pança se envergonharia de escudá-lo

Vai menino altivo e arrogante
Não morrerei se por ti fui preterida
Sua injustiça é o que de fato incomoda
Mas justiça não pertence a esse mundo Wil

(Nane-24/03/2010)

Mão amiga


A certeza do saber
Que certa você está
É tão intensa que não deixa dúvidas
A errada sou sempre eu

Errei por te mimar
Errei porque te sufoquei
Errei porque em ti ousei confiar
Errei porque fui estúpida a ponto da minha amizade te entregar

Não tens noção da dor que me causou
Pedi ajuda e no entanto me negastes
Não podia nunca imaginar
Que justo tu fosses assim me abandonar

Se por ventura brigamos por outro tanto
Não importa isso nessa hora
Clamei por ti num momento de necessidade
Clamei pela mão que julguei ao meu dispor

Talvez tu nunca entenderás
E pode ser que eu agora, por orgulho nem a peça
Mas a minha, podes sempre vir buscar
Ela é tua toda vez que precisares

Não te sentes minha amiga nesse instante
E no entanto, saibas que sou amiga tua
A amizade que me atrela a você
É leal, e tu podes ver para crer

(Nane-24/03/2010)

terça-feira, 23 de março de 2010

Beija-flor


Hoje vi um beija-flor no meu jardim
Passou por todas as flores...
Sem se preocupar se era a mais bonita
Beijou-as uma por uma...

Suas asas num fremitar intenso
Se esforçavam para mantê-lo no ar
Beijou a flor vermelha e a branca
Depois beijou a rosa e a amarela

Completamente extenuado o beija-flor
Pousou num galho e descansou
Ao seu redor uma rosa pendia já despetalando...
Ele a olhou e com bondade também a beijou

Nobre beija-flor
Cavalheiro dos jardins
Cobre de beijos e carinhos
A toda e qualquer flor...

Nane-23/03/2010)

Acabado


Porque você não me entendeu?
Eu quis tanto te dar carinho
Te dar amor...te dar paixão
Mas você preferiu ferir meu coração...

Porque não me entendeu?
Só queria te fazer feliz...
Mas você preferiu zombar do meu amor
E causou-me toda essa dor

Te ver sorrindo é tudo o que almejei
E de você, com meu carinho sempre cuidei
Mas você nunca me entendeu...
E agora, mesmo chorando te digo, me perdeu

Em cada beijo que te dei
Meu coração eu te entreguei
Mas você nunca entendeu
E seu amor nunca foi meu

Agora você se foi para sempre de mim
A nossa história chegou a um triste fim
Nosso amor nessa estrada se perdeu
Porque você...nunca me entendeu

Siga e não olhe para trás
Eu também vou seguir em paz
Hoje o amor que era seu
Terminou só porque... você não me entendeu

(Nane-23/03/2010)

A Guerreira - VI (A história de Lívia)


Os Ciganos...


Lá no Conforto, a feira era sempre às sextas-feiras,
e num dia desses, Lívia foi fazer suas compras e le-
vou junto o pequeno Liu, que não contava mais de 4
anos na época.
Era a hora da xepa e Lívia pechinchava preços de
barraca em barraca e numa distração sua, o menino
se perdeu da mãe. Quando Lívia percebeu, saiu feito
louca a procurar na feira toda por Liu! Como não o
encontrava, achou por bem ver se ele não teria vol-
tado para sua casa.
Mal entrou na rua e uma vizinha foi logo lhe falando:
- Lívia, eu estava indo correndo na sua casa te cha-
mar, vi uma cigana lá do acampamento com um dos seus
filhinhos na feira! Acho que ela estava levando-o
para o acampamento deles, corre lá, senão você fica
sem seu filho!
Lívia empalideceu e deixou a bolsa com verduras e
frutas cair no chão e sequer agradeceu a informação...
Correu como louca em direção ao acampamento de ciganos
que se instalara num descampado alí perto, cerca de
uns 300 metros da 241, num alto de morro. Lívia avistou
a mulher gorda e de saias rodadas, cheia de balangandans
dependurados pelo corpo e de mãos dadas com o pequeno Liu,
que a seguia de bom grado...-LIUUUUUU!!! Gritou a mãe do
menino com todas as forças do seu desespero! Liu, reconhe-
ceu a voz da mãe e se soltou correndo da mão da cigana,
correndo em direção dos braços estendidos de Lívia!
-Mamãe!!! Lívia o abraçou como se fosse um abraço derradeiro!
Chorava copiosamente por sobre o ombro do filho querido que
por instantes pensou perdido...depois, afastou o menino de si
e olhou com seus olhos verdes e fulminantes para a mulher que
estava a sua frente sem saber o que dizer. Mas ela, Lívia,
sabia: - O que ía fazer com o meu filho? Perguntou olhando
diretamente para os olhos negros da cigana... - Nada! Apenas
o achei perdido na feira e eu estava procurando a mãe dele,... aju-
dando minha cara! Respondeu com sarcasmo e com um sorri-
so irônico nos lábios... Lívia a fulminou novamente e
disse: - Fica longe dos meus filhos cigana! Você não sabe do
que sou capaz por eles! E se a vir rondando lá pelo nosso lado,
a polícia vai saber disso. Espero ter sido bem clara com você!
...Lívia tomou a mão do pequeno e voltou para casa aliviada e su-
focando Liu de beijos e abraços...
No dia seguinte, o local onde os ciganos estavam acampados, ama-
nheceu limpo e sem ninguém...a molecada foi jogar uma pelada no
descampado...

(Nane-23/03/2010)

Súplicas


Maldita solidão que me atormenta
Vazio que preenche-me inteira
Acompanhada por tantos estou, e tão só...
Lágrimas furtivas que tento disfarçar

A inquietude em cada gesto meu
A mágoa que causo nos que comigo estão
A nuvem negra que por dias me acompanha
Nada está bem ou bom, é só amargura em meu viver

Ah Deus!Onde estás que não me vês?
Acaso não entendes a minha dor?
O que exiges de mim que não te entendo?
Que eu caia de joelhos e em prantos aos teus pés santos?

Porque não deixas em paz as dores dos que amo?
Toma só as minhas, que não são poucas
Porque fazer sofrer quem não merece
Se sou eu que vivo a te ofender?

Deus dos justos e bondosos
Ouve uma vez só o meu clamor
Jogue tua ira sobre mim
E deixe em paz aquela que te louva e que te ama

(Nane-23/03/2010)

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Guerreira - V (A história de Lívia)


Rua 241 nº12 - Conforto


A rua para onde a família de Livia (os Silveiras) mudou
ficava num bairro onde só moravam os funcionários da
Usina, e foi denominado de Bairo do Conforto!
Era uma rua (241) bem bonita, com casas dos dois la-
dos e calçadas em frente. Tinha uma canaleta também
para a água da chuva correr livre nos bueiros e não
empoçar na rua.. E em
cada casa tinha duas árvores frondosas, onde fruti-
ficavam umas castanhas grandes e marrom, que tra-
zia dentro uns gomos com um líquido melequento que
lembra as ostras do mar. Era de gosto horrível, mas
a criançada vivia as pegando para chupar seus gomos.
O que mais encantava a prole dos Silveiras, eram as
copas das árvores frondosas!
Era alí que eles contruíram casinhas de madeiras
e brincavam o dia inteiro ( o que dava um certo des-
canso a Lívia).
Logo que se instalaram na casa nova, os filhos das
outras famílias de moradores da rua, foram logo se
aproximando e fazendo amizades, cada um na sua faixa-
etária corresppondente, claro. Os mais velhos (Luís,
Léia, Linda e Luma) quase não interagiam na rua ainda,
mas a galera do meio (Lúcio, Walter, Leo, Laura, e Lé-
lis) aprontavam todas. Os quatro menores, ainda perma-
neciam agarrados a saia da mãe (Lucas, Liu, Lúcia e
Lisbela).
E foi assim, que numa noite de fogueira na rua, a tur-
ma de moradores mais antigos contavam histórias
lúgubres a respeito dos antigos moradores da casa 12:
-Sabe..dizia o ratinho (um menino atentado que morava
na casa 20 da mesma rua), aqui moravam um casal de
velhos(mentira, as casas eram destinadas aos funcio-
nários da usina, mas na imaginação de criança, isso
nem era lembrado), e quando a mulher dele morreu,
ele a enterrou no jardim que ela plantou na frente
da casa de vocês! -E ninguém viu ele enterrar ela?
Perguntou Lúcio assombrado. -Claro que vimos, mas
escondidos, senão ele nos enterrava juntos e vivos!
Complementou a Roberta, moradora da casa 16...
-Continua Ratinho...pediu o Walter. -Pois então...
Prosseguiu o Ratinho;-Ele a enterrou e logo depois
morreu também! Acho que se matou, porque ninguém
viu que ele tinha morrido. Só que a rua toda fedia
carne podre, mas ninguém tinha coragem de vim olhar!
-Ué, e aí? Perguntou Laura. -Aí um dia, quer dizer,
uma noite, a turma de adultos resolveu vim olhar pe-
lo buraco da fechadura da porta da sala, e sabem o
que viram???
-O que??? Conta logo Rato! -Pois bem, viram um rodo
com um pano de chão andando pela casa e limpando as
gotas de sangue que formavam uma trilha dentro da
casa de vocês!
-Ah! Fala sério! Acha mesmo que vou acreditar nisso?
Contestou o Lúcio.
-Bom, se você quiser ter a prova, todo dia, ali pelas
11:00(hora em que a pedreira que havia alí perto, ex-
plodia dinamites), ele vem e faz as janelas da sua
casa tremerem todas! -Nossa! Eu já vi isso mesmo!
Disse a Laura apavorada. - Hum...e porque ele faz
isso? Insistiu Lúcio. -Oras, porque ele viu os
adultos o vigiando a noite, então vinha de dia avi-
sar para ninguém ir lá xeretar! O Rato falou.
_Crianças! Ora de irem para a cama dormir! Não espe-
rem um segundo chamado, venham já! Era a voz forte
de Lívia chamando por parte de sua prole. Laura se
levantou tremendo e foi até o Rato: -Rato, amanhã
você conta o resto da história? Será que ele vem
limpar o sangue hoje? Eu bem escuto passos a noite
na nossa casa...tô com medo!
O Rato sorriu com ar de quem sabe tudo e disse:
_Não tenha medo, ele agora já descansou em paz,
não voltará a sua casa. Pode dormir tranquila.
-E como você sabe disso Rato? Insisitia Laura.
_LAURAAAAA! O grito forte de Lívia não deixava
dúvidas, o tempo havia acabado para Laura.
-Corre senão apanha magrela, amanhã te conto o
resto da história. Ria-se divertido o Rato...

(Nane-22/03/2010)
*Continua..

Pedras e espinhos no meio do caminho


Por onde andei...não haviam flores
Passei por caminhos tortuosos
Com pedras e espinhos que fizeram-me sangrar os pés..
Descalços e entregues aos percalços

Esses caminhos me ensinaram tantas coisas
E até tento pô-las em práticas
Mas as feridas em meus pés inda doem
E a impaciência me faz rebelde com a vida

Assim como a retina fatigada de Drummond
Não me esqueço desses acontecimentos
E se no caminho dele havia uma pedra
No meus existem várias e espinhos

Vou tentando retirar todas devagar
Mas são pedras lascadas que me cortam a carne
E espinhos que me arranham o corpo todo
Meus caminhos tortuosos eu sigo devagar...

Por certo um dia, ao seu final eu vou chegar
E mesmo que esteja completamente dilascerada
Sairei vitoriosa dessa jornada
Que eu sei, um dia, eu mesma a escolhi

(Nane-22/03/2010)

A Guerreira - IV (A história de Lívia)


A prole dos Silveiras


Os anos passavam e Lívia paria...Lúcio, Walter
(que curiosamente era o único a fugir da letra L)
e Leo, eram os mais novos de seus rebentos
(respectivamente). Novamente ela, após o nasci-
mento de Leo, teve uma outra gravidez tumultua-
da e seu bebê morreu assim que nasceu. Uma
decepção a que ela parecia se acostumar...
Depois veio Laura, que se cercou de homens por
todos os lados, já que os próximos três vieram
Lélio, Lucas e Liu. E finalmente Lívia pariu
suas duas últimas crias: Lúcia e lisbela...
A família estava completa! O médico que já se
acostumara a vê-la todo ano, achou por bem
interromper sua fábrica de bebês.
Paralelo as gestações, Lívia seguia sua sina
de mulher guerreira e determinada, agora lavava e
passava para fora, porque Jorge perecia revoltado
com as despesas que aumentavam a cada filho que ela
gerava e paria, e deixava que faltasse em casa o que lhe
era obrigação. Lívia então fazia balas de coco e
os filhos mais velhos saíam as ruas para vender e
faturar um troco abençoado. Doutra feita, vendiam
abacates que a natureza generosamente fazia encher
no pé que havia no quintal da casa. Laura tinha
até a freguesia certa para a época em que eles
amadureciam. Enchia sua cestinha e entregava os
frutos de casa em casa, mas sempre negociava com
a mãe a sua porcentagem. Walter também era bom
vendedor, e pegava picolés e amendoim torradinho
para vender, e o que ganhava, dividia com a mãe...
Leo preferia cuidar dos gramados da vizinhança,
ou até mesmo ajudar em tarefas domésticas na casa
de conhecdos, e o troquinho era importante para a
mãe, não deixava que faltasse nada para os filhos.
No ano de 1963 (ano de muita ditadura), a
família se mudou para um bairro residencial que a
própria usina construíra para seus funcionários, e
foi alí que Lívia e sua prole passaram 10 anos, até
a aposentadoria de Jorge, que teria que entregar a
casa a siderúrgica após esse fato.
Muitas histórias a casa da 241, guarda da família de
Lívia! Como a do dia da chegada deles nessa rua.
Um caminhão lotado de tralhas e crianças! A vizin-
hança sem entender que tanta gente eram aquelas...
A molecada da rua se pendurando na carroceria do
caminhão e Laura, sempre espevitada, acertando-os
a paneladas, já fazendo inimizades na primeira
hora da chegada. E olha que ainda nem estavam to-
dos, já que Lúcia e Lisbela, nasceram alí, naquele
bairro novo.
A vizinhança olhava apavorada a família imensa que
chegava, era gente que não acabava mais...
Rua 241 nº12!
Quanta história para contar....

(Nane-22/03/2010)
*Continua...

1º de Abrl



Hoje o dia amanheceu sorrindo...
O céu está azul como teus olhos
E o sol brilhando como o dourado dos teus cabelos
E para te saudar, tulipas se abrindo no jardim...

Bendito seja sempre o dia primeiro
Bendito o mês de abril
Pois que foi num dia desses
Que pela primeira vez, o mundo te viu

E hoje eu, ainda que distante
Quero agradecer a Deus pelo instante
Em que te colocou na minha vida
E dizer-te que serás para sempre uma querida

Vim apenas desejar-te felicidades
Saúde, paz e muita prosperidade
Que o seu dia seja sempre abençoado
E os seus sonhos, todos eles realizados

É o seu aniversário
E meu abraço te trago nesses versos
Sei que não gostas de nada com horários
Mas nesse dia os cumprimentos serão diversos

Parabéns para você
Que esse dia se repita muitos anos em sua vida
E que em todos eles a felicidade esteja presente
Pois feliz serão os que parte de ti se fazem

(Nane-01/04/2010)

domingo, 21 de março de 2010

Sábia Flor plena




Sou menina ou sou mulher?
Meu corpo é de mulher
E minha alma de criança
Alma sem maldade...sem malícia
Vejo a vida com olhos de criança

Quero ser mulher plena
Mas não perder o encanto da criança
Amar com mulher e como fêmea
E brincar com um sorriso infantil

Quero continuar acreditando em fadas
Mas saber que sou adulta também
Responsável por minha vida e meus amores
Sou eu quem paga minhas contas

Quero a magia da infância
Aliada a beleza da mulher adulta
Quero a Rejane em paz com a vida
E a Flor fazendo amizades

Hoje sou adulta, sou mulher
Dona do meu próprio nariz
Hoje sou a FadaFlor que encanta aos amigos
Sou mulher menina e menina mulher

Se você me acha infantil
É por não conhecer minha plenitude
Sou haste e sou base dos amigos
Sou a Flor que lá no Maranhão brotou...



(Nane-21/03/2010)

Sinfonia de uma nota só


Fá é nota musical
E só rima com gargalhar
Sorrir...se alegrar
Fá é sinônimo de alegria total

Por onde passa Fá
Deixa um rastro de carinho
Ilumina com seu brilho toda a estrada
Fá é aura iluminada

Vem de Fortaleza a sua fortaleza
Que ela divide generosamente com os amigos
Não admite ver olhos que choram
Trata logo de fazer sorrir e alegrar

Ao lado dela é impossível entristecer
Fá é sinfonia completa de felicidade
Não precisa do Dó, Ré, Mi, Sol, Lá e nem do Si
Fá é solo e plena de poesia


(Nane-21/03/2010)

A Guerrreira - III (A história de Lívia)





Lívia


Lívia nasceu na capital das Alterosas: Belo Horizonte,
em 1925.Filha de Manoel e Benedita e irmã de outras 12
pessoas (sete homens e cinco mulheres).
Lívia sempre foi precoce em tudo, e muito cedo saiu de
casa para trabalhar. A vida dura dos pais a levou a se
virar ainda na adolescência. Não teve oportunidade de
estudar, já que logo na primeira infância teve uma le-
são séria no olho esquerdo que a levou a cegueira qua-
se total. Verdade que no outro enxergava bem, mas na-
quela época, isso era motivo suficiente para abandonar
os estudos no primeiro ano do primário (ou fundamental,
ou seja lá como era chamado).
Mas ela foi trabalhar em casa de família e se saiu mui-
to bem na função, a ponto de uma família de americanos
se encantar por ela e querer levá-la para o exterior com
eles, e aí, dona Benedita, sua mãe, interferiu e lógico,
não permitiu que a filha voasse por outro continente.
Lívia era esguia, morena de cabelos negros cacheados
e brilhantes. Dona de um par de olhos verdes que mais pa-
reciam duas pedras de jade cintilantes! E apesar de não ter
estudado, não era analfabeta, e um de seus prazeres era a
leitura. Lívia lia muito e consequentemente, falava muito
bem.
E foi por essa época, em que a mãe a tirou da casa dos ame-
ricanos que Lívia conheceu Jorge, amigo de um dos seus irmãos,
e eles se apaixonaram. A família logo tomou gosto, o rapaz era
trabalhador e frequentava a igreja protestante. Partido bom na
opinião dos pais da moça bonita e faceira. O rapaz também era
garboso, formariam um belo casal e gerariam belos filhos com
certeza. E isso era o máximo que os pais sonhavam para a filha.
Então, aos 21 anos Lívia se casou com Jorge. Mas ele logo após a
lua de mel foi para o Rio de Janeiro (Volta Redonda) em busca de
trabalho numa cidade que nascia as margens do rio Paraíba do Sul.
Era o El Dourado na década de 40, pois a Usina Presidente Vargas
se instalara alí e emprego bom não faltava.
Após um pequeno período, Jorge foi buscar a mulher em Minas e
eles começaram de fato, a viver a nova vida de casal.
Eram felizes! Lívia ajudava o marido como podia. Ele também fazia
fotos para ajudar nas despesas e era ela quem as revelavam. Logo
a primeira gravidez apareceu e eles exultaram de felicidades. Mas
quis o destino que após nove meses, os gêmeos nascessem mortos...
Lívia sofria a primeira grande decepção da sua vida de casada.
O marido foi solícito, e eles superaram. Um ano depois, tiveram
enfim o primeiro rebento, fruto desse amor: nasceu Luís!
Jorge, que sempre fora um homem tranquilo, começava a mudar um pouco.
Andava em novas companhias e quase não acompanhava a esposa mais ao
culto de domingo. Lívia reparava mas não reclamava. O marido trabalha-
va tanto...
No ano seguinte foi a vez de Léia nascer! Menina linda! Loirinha e deli-
cada...Lívia era alegria pura com os filhos! E quando veio a terceira,
Lia, era seu nome, ela agradeceu a Deus tantas bençãos! O marido já não
precisava mais de "bicos" fora do serviço, seu salário era suficiente pa-
ra o sustento da família, que aumentava a cada ano.
Vieram seguidas Linda e Luma (cada uma em um ano respectivos, rsrs), e aí
os problemas começaram a se agravar...Lívia tinha que continuar com seus
trabalhos manuais em casa, pois o marido gastava muito com farras e bebidas.
O pior de todos os momentos, foi quando a pequena Lia, então com dois anos,
em pleno carnaval, adoeceu seriamente. Lívia pediu ao marido que a levasse
ao hospital no carro que comprara, mas ele se recusou. Disse já ter assumido
compromisso com amigos e estava atrasado. Ele saiu e Lívia tentou baixar a fe-
bre da pequena com compressas e comprimidos. Temia sair e deixar os filhos pe-
quenos para levar a doentinha no hospital. Mas quando percebeu que era mais
grave do que achava, Lívia pediu socorro a vizinhança e na madrugada saiu cor-
rendo para o hospital. A pequena foi atendida, mas não resistiu e faleceu na-
quela madrugada mesmo. O pai...estava num baile de carnaval.

(Nane-21/03/2010)
*Continua...

sábado, 20 de março de 2010

Tempestade



A noite está escura
Cortada por clarões de raios
Prenúncio de tempestade
Que se aproxima ...

Se fecho os olhos
Minha mente reprisa os mesmos raios
Em meu cérebro também raios rebimboam
Parece que lá, é noite também

A tempestade está em mim
A noite é só o meu interior
Relâmpagos que cortam o silêncio
Parece filme de terror

Queria escutar uma música
Mas meus ouvidos só captam o estalar sinistro
Raios que riscam o céu escuro...
E acendem as luzes que clareiam-me instantes perdidos

Não sei se esse céu é o da urbe
Ou o contido em minha mente
Não sei se sonho
Ou se tenho pesadelos

Só o que vejo são raios e relâmpagos
Só o que ouço é a tempestade que se aproxima
Furiosa e devastadora
A noite em mim está escura

(Nane-20/03/2010)