sábado, 29 de dezembro de 2018

PÁTRIA AMADA, BRASIL!

Vibra
No timbre de nossa voz
A vontade de ser feliz
Num país tão nosso
Num povo tão desprovido
Das reais condições
E no entanto, apesar de servil
Tão gentil

Ah...somos festas o ano inteiro
Apesar do sofrimento
Da violência, das mazelas
Que num apanhado geral
Fazemos virar enredo de carnaval
Num desfile na avenida
Alavancando a coragem
Do seguir até o final

Vem e vai governo
Nos roubam e nos massacram
Feito pantomima distrital
Abusando da credibilidade
Que na real acreditam imbecilidade
De um povo que só quer visibilidade
De quem deveria ser verdade
Mas mentem e não condizem com a realidade
Dos que votam certos de sua responsabilidade

Vibra
No timbre de nossa voz
A vontade de ser feliz
Das reais condições
E no entanto, apesar de servil
Tão gentil

(Nane - 29/12/2018)

MULHER POESIA

Reflete em teu sorriso
A luz de tua alma
Brilhante e iluminada
Estampada em teu olhar

Mãe, mulher, menina
Guerreira Tricolor
Revestida de tua armadura
Confeccionada de puro amor

Uma década nos uni
Nessa amizade verbalizada
Em forma de poesia
Que hoje te ofereço

Parece tanto tempo
Tempo que fizemos e vivemos
Com a intensidade da nossa felicidade
Na nossa eterna "comunidade"

Marcinha, minha Rainha
Mãe do Reizinho que vi crescer
Amiga de todo dia e toda hora
Foi (é) muito bom te conhecer

Seja constante este sorriso
Sereno em teu semblante
Espalhe sempre tua alegria
Sejas para sempre esta linda...poesia

*Parabéns Marcinha!!!

(Nane - 29/12/2018)



sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

TALVEZ

Talvez o amanhã não venha
E seja tarde para nós
O hoje nos sorri
E se oferece

Talvez nos arrependamos
Do que não fizemos
Ou mesmo do que não dissemos
Por medo do que não queríamos ouvir

Talvez nosso tempo tenha passado
E não tenhamos percebido
Que o medo desmoronou nosso castelo
Embasado em sonhos de areia

Talvez o amanhã venha nos dizer
Que perdemos tempo demais
Na busca do tempo ideal
Para que tivéssemos, enfim, o nosso tempo

Talvez não fôssemos tudo aquilo
Que pensávamos ser
Mas tão somente o que queríamos
Naquele momento...ser

Talvez o amanhã nos faça entender
Que o instante, ainda que ido
Imortalizado, se tornou eterno
No ontem que se foi

Talvez o amanhã nos sorria
Ao nascer de mais um dia
Despertando expectativas
De uma, (ou duas) nova(s) vida(s)

(Nane - 28/12/2018)



quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

VÁLVULA DE ESCAPE

Chorei por ti
Chorei por mim
Me vi em ti
Te vi em mim


Sentimentos misturados
Egos dilacerados
Reflexões confusas
Certezas perdidas

Destinos cruzados
Numa sala distinta
Onde cada tijolinho
Refaz a construção

No centro o ego
Sem o certo ou o errado
Disseminando a sinergia
Esgotando a energia

Seu tudo e seu nada
Num turbilhão 
Meu tudo e meu nada
Num furacão

A válvula de escape
Aberta aos trancos
Vertendo lágrimas
Num mar de insegurança

Chorei por ti
Chorei por mim

Mas vi em nós 
Um mar de esperança

(Nane - 27/12/2018)

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

LABIRINTO

Procuro em vão
Em meio aos escombros

Na tentativa desesperada
De juntar os cacos

Em cada esquina, eu olho
Sem conseguir vislumbrar
Sequer a sombra eu vejo
Não sei onde está

Ela foi saindo mansamente
Sem que eu percebesse
Perdeu-se de mim
E eu, dela me perdi


Em meio ao labirinto
Ando de um lado pro outro
Sem o fio de Ariádne
Para me conduzir

Afrouxei o cabresto
Deixei escapar
Preciso tomar as rédeas
Assim que a encontrar

Não sei onde ela está
Mas a promessa será cumprida
Tão logo eu me situe
Terei de volta a minha vida...

(Nane - 18/12/2018)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

ETERNAMENTE



Te perdi
Quando achei que te encontrei
A dor não é quimera
Mas o amor, é real

Choro e sofro
E no entanto, vibro
Por te saber feliz
Num amálgama de emoções

São sentimentos desconexos
Mas que estão em mim
Se certos ou errados
Convivem dentro de mim

A raiva e a ternura
Se confundem e se misturam
Te mato e te revivo
Num segundo refletido

Toda uma história
Gravada na retina
Mudada e perdida
Nessa nossa vida

A esperança mantida
De uma outra nossa vida
Em que há de continuar
E nada mais há de nos separar

Você ri dessa possibilidade
Eu creio ser realidade
Seja o que for a nossa verdade
Espero ser você a minha eternidade...

(Nane - 14/12/2018)

ESCOLHAS

Refaz teus ritos
Reais e sem quimeras
Frívolas e sem noção
Da fria realidade

Se tua inspiração
Depende da ebulição
Pare de rabiscar
Ou tudo há de passar

Química ou física
Nada te surpreende
A vida segue em frente
Cobrando a consequência

Deixa de lado teus anseios
Segue na mansidão aparente
Que aos poucos se perpetua
Numa nova rota eficiente

Entenda que a vida
É escola à ser frequentada
Todo dia um novo aprendizado
Querer nem sempre é poder

Deixa teus sonhos de lado
Viva só por hoje
O amanhã te conduzirá
De acordo com tuas escolhas

Nada acontece por acaso
Tua vida segue teu rumo
Pedido e revestido de teus instintos
Refletidos no teu dia a dia

Se o amanhã te sorrir
Foi merecido
Se, por acaso, te fez chorar
Acredite, a hora é de acordar...

(Nane - 14/12/2018)



quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

CÃO VADIO


Quisera ter eu
A resiliência de um cão vadio

Chutado e amaldiçoado
E no entanto...fiel

Quisera ter em meus lábios
O sorriso amigo
Cada vez que seu dono
Assovia e o chama

Quisera ser tão sucinto
Quanto esse mesmo cão vadio
Ao se saber necessário
E cumprir o seu papel

Quisera, na realidade
Ser tão somente o que não sou
Um cão vadio é bem mais
Do quê na realidade sou eu

Fere-me as entranhas
A mágoa amargurada e contida
Sem nenhuma resiliência
Que só o "amigo do homem" possui

Fere-me a loucura dos homens
Que sem nenhuma resiliência
Exterminam o amor mais sincero
Sem nenhuma culpa aparente

Fere-me saber que o codinome
De "animal" é deles e não meu
Quisera eu poder entender
Esse pequeno e tão grande...ser

(Nane - 13/12/2018)

sábado, 1 de dezembro de 2018

MESA DE BAR

Cai chuva
Embora o calor
Cozinhe os miolos
Na noite sem compromisso

Mulheres extasiadas
Pelo simples fato
Do não "ser" mulher
Mas apenas seres

Por um só momento
Esquecem os filhos
Não tem maridos
Nas mãos...um copo de cerveja

Não fazem "fofocas"
Apenas se divertem
Esquecendo que no amanhã
A vida recomeça

As três Marias
Brindam sorrindo
Mais um dia que vai indo
Ou outro que vem vindo

Apenas amigas
Se divertindo
Sem nenhum motivo
Além da alegria...

(Nane - 30/11/2018)

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

VOLVO A TI

Volvo a ti
A luz que reflete
No brilho desse olhar
A me iluminar

Serena-me os ânimos
O sorriso sem graça
Causando o aliciamento
No apertar desse olhar

Encanta-me a voz
Que quase num sussurrar
Diz inteiro meu nome
Fingindo esbravejar

Dispersam-se os problemas
Perante sua presença
Revestida de magia
Na minha insólita fantasia

Volvo a ti
Todos os meus sentidos
Revelados e refletidos
No brilho dos olhos teus

(Nane - 29/11/2018)




quarta-feira, 28 de novembro de 2018

APRENDIZADO

Mostro em meus olhos
Janelas de mi'alma
Não a revolta
Mas a decepção

Não com ninguém
Mas comigo mesmo
Por não conseguir
Meus próprios planos gerir

Pensar, pensar e pensar
Tão pouco adiantou
Estive tão ocupado pensando
Que esqueci de executar

É reza sem obra
E o "Cara" lá de cima
Se entristece e me diz
Tenta outra vez

Amanhã, quem sabe
Tua fé te salve
Volte ao teu casulo
Teu voo foi cancelado

Umidifica teus olhos
Hidratando teu espelho
Para que vejas enfim
A realidade do teu carma

Nada é em vão
Nem mesmo tuas lágrimas
Um dia tu aprende
Acalma teu coração

Teu tempo é infinito
No espaço sideral
Te fiz mero aprendiz
Corra atrás do teu ideal

Outro dia há de chegar
A noite vai passar
Quando o amanhã vier
A hora será do recomeçar...

(Nane - 28/11/2018)


terça-feira, 27 de novembro de 2018

FANTASIA REAL

Tênues paralelas
Provocando dualidades
Entre opções dúbias
Do ser e do estar

Lacerantes dúvidas
De uma dor existente
Se real ou fantasia
Eterna ou vigente

Alegria ou tristeza
Em sentimentos profusos
Na incerteza do porvir
Sem saber se há de vir

Resta a certeza do querer
E a angústia do não saber
Se no amanhã vai acontecer
O sonho do que sonhei viver

A dor que dói no peito
Ameniza ao te ver sorrir
Fazendo com que eu entenda
Que era preciso te deixar partir

Em versos prolixos
Diversos em devaneios
Mergulho em meus delírios
Se real ou fantasia

Tão tênues paralelas
Quase que palpável
Tão concretas em mim
Tão abstratas e...fim

(Nane - 27/11/2018)




sábado, 24 de novembro de 2018

APENAS ISSO

Sou isso
Um nada
um tudo

Sou isso

A manhã se apresenta
A tarde se anuncia
A noite prenuncia
Outro dia virá

Lá fora chove
Aqui dentro, o escuro
O sol há de vir
O amanhã, há de clarear

Sou nada sem isso
Rabiscar é meu ofício
"Inda" que não rime
"Rabiscar" é preciso

Sobre o tudo e o nada
Sobre o sol e a chuva
O dia e a noite
A morte e a vida

Entendam quem me lê
Que nada faz sentido
Se entre os meus dedos
Um cigarro não houver

Compreendam também
Que a cerveja é companhia
Me inspira e me faz escrever
Bem ou mal uma poesia

Sou isso 
Sou nada
Sou tudo
Sou só...poesia

(Nane - 24/11/2018)

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

OLHOS DA MENTE

Vento que venta em mim
Soprando lembranças
Na brisa que em brumas exala
O odor dos sentimentos

São olhos da mente
Abertos no adormecer
Do corpo presente
Da alma distante

Agasalhada a retina
Sob as pálpebras fechadas
Descansa a íris
Enxerga o espírito

Passeia na dimensão
Com leveza no coração
Sem se importar com a carcaça
Adormecida, cansada

Realidade ou fantasia
Verdade ou mentira
Vida ou morte
Morte ou vida

O certo é o errado
Ou o errado é que está certo
Conflito de vivências
Aprendizados, experiências

Momentos tão presentes
Sensações tão persistentes
Será a vida da gente
Ou quem sabe...a morte da gente

Vento que venta em mim
Soprando lembranças
Na brisa que em brumas exala
O odor dos sentimentos

(Nane - 22/11/2018)

PRIMEIROS PASSOS

Venha Criança
Com teus passos trôpegos
Ganhar confiança
No teu caminhar

Tome a minha mão
Para te amparar
Mas é você quem tem que andar
Nesse teu caminhar

Um passinho de cada vez
Para evitar tropeçar
Mas se acontecer e você cair
Criança. o importante é levantar

Não posso andar por ti
Apenas te ensinar
E com meus braços te amparar
Cada vez que com teus pés tropeçar

Tenta outra vez
Sem nunca se entregar
Posto que para bailar
Necessitas aprenderes a andar

Então seu mundo, criança
Feito um balão colorido
Voará liberto pela esperança
E a certeza de seres (por mim) tão querido

(Nane - 22/11/2018)




segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ACALANTO

Dorme pequenino
Em meu abraço maternal
Enquanto cabes em meus braços
Ou na palma da minha mão

Não tenhas pressa
De crescer, "pingo de gente"
Deixa que eu te embalo
Com o pulsar do meu coração

Saudade há de chegar
Quando não mais couberes
Nesse abraço protetor
Que te envolve em meus braços

Mas por enquanto, meu pequeno
Durma teu sono de bebê
Tranquilo e sem medo
Que eu velarei por ti

Dorme, dorme, meu bebê
Que mamãe vai te ninar
Na missão do meu viver
Que é para sempre te amar

(Nane - 12/11/18)





domingo, 11 de novembro de 2018

A BOA NOVA

Luz Divina
Brilhando intensa
No ventre abençoado
Formando o ser amado

A mesma luz
Refletida nos olhos
Dos seres ansiosos
Que aguardam essa luz (Divina)

Com a bênção de Jesus
O presente de Deus
Se forma e eu informo
Com a alegria no apogeu

Tomem para si a responsabilidade
Do cuidar dessa criança
Que vos digo, em verdade
Vem revestida de esperança

Pequeno Ser Divino
Sê bem vindo e abençoado
Seja menina ou menino
Já é tão imensamente amado

Teus pais te esperam
Com a certeza de tua luz
E te entregam sem temor
Nos braços de Jesus

A boa nova se confirmou
No amor que os consagrou
Conduzam com sabedoria
A pequena Luz Divina...

(Nane - 11/11/18)



POESIA GESTANTE

Gesta em mim
Uma poesia
Que teima em não fluir
Se engasgando em mim

Gesta em mim
Uma poesia
Sem nenhuma simetria
Sendo apenas poesia

Talvez seja a manifestação
Da minha própria harmonia
Ou quem sabe, euforia
Ao te saber/ver...poesia

Mas todo parto exige dor
Antes e depois da gestação
Por isso esse meu torpor
Em te expor com gratidão

Me entristece teu semblante
Quando sinto nele o peso
Da cruz energizada que carregas
Sobre os ombros cansados

Tome a minha poesia
Como um bálsamo à revelia
Na dureza do seu dia a dia
Entranhado de tanta melancolia

Não se deixe contaminar
Posto que tantos somos a precisar
Do esteio forte de tuas mãos
Sempre prontas a nos amparar

Só nunca te esqueças
Que o amparo é recíproco
Se tua mão precisar
Na nossa, com certeza, podes segurar

Gesta em mim uma poesia
Que quer dizer da alegria
De te saber fazer parte
Do meu e do nosso dia a dia...

(Nane -11/11/18)

sábado, 10 de novembro de 2018

ENTREMEANDO

Sou brisa
Ou furacão
Refletido no instante
Da minha emoção

Sorrio ou choro
De acordo com a vontade
Explícita em meu semblante
Reflexo de minha alma

Faço ou desfaço
De todos os meus percalços
Me arrependo ou me orgulho
Do que fiz ou do que não fiz

Não sei do amanhã
Meu hoje é intenso
O ontem se acabou
Meu momento é agora

Enquanto furacão
Pouco penso e muito ajo
Enquanto brisa
Respiro e me arrependo

Meio termo me complica
Não sei o que fazer
Vou vivendo sem saber
Quando e onde vou chegar

Talvez no amanhã
Eu encontre meu presente
Esquecendo do passado
E me abrindo para o futuro

Hoje sou brisa
Ou furacão
Refletido no instante
Da minha emoção...

(Nane - 10/11/2018)





quarta-feira, 7 de novembro de 2018

SOB O OLHAR DE MINHA MÃE

Sob o olhar de minha mãe
Tento, sem conseguir adormecer
Escuto, sem nenhum som
Sua voz a me aconselhar

Vejo, no quadrado do meu quarto
Sua mão retorcida pelo A.V.C
Acarinhar-me a fronte
Sem entender se é sonho ou realidade

O celular toca estridente
A voz agora é do meu filho
Dizendo que só ligou para dizer
Do seu amor por mim

De novo misturo as estações
Entre o sonho e a realidade
Se é verão ou primavera
O que é fantasia e o que é verdade

A sensação de estar voando
Em meio ao espaço infinito
Tão cheio de imaginação
E de concreto tão vazio

Abro meus olhos com pesar
Está lá, na tela do computador
Minha mãe a me olhar
Com seu olhar (estático) de amor

Ainda não sei se sonhei
Ou se de fato aconteceu
Meu celular tocou (não era meu filho)
Eu...despertei

(Nane - 07/11/2018)

domingo, 21 de outubro de 2018

BOA NOITE

Quem sou eu
Sem você
Talvez um nada
Num tempo perdido

Em volta de mim
Espaços vazios
Tão vislumbrados
Da tua presença

No aconchego do meu peito
Ainda sinto teu cheiro
Quando se aninhavas ao anoitecer
Em busca dos meus carinhos

Olho ao meu redor
Onde só um espaço vazio
Insiste em permanecer intacto
Sem ninguém à preencher

Mais uma noite destoada
Dos nossos risos e gargalhadas
Num tempo que não mais volta
De uma história já passada

Que fazes tu agora
Além do teu adormecer
Induzido não pelo teu querer
Mas tão necessário a você

Que faço eu agora
Além do meu adormecer
Induzido não pelo meu querer
Mas pelo meu próprio sobreviver

(Nane - 21/10/2018)





VOCÊ EM MIM

Ah meu imenso amor
Que nunca haverá de saber
A imensidão do meu querer
Por você

Vago insone
Pelos meandros da madrugada
Perdida em pensamentos
Que me prendem a você

Em meus devaneios
Tento imaginar
Teus instantes constantes
Em todos os meus instantes

Relembrando a cada instante
Cada uma das palavras
Ditas num instante
Em que só nós éramos relevantes

Ah meu imenso amor
Hoje, nada mais é importante
Além dessa saudade imponente
E no entanto, não mais é dor

De nós, ficou o sabor
E a certeza de que foi amor
Se ainda assim nada mais restou
Você, em mim (com certeza) ficou

(Nane - 21/10/2018)


sábado, 20 de outubro de 2018

VIRGEM MENINA

Doce menina de virgo
Entre a fera e a balança
Se perde ao pender
Entre tantas lembranças

Corre em tua face
Lágrimas camufladas
Em sentimentos distorcidos
Do certo e o errado

Num copo de cerveja
Derramas tua dor
Sem sequer entender
Se é deveras amor

Deixas que teu desatino
Conduza teu bem querer
Entre o certo e o errado
Sem saber o que fazer

Quem há de conduzir
A essência em você
Latente a gritar
Simplesmente o teu querer

Nas bolhas da cevada
Efervescente e gelada
Misturadas com suas lágrimas
Escondidas e contidas

Doce menina de virgo
Entre a fera e a balança
A ti, só me resta desejar
Que aprendas a te amar...

(Nane - 20/10/2018)




CLAU

E no teu olhar eu vi
O companheirismo
Na convivência senti
A cumplicidade

Dividimos verdades
Falamos bobagens
Sorrimos por sorrir
Sem motivo algum

Acho que isso é amizade
Sem cobranças e sem maldades
É apenas o prazer de estar contigo
E saber que somos amigas

Hoje o dia é especial
Posto que aniversarias
Então te dou o meu melhor
Em forma de poesia

Que seja essa primavera
Uma só de tantas outras
Que desejo sinceramente
Te ter na minha vida, sempre presente

Parabéns pelo seu dia
Que ele seja pleno de alegria
De amor, de saúde, paz e harmonia

(Nane - 20/10/2018)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

OS SONS DA NOITE

A brisa noturna
Refresca o ar
A mente vazia
Pensa no nada

No ladrar dos cães
O silêncio se quebra
Um grilo falante
Faz solo na escuridão

Meu olhar perdido
Vagueia pelo céu
Nublado e sem brilho
Mas ainda assim, céu

A noite abafada
Prenuncia a chuva
Que talvez virá no amanhecer
Quando eu adormecer

O silêncio angustia
Mas os cães se calaram
Ouço meus próprios pensamentos
Como que levados ao vento

Até o grilo adormeceu
Ou então emudeceu
Destacando mais ainda o silêncio
Gritante em meus ouvidos

A hora que se faz
Me convida a deitar
Dormir, não sei se vou conseguir
Mas o melhor é me recolher

Nem tudo está perdido
Vou ouvir a sinfonia
Que os notívagos teimam
Transformar em poesia

(Nane - 18/10/2018)

PADECER NO PARAÍSO

No olhar de minha mãe
Mergulho em meu próprio olhar
Vejo coisas que não via
Quando podia enxergar

Ver o que está além
Do que os olhos conseguem alcançar
É só privilégio de mãe
Sempre atenta a vigiar

Sentir o pulsar do coração
Dentro do olhar
Ou é o próprio coração
que está à enxergar

São meras discrepâncias
Sem nenhuma importância
A verdade absoluta
É o desassossego de ser mãe

O padecer no paraíso
Inventado por alguém
Que possivelmente não foi mãe
Redundam na insônia

O orgulho do rebento
Ao final da sua saga
Coroa todos os propósitos
Da entrega sem um nada esperar

Sem inferno ou paraíso
Vive a mãe o que é preciso
Em sua própria realidade
Cumprindo sua maternidade

(Nane - 18/10/2018





segunda-feira, 15 de outubro de 2018

(RE)COMEÇAR

Recomeça tua empreitada
Viralizada por tua vontade
Nem sempre tão forte
Mas por enquanto, determinada

Transponha os obstáculos
Um de cada vez
Marche rumo a liberdade
De teus anseios obscuros

Confie na pujança
Da força superior
Que existe em você
Vindo do Deus que te criou

Faz do teu sacrifício
No caminho percorrido
O prazer de te saber
Ser um vencedor

Não permita que as trevas
Te consuma a energia
Conduzas tu o teu destino
Nesse mar de agonia

Para que quando o atravessar
Repouses enfim na mansidão
Dos novos sonhos que povoarão
Tua nova vida a começar

(Nane - 15/10/2018)




sexta-feira, 12 de outubro de 2018

PARALELAS

Chorei
Todas as lágrimas que tinha
Lavei
De todas as culpas
Minha alma cansada

Agora
Vislumbro outros campos
Renovados pela primavera
Ainda com pedras, mas verdejantes
Prontos à serem cruzados

Meu peito
Antes em turbilhão
Serena aos poucos
No pulsar meditante
De minha própria respiração

Dei tudo o que podia
Sobrou em mim o meu eu
Essência necessária em mim
Para que eu prossiga enfim
No meu próprio caminhar

Voa passarinho
Que só a ti pertence o caminho
Que tu mesmo escolheu traçar
Sou teu ninho vazio
Pronto sempre a te aconchegar

Agora é chegada a hora
Das estradas em paralelas
Siga do teu lado
Que seguirei do meu
Mas ainda assim...juntos

(Nane - 12/10/2018)

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

UM SÓ CLAMOR

Juntam-se as vozes
Dos que em silêncio sofrem
Numa única oração
Em prol do ente amado

Ouve Deus a nossa súplica
Em corrente de mãos dadas
Só por hoje
Na limpeza de nossas almas

Alivia a aflição
Serena o coração
Semeia em meio à nossa dor
A esperança, a paz e o amor

Dá-nos a sabedoria
Para compreendermos a diferença
Do que podemos ou não modificar
Nesse nosso intenso caminhar

O grupo unido e forte
Será sim, para a nossa sorte
A seara bendita e divina
Cultivada por toda a nossa vida

A porta que se abre para nós
Jorra e transborda luz
Vamos juntos caminhar (o grupo)
De mãos dadas com Jesus

(Nane - 05/10/2018)

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

ENTRANHAS DE MIM

O olhar fixo
Num ponto qualquer
Que gira e cresce
Numa ilusão hipnótica
Revira meus sentidos
Num mergulho em mim

Meus medos afloram
É medo de mim
Que acuada inflamo
Num insano destemor
Sem pressa ou nada afim
Além do próprio desamor

A saudade bate à porta
Na roda que gira
Da pessoa perdida
No mar do temporal
Em tsunami levada
Tentando ser encontrada

A ira que atrapalha
A luta desigual
Impulsiona a coragem
Em braçadas com a força
Dos sobreviventes
Na luta contra o mal

Serena o giro da roda
Aplacando meus sentidos
Desmistificando raízes
Proliferadas na areia
Escondendo o real valor
Do seu poder na pedra do amor

Alívio para os meus olhos cansados
No parar da roda que gira
No romper da ilusão hipnótica
No querer o desapego do apego
Para que enfim ressurja a vida
E por fim, em mim, o meu sossego

(Nane - 04/10/2018)




quinta-feira, 27 de setembro de 2018

ÓRBITA EM DESALINHO

Seu brilho intenso atrai
Sorrio, me sentindo aquecida
Agradecida, embora indecisa
À sua presença iluminada

Faço e refaço teus desejos
Sempre em busca de teus anseios
Para que permaneça o brilho duradouro
Das minhas expectativas

Orbito ao teu redor
Sem me dar conta
Que o meu caminho é meu
Em rotas paralelas

Talvez um segundo sol
Desalinhando meu universo
Enfraquecido em meus princípios
Sem direção

Rá e Hórus
Se atraem e se fundem
Embora distintos
Em suas plenitudes

Eis a questão
Da órbita brilhante
Que atrai perigos constantes
Em meio ao turbilhão

Meu caminho é meu
Teu caminho é teu
Um único sol nos aquece
Num mesmo céu que brilha...

(Nane - 27/09/2018)



terça-feira, 25 de setembro de 2018

A VOZ DA TORCIDA

Não cala a voz
Da torcida amada
Desperta em tantas madrugadas
Em festas

Ah, pouco importava
Se vencia ou perdia
O time base da amizade
Que a todos nós unia

Só queríamos festejar
Com cerveja e churrasco
Bolo de aniversário
E tanta conversa fiada

Tantos amigos, tantos irmãos
Éramos um grupo requintado
Que tirava do tempo um tempo
Para as nossas reuniões

A Márcia foi sempre Magno
Supra sumo da diretoria
Talvez a causa maior da comunidade
Embasada na nossa amizade

O orkut se foi
Nosso tempo diminuiu
Mas a voz não se calou
Dentro de nós ela ficou

São doces recordações
Das nossas reinações
Que varavam madrugadas
Até que o dia acordasse

Faça um pouco de silêncio
Presta atenção e escuta
É a Voz da Torcida enaltecendo
Nossa amizade além do tempo

(Nane - 25/09/2018)

A CASA VAZIA

Revejo a casa
Tão vazia e tão cheia
Num silêncio profundo
Ecoando entre as paredes
Absorvidas de palavras

Corre mãe
Aos teus afazeres

Que o dia não espera
A noite logo vem
É preciso dar conta de tudo

Cresceram as tuas crianças
Geraram outras crianças
Corre mãe
Aos teus afazeres
Que teus netos estão chegando

Num cantinho do sofá
Descansa mãe
Dos teus afazeres
Enquanto teus filhos
Cuidam dos teus netos

Corre mãe
Tua cama te espera
Enquanto teus netos
Te trazem os bisnetos
Presentes de Deus

Escuto a canção
Do anjo posto aqui
Entoado pela voz fraca
Mas firme na determinação
Sob o manto Divino

Olho e vejo o que não mais está
Sorrindo para (ou de) mim
A casa agora tão vazia
Se fecha atrás de mim
E nossa história vira poesia

(Nane - 25/09/2018)

sábado, 22 de setembro de 2018

A MENINA DO SUL

Colore menina
De amor a sua vida
Regada de tantas cores
Como a sua cidade

Semeie menina
Por todo o seu caminho
Essa tal felicidade
Radiante em seu carinho

Faça, da vida objeto
Para espalhar todo esse amor
Emanado de sua alma
Sublimada como a flor

E nesse dia, menina
De tanta intensidade
Vim trazer à você
Meus sinceros votos de felicidade

Parabéns Jhenys!

(Nane - 22/09/2018)




quarta-feira, 19 de setembro de 2018

LÉO

Quando Deus te desenhou
Ele falava consigo mesmo
Incutindo em teu protótipo
A fé do filho no Pai

"Deus é fiel"
Tua marca registrada
Em toda rede social
Que adorna teu perfil

Deus, é a própria oração
Que fez morada permanente
Dentro do teu coração
Povoando de esperança a tua mente

L eve sempre contigo
E sse teu jeito doce de ser
O nde quer que vá

O dia é teu, menino
Parabéns para você
É o que vim te desejar

(Nane - 19/09/2018)


terça-feira, 18 de setembro de 2018

COISA DE DEUS

Não vou mandar a letra
Nem sequer vou ensinar
Vou deixar de tanta treta
Deixa a vida me levar

Amanhã o que vai ser
O Cara lá de cima vai dizer
Entrega na mão dele, sem temor
Deixa fluir todo o seu valor

Se liga na mais pura realidade
Do que é a sua verdade
Pode ser que a minha não seja a mesma
Releve, são nossas destrezas

Vou grudar você em mim
Em rezas e orações
Nem vem com esse papo de estar afim
Se liga nas nossas emoções

Porra, vou te mandar
Um papo reto e direto
Se liga no que vou te falar
Sou tua base, teu concreto

Deixa a vida nos levar
Na sina que nos foi predestinada
Nosso amor há de durar
Na eternidade por nós questionada

Nada é por acaso
Por nada me desfaço
Desse querer meu e seu
Isso é coisa de Deus

(Nane - 18/09/2018)






SOU EU

Ei, sou eu quem te chama
Na mudez da minha voz
Engasgada sem nenhum tom
Emudecida e sem som

Diz pra mim os teus anseios
Não vamos nos omitir
Não deixemos que a vida seja em vão
Feito a tempestade de um verão

Lembra, de quantos projetos
Fizemos no nosso dia a dia
Dos obstáculos que ultrapassamos
De até onde nós chegamos

Perdão, talvez seja eu a te pedir
Perdão, de ti não quero ouvir
Na nossa insensatez
A culpa, se existiu, se desfez

A  "brabeza" de um instante
Se transforma e se esvai
Quando o pulsar do coração
Se transforma em oração

Ecoa, então a voz de Deus
Lembrando a nossa fragilidade
No caminhar sem nos darmos as mãos
Ao depararmos com as nossas verdades

Ei, sou eu quem te chama
Lá do fundo da minha alma
Gritando alto em meu clamor
Expondo ao mundo (por você) o meu amor...

(Nane - 18/09/2018)

sábado, 15 de setembro de 2018

ROUNDS

O ringue do meu tempo (hoje hoctógono)
Se expõe, se abre e se oferece
Subo, determinada a vencer
Num golpe só, vou à lona
Tenho tanto o que aprender...

As vozes, as luzes, o holofote
Tonteiam minha mente vazia
Tão cheia de dúvidas cruéis
Que pesam meu corpo dolorido
Cada vez que tento levantar

O fígado já esmorecido
Dos golpes que a própria vida dá
Parece se derreter, se esvair
É complicado ficar de pé
Mas do nocaute tenho que sair

O juiz conta devagar
Enquanto meus pensamentos
Embaralhados tentam divagar
Se vale a pena continuar
Ou a toalha...jogar

Cansada e tonta me levanto
O show não pode parar
A vida disposta a bater
Eu, exposta para apanhar
Vamos ver no que vai dar

(Nane - 15/09/2018)


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

SEM MAIS NADA

Queria escrever
Tão além do que posso
Mas minha limitação
Proíbe meu dizer

Queria dizer
Tão além do que escrevo
Mas minha limitação
Cala a voz que não tenho

Queria expandir (ou explodir)
Mas o colapso, por fim
Apazigua a lava incandescente
Gelificada dentro de mim

Me conformo e escuto uma canção
Fingindo domar minha emoção
Amanhã, depois do meu adormecer
É provável o meu esquecer

Dias e dias, anos e anos
Passo sem olhar para trás
A vida não perdoa desenganos
Viver ou morrer, tanto faz

O ciclo é cíclico
Um vem e outro vai
Nada, nem ninguém é acíclico
No fundo, tudo se esvai

Queria não dizer
Tanta besteira rimada
Num poema a envaidecer
A vida... sem mais nada

(Nane - 14/09/2018)




quinta-feira, 13 de setembro de 2018

UM DIA SÓ

Um dia, a vida seguirá sem mim
Não mais estarei aqui
Sequer sei se em algum lugar estarei
E se realmente vivi, me perguntarei

Um dia, sem mais nenhum compromisso
De onde estiver, sorrirei
Ao entender que foi por um só instante
Que em lágrimas me debulhei

Um dia serei altiva
A todos complexos da vida
Quando finalmente entender
Que o que conta é só viver

Um dia, não mais sentirei dor
Mas trarei comigo a prima flor
Dos dias em que aqui eu cultivei
Todo o saber que nesse dia eu saberei

Um dia, serei apenas o que sou
Ainda que eu mesma (hoje) não entenda
Que isso faz parte do meu show
E por isso, a minha louca contenda

Um dia, serei livre feito uma gaivota
Que sobrevoa os mares sem limites
Mas de suas rotas, devota
Feito as loucuras dementes

Um dia, eu sei, chegará o meu final
Que espero, esteja distante afinal
Mas que seja um momento relevante 
Em que a vida se deu por um (único) instante.

(Nane - 13/09/2018)


NÃO

Não me aperte, me abrace
No calor tão necessário
Que envolve a minha alma
Pela sua, seduzida

Não me diga, apenas escute
O que diz meu coração
Que bate acelerado
Quando sente tua presença

Não ignore meus sentimentos
Apenas deixe que fluam
Para que eu me fortaleça
Do amor de que sou capaz

Não deixe que eu me perca
Por não mais saber amar
O amor além do amor sublime
Que só a ti eu dediquei

Não faça de mim poesia
Dura, concretada em melancolia
Pronta a explodir
Em versos germinados à eclodir

Não peço nada além desse querer
Tão meu, independente de você
Deixa só eu te olhar
Sem nada almejar

Não ligue para nada do que digo
São frases jogadas ao vento
Criadas sem nenhum discernimento
Preocupadas (apenas) com as rimas que invento

(Nane - 13/09/2018)


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

SÓ UM MENINO

Talvez você não entenda
Mas isso pouco importa
Talvez você nem goste
De ler (ou receber) uma poesia

Ainda assim te digo
Nas minhas entrelinhas
Que andas sempre comigo
Ainda que distante

Eu, que te vi tão menino
Pergunto, onde foi que te perdi
Louco, sem propósito e exuberante
Tão pouco consigo te sentir

Idiota, imbecil, mas tão menino
Escancaro teus limites ultrapassados
Na busca inverossímil e sem propósitos
De uma verdade mentirosa

Ah essa vontade de acolher
No seio do meu próprio ser
O homem que não sabe ser menino
Por não saber o que fazer

Nem sei o porquê de te escrever
Apenas me deu essa vontade
Só precisava que você
Soubesse que eu amo você

(Nane - 12/09/2018)


TE PROCURANDO

Sou eu, que na noite escura
Vago pelos corredores
Da minha própria existência
Sem ter muros para me ancorar

Reflito, em minhas próprias bases
Fundadas em meus princípios
Ladeados num cimento areado
Dos meus nefastos pecados

Refaço meus caminhos no deserto
Por onde andei sem nenhuma noção
Te vi tão perto de mim
Miragem, pura ilusão

Gritei no mais alto do meu tom
Tentei agarrar a sua mão
Sobrevivência era a minha questão
Silêncio, vazio, nenhum som

O que foi que eu fiz
Por favor, vem aqui e me diz
Não, não é rebeldia
É só minha mente baldia

Penso no tempo que perdi
Penso em tudo o que vivi
A possibilidade da diferença
Nos princípios da minha crença

Um turbilhão em minha mente
Me diz que nunca fui presente
Na minha própria jornada
Hoje, dolorosamente escancarada

Agora é a hora da virada
O que passou, se foi, não volta mais
Deixa ficar para trás
A vida...começa agora

Vem me encontrar...

(Nane - 12/09/2018)


SENSIBILIDADE POÉTICA

Ser ou não ser
Eis a questão
Dizer ou não dizer
O que dita o coração

Expor seus sentimentos
À meros julgamentos
De quem, quase sempre não capacitado
Julgará sem discernimento

O poeta se acabrunha
Não rima seu pensamento
A vida insensata
Discursa em prosopopeia

Subterfúgios da alma
Sensível e desembestada
Sem um curso metrificado
Rabiscando sem cabresto

Seu rio de lavas incandescente
Dita as palavras em lavas
Por vezes um tanto indecentes
Por outras, não dizem nada

E o poeta se espelha
No dizer ou não dizer
Calar, talvez seja o melhor
Mas ele não consegue se conter

Deixa escapar nas entrelinhas
Proposital em sua mente
A dor que deveras sente
Camuflada em tuas rimas

Mente, dizendo verdades
Que de sua boca, jamais sairia
Finge que nada vale a pena
Transforma tudo em poesia

Ser ou não ser
Eis a eterna questão
Dizer ou não dizer
O que dita o coração...

(Nane - 12/09/2018)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O PRESENTE

De presente ganhei
Um manuscrito
Que se não bem escrito
Foi escrito tão bem

Arrancou-me lágrimas
De alegria e esperança
As letrinhas desenhadas
De formas descuidadas

Letras tão bem pensadas
Deixando perceber em seu teor
Toda uma profundidade
De um grande amor

Ganhei de presente uma missiva
Quase borrada por minhas lágrimas
Ao interpretar nas entrelinhas
O poder sagrado do coração

Que quando aliado à oração
Faz de nós, pobres mortais
Guerreiros de Deus determinados
À vitória consagrada 

Ganhei de presente o melhor
De tudo o que poderia desejar
Agora é adubar esse amor
E dele, eternamente...cuidar

(Nane - 10/09/2018)



domingo, 9 de setembro de 2018

A ARTE DO SONHAR

Solidão
Espaço vazio
Fumaça moldando
Figuras etéreas

Sob o olhar também vazio
Sem nada enxergar
Pesando um tudo
No silêncio soturno

Portas abertas
Em cômodos vazios
Tão cheios de lembranças
Do que não volta mais

A garganta arranhada
Pela tosse crônica
Quebrando o silêncio
Em meio a madrugada

Lágrimas livres
Escorrem pela face
Sem nenhuma preocupação
Sem nenhuma ilusão

Pensamentos dispersos
Não conseguem se fixar
Nas vozes que veem da tv
Ligada para as paredes

O cansaço há de derrubar
O corpo pedinte do descanso
Logo após o banho escaldante
Precedido de tantos copos de cerveja

Ninguém pode compreender
A solidão além do seu próprio ser
Quando repleto o salão
Rodopia numa valsa sem par

O fechar dos olhos refresca
O momento do estar consigo mesmo
Quando conta a sorte do sonhar
Que a vida é um eterno bailar...

(Nane - 09/09/2018)


A FORÇA DO OLHAR

Então te olho
Não mais com o olhar
Que te olhei outrora
Mas com os olhos que me restaram

Turvos e com cataratas
De cores hesitantes
Entre o negro e o castanho
Adornados pelo branco avermelhado

Saltam as pupilas enegrecidas
Sem mais um foco fixado
Destoando em seu tamanho pontual
Nas sensações do que por elas são refletidas

Olham como se não vissem
Ou veem o que não existe
No frigir de suas piscadelas
Na busca (as vezes) de pura hidratação

Perdem o seu viço 
Feito o peixe na feira livre
Que tem o olhar no horizonte
Do mar perdido no fatal instante

É assim o meu olhar no teu olhar
Que sequer percebe que estou a te olhar
Ainda que sem a força do olhar
Que pelo teu olhar se deixou apaixonar

Então te olho...

(Nane - 09/09/2018)


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

UM SER ESPECIAL

Não é seu aniversário
Nem tão pouco Natal
Não é nem mesmo um dia especial
Mas te "rabiscar"
Para mim é essencial

Menina (para mim eternamente)
De fala mansa
Centrada e determinada
Focada na profissão
Que exerce com o coração

Menina que não me chama de mãe
Mas é irmã do meu filho
Menina de quem eu sou madrinha
E dela tanto me orgulho
Por ser minha eterna menininha

Menina que por vezes me faz pensar
Nas voltas que a vida dá
Quando olho para o passado
E te vejo tão pequenininha
Hoje, mulher feita e tão minha

Menina que me faz voltar atrás
Reconhecendo que é sim(hoje), um dia especial
Posto que me veio a inspiração
Para "rabiscar" a emoção
Do saber que você me é... fundamental

Eu sei e você sabe
O quanto nos amamos
O quanto nos precisamos
Eu sei e você sabe
Isso, é o que nos basta

(Nane - 06/09/2018)


FANTASMAS DA MADRUGADA

Na minha loucura
Me deixo levar
Sem saber quando parar
Ou mesmo se devo parar

Revejo espectros
De seres imbuídos
Em ideias dissonantes
Sem passarem despercebidas

Assopram e insistem
Enquanto finjo não entender
Visitam meus sonhos
Me forçando ao não dormir

Típicos de mim
Se enfadonham por preguiça
E se esvaem na penumbra
Do meu sono chegado ao fim

Me enfureço e destoo
Destes seres abomináveis
Que se são os meus fantasmas
Não me assombram mais

Fracos seres da madrugada
Que na infância é bicho papão
Crescente vira assombração
E agora, não passam de mera desilusão

Já não me servem de companhia
O medo me abandonou
Meus fantasmas perderam sua magia
A insônia foi o que me restou...

(Nane - 06/09/2018)


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

2018 - UMA ODISSEIA PERDIDA

Luzia
Perdeu-se nas cinzas
Fora do sarcófago
Levados ao vento

As entidades naturais
Sem vergonha na cara

Tirou das "moças novas"
Dos índios Ticuna, a máscara


Preguiças gigantes
Passadas por dinossauros
Se perderam na fumaça
Que as levaram

As múmias, enfim cremadas
Mantiveram seus segredos
De milhões e milhões de anos
Guardados

Dom Pedro entristeceu
Ao ver o desdenhar
De seus pupilos malditos
Sempre dispostos ao ganhar

A cesta dos mortos sentados
Agora queimados
Virou poeira misturada
De uma história não mais contada

Restou um Bendegó
Meteorito marciano
Para quem sabe (re)começar
Outra odisseia no espaço...

(Nane - 03/09/2018)


SÓ UM CRISTAL

Frágil cristal
Carregado por mãos
Focadas, mas trêmulas
No estilhaçar de um tropeço

O peso da responsabilidade
Carregada nas costas
Arriando em cada passo
A estrutura embasada

Enfraquece o pensamento
Fragiliza a vontade
Vertem os joelhos
Do mouro à divindade

Subjugado ao medo
No fio da navalha
Feito o bêbado e a equilibrista
Dançando na corda bamba, sem sombrinha

Intacto o cristal
Guardado pelas mãos
Segue em seu pedestal
O rumo da sua procissão

Importa chegar ao seu final
O santo em seu andor
Sem quebrar o cristal
Que reflete o seu amor

À César o que é de César
À Deus o que é de Deus
Cristal, que seja o teu final
O reservado para ser o meu

(Nane - 03/09/2018)



domingo, 2 de setembro de 2018

DELÍRIOS DE UM POETA

Então é assim
Que me vejo, me sinto, me abro
(Ou fecho)

Feito a semana que se acaba
Sem nunca compreender
Se na realidade, começa

Escuto, respiro e espero
O tempo do tempo do saber
Onde a magia se fará acontecer
Na sutileza de mais um amanhecer
(Ou anoitecer)

Onde o que importa é viver

Refugo
Em meus atos decisivos
De meu pré julgamento
De um certo e um errado
Na consequência taxativa
Que apresenta sua conta

O medo se mistura
Com a insegurança da certeza
De que o meu certo está errado
Será mesmo que o errado
Era de fato o meu certo
Perdido em desencontros

Então me sinto na ebulição
Fervente e sem noção
Das bolhas que estouram
Derramando pelas bordas
Apagando o fogo que as alimentam
Resfriando meus instintos

E nessa confusão
Tento dirigir a minha vida
Sem me importar tanto com o certo
Me desligando do errado
Vivendo a cada momento
O presente do meu futuro

(Nane - 02/09/2018)

POESIA CALADA

Sem vontade de escrever
Sem mais vontade (ainda) de adormecer

Vago pelas teclas do computador
Em busca do que dizer

Não para quem vier ler
Mas para mim mesma
Que nesse instante
Em nada consigo pensar

Meu lírico egoísta
Se prende e se perde
No intrínseco de si mesmo
Sem perceber o exterior

Meu olhar vagueia pelas letras
Salteadas fixamente num mesmo lugar
Desafiando a minha mente
No juntá-las ordenadamente

A poesia "manga" de mim
Por me saber sem inspiração
Por estar aparvalhada assim
Por ela, sem tesão

Hoje, nem mesmo um copo de cerveja
Ou a baforada de um cigarro
Me faz ter a destreza
De um poema, ainda que bizarro

O espetáculo do céu estrelado
Me atrai e me conduz
À rede exposta na madrugada
Onde a poesia recita calada...

(Nane - 02/09/2018)




quinta-feira, 30 de agosto de 2018

EU NÃO SEI REZAR

Eu não sei rezar
Como manda o figurino
Deus, meu Deus
Tenha piedade de mim

Te aceitei como meu pai
E é assim que sei te amar
Mesmo em meus momentos de rebeldia
Com você, eu gosto de conversar

Me ensinaram tantas rezas
Orações e preces
Não levante a sua voz
Não blasfeme, e se ajoelhe

Me cobram humildade
Sem que eu tenha arrogância
Me dizem que sou o teu espelho
Me falam da tua onipotência

São tantas contradições
Que nem gosto de pensar
Sem horário para te perturbar
Gosto de te instigar

Dizem que tenho o dom da poesia
Se de fato é verdade
Ele (o dom) foi presente de você
É só assim eu sei rezar

Me perdoe a sinceridade
Sou filha da tua própria criação
Se eu não sei rezar
Faz da poesia, a minha oração

(Nane - 30/08/2018)

A PAZ

A paz...
Deixou em mim, saudades
Do tempo em que eu não sabia
Que ela existia

O medo, quando chegava
Temia a minha mãe
E se mandava ligeirinho
Num afago, num carinho

O escuro, meu maior terror
Se dissipava em meus sonhos
Que andava de mãos dadas
Com a rapidez do meu sono

E no amanhecer
Sequer lembrava eu
Que tive algum medo
Que algo me assustou

A paz...
Que eu nem sabia que tinha
Se travestia de brincadeiras
Nas travessuras que eu fazia

A lua, me instigava fantasias
Do guerreiro e seu dragão
Que eu nunca entendia
Qual era a solução

O sol, era promessa de brincadeira
Cada vez que ele nascia
A chuva, essa era a chata
Que dentro de casa me recolhia

A paz...
Era tão simples e perfeita
Que nunca percebi
Que eu era feliz e não sabia...

(Nane - 30/08/2018)

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

FOLHA VAZIA

A folha vazia
Divaga frustrada
Por não virar poesia
Por estar vazia

Pensa nas outras tantas
Tão vazias quanto ela
São tantas num só lugar
Sem saberem que fim vão levar

A folha vazia
Só queria ser poesia
Mas o caderno fechado
Tão pouco se abre

O que virá em mim
Pergunta a folha vazia
Talvez problemas matemáticos
Ou a solução de uma ciência

Queria mesmo  guardar uma poesia
A pobre folha vazia
Enfileirada lá para o meio
Do caderno fechado

Passados tantos anos
O caderno embolorado
Afinal se abriu
Bem na página vazia

A avó lhe arrancou
Fez um avião de dobradura
Deu para o menino brincar
E a folha vazia...voou

(Nane - 27/08/2012)


LUZES QUE BRILHAM

As luzes que brilham
No olhar de quem olha
Com a doçura do amor
Só dos que amam

Confundem-se com as estrelas
Com a lua e com o sol
E como o arco-íris
Escondem um tesouro

Cintilam os olhinhos
Do cãozinho saudoso
No reencontro com o dono
Na explosão da alegria

Refletem a saudade
Os olhos do pai
No reencontro com o filho
Que o destino separou

Vertem as lágrimas
Transbordante de felicidade
Na mãe saudosa
Do filho em seus braços

Sorriem os olhos
Brilhantes de emoções
Quando finalmente se reencontram
Os dois corações

São luzes que brilham
Em promessas silenciosas
De seres comprometidos
Na vida em comum

(Nane - 27/08/2018)





domingo, 26 de agosto de 2018

NO VÃO DA VIDA

Reciclo tudo
Móveis, comida, roupa
Plásticos, pneus, papéis
Até a bosta é reciclável

Mas a merda do tempo
Esse #filhodaputa
Passa, passa, passa e não volta
Insistindo em parar..

No exato momento
Em que deveria passar
E nunca mais voltar...

Teima em ficar
Cravado na memória
Num tempo em que não mais existe
Nem nunca mais voltará

Tempo em que a felicidade
Alugou e fez morada
Sendo depois despejada
Deixando de fiador a saudade

Na vida que se finda
Sem forças para lutar
Num novo recomeçar

Tempo que nunca se recicla
Perdido no vão da vida
Do próprio tempo que não volta mais
Restando lembranças do que se foi

O que se foi não volta mais
O que vier, será vivido
Deixa ir o que morreu
Deixa viver o que virá

Tempo do que sem tempo
Corre em busca de um tempo
Em que ser feliz, ainda é tempo...

(Nane - 26/08/2018)