sábado, 31 de dezembro de 2011

O novo tempo


O novo tempo começa amanhã
Que traga com ele a esperança
De continuarmos firmes na luta
Sabendo que a batalha é árdua
Mas que somos fortes o suficiente
Para vencê-la...

Que o novo tempo nos permita
Andar de mãos dadas com Deus
E não temer jamais nossa jornada
E mesmo quando tudo parecer perdido
Que possamos na fé, sentirmos a vitória
Que certamente virá...

Que o novo tempo nos faça amigos
Independente de quem seja nosso amigo
Que saibamos amar e proteger
O semelhante que por nós cruzar
Sem que esperemos com isso lucrar
Que saibamos amar só por amar

Que o novo tempo traga na alegria
A força para que administremos na tristeza
A sapiência da necessidade de um sorriso
Ao semelhante que precisar
De um abraço reconfortante
Para vencer um mau instante...

Que o novo tempo nos faça fortaleza
E permita que encontremos um porto seguro
Quando a fragilidade nos encontrar
Que seja enfim um novo tempo
Em que o amor sobreviverá
E a paz, ainda que haja as tormentas
Possa sempre reinar...

Que o novo tempo seja repleto
De saúde e muito amor!

(Nane-31/12/2011)



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Orgulho Portelense

Carnaval já vem chegando
Minha escola está se preparando
E não importa se ela não ganhar
Portela é minha eterna campeã

A cidade se prepara
Madureira se agiganta
Sapucaí de roupa nova
A alegria está de volta

Velha guarda iluminada
Cozinha a feijoada
Ensaia a garotada
O futuro e o passado
Sob as asas da águia amada

Portela vem aí
Falar de Salvador
Entra altaneira na Sapucaí
Desfilando muito orgulho e muito amor

Carnaval já vem chegando
E eu me preparando
Deixa a Portela passar
Deixa a minha escola brilhar

Portela vem aí
Falar de Salvador
Entra altaneira na Sapucaí
Desfilando muito orgulho e muito amor

(Nane-30/12/2011)

Boemia e poesia

Ei boemia
Estou voltando pra você
João Nogueira já dizia
Que malandro não morre de amor
Aproveita a sua dor
E escreve um samba de amor

Ah boemia
As noites de belas companhias
Nos barzinhos onde o samba impera
Lá pelas bandas da Portela
Até o dia amanhecer

A Lapa de tantos amores
Onde um cavaco e um violão
Faz disparar o coração
De quem canta o samba batucado
Nas mesas de cerveja regadas

Ah minha velha amiga boemia
Estou de volta aos seus braços
Cantando e compondo meus amores
Nos versos criados em seus abraços
Nas noites de magias e poesias
Que só se encontra na boemia

Vou de encontro a felicidade
De saber viver de verdade
De batucar um samba numa mesa
Regada de muita cerveja
E de deixar a noite me levar
Pros braços de quem quiser me amar

Ah boemia....és tu a minha poesia

(Nane-30/12/2011)

Tela de poesia



Se um pintor eu fosse
Seriam minhas poesias telas
E quantos quadros teria para pintar
Quantas cores para misturar

Com certeza não teria um só estilo
Pintaria o surrealismo colorido
Quando meus rabiscos sem rimas e sem métricas
Fluíssem do fundo de minha alma

Retrataria o bucólico na tela
Quando minhas mãos escrevessem
Sobre estar apaixonada
Em poesia dedicada a pessoa amada

E faria exposição do gótico
Quando a ira me invadisse
Num rabisco sem lirismo
Na loucura mergulhada

Exporia minhas telas num museu
Como um livro fechado na estante
Onde só quem poderia ver
Seria quem "soubesse" ler

Se eu fosse um pintor
Jamais pintaria o rosto seu
Pois foi tanto que te rabisquei
Que as cores, com as dores... misturei

Hoje a tela está vazia
E não vejo mais a poesia
O pintor perdeu a mão
E o poeta...o coração

(Nane-30/12/2011)



Nane só

Carrego a minha sina de ser só
Não guardo mágoas e nem rancores
Estou cercada de pessoas
Mãe, filho, irmãos e até mesmo um neto
Mas continuo só...em meio a todo mundo
Uma amiga tem por máxima
Dizer-se ser ela só, mas nunca sozinha
Inverto a situação e me digo Nane só
Embora não seja só Nane...
Poeque em mim moram tantas
Que as vezes me pergunto quem sou de fato
Por ora a rabiscadora
Por outra uma menina assustada
As vezes uma mulher determinada
A mãe, a filha, a louca, a irmã
Sou tantas e todas tão só...
Mas se é a minha sina
Cumpro-a com determinação
E enquanto eu viver será assim que há de ser
Embora seja tantas, serei sempre Nane só

(Nane-30/12/2011)

O show tem que continuar

A vida da gente é assim
Simples de viver é fácil de complicar
Não importa se não der certo
O importante é viver
Deixa a vida acontecer
E viva cada momento
Como se não fosse mais viver
Não importa se tudo deu errado
Amanhã a gente tenta outra vez
E um dia...tudo irá acontecer
Por amor não se deve morrer
E nem tão pouco pela grana curta
O amanhã pode te surpreender
E te fazer viver momentos de prazer
Deixa a vida acontecer
Se hoje o choro te domina
Amanhã o sorriso poderá aparecer
Tal qual o dia que surge ensolarado
Após a noite de tempestade
Então deixa a vida acontecer
E tente não muito complicar
Respire fundo e esteja pronto
Para de novo começar
Porque a vida é como um show
E enquanto vida você tiver
Ela tem que continuar
Vivamos então...

(Nane-30/12/2011)

Passagem de ano

Final de ano é sempre assim
Gente no mar fazendo oferendas
Pedindo à Yemanjá ou ao Senhor do Bonfim
Paz, amor, saúde e felicidade

Praias cheias e gente alegre
Rios e cachoeiras
Cascatas e riachos
É tempo de sincretismos

Vale a fé e a festa
Vale a beleza das tradições
Tudo é válido e bonito
Nas despedidas e saudações

Os fogos e os shows
As luzes e canções
Viva essa gente bonita
Viva o ano das premonições

Final de ano é assim
Velhas promessas que se renovam
Sabendo que ninguém há de cumprir
E mesmo assim...eu prometi

Que a felicidade se apresente
Que a saúde nos encontre
Que a paz nos faça companhia
E para todos nós...feliz velho ano novo!

(Nane-30/12/2011)

Feliz ano novo!

Que venha o ano novo
Que venha a esperança
Que me faça companhia
Que me dê a sua mão

Que eu deixe em 2011
Todas as mágoas e dores
Todos os meus dissabres
Todas as tristezas e depressão

Que eu possa ser feliz
Que aprenda a me amar
Que sequem as minhas lágrimas
Que desabroche meu sorriso

Que venha o ano novo
Só umpouquinho melhor
Que eu possa ter forças
E não desistir de lutar

Que eu possa para de pensar
Em coisas que se foram
Para nunca mais voltar
E seguir sem lastimar

Que eu, no meu egoísmo
Possa ser atendida
Mesmo que incompreendida
Nos pedidos e desejos só por mim

Que venha 2012
E se o mundo for acabar
Que eu possa morrer sorrindo
Por deixar de te amar

Feliz 2012 para mim!

(Nane-30/11/2011)

Grito do silêncio



Quando você vai entender
Que sem você não sei viver
Olha só um pouquinho pra mim
Não deixa eu acabar assim

Você fez de mim um turbilhão
Me colocou culpas nas costas
Me fez viver coisas que não sei explicar
Me ensinou a amar...e a me acabar

Hoje não valho o pão que como
Me perdi na estrada que tracei pra mim
E numa linha retilínea e sem fim
Consegui me perder de mim

E pensar que um dia
Sem nenhuma malícia
Era eu quem tinha as rédeas
E ditava as regras

Quando será que vai me perdoar
E esquecer todo esse mal
Te juro, pensei que te fazia bem
Te compensei apenas por te amar

Você me derrubou
Me fez te amar e te querer
Não sei se é só por teu prazer
Mas você sabe me fazer sofrer

Me deixa te deixar
Me deixa te esquecer
Não me deixa terminar
Insana...sem você

Isso é um S.O.S
Não faz assim comigo
Escuta meu grito silencioso
Antes que seja muito tarde
E então...me esqueça de verdade

(Nane-30/12/2011)



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O toque


Pearl Jam não toca mais aqui
Emudeceu no celular
O toque que eu espero
Não quer mais tocar

São toques vazios
Que não consigo mais escutar
Se não tenho mais
Quem vai me chamar

Pearl agora vai tocar
Num outro celular
Que não mais no meu

Mudou de rota a canção
Que me fazia saltar o coração
Cada vez que ele tocava
E eu sabia de quem se tratava
Apenas pelo toque
Eu corria para ouvir
A voz guardada no coração

Eu sabia de quem se tratava
Agora Pearl não toca mais

A música se calou
O celular que sempre chama
Com toques que não me importam
Não fazem vibrar meu coração
São toques normais que chamam
Pessoas com quem falo naturalmente
Mas não me fazem vibrar o coração

Porque Pearl Jam não canta mais
Porque não pode cantar mais
Porque Pearl Jam silenciou
Porque...porque

(Nane-29/12/2011)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Teus mistérios

Fascinam-me os teus mistérios
Mergulho em teus olhos e nada sei...
Tento te decifrar...mas devoras-me
No simples piscar do teu olhar

E é justamente este mistério que me ata à ti
Prende o pensamento que já não coordeno
Pois tenta o dia inteiro, sem sucesso
Desvendar o que está por trás do teu olhar

São teus mistérios que me faz sonhar,
Desejar, arder na febre enlouquecida,
Perder o equilíbrio no desejo insano
De desvendar você por um só instante

Teus mistérios subjuga meus pensamentos
Faço juras que não cumpro
Enfeitiças minhas vontades
Seduzes e alucinas todo o meu querer

Sou fantoche manipulado
Pelo mistério do teu olhar
Que guarda no teu íntimo
A verdade que talvez
Nem você consiga ver

Teus mistérios fazem parte de você...

(Nane-28/12/2011)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A alma do mar


Quanta vida vive no oceano
Quanta vida deixa a vida no oceano
São algas e peixes, flora e fauna
O mar é fonte de tudo...
Nas águas que banham os corpos
Que brincam alegres e mergulham
São as mesmas águas que levam embora
Os sonhos de quem vê partir lá distante
O barco que navega rumo ao horizonte
O amor perdido que vai embora
São águas que levam pro fundo
O corpo perdido de quem se afoga
E esconde os mistérios dos náufragos
Que passam pra história da morte
No fundo remanso do oceano...
O mar esconde na escuridão
As águas bravias da noite
Que deixa só o relfexo da lua
Iluminar paralela como uma rua
Num facho de luz a brilhar
É esse oceano de tantos mares
De tantas praias e lugares
De tanta gente presente
Que fascina e deslumbra
Por seus encantos e mistérios
Mar de alma feminina
Com o poder do prazer
E da total destruição...

(Nane-27/12/2011)


Em busca de mim

Vou em busca de um lugar
Onde eu encontre a minha paz
E possa receber os amigos
Que na vida eu fizer

Vou em busca de peixes
No lago que eu pescar
E dos pássaros que pela manhã
Vierem em bando me acordar

Vou em busca de um cantinho
Onde o perfume do campo
Possa me inspirar
Para novos rabiscar

Eu quero um lugar só meu
Onde reencontre o meu verdadeiro eu
Me despir da máscara de ferro que trago na face
Cansada das marcas que a vida me impôs

É nesse lugar de vida simples
Que eu quero compor canções
Que exaltem as belezas da natureza
E quem sabe, as minhas próprias belezas

Eu quero só um lugar
Onde eu posssa me amar...

(Nane-27/12/2011)


Além de mim

Eu quero ir além do que posso
Não me deixar reter por nenhum obstáculo
E se eu me perder num caminho qualquer
Volto atrás e retomo a procura
De onde de fato eu quero chegar

Sou eu quem faço o meu caminhar
Quem sabe de mim e do que quero encontrar
Respondo por cada gesto e palavra que venha de mim
E não temo as consequências que fatalmente virão me cobrar
Sou dona do meu ser, meu eu é meu
E vou além do que eu mesma possa imaginar

Meu tempo é tempo que o tempo não tem
Quem faz com ele o que quer, sou eu
Não deixo que ele conduza meu jeito de ser
O tempo é só o meu próprio desabrochar
Na vida que sei...vai um dia passar

Por isso vivo intensamente
Cada minuto do tempo que criaram
Me jogo de peito aberto naquilo que quero
Por não saber se terei de novo essa chance
De fazer o que julgam ser insanidade minha
Mas é o que quero e pelo que, luto enquanto puder
Por que eu vou além do que posso

Verdade que na maioria das vezes, quebro a cara
Me arrebento e arrebento meu coração
Ouço e vejo o que não quero, e sei...vai doer
Mas gosto do meu viver assim
Sabendo que só me arrependerei pelo que fiz...tentei
Não quero o gosto da dúvida me corroendo
Por não saber que resultado eu teria se tentasse
O que a covardia e o medo me impediu de fazer

Eu vou além do que posso...

(Nane-27/12/2011)


Nos trilhos do trem

Na estação do trem
Embarquei numa viagem solitária
E no percurso fui olhando tudo em volta
Vi gente dormindo nos bancos da estação
E gente brincando com bola de papelão
Em cada curva, uma nova visão
De gente que vive sem distinção
É o subúrbio da grande cidade
Dizendo em gestos simples
Como ter a tal felicidade
Vi gente se abraçando e se beijando
Nos becos que desembocam nos trilhos
E outras se refrescando nas águas
Que jorravam de canos arrebentados
Meninos soltando pipas nos descampados
Por onde o trem apita os saudando
Enquanto a vida passa ligeira
Nos trilhos do trem do subúrbio
Vi gente se drogando e de outros tomando
É lá que a vida acontece e o povo vive
Sem requintes e sem luxo
Vivendo a vida que é possível
Na periferia dos trilhos do trem
Que apita e passa ligeiro
Enquanto a vida segue assim...

(Nane-27/12/2011)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Seus olhos



Seus olhos tão claros
Tão límpidos
Tão expressivos
Tão frios, tão lindos

Seu olhos que falam
Que sabem dizer
Que me fazem sofrer
Que me dizem não mais querer

Seus olhos são o espelho
De tudo o que és
De tudo o que diz
Sem a boca abrir

Seus olhos são como o lume
Que se apagaram pra mim
Não refletem mais o carinho
Que sentias por mim

Seus olhos são flechas
Que fincam no peito
Fazendo sangrar
Até meu coração dilacerar

Seus olhos que antes
Sorriam pra mim
Me dizem agora
Friamente que é o fim

Seus olhos tão belos
Fecharam para mim
A esperança da vida
Me deixando assim

Seus olhos...
Não me olham mais

(Nane-26/12/2011)

Nane, apenas Nane...



Amanhã eu voltarei
E quem sabe de novo sorrirei...
Voltarei para a vida que eu tinha
Para as brincadeiras que brincava
Para as pessoas que deixei
No caminho por onde passei
E que sem perceber...perdi

Amanhã eu voltarei
Aos lugares por onde passei
E fiz amigos apenas por fazer
Sem nenhum interesse ter
Amigos com os quais tive prazer
Simplesmente por com eles conviver

Amanhã eu voltarei
A ser quem sempre fui
Antes de me deixar levar
Por estradas tão cheias de curvas
E cruzamentos sem direção
Que me fizeram perder a noção
Do caminho da verdadeira liberdade

Amanhã eu voltarei
A ser a pessoas que eu era
Antes de me deixar envolver
Por lugares que pensei conhecer
E que na verdade, só fiz me perder...

Amanhã eu voltarei
A ser Nane...apenas Nane...

(Nane-26/12/2011)

Sem poesia

Hoje, eu não tenho mais a poesia
Meus rabiscos são meros rabiscos
Que falam de tristezas...
Já não encantam quem os lêem
São devaneios quase sem sentidos
Hoje meus rabiscos são pouco mais
Do que lamentos
Não valem à pena serem lidos
São frases soltas numa tela fria
Dramalhões à mexicana (me perdoem os mexicanos)
Dignos de serem esquecidos
Se em folhas estivessem
Numa estante empoeirada
Sem nenhuma serventia
É onde estariam
Hoje já não faço mais poesia
Só relato meus fracassos
E os lamentos de mi'alma
Mas isso não interessa a ninguém
Então vamos combinar
Não escrevo para você
E você não vem me ler
O blog é público e pode até comentar
Mas eu rabisco os meus dramas
E você vá ler poesia onde quiser
Eu não faço mais poesia
Escrevo só para sobreviver
Hoje a poesia foi de encontro ao por do sol
E a mim...restou a chuva que cai lá fora...

(Nane-26/12/2011)

Na beira do mar


Vou para a beira do mar
Esperar o ano novo
Pedir para Yemanjá
Força para continuar

Vou para a beira do mar
Pular as sete ondas
Esperar que a vida se renove
Antes que eu deixe de sonhar

Vou para a beira do mar
Tentar a tristeza tirar
Do corpo que vou molhar
Na noite em que o ano novo vai chegar

Vou para a beira do mar
Pedir a benção de Yemanjá
Quem sabe ela não abra meus caminhos
E me faça seguir em paz sozinho

Vou para a beira do mar
Na noite da vida nova
Vou tentar no mar afogar
A dor que teima em não me deixar

Vou para a beira do mar
Onde num ritual vou me lavar
Vou mandar embora o passado
E aguardar com esperança o futuro que virá

(Nane-26/12/2011)

Poesia perdida



Ah poesia...
Onde foi que eu te perdi?
Já não consigo rabiscar
Com prazer, com alegria...

Ah minha poesia...
Não passas de um amontoado
De palavras sem rimas
Que nada querem mais dizer

Vou rabiscando só por rabiscar
Mas não encontro mais prazer
Nas rimas que não sei fazer
Com as palavras do verbo amar

Olha quantas coisas vãs
Inúteis e vazias
Não são coisas de mente sã
Falta na poesia, a alegria

Vou seguindo rabiscando
Simplesmente por ser hábito
Mas a magia está se acabando
São rabiscos quase metálicos

Me surpreenda poesia
E traga-me de volta por companhia
A vontade e a magia
De rabiscar com alegria

Ou talvez, quem sabe
Me faça de tudo esquecer
Faça com que não tenha mais vontade
De fingir que estou a escrever

(Nane-26/12/2011)

Do meu quarto



Da janela do meu quarto observo
Lá fora a chuva que cai
É chuva de verão...
Cai macia, mas não esfria
E a passarada toma banho
Cantam e encantam na chuva de verão
As flores sorriem e se limpam
Tornando mais colorido suas cores
É chuva abençoada de verão
Que a natureza agradece ao criador...

Da janela do meu quarto observo
E não percebo uma lágrima que rola
O gosto salgado vem me atentar
Seco a face e volto a observar
A chuva macia que teima em cair
Finjo não estar triste
É preciso saber viver
É preciso continuar a caminhada...

Da janela do meu quarto observo
A vida que vai passando
Esperando de mim a reação
Mostrando que a chuva vai levando
Tudo o que não devia estar aqui
E que quando o sol de novo brilhar
As sementes que irão germinar
Estarão lavadas e fertilizadas
Com o amor universal
Prontas à frutificar
Depois que a chuva passar...

Da janela do meu quarto...eu observo

(Nane-26/12/2011)

Acabou o Natal

Foi-se o Natal
E com ele o decantado espírito
Voltam ao normal as pessoas
Deixam cair as máscaras
De bonzinhos e benevolentes
Agora é cada um por si
Quem puder que se defenda
A selva está de volta
O Natal já passou...

O menino Deus já é nascido
Vai ser difamado e perseguido
Por sua causa, crianças morrerão
Enquanto ele não for encontrado
Morrerão sob as marquises das cidades
De fome e de disparo das armas 
Exterminadas nas portas das igrejas
Candelária, Candelária...

O menino Deus já é homem
Considerado louco e insano
Caçado e indesejado
Gentileza sabe disso
O louco da rodoviária
Que virou personagem da loucura
Por pregar a palavra do menino Deus
Nos pilares do entorno....

O Natal se foi
Seu espírito embarcou
E a selva está de volta
Crianças que se cuidem
Pobres que se arranjem
Desempregados, façam bicos
Vagabundos que se escondam
A selva é cruel
E o Natal está bem longe
Sobrevivam como podem
Até o ano que vem
O menino Deus nasceu
E continua perseguido...

(Nane-26/12/2011)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Kity

Duas pessoas
Duas amigas
Tão  diversas
Tão opostas
E no entanto
Tão irmãs...

Amigas completas
Que se completam
Nas palavras e atos
No jeito e no abraço
No colo oferecido
De uma e de outra
Para uma e para outra...

Divido contigo
Amiga do peito
Até o que para muitos
Não é divisível
Pois se faz necessário
Te ter por inteira
E a ti me entregar
Sem meias verdades
Sem falsos pudores...

Me orgulho de ti
E da nossa amizade
Que se torta nasceu
Hoje é certa e precisa
Tu contas comigo
E eu conto contigo
Sem precisar te chamar
Te sinto sempre a me cuidar

(Kity amor
Kity carinho
Kity amiga

Kity calor
Kity é o escambal
Você é completamente tudo de bom!)


Te amo jóia preciosa!

(Nane-22/12/2011)


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Delirium tremens

A abstinência me faz louca
Saio do meu prumo
Tremo e faço tremer
Me assusto e assusto
Vejo visões que não quero
Ataco quem me ataca
Sou bicho acuado
Fera indomada
Meu vício é transloucado
Diria pecado
E a falta me faz enlouquecer

A droga está na veia
No sangue que corre
E faz com que eu delire
Em alucinações que me domam
Sem que eu possa me conter
Não respondo por mim

Tremores me sacodem o corpo
E fazem doer
O pensamento é desordenado
Nada encaixa em nada
São monstros que me esmagam
Feras que urram de prazer
Apenas por me fazerem sofrer

É o vicio desgraçado
Ao qual me entreguei
E se tento fugir
Mais me domina e me esmaga
Mostrando o seu poderio
Na fraca vontade que tenho

Não uso droga nenhuma
Não sei o gosto de nada
O vício que me mata
É o amor maldito que sinto
E que não sei esquecer
A droga que está em mim
É teu cheiro, teu gosto, teu rosto
Mas me interno e me recolho em mim
E isso está perto do fim
Eu vou ficar limpa
Custe o que custar...

(Nane-21/12/2011)

Escárnio

Sou teu escárnio
Zombaste do corpo esquálido
Sou o escarro do arrependimento
Da coisa atípica que fizestes
 
Mas sem querer acordastes
As lavas que jorram de mim
O sangue da hemoptise
Que das narinas transbordam

Sou teu passado negro
Que te assombra e assusta
Nefasta sombra negra
Que vaga na escuridão

Sou vulcão em fúria
Que mal nenhum te faz
Pois que serei cinzas do teu escárnio
E a lava só queima a mim

Sou quem morreu nas quimeras
E quem matou a poesia
Deixo contigo a alegria
De ter me relegado em agonia

Sou teu escárnio escarrado...

(Nane-21/12/2011)








Fera ferida

Tolhestes meus sonhos
Sem piedade nenhuma
Endurecestes sentimentos
Que por ti afloraram um dia

Fizestes de mim pedra fria
Que jaz sem nada mais sentir
Nem mesmo mágoa restou
Ficou apenas o desamor

Hoje sou fera no cio
Que vai com qualquer um
Rabiscar arroubos de amor
Creio que nunca mais eu vou

Prefiro falar da morte
E quando eu falar de flor
Será por conta de um velório
Onde rimarei com dor

Matastes todos os meus sonhos
E eu matei meus rabiscos
Agora são lúgubres escritos
Que fingem serem poesias

Matastes os meus sonhos
E um pouco me matastes também
Mas deixastes em meu lugar
A fera ferida e sem rédeas

(Nane-21/12/2011)


Idiotice

O idiota da objetividade
Que sempre tem razão
Destrói com simples veneno
Toda uma admiração

Mas quem se deixa contaminar
É tão fraco que nem é digno de contar
Foram feitos um para o outro
Sigam juntos no seu caminhar

Eu sempre avisei
Tanto que pedi
Mas não teve jeito
Você saiu de mim

Foi difícil aceitar
A dor doeu e dói ainda
E o orgulho que eu havia perdido
Renasceu e está comigo

Agora o não querer é meu
Mesmo que ainda doa em mim
Perdeu você, e não eu
Está decretado realmente o fim

Não esqueça nunca
Que isso partiu de você
Mas agora é rota sem volta
Já doeu o que tinha que doer

Fica a doce lembrança
Do que não pode ser
Fica o amor que adormeceu
E a certeza de que valeu

(Nane-21/12/2011)


Filosofia X Poesia

Filosofia ironicamente rima com poesia
Mas filosoficamente é uma porcaria
Filósofos não combinam com poetas
São racionais e sempre teem razão

Poetas não pensam, sentem
Pouco importa a razão
O que comanda seus impulsos
É a maquinha chamada coração

Filósofos sabem tudo
Analisam tudo
Poetas sentem tudo
Analisam nada, são analisados

Filósofos se intrometem em gestos
Que poetas fazem por prazer
E teem a pretenção de diagnosticar
Os sentimentos dos poetas

Filosofia não combina com poesia
Que me perdoem os filósofos
Mas prefiro a minha própria ideologia
E dispenso a imbecil filosofia

Só queria que um certo idiota
Que se julga grande filósofo
Viesse até aqui e lesse
Para onde mando a sua vã filosofia
Nas rimas da minha tosca poesia

(Nane-21/12/2011)

Agonia noturna

Madrugada silenciosa
Dorme a cidade inteira
Vago meus pensamentos
Tento não mais pensar
Discorro por outras paragens
Tento de todas as formas
Não olho pra lua
Que brilha intensa
E teima em gritar
Finjo não ouvir
Abro um livro
Mas não leio as palavras
Que dançam e se embolam
Não quero pensar
No rádio uma canção
Que só me faz escutar
Seu nome, seu nome, seu nome
O peito aperta
Uma lágrima teimosa
Não consigo dormir
Te tiro da mente
Que pra mim mente
O coração dispara
A saudade que dói
A noite que avança
Não consigo dormir
A agonia da insônia
Transformo em poesia
E a noite passando...

(Nane-21/12/2011)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Anjo negro

O anjo negro sobrevoou por aqui
Não o temi...apenas o olhei
Seus olhos flamejantes e fulminantes
Cruzaram com os meus

O anjo negro acenou
E sorriu seu sorriso sinistro
Mas ainda assim não tive medo
E ele voou ao meu redor

O anjo negro não me intimida
Devia ele temer a mim
Que o desafio a todo instante
Nos meus versos e reversos

Já não tenho quimeras
E o anjo não passa de utopia
Suas asas não me abraçam
Seu trinado é desafinado
 
O anjo negro foi embora
Não sei quando vai voltar
Eu sei que minha luta é perdida
Mas por agora, ele não vai me levar

No ruflar de suas asas
Vi ele sumir no horizonte
Sei que um dia voltará
E serei eu o seu troféu

Mas o anjo negro perdeu
Partiu por enquanto
O anjo negro se foi
Voou pra longe de mim

(Nane-20/12/2011)

Peso da alma

Quisera ter a alma leve
E rabiscar suave
Sem tristeza ou melancolia
Mas pesa-me a alma tosca
Que dita à mão rabiscos profanos
Entediados da vida promíscua
Sem expectativas de algures
Onde possa enfim descansar
Rabisco o túnel escuro
Sem saber se tem saída
Para a alma pesada que se arrasta
Sem saber o que é levitar
Quisera sim poder rabiscar
Com a singeleza ingênua
De rimas encontradas
Nos campos orvalhados e bucólicos
Onde almas gêmeas se encontram
E falam de um amor eterno
Em juras e promessas
Entre abraços e beijos
Quizera ser leve e colorida
Mas restou-me o peso
Das almas aflitas...

(Nane-20/12/2011)


A pupila

Tentei me encontrar
Vaguei por vários lugares
E me vi num passado
Era um velório
Jazia um corpo
Que por algum motivo, me atraía

Um rosto magro
De bigodes finos
Os olhos, embora fehados
Me pareciam tristes
E de alguma forma me viam
Pareciam zombar de mim

No canto da boca
Juro ter visto um sorriso
De escárnio ou indiferença
Que me analisava sombrio
Mesmo depois de morto
Me achando idiota
Ou mesmo sem méritos
De ouvir quem me chama
Com insensatez, poetisa

Só eu e o caixão
E o corpo estendido
Daquele poeta morto
E vivo em poesias
Como a jogar na minha cara
Os versos de mestre
Que soube obrar
E deixar de legado

Augusto do Anjos
Ouvi sua voz
Em pleno velório
Deitado na urna
Que na tumba se ofereceu
Aos vermes, na ceia
Que te consumirão
Ou melhor, consumiram
Pois que voltei no tempo
Atendendo ao chamado
Do mestre sarcástico
Que de mim só queria
Chamar de pupila...sem talento nenhum

(Nane-20/12/2011)


Te quero feliz

Te quero ver feliz
Mas assola-me o egoísmo
Por não ser eu a responsável
Por tua felicidade

Mas o coração não é razão
E quero mesmo te ver feliz
Só perdoe quando me pego
Torcendo para que não sejas

Não com outro alguém
Que me faz cega de ciúmes
E não sou a única a pensar assim
Meu mal...é declarar esse sentimento

Mas te juro que no fundo
Te quero ver feliz
Mas não sou santa
E odeio quem te cerca

Imagino cenas
Onde era eu quem devia estar
Mas outro rosto aparece ao lado seu
E desce em mim o espírito de Orfeu

Eu te quero ver feliz
Ainda que seja de mim distante
Mas não sei fingir
Você não será feliz sem mim

Pois cada vez que outro alguém te abraçar
Lembrará dos abraços que te dei
E nos beijos desse alguém
Procurarás o gosto do beijo que eu te dei 

Eu te quero ver feliz
Mas não te posso ver feliz

(Nane-20/12/2011)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Outro dia

Outro dia se foi
Você, de novo não veio
Outra noite chegou
Estou vazia e sem rumo
Perdi a noção
Do tempo que passa
Faz dias que se foi
Não sei quanto tempo
Só sei que partiu
E me deixou sozinha
As cores são pardas
Cinzas e sem brilho
Não sei o que pensas
Ou mesmo se de mim lembras
O fato é que se foi
E me deixou um vazio
Que me faz amargar
Dores que sinto
E não sei expressar
É um vácuo que me domina
Não me deixa dormir
E ao acordar
Me sinto cair
Sou nada sem ti
Sem rumo ou prumo
E se tento me achar
Só consigo chorar
Não vivo, vegeto
Sei que isso vai passar
A droga é ter forças para esperar
Outro dia se foi
Você não vem mais...

(Nane-19/12/2011)


Te queria

Te queria com o meu mais profundo querer
Te vi nos meus sonhos como realidade minha
Te fiz entre todos, o que mais me importou
O que mais me fez querer viver

Te queria simplesmente por te amar
Como amo a minha própria vida
E não sei o porquê do desprezo
Talvez tenha sido eu quem não soube amar

Te queria como as letras de uma canção
Que se junta a uma sinfonia e se completam
Para falar de um amor sublime e feliz
De dois seres que se tornaram um só
 
Te queria com toda a força do meu amor
Mas você não quis todo esse querer
Partiu sem ao menos me dizer adeus
Se aninhou em outros braços...que não os meus

Te queria como ninguém mais há de te querer
E agora...não sei mais nada de você
Talvez seja melhor assim
Quem sabe eu entenda de vez...que é o fim

Mas eu te queria...

(Nane-19/12/2011)


Melancolia

Melancolia
Te faço poesia
Te tento cantar
Me deixo levar
Tento não me afundar
No seu abraço apertado
Que teima em me abraçar

Melancolia
Nas palavras que eu escrevo
E que parcamente tento rimar
Mas só há melancolia nos meus versos
Que não sabe rimar a alegria
Em algum lugar ou momento, perdida

Melancolia
É so o sentimento
Que restou da minha agonia
Ao perder o grande amor
Com o qual sonhei um dia
E vi meus sonhos se perderem
Em meio a hipocrisias
Medos do que se quis
Só o que restou
A solidão no dia a dia
No peito que arde de saudades
De quem se foi um dia
E deixou em mim...só a melancolia

(Nane-19/12/2011)






Espírito

Liberte-se meu espírito entorpecido
De elos e correntes que te prendem
E te fazem prisioneiro de mim
Vá viver experiências novas
Se aventurar em desafios desconhecidos
E esquecer a dor que dilacera e atormenta
Ver em outros horizontes o que aqui se apagou
Vá meu espírito errante e eterno
Se aventurar ao sabor dos ventos
E se deixar levar em novos conhecimentos
Que te farão de novo sorrir e viver
E desses momentos de tristeza...esquecer
Vá como quem embarca numa viagem
Onde sabe que prazeres te esperam
E encontre a fonte que te fará jovem
Na sua eternidade que tem a obrigação
De fazer sua existência feliz
Vá meu espírito errante e eterno
Sem medo de tentar e conseguir
Nada do que foi está perdido
Mas tudo o que vier...será aprendizado
E quem sabe até, a felicidade prometida
Vá meu espírito errante e eterno
Em busca da essência que te aguarda
Ou quem sabe...te procura
Vá meu espírito
Em busca da sua liberdade...

(Nane-19/12/2011)

Não me temas

Não temas o meu amor
Ele é sublime
Não te assustes com o meu querer
Ele só quer o seu bem querer

Não me afastes de ti
Pois não sei viver assim
Não deixe que eu me perca de você
E também não se perca de mim

No pulsar do meu coração
É teu nome que ele chama
No sonho que eu sonho
É você quem está lá

Não temas o meu amor
Que só sabe te amar
O seu desprezo faz doer
Faz minha alma chorar

Meu orgulho se perdeu
Nas dores que me doeu
Pode ser que não me dê
Mas te peço seu perdão

E se não posso ter
Eu sei, não vou morrer
Mas a minha alegria
Nem mais em poesia

Não temas o meu amor
Ele é sublime
Não te assustes com o meu querer
Ele só quer o seu bem querer

(Nane-19/12/2011)


De onde vem

Não sei de onde vem esse amor
Que não cala no meu peito
Não sei deixar de lado esse amor
Que no meu peito teima em não calar

Não...não é desse mundo
É amor que atravessa fronteiras
Sei que não se calará, jamais
E ainda que eu morra, te amarei

Por onde andará a minha paz
Que só ao seu lado eu encontrei
Deixo que o tempo serene-me o coração
Que no peito grita esse amor

Espero que o anjo negro me abrace
E prove o que eu já sei
O meu amor é eterno
E nada me fará deixar de te amar

É justo que viva outros amores
E entenda que ninguém irá te amar
Assim como eu te amo
Mas é justo você tentar

Não sei de onde vem esse amor
Mas sei onde vai chegar
Se não nessa pobre vida
Numa outra eu vou te reencontrar

(Nane-19/12/2011)

O bafio da fera

Negras asas revoam sobre mim
Pássaro agourento...
Mergulha num voo perene
Sinto o bafio da fera
Que grita estridente
Tento fugir...
Caio num vácuo profundo
Procuro uma mão onde eu possa segurar
Não encontro nenhuma
Vou caindo sozinha
Em plena agonia
O medo, o pavor
A mão que não encontro
Ninguém me segura
Lá em cima o pássaro
Lá embaixo outros gritos aflitos
Estou no inferno
Ou caminho para ele
Me debato no ar
Não vejo mais gente
Tá frio, tá quente
É fogo, é gelo
Faço um apelo
Ninguém me socorre
A mão que eu queria
Me deixou vazia
Caio no limbo
É fogo, é gelo
O bafio da fera
Acordo assustada
Saio intacta do meu pesadelo

(Nane-19/12/2011)

Hoje vou postar um rabisco de uma amiga linda.
Cigana...obrigada por permitir que eu faça uso de seus rabiscos!
bjs




Um amor proibido!!

Hoje sou território de amor...
Sou pássaro que voa ao encontro...
De teu mar me deixas navegar...
Meu amor proibido...
Quero só por hoje sentir teu desejo...
Com caricias a me desenhar...
Nessa neo nave de teu mar...

Sou um vento que vaga...
Sou furacão em alto mar...
Sou Lua com segredos de amor...
Para te desvendar...
Sou impetuosa vaidosa...
Mas na sincronia de amar...
Sou sincera e carinhosa...
Faço-te versos de amor...
Faço da vida uma reflexão...
Conjugo o verbo amar...
No presente passado e futuro...
Conjugo na linha do tempo...
Meus versos transitivos diretos...
Como recados de meu amar...
Não sou anjo nem pecadora...
Sou uma mulher somente...
Sensível sonhadora...
Que da rosa busca inspiração...
E entre sonhos e delírios...
Meu desejo é todo seu...
E assim fica selado meu segredo...
Com você...
Neste mar de loucuras e magias...
Meu silencio grita teu nome com euforia...
Deixe-me amar-te sem ter de dar explicação...
Na ternura de tua tez teus lábios me sorriem...
E escrevendo versos eu sigo em meus...
Desejos já despidos...

E assim como suplica eu te peço...
Deixe-me amar-te com meus segredos...
Para que um dia eu desvende...
Tudo que em ti ainda é mistério...
Minha alma meu abismo...
Teu sorriso minha Luz...
Agora já adormeço embalada...
Pelo mistério desses amar...

vento selvagem.

Dedico este poema a todos os apaixonados...
E aqueles a quem amam em segredo...
E ainda a todos os amores proibidos...
Neste nosso universo inverso de versos e amores...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Te esperando

Estou aqui
Esperando por você
Que ainda não sei quem é
Mas que espero mesmo assim
Estou te aguardando
Quero te amar
Te completar
Venha me buscar
Preciso de você...

Venha me mostrar
Que o amor pode acontecer
Não seja meu príncipe
Apenas meu homem
Não quero viver de contos
Mas de realidades
Venha me buscar
Estou te esperando...

Só não demore muito
Estou ansiosa por você
Venha com seu carinho
É o que me basta de você
Venha com sua verdade
E me tome em seus braços
Venha logo me buscar
Eu preciso de você...

(Nane-18/12/2011)

Meu Porto seguro

Adeus meu porto
Te vejo lá...distante
Meu barco não aporta
Não te alcança
Navegos por águas
Que de tão bravias
Me afasta de ti
Não me deixa aportar
No porto que eu quero

Porto que aparto
Dos sonhos que portei
E que de tão sonhado
Não realizei...
Restou-me o enfado
De um fado calado
Que não mais tocou
Nos bares do Porto
Nas noites de luzes
Que lusitanamente
Se apagaram em mim

Velejo de volta
Sem poder aportar
No porto do Porto
Me porto desolada
Sem com nada me importar
Vou tentar aportar
Em outro porto seguro
E com o Porto...deixar de sonhar

(Nane-18/12/2011)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Forças da natureza

Te amei com todas as forças da minha natureza
Fui furacão e ventania na minha paixão
Mas fui branda e suave como a brisa
Na minha ternura infinita
Fui tsunami e maremoto no meu desejo
Mas também fui marola e mansidão
Nos momentos em que vejo
Que meu amor foi imensidão
Fui serra, terra e ar
E sempre me deixei levar
Por todos os teus desejos
Só para te alegrar
Mas sou fogo que arde
Quando tentam me apagar
E fui extinto por você
Que friamente quis me desprezar
Agora me tranquei
Meu coração petrificou
Não pulsa mais por amor
Sequer sente alguma dor
Não quero mais falar de amor
Não rabisco mais o que passou
A indiferença está nascendo em mim
Criando raízes que fincarão no meu chão
As idiotices de um coração
Que se deixou cair na armadilha
De uma paixão ladina
Mas que agora entendeu
Que o amor verdadeiro é fraternal
O resto é sexo e tesão
Encarcerei numa urna dourada
O coração que agora jaz
Na pá de cal por ti lapidada
Amor para mim...nunca mais


(Nane-17/12/2011)





bela menina mulher

Flor que sonha cor de rosa
No mundo encantado da Barbie
E no entanto és tu a princesa
Que nos encanta com seu amor

É teu o mundo cor de rosa
E quem te inveja é a Barbie
Que te sabe, com certeza
Real e querida em qualquer cor

Nane

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobrevivência

Os fracos não sobrevivem
Na selva da vida
Não alimente sonhos
Que insistem em te fazer sonhar
Não queira além 
Do que com o que possa arcar
Não se deixe levar
Por palavras de carinho
Mentirosas e melosas
De quem depois só faz
Puxar o seu tapete
E no chão te derrubar
Acredite só em você mesmo
Por que é o seu melhor amigo
Não confie em amores
Que eles não duram muito
A metade da laranja foi sugada
E o bagaço desprezado
É só para isso que ele serve
Com um pouco de boa vontade
Fará bem ao seu intestino
Se você quer ser feliz
Confie em você
Suas pernas são pequenas
E seus passos não podem ultrapassar
Além do que elas alcançam
Senão vai tropeçar
E no chão se espatifar
Confie em você
E deixe o resto acontecer

(Nane-16/12/2011)

Saiba me ter

Não creia em mim
Quando eu disser que te amo
 São só palavras do sexo
É só teu corpo que quero
O amor não está em mim

Meu amor é fraternal
Não o misturo com sexo
Não espere de mim ilusão
No máximo te dou paixão

Não se apegue em mim
Por que não quero ninguém
Prazer é só o que estou à fim
Jamais serei o seu bem

Não me olhe como a eleita
Senão é você quem vai sofrer
Só posso te prometer prazer
E de ninguém jamais serei

Mas se você quiser
Te faço homem completo
E prometo que em meus braços
Você há de delirar

Te deixo aqui comigo
Enquanto souberes me ter
Mas se você se apaixonar
Sinto, é hora de te deixar

(Nane-16/12/2011)

Mar de paixão

Sou mar de paixão
Pronto a inundar
Seu corpo retesado
Hirto por mim
Gemendo de tesão

Sou muitas em uma
Que do amor abriu mão
E entregou-se a paixão
Sem culpa nenhuma
Sem lágrimas derramar
Quando a paixão se acabar

Sou dama mundana
Que vaga na noite
Em busca de corpos
Que ao meu satisfaça
E parta em seguida
Sem nada deixar
Sem nada pedir

Sou só paixão
A carne que clama
E deixa sem drama
O tal sentimento
Que faz dos mortais
Tolos e bobos
Idiotas sensíveis
Entregues à dores
Por parcos amores

Meu corpo inflama
E a você chama
Não importa seu nome
Nem sua posição
Vem comigo essa noite
Arder de tesão
E sentir nossos corpos
De pleno prazer se renderem
No ato supremo que te ofereço
Da minha louca...paixão

(Nane-16/12/2011)



Sou de virgem

Eu sou de virgem
Signo perfeccionista
Ama e odeia com a mesma intensidade
Frágil e forte sem medidas
Rasgo meus versos na folha em branco
Sem negar meu instante de humor
Sou branda como a brisa
Mas destruo como o furacão
Que rodopia em si mesmo

Sou de virgem
Aparência de menina
Com a determinação do leão
Que rasga e dilacera
A vítima sem piedade
Quando se sente ameaçado
Ou então esfomeado

Eu sou de virgem
E trago nas palavras
A força repentina
Que fere e faz doer
Quem eu achar que tem que ouvir
As verdades que eu falar
Pois as ouço sem reclamar
E vou as vomitar
No primeiro que me irritar

Eu sou de virgem
E sei falar macio
Sei amar sem nada desejar
Mas se rasgam-me as entranhas
Onde um dia depositei amor
Sou capaz de costurá-las
Sem nenhuma anestesia
E fazê-las de novo inteira
Para outro amor poder guardar

Eu sou de virgem
E quando quero esquecer
Ainda que demore
Esse dia chegará
E para mim você não mais...existirá
Sou capaz de vomitar
No vaso de dejetos
A lembrança que era doce
E que agora, por encanto.. jaz

Eu sou de virgem...

(Nane-16/12/2011)

Finito absoluto

Sem subterfúgios
Me expresso inteira
Falo de mim sem me importar
Se irão rir ou se chorar
Se terão pena ou escárnio
Por que aprendi que nada 
Ou tão pouco ninguém
Pode sentir e entender
O que só pertence a você
É nos espaços do finito
Entre um e outro ponto
Que liga o tudo ao nada
Que moram meus fantasmas
E aos outros não assustam
Se não enxergam meus espaços
Comprimidos por minhas dores...
Se não escutam os lamentos
Dos meus gritos no silêncio
Dos espaços em meu finito
Não posso entender
O finito de ninguém
Que assim como eu
Gritam seus silêncios
Tenho ainda a vantagem
De gritá-los por escrito
Que quase nunca são lidos
E permanecem assim
Espaçados no silêncio
Do meu finito absoluto

(Nane-16/12/2011)

A assassina da net

Na net hoje circula uma fotoo da enfermeira que espancou um cachorrinho até a morte. As pessoas estão revoltadas, e com razão. Mas a hipocrisia dessa raça, que se diz humana (talvez seja o nome certo com a definição errada), é impressionante! Essa moça é covarde sim, e merece prisão pelo que ez e na frente da filha pequena. Mas e nós? Que criamos confinados, tratamos e alimentamos diariamente os pobres animais, que acabam por pegar confiança nas mãos que os alimentam, que tratam de suas feridas e doenças, e que depois friamente, os matam para serem servidos nos pratos em ceias da família reunida. E não estou falando dessa época do ano especificamente, quando a matança aumenta absurdamente, mas do nosso dia-a-dia. São porcos e frangos, cavalos e gados, ovelhas e cabras, enfim, todo o tipo de animal (inclusive cães e gatos, que tantos povos apreciam na culinária).
A moça espancou e matou sim, e tem que ser punida. Mas não esqueçamos de nós mesmos, que se não os criamos, temos a desfaçatez de achar que por comprarmos mos açougues e mercados a carne já preparada, não temos a culpa que nos cabe.
É, com certeza a raça mais hipócrita e "desumana" a tal raça humana.
Feliz Natal à todos e uma ceia farta de animais engrupidos e assassinados!!!

(Nane-16/12/2011)

Dane-se a poesia

Hoje a inspiração está escura
Seu lado negro sobrepujou
Os rabiscos não vão falar de amor
Estou mais para o horror

Dane-se o belo dia de sol
Ou o canto dos passarinhos
O que escuto são gritos de terror
De quem caminha sozinho

O mar que se afogue
Em suas águas bravias
Há muito já afogou
Todas as minhas alegrias

Dane-se também a esperança
Que o mundo me tirou
Desde os tempos de criança
Aprendi que sonhos são para poucos

Meu circo é de horror
E o protagonista um robô
Que apenas vive a vida
Enquanto ela não passa

No túnel do meu palco
Não precisa refletor
Faço da escuridão a minha luz
O negro é a minha cor

Não gostou do que leu
Azar o seu
Rabisquei o que queria
E dane-se a poesia

(Nane-16/12/2011)

Espírito Natalino

Não sinto esse espírito
O Natalino não veio
Sinto as dores do mundo
Doenças e pragas
Falta de verba e de fé
Natal sem ceias
Promessas não cumpridas
Alegrias destruídas
Perspectivas arrancadas
Não começou bem 2011
Não termina bem também
Não sou hipócrita
Não sinto o tal espírito
O Natal é só uma data
Que marca no calendário
E se o aniversariante
Aqui viesse ao vivo
Talvez também não festejaria
Tanta hipocrisia
Tanto desequilíbrio
Tanta covardia
Que passe o Natal
Pra mim em brancas nuvens
Que venha outro ano
Por que esse...já era.

(Nane-16/12/2011)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Colcha de retalhos

Fiz uma colcha de retalhos
Para me aquecer na madrugada
E numa fria reflexão
Vi estampada nela
Como num quebra-cabeça
Pedaços da minha vida
Que em fragmentos se mostram
Por ora felizes
Por outras tristes...

Minha colcha é colorida
E tráz lembranças de mim
Sorrisos e lágrimas
Que os momentos me deram
E em mim estão guardados
Nalgum lugar mantidos
Intactos e sentidos
Na mágica do tempo
Que passa impávido...

Meus pedaços me fazem inteira
E contam minha história
Que se não são de glórias
Ainda é uma história
Que eu conto em retalhos
Da colcha que teci
E com a qual eu vou dormir...

(Nane-15/12/2011)

Esse moço

Esse moço...
Que vem dos Pampas
E num abraço de carinho
Me envolve num ninho
De amigo querido
E me deixa um sorriso
Em momentos tão precisos

Esse moço...
Que fala macio
Declama meus rabiscos
E me diz que o que fiz
É pura poesia
Para minha alegria

Esse moço...
Que também é tricolor
Embora de outras cores
Me fala de amores
Em rimas e prosas
E num gesto sublime
Me oferece uma rosa

Esse moço...
Gentil e carinhoso
Que aporta nos portos
De toda minha Orla
Sem nada pedir
E com tanto a me dar
Ou mesmo ensinar

Esse moço...
Que atende pedidos
E distribui sorrisos
É jóia rara que embalo
Em seda e guardo deixando
No peito você... Orlando

(Nane-15/12/2011)



Abrindo portas

Retiro-me de ti
Mas não te tiro de mim
Sigo meu caminho, por enquanto só
Até que outro alguém preencha o vazio

Saio de você
Mas te guardo para sempre
É claro queu virá outro alguém
Mas você...estará em mim

Estou saindo de ti
E abrindo as portas do amor
Para outro que chegar
E de mim se apossar

Te deixo assim
Sem saudades de mim
Mas parto sabendo que é o certo
Tudo o que você disse pra mim

Me retiro cabisbaixa
Mas profundamente grata
E se não estou em você
Você está em mim

Estou dizendo adeus
E me abrindo para a vida
Que venha novos sonhos
Que eu entre em outras vidas

(Nane-15/12/2011)



Cigana


Vento selvagem...cigano
Que vem da Rússia
Nômade brisa que cresce
E varre a penumbra nos trópicos

Cigana que encanta
Com olhos de luz
O povo que encontra
E  com seu jeito seduz

É vento que varre
E abre os caminhos
Vento que venta forte
Mas é brisa de carinho

Seu rosto não sei
Mas isso pouco importa
A aura que brilha
Foi só o que vislumbrei

Bem vinda cigana
Seu vento selvagem
Nasceu de uma brisa
Suave e carinhosa

Que venha em paz
Que siga inteira
Que a poesia se faça
Na amizade derradeira

(Nane-15/12/2011)





Metamorfose

A metamorfose está começando
Na aparência rude se esconde a beleza
Que ninguém enxerga ainda

Recolhe o corpo cansado
No silêncio preciso e fundamental
Escuta a voz interior
Que te fará desabrochar em flor

Não deixe teus anseios perturbar
A paz que a metamorfose necessita
Mergulhe no seu próprio eu
E ressurja gigante de ti

Se interne no casulo de tuas dores
Se lamba, e cures tuas chagas
Faça renascer a tua alma
Vibrante na aura de muitas cores

Se feche nos momentos de aflição
E deixe chorar até cansar o coração
Mas quando for rompido o teu casulo
Venha como divina inspiração
 
A beleza de tua alma é grandiosa
E há de resplandecer imperiosa
Viva e chore todas as suas mágoas
E ressurja segura, linda e esplendorosa

A metamorfose começou...

(Nane-15/12/2011)



Labirinto

Quero o silêncio
Mas ouço gritos
Procuro a luz
Mas a escuridão se faz
Tento o descanso
Mas a labuta me consome
Colho a flor
E o espinho me rasga a carne
Vou em busca da paz
Mas as pernas não obedecem
Sigo em turbilhões
Não corro mais
Estou confusa
É minha vida revirada
Sou da noite
Mas é o dia quem me toma
Quero amor
Mas ele foge
Não toma conhecimento
Quero a vida
Mas é a morte quem ronda
Tento o otimismo
Mas ele se perde de mim
Caminho na avenida
Quebrada por esquinas
Que me fazem perder
O foco do caminho
Que deveria seguir
Sou eu assim...sem você


(Nane-15/12/2011)

É madrugada

É madrugada...
Silêncio entre as quatros paredes do meu quarto
Só a respiração pesada que ecoa de mim mesma
Não ouço vozes nenhuma
Não sinto cheiro nenhum
Meu quarto está escuro...

Um pirilampo bate de encontro a vidraça
Só a sua luz brilha na madrugada
Me levanto e vou observá-lo
Vagueia sem direção na noite escura
Sem saber que rumo vai tomar...
 
É noite sem luar
Noite abafada e húmida
Canção nenhuma quero escutar
Mas a chuva cai agora
E o barulho me acalenta na madrugada...

A cortina dança ao sabor do vento
Ligo o rádio e toca uma canção
Que fala de alguém que foi embora
A cortina parece conhecer o rítimo
E dança na sinfonia que toca
Peça de um teatro sem programa
Que a noite se ocupou de por em cartaz...

É madrugada...
Dormem todos na cidade silenciosa
Só eu vago em devaneios
Que me fazem perder o sono
Em viagens de quimeras
Que a noite se encarrega
De impor na minha mente...

É madrugada...
É noite sem luar...
Sou só eu a divagar...
Enquanto não chega a hora de levantar...

(Nane-14/12/2011)


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pedra poesia

Hoje
O tempo nublado
Deixou o mar nervoso
E ele descontava nas pedras
Sua ira indomada
E elas apanhavam
Sem reclamar
Sentei em uma bem lá no alto
E fiquei a observar...


A água em fúria explodia
Na pedra estática e calada
Era o próprio mar a murmurar
Num urro incontido
Quando na pedra batia...

Depois o sol abriu
E o mar se acalmou
Voltei a observar
A pedra lá estática
E pude ver que foi moldada
Pelas ondas nela arrebentadas...


Várias formas escritas
Onde ninguém pode apagar
Não pude evitar
Minha louca comparação
Sou pedra apanhando
E deixando você moldar
Seu nome no meu coração
Sou pedra em agonia
Virando agora, poesia...


(Nane-13/12/2011)

Samba da amizade

Esse sambinha foi feito pra você
Que de mim não quer saber
Nem mesmo como eu estou

Mas vou te confessar
Não vou morrer de amor
Vou em outros braços me consolar
E esquecer assim a minha dor

Amanhã você será uma doce lembrança
Que em meu peito eternamente viverá

Ah...acabaram minhas lágrimas
Agora quero só sorrir
Virei todas as nossas páginas
No dia que te vi partir

Você feliz prá lá
E eu feliz prá cá
Vamos seguir caminhos diferentes
Mas amigos...seremos eternamente

Amanhã você será uma doce lembrança
Que em meu peito...eternamente viverá

(Nane-13/12/2011)






Voa passarinho


Voa passarinho
Vá em busca da sua liberdade
Vá cantar em outras paragens
Vá em busca da felicidade

Voa passarinho
Que novos horizontes te aguardam
Tentei prender você numa gaiola
E perdi seu canto natural

Voa passarinho
Que não mais vou te prender
Se um dia você voltar
Será por seu querer

Voa passarinho
Vá em busca do seu ninho
Viva a sensação da liberdade
Voa pleno para a felicidade

Voa passarinho
Livre sem amarras
Leve consigo só o meu carinho
Voa em paz meu passarinho

(Nane-13/12/2011)


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ponto final

A verdade dói
Chicoteia
Mas ainda é o que há de melhor

Um peso me foi tirado
Doeu ouvir
Mas o ponto final
Me fez acordar

Agora eu sei
Que nada vai mudar
Que não adianta tentar
Nada vai mudar

O ponto final chegou
Palavras mais não há
E agora é para frente olhar
Não dá mais para voltar

Eu precisava disso
Ouvir a sua voz
Ler os seus olhos
E finalmente entender

Agora eu sei que é o final
E isso é normal
O fardo já não pesa tanto
Enfim...o ponto final

(Nane-13/12/2011)

O teu silêncio

O teu silêncio grita em mim
Me deixa surda e sem perspectiva
Mas nada dura para sempre
E sei que isso vai passar

O teu silêncio faz doer
Maltrata e machuca
E você sabe disso
Mas ainda assim...prefere silenciar

O teu silêncio me deixa sem rumo
Faz meu ego adormecer
Perdida em dúvidas e certezas
Que eu preferia não ter

O teu silêncio é a faca fatal
Que crava no meu peito
E me mostra o final
Do que não tem mais jeito

O teu silêncio me consome
Em franca agonia
Não sei deixar de te amar
Mas acabou minha fantasia

O teu silencio me falou
Que nada mais restou
Você se foi de mim
E esta história chegou ao fim...

(Nane-13/12/2011)










Viciado

Vício maldito
Que faz de mim mendigo
Vício que me afasta
Da vida que eu vivia
Me faz dormir na rua
Sem mãe, sem filho, sem nada
Vício que sei, me mata
E que escondo a vergonha na cara
Por sob a barba cerrada
Ou no sorriso amarelado e sujo
Que a droga moldou pra mim
Vício que não me deixa arrepender
De tudo o que deixei perder
nas noites frias do viaduto
Que hoje me serve de leito
Na grande cidade em que vivo
Subsistindo num mundo
Sem Natal ou ano novo
Sem o abraço apertado
Daqueles que eu deixei
Pela droga que me entope
E me faz entorpecer
Sou viciado no inferno
Que eu mesmo criei
E a porta da saída
Agora, onde está...não sei

(Nane-13/12/2011)



Não sou

Eu sou o vinho que embriaga
E o vinagre que azeda
Sou a taça requintada
E o copo de cachaça

Sou a noite enluarada
E os trovões na madrugada
Sou a calmaria no mar
E o tufão solto no ar

Sou só o meu momento
Entregue ao vento
Seguindo meu destino
Errante e sem descanso

Não sei quando vou parar
Nem mesmo onde descansar
Sou espinho à espetar
Quem de mim se aproximar

Sou o porre do bêbado
Pronto à vomitar
Os fracassos que ele tenta
À sociedade culpar

Sou a pedra lapidada
Em forma de coração
Que brilha, mas não pulsa
Sou mera ilusão

Sou a luz que não ilumina
Sou mero charlatão
Sou da noite a escuridão
E do dia...a solidão

Sou o que não aparento ser...

(Nane-13/12/2011)

Sem educação

Não, não temo a morte
Só a acho uma ingrata
E sem educação
Não gosto de surpresas
E ela nunca manda um convite
Simplesmente aparece
E sei que vai me obrigar
A ir com ela sem me avisar

Como virá vestida, não sei dizer
Mas chegará sem avisar
E na minha mão segurará
Sem me deixar negociar
O dia da passagem
Sem me deixar vestir
A roupa que eu queria
Sem deixar que eu me produza
Com a vaidade feminina

A morte é sem educação
Não tem uma etiqueta
Ninguém lhe ensinou
A pedir licença
Chega sem aviso
Nem me deixa despedir
Me pega de surpresa
E me leva sem pedir
A morte é assim...sem educação

(Nane-13/12/2011)

Convite do mar

Hoje o mar me chamou
E para um banho me convidou
Mergulhei nas suas águas
Lavei as minhas mágoas

Sentei bem na sua frente
E ele veio me acariciar
Com espumas passando rente
E aos meus pés vindo molhar

O mar é meu amigo
Tá sempre a me mimar
Sabe que é com o seu seu horizonte
Que eu gosto de sonhar

Hoje tive a sensação
De que ele veio me beijar
E acalmar meu coração
Com suas águas à me molhar

O mar sorriu pra mim
Sereno e encantador
Nas suas águas eu senti
O seu vedadeiro calor

Calor de um amigo
Que pra mim é tão querido
O mar me convidou
E eu...aqui estou

(Nane-13/12/2011)

Canção do coração

Escuta a canção que eu fiz para você
Foi composta pelo coração
Foi feita como uma despedida
E ninguém mais a ouvirá

Ela vai tocar para você
E quando a ouvir
Ela vai silenciar
Para nunca mais tocar

É a canção da despedida
Que eu guardei para te ofertar
Leve-a no coração
E escute-a com emoção

Por que quando ela tocar
Estarei dizendo adeus
A todas as minhas ilusões
E a esse velho sonho meu

Deixe-a tocar por inteira
E falar de todos os momentos
Em que te amei e fui verdadeira
Ela não fala de tormentos

Escuta a canção que eu te fiz
É só a minha despedida
O destino assim quis
Da sua vida, estou de partida

Deixa tocar essa canção
Que compus com o coração
Deixa tocar essa canção
Que compus...com o coração

(Nane-13/12/2011)

É você

É você
Que faz de mim o que bem quer
Transforma meu viver
No eterno sonho de te querer

Só você
Tem ainda esse poder
De me fazer vibrar
Simplesmente por te amar

É você
Que mesmo de mim distante
Está sempre pertinho
Me amando a todo instante
 
É você
Que eu levo para a vida inteira
Cravado no meu peito
Tatuagem que não tem mais jeito
 
É você
Que ainda que passe a vida
Irá comigo além daqui
Por que de amores (por ti)...eu me perdi

(Nane-13/12/2011)




Doce menina

Doce menina encantada
Que as vezes é menina
E outra é mulher
Adulta e sabida

Sonha com a Barbie
E faz pratos enfeitiçados
Doce menina do Maranhão
Que sabe, mora no meu coração

Menina que desabrocha
Para a vida feito flor
E sonha um dia encontrar
Seu grande e verdadeiro amor

Não deixe seus sonhos se acabarem
Lute sempre para os realizar
Doce menina perfumada
Que merece ser muito amada

Doce menina Flor
A vida te abre os braços
Vá em busca do seu amor
E que Deus abençoe os seus passos

(Nane-13/12/2011)

O meu lugar

Existe um lugar
Onde eu quero estar
E estou à procurar
Sei que vou achar

Existe um lugar
Onde a paz vai me encontrar
Entre flores num jardim
Que eu mesma vou plantar

Existe um lugar
Onde vou reencontrar
A alegria e a poesia
E os momentos de magia

Existe um lugar
Onde eu quero estar
E quando eu acordar
É lá que vou estar

Lá é o lugar
Que escohi para ficar
É onde vou morar
É lá o meu lugar

Existe um lugar
Feito só para mim
E quando eu lá chegar
Saberei que é o meu lugar

(Nane-13/12/2011)

Torcendo por você

Hoje não sou mais o seu amor
Agora tem outra pessoa em meu lugar
Mas isso não vai me fazer chorar
Seja feliz com o seu novo amor

Nosso amor valeu a pena
Mas como tudo, se acabou
Vou torcer muito para que você
Seja de fato mais feliz
 
A vida tem dessas coisas
Amores veem e vão
O importante é que vivemos
Momentos que serão para sempre nossos

E cada vez que você, de mim lembrar
Estarei pertinho de você
Você ainda vive em mim
Seu novo amor vai saber te amar

Na lua e nas estrelas
Um pouquinho de nós brilhou
Você ainda vive em mim
Eu vou torcer muito por você

O nosso amor se acabou
Como tudo tem que acabar
Mas você ainda está em mim
E eu vou torcer..muito por você

(Nane-13/12/2011)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A lenda de Ártemis

Deusa da luz
Senhora da lua
Criadora de constelações
Estrelas em perseguição

Da santa castidade
Abriu mão pela paixão
Mas o amor por ela amado
Foi também por ela matado

Engano cruel
Que Ártemis cometeu
Seu arco e flexa
Selou sua face que entristeceu

Amor de um irmão
Tão sem coração
Que por ciúmes fez dela
No halo da lua
A melancolia pura

A deusa agora
Com seus cães fiéis
É senhora dos bosques
Com as Ninfas que  servem
A caçadora cruel

O cheiro do absinto
Se espalha na noite
Em que brilha a lua
Da grande Deusa nua

Que observa lá em cima
O lúmem de Órion
Que com dor no coração
Foge eternamente do bravio escorpião

(Nane-12/12/2011)




Universo interior


Só eu tenho acesso
E sei como é
Os caminhos percorridos
Por passos só meus

Ainda assim me perco
Na estrada que percorro
Só eu caminho
Só eu posso andar

É infinito lá dentro
Por mais que eu ande
Nunca enxergo o fim da estrada
E só eu eu caminho

Exploro cada dia um lugar
Onde você jamais estará
Estou só no meu caminhar
Ninguém pode me acompanhar

É um universo só meu
Onde os sons que ouço
Silenciam e ensurdecem
E quase sempre me faz calar

É um universo particular
Que eu tento desvendar
Cada vez que tento viajar
Pelo meu imenso interior

(Nane-12/12/2011)

domingo, 11 de dezembro de 2011

O seu sorriso

E daí...se o seu sorriso é lacônico
Enigmático, escondido...
É assim que eu o adoro

Por que seu sorriso não sorri na boca
São seus olhos que me dizem
Quando você está sorrindo

E daí...se seu sorriso não é pra mim
Importa que ele sorri
Sinal que você está feliz

E daí...se não sou eu a causa dessa felicidade
Me importa te ver sorrir
Ainda que sem saber

E daí...que você não saiba sorrir
Se para mim, seu sorriso é o mais bonito
Dos sorrisos que já vi

E daí, se eu não estou sorrindo
Importa-me te ver sorrir
Mesmo que não seja para mim...

(Nane-11/12/2011)

Morgana

Mulher que veio do mar
Se dizendo não ser das águas
Fada ou feiticeira
Morgana dos Celtas

Em Avalon se torna rainha dos lagos
Gerando o príncipe do rei
Se não virtual, foi ritual
E a morte cepou o pai e o filho

Seu rei se torna imortal
Nas águas da sua rainha
E reina num mundo irreal


Longe dos olhos saxões
A fada e bruxa ganha asas
 Merlin a olha de esquerda
A fada é sapo de Potter


Fada Morgana...
Entendeu ou não
É assim que foi
A fada que virou bruxa


(Nane-11/12/2011)






sábado, 10 de dezembro de 2011

Foi o que restou

Restou-me o tempo de jogar
Nada mais há para ser feito
Não saio, não danço, não vou
Restou-me os jogos na net

Não tenho amigos comigo
São todos virtuais
Os que tinha na vida, troquei
E agora, por onde andam...não sei

Restou-me a mesa de carteado
Onde passo meu tempo sem tempo
Restou-me os rostos na tela
Que nem sempre são rostos de verdade

Restou-me os amigos de longe
Que sei, jamais os tocarei
Abraços e beijos virtuais
Foi o que pra mim eu escolhi

E os amores que vivia
Troquei por outros tantos
Sem toques reais
Ninguém me amou mais

Restou-me um computador
Ligado o dia inteiro
São as coisas da modernidade
Estranhas amizades

Restou-me palavras digitadas
Vozes por vezes ouvidas
A noite está fria...
Calor...não tenho mais

Ainda que eu os ame
A tela é fria como a noite
Meus amigos...quem são
O afago...foi em vão

(Nane-10/12/2011)

Dias que passam

Os dias passam cinzentos
Você não vem...
Onde andará a inspiração
Que colore meu horizonte
 
O que foi que eu fiz
Onde foi que eu errei
Te amar não foi bastante
É sina minha ser errante

Quando foi que te perdi
Quando foi que te ganhei
Nem mesmo eu sei dizer
Não sei o que fazer

E os dias seguem cinzentos
O sol não brilha mais
A chuva fina cai teimosa
O mar se fecha para mim

Na manhã não me levanto
À tarde é longa e vazia
Mas é na noite que a saudade
Impõe ao peito a melancolia

Mais um dia sem você
Mais um dia sem te ver
Mais um dia cinzento
Mais um dia sem importância

(Nane-10/12/2011)

Então é Natal

Então é Natal...
Nas calçadas das grandes cidades
Onde dormem ao relento
O marginal mal nascido
E o bêbado esquecido

Então é Natal...
Na fila do hospital
De quem não pode pagar
Pela saúde do seu filho
Cordeiro elegido
E imolado com tristeza

Então é Natal...
Nos shoppings da vida
Onde o bom velhinho abraça e beija
E cobra pela foto
Que os pais orgulhosos
Guardarão para a prosperidade

Então é Natal...
Nos gabinetes dos políticos
Que ganham seus aumentos
Assinados por eles mesmos
E relegam aos aposentados
A miséria da porcentagem
Que é possível no país

Então é Natal...
E o espírito natalino
Orgulhoso passeia
Jogando para debaixo do tapête
As desgraças anunciadas
Das chuvas e sucatas
Que ninguém mais quer saber

Então é Natal...
O Cristo renasceu
Vamos festejar
Vamos brindar
Vamos comemorar
Sem nos importar
Se o João ninguém...morreu

Então...Feliz Natal!

(Nane-10/12/2011)

Vivendo nos rabiscos

É nos meus rabiscos que eu esqueço
A vida que segue lá fora
Vivo no mundo que rabisco
E deixo a vida me levar...sem pressa nenhuma
Quando eu não mais rabiscar
Rabiscos com ou sem sentidos
Então já não mais estarei aqui
A vida terá se despedido
E eu...não mais rabiscarei
Enquanto ela quiser me levar
Sigo a rabiscar
Sem me importar
Se alguém irá gostar
Se alguém irá me ler
Só não posso é parar de rabiscar
Por ser esse o combustível
Que ainda me faz viver...

(Nane-10/12/2011)

Só louca

A lucidez obscurece
A santa insanidade
Faz temer ridicularidades
E freia a coragem

Sou insana assumida
E pago caro minha coragem
Exponho no peito oprimido
As chagas da minha insanidade
 
Aventureira sem limites
Louca, desvairada
Sou boa companhia
Mas sem afeição no coração

O destino me marcou
Insensata e solitária
Te distraio e faço rir
Mas depois, sigo a minha estrada

Me aplaudem e elogiam
Enquanto os faço rir
Mas insana não faz morada
Logo é hora de partir

Loucos e insanos
Sabemos como somos
É findada a visita
Tá na hora de seguir

(Nane-10/12/2011)


No palco vazio

Auto piedade
Sem auto-estima
É sina de poeta
Que brinca com a rima

Vive personagens
Que cria e imagina
Sofre suas vidas
Que nunca serão vividas

Sonha com amores
Que sabe impossíveis
Transforma-os em dores
Que por ele serão curtidas

E o poeta sofre de fato
E até consegue ser feliz
Nas quimeras que ele diz
Ser a vida que ele quis

Vive o poeta no palco
O personagem principal
E quando a cortina se fecha
Resta-lhe o silêncio sepulcral

Apagaram-se os holofotes
Silenciaram-se os aplausos
Seu público calou
E o seu show...acabou

(Nane-10/11/2011)

Pedra no peito


No peito uma pedra
Que pesa e paralisa
Entorpece sensações
De alegria e tristeza

Se não vem a felicidade
A tristeza também se esvai
É só o vazio que impera
Sem nada mais a importar

A pedra que pesa no peito
Protege de dores certeiras
As decepções passaram
Agora só pedras restaram

O torpor faz caminhar
O corpo sem sentidos
Se não existe horizontes
Deixa a pedra equilibrar

Um corpo sem vontades
Entregue às vontades
Do destino em desatino
Segue seu caminho

A pedra nesse peito
Pesa e é o que segura
A sequência de uma vida
Que tem que ser vivida

(Nane-10/12/2011)