domingo, 13 de novembro de 2022

A FÚRIA DO MAR

 

Metáfora vivida

Em caixotes sofridos

Num ir e vir sem sentido

Batendo e soprando


O fôlego que falta

Na saturação inconstante 

A cada lapada

Dolorida, incessante


Amigo insinuante

Que hipnotiza meu olhar

Perdido em suas águas

Que teimam em me chamar


Me diz que é um rio

Em plena calmaria

Me atrai e me trai

Sem nenhuma culpa


Mergulho a fundo

Saturando meus pulmões

A água salgada

Desidratando meu paladar


Repuxo em meu respiro 

Procuro por sua mão

Netuno ou Yara

Na mente já embaralhada


Eis que vem de novo

A lambada nas costas

Levanto mais uma vez

Subjugada, capotada em seu leito


A ressaca intermitente

Me mantém sob o jugo

De suas vontades

Descabidas... resumidas


De onda em onda

Vou sucumbindo

Perdendo os sentidos 

Do que nunca fez sentido


O mar

Metáfora explícita

No revolto

De uma própria vida


(Nane - 13/11/22)