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segunda-feira, 29 de março de 2010
A Guerreira - X ( A história de Lívia )
Retiro. O novo bairro
O bairro era bem diferente do Conforto...parecia
zona rural. O terreno grande (3,325m²), era todo
plantado e arborizado. Isso manteria a criaçada,
agora adolescentes, mais tempo nos limites de casa.
Pelo menos era o que Lívia achava e esperava...
Haviam mangueiras, goiabeiras, abacateiro, canas,
bananeiras, laranjeiras, mamoeiros, e outras fru-
tas no grande quintal, e Lívia, que sempre gostou
de plantações, tratou logo de fazer uma horta, onde
plantava de tudo um pouco...alface, couve, chicória,
cebolinha, salsinha, couve-flor, abóbora, taioba,to-
mate, vagem, beterraba, Xuxu, Agrião, e tantas outras
verduras e legumes...
Lívia colhia as verduras bem cedinho, na primeira hora
e colocava a criançada para vender na vizinhança, o que
fez logo crescer a fama das verduras frescas dela...em
pouco tempo, eram as pessoas que vinham em busca das
suas verduras em casa. E até vendedores, que dividiam
com ela o lucro das verduras que pegavam pela manhãm...
Não fosse pela bebedeira de Jorge, Lívia estaria bem fe-
liz. E o pior é que agora, ele estava aposentado, e pas-
sava a maior parte de seu tempo, enfiado nos botequins do
bairro. Quando retornava à casa, estava bêbado e logo pro-
curava confusão com os filhos adolescentes que já o enfren-
tavam.
Ele vivia desligando o relógio da luz elétrica, deixando a
família no escuro de propósito, e quando chegava bêbado,
ameaçava matar quem ousasse ligar a luz.
Na realidade, Jorge nunca cumprira uma ameaça de bater na es-
posa ou nos filhos. Mas a s ameaças, essas eram diárias.
E geralmente, quando Lívia colocava o almoço dele na mesa, ele
num rompante, virava a mesa e jogava a comida toda no chão...
Lívia limpava tudo e se entristecia cada vez mais com a cena
que se tornara rotina.
Os filhos de Lívia cresciam rápido. Luís havia desfeito seu noi-
vado, mas Linda estava de casamento marcado (estava grávida), e
logo sairía de casa. Pena que teve a chance de fazer valer a sua
fama de heroína mais uma vez. Foi quando o Jorge, que havia mais
uma vez deixado a família no escuro, estava ameaçando todos, e
Linda disse que chamaria a polícia, se ele batesse em sua mãe, ele
então tacou uma pedra em direção a Linda, que ao se afastar, atin-
giu a cabeça da pequena Lúcia, que sangrava bastante. Linda não
pensou duas vezes e saiu com Laura correndo. Quando voltaram, esta-
vam de carona em um camburão...levaram Jorge e o internaram numa
clínica para alcoólatras. Lá ele ficou por uns dias...e voltou bem
mais revoltado. Mas ciente que agora seus filhos reagiriam as suas
ameaças.
Linda se casou e a família em casa diminuiu. Luís e Lúcio também saí-
ram de casa para morar mais perto do serviço, e o Walter servia o
quartel.
Laura começou a trabalhar numa empresa de ônibus, e numa tarde de muita
chuva ao sair do serviço e entrar em sua rua, foi cercada por vários vizinhos, que grita-
vam ao mesmo tempo, e ela não conseguia entender o que eles tentavam
dizer...
(Nane-29/03/2010)
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