sábado, 29 de dezembro de 2012

Mônica Miguel

Tantas faces
Tantos gestos
Caras e bocas
Charme e beleza
Estampas múltiplas
De uma só
Inigualável
Inimitável
Única e linda
Menina e mulher
Teu nome grego
Te faz jus
Reflexo de Vênus
Solta na paulicéia
É só no nome
Que és solidão
Encanta e agrega
Quem te olha nos olhos

(Nane-29/12/2012)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sem culpa nenhuma

O amor sem pudor
Sem culpa nenhuma
Meu doce amor
Você me ensinou
Me fez senhora
De toda fantasia
Onde eu via obscenidade
Havia a mais pura poesia
Meu doce amor maior
Me fizeste aprender
Que entre quatro paredes
Tudo é permitido viver
Sem ter que ter culpa
E se for morrer
Que seja de prazer
Meu doce e grande amor
Me toma em seus braços
Me vira do avesso
E me faz do seu amor...viver

(Nane-28/12/2012)

Meu tudo

És meu chão
Respiro o teu ar
E entonteço se me faltas
Sorrio no teu sorriso
E choro em tuas lágrimas
Mergulho no teu olhar
E me deixo nele navegar
Sou sim dependente
Desse amor que me tomou
De assalto completamente
Bastou te encontrar
Para entender essa força
Que me faz viver
Ou se preciso morrer
Se por algum motivo
Você me faltar

(Nane-28/12/2012)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Black no branco

A moça morena sumiu
Fez do silêncio, cartilha
Eu bem que tentei entender
Mas só aprendi o A,B,C

A falta da menina baiana
Me fez entristecer
Saudades da minha amiga
Ah como eu queria te ver

Um toque de black
Silêncio profundo
Folhas em branco
Sem nenhum horizonte

O celular mudo
Não sei da sua voz
Calou no barulho
Da minha saudade

É um pedido
Em forma de poesia
Me liga e me diz
Que a saudade é recíproca

Você tão distante
E tão perto de mim
Minha amiga querida
Te amo eternamente 

(Nane-27/12/2012)

Filosofias

Pequenos gestos
Silêncios mudos
Desapego no tempo
Filosofias baratas
Lidas e seguidas
Enquanto os autores
Filosofaram apenas
E morreram de amor
Ou desamor
Afastam e enfraquecem
Sentimentos puros
Reais e verdadeiros
Que o tempo se encarrega
De levar no vento
Acabar com sonhos
E fazer forte
Quem ousou sonhar...

(Nane-27/12/2012)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Individualidade

Dubiamente me posto
Impondo e pedindo
Mandando e implorando
Indo e regredindo
Sou o preto e o branco
O sim e o não
Sem vergonha nenhuma
De ir e voltar
Sou o nada no tudo
E o tudo no nada
Trevas na luz
E brilho no escuro
Sou olho por olho
Sem dente nenhum
A certeza da incerteza
E a incerteza na certeza
Sou nômade enfim
Me adaptando ao mundo
Em metamorfoses contínuas
Da minha  individualidade
De ter essa dualidade...

(Nane-26/12/2012)



Mar de poesias

Que não me falte inspiração
Para preencher folhas em branco
E me deixar levar
Pela brisa da poesia
Mesmo onde o vento soprar
Em versos de furacão...
Que não me falte motivos
Para remar e rimar
No mar de todas as águas
Onde a poesia mergulhar
Ainda que eu tenha que naufragar...
Que não me falte palavras
Nem condições de escrevê-las
Seja no mar ou no ar
Que eu possa expressar
Por onde eu passar
O sentido do verbo...amar

(Nane-26/12/2012)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

As vezes

As vezes me vem uma vontade
Tão forte de chorar
Todas as minhas lágrimas
Até que secassem
Só para eu não mais chorar...
Então choro escondido
Para que ninguém veja
Choro por dentro
Enquanto por fora
Sou riso fácil...
Choro o amor que não vivi
E a vontade que morreu
Mas sigo o caminho
Que me foi destinado
Zumbiando na luz do dia...
As vezes me sinto só
Mas faço companhia 
Aos que me rodeiam
Por ser parte de um todo
E de um todo fazer parte...
Mas é no meu silêncio
Que verdadeiramente me exponho
E...choro

(Nane-24/12/2012)

domingo, 23 de dezembro de 2012

O teu olhar

 Esse teu olhar
Me entontece e me faz tremer
Não tenho base
Me perco nesse olhar

Mergulho sem pensar
Me deixo viajar
Nado para não morrer
Pereço sem respirar

Esse teu olhar
Me despe sem me tocar
Me vira do avesso
Me faz arrepiar

Embarco no barco
Que me leva a atravessar
O mistério deste olhar
Fulminante em descompasso

O teu olhar
Me faz arrepiar
Sem me deixar mentir
Sem me deixar...partir

Fechar teus olhos
Não vai adiantar
Estão presos em minha retina
Permanentemente a me olhar...

(Nane-23/12/2012)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lá em Madureira

Na sexta feira
Vou jogar tudo pro alto
Me acabar na folia
Cair na orgia
Madureira me espera
Na quadra da Portela
Num "esquenta"  de raíz
Que no pé é que se diz
E no azul desse rio
Meu coração vai navegar
Trazendo de volta a alegria
Num voo que é pura poesia
Da águia altaneira
Que fez seu ninho em Madureira
É amor puro e verdadeiro
Que inunda todo o meu ser
E faz das mazelas...eu esquecer

(Nane-20/12/2012)

Anúncio no jornal

Fui até um jornal
Colocar um anúncio
A moça me perguntou
O que eu ía vender
Eu disse não é isso
Eu quero é encontrar
E o que estás a procurar
Pode começar a ditar 
Estou a procura de um alguém
Que me aceite como eu sou
Com meus erros e defeitos
Não precisa ser bonito
Nem ter conta bancária
Eu só quero parceria
Eu preciso é de companhia
O amor a gente inventa
E cuida com a convivência
A beleza vem de dentro
E a gente se descobre com o tempo
Eu preciso de um amor
Que saiba me dar valor
Que caminhe pelas ruas
Segurando em minha mão
Me levando de mansinho
Me tratando com carinho
A quem interessar
É só me ligar
Para a gente se encontrar
Ela sorriu e publicou
Mas ninguém apareceu
Ninguém o meu anúncio...leu

(Nane-20/12/2012)
 



Um dia especial

Menina da Bahia
Faça a sua festa
Cante a sua canção
Bata palmas para você

O dia se arrumou
De sol e poesia
Deu as mãos ao mar
Só para te homenagear

O céu se vestiu de estrelas
Em noite de lua cheia
E no sábado do ocidente
Fez da lua, seu pingente

Menina encantadora
Dos olhos multicor
Deusa sedutora
Nascida em Salvador

Nesse dia especial
Aceite o meu presente
Em versos, rimas e carinhos
E nunca, nunca saia do meu caminho

À todos os orixás
Peço paz, saúde e harmonia
Na vida dessa baiana
Que me faz fazer...poesia

Feliz aniversário PSCOB!

(Nane-05/01/2013)






Espera em vão

Desnorteia-me a sua ausência
Arrebenta-me o seu silêncio
Na cabeça revirada
Passa um samba sem enredo
Desafinado...atravessado
Você não vem nunca
E na realidade, nunca virá
Mas eu teimo em te esperar
Enquanto vejo a banda passar
É só isso o que me faz
Seguir nessa estrada
A esperança imortalizada
De te ver chegar
Mas você não vem nunca
E eu sei que nunca virá
Mesmo sabendo 
Que eu estou a te esperar...

(Nane-20/12/2012)

Aposto do oposto

Eu queria ser boazinha
E te falar de flores
Ter no hálito o frescor
Do  orvalho da manhã
E soprar com a suavidade
Da brisa à beira mar
Mas sou lava de vulcão
Que deixa marcas por onde jorra
O vômito que expele
Da nascente interior
Não tenho a luz do sol
Sou a sombra das trevas
Não sou o brilho do raiar do dia
Mas a penumbra do anoitecer
Eu queria ser diferente
Mas aprendi que sou assim
O aposto do oposto
Dia e noite, noite e dia
Sou eu ...sem nada ser

(Nane-20/12/2012)


Caminhando

Não faço questão nenhuma
De nada e nem de tudo
Só vou por onde há uma estrada
Que não me leva a lugar nenhum
Caminho sem sapatos
Sem proteção nenhuma
Meus pés esfolados
sentem a terra arder
E fazem dela, barro vermelho
De sangue fresco
De dores mutilantes
De gotas espirradas no solo
Da sola embrutecida
Não vou por onde o tempo
Me faz caminhar no nada
Sigo na estrada
Que me leva a lugar nenhum
Mas que eu escolhi
Para andar por ela
Sou assim...sem nexo nenhum...

(Nane-20/12/2012)
 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

No portal do inferno

O inferno me chama
Ardem as brasas na alma
Queima-me o desespero retorcido
Não tenho para onde fugir
Urro feito fera ferida
No silêncio que me sentencia
A entristecer minha poesia
Densa, carregada de cinzas
Em rimas ranzinzas
Das dores sofridas
Causadas em mim
Por mim...
Na amargura do meus versos
Abri estrada paralela
Por caminhos tão iguais
Que nos fazem desiguais
Caminhando lado a lado
Em diversa direção
Sem sequer olhar pro lado
Sem nunca nos tocarmos
O inferno me aguarda
No calor do meu amargor
Enquanto em teu silêncio
Sentencias a minha dor
Queimo...

(Nane-18/12/2012)


Poesia não revelada

As vezes me pergunto
Por que escrevo para você
Mas é assim a minha sina
E não sei parar de te rabiscar...

Mesmo que não leias
A minha poesia só faz sentido
Se direcionada ao encontro
Do seu "eu" ao lado meu...

As vezes amasso o papel
Num impulso de ciúmes e cólera
E jogo fora no lixo
A poesia não revelada...

Mas seca-me a fonte
Atrofia-me a inspiração
Silencia-me as palavras
Doi meu coração...

Então volto a te escrever
Volto a reviver
Volto a me inspirar
Sem jamais deixar de te amar

(Nane-18/12/2012)

Sonho de valsa

Por onde anda meus sonhos
Que vão em busca sempre
Do amor que me consome
E me faz assim, viver
O sonho de ter você...

Sonho duradouro
Nas noites e nos dias
Sem se importar com as pálpebras
Abertas ou fechadas
Tela fixa da íris...

Sonho perfumado
Que traz seu cheiro
Na brisa suave
Teimosa que venta
De encontro ao meu olfato...

Sonho de valsa
De gosto doce
Inebriando mi'alma
Com tão forte ilusão
Que me faz esquecer
Ser apenas um sonho ter você...

(Nane-18/12/2012)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Moço bonito

Ei moço bonito
Me acompanha nessa noite
Não me interessa o seu nome
Só me dê o seu abraço
E me faça companhia...
Vem comigo ser feliz
Dançar até o sol raiar
Esqueçamos juntos
As dores do mundo...
Deixa a boemia nos envolver
E a cerveja gelada comandar
A música está tocando
Vem comigo rodopiar...
Ei moço bonito
Vamos juntos dançar
E quando a música parar
Eu quero te amar...
Talvez no amanhã
Eu nem lembre mais do teu rosto
Mas quando essa música tocar
Esteja certo, é nos teus braços 
Que eu vou estar...

(Nane-15/12/2012)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Essa noite

Hoje eu vou para a Lapa
Amigos de copo me esperam
A noite é criança na Lapa
A Lapa tem magia e poesia

Hoje vou sentar numa mesa de bar
E jogar conversa fora até o dia raiar
E dependendo da companhia
Não sei onde eu vou...deitar

Hoje vou trancar todas as tristezas
E me perder na boemia
Viver cada momento no infinito
E esquecer que a vida, no amanhã, continua

Hoje eu vou para a Lapa
Mergulhar de cabeça na esbórnia
Quem quer saber da Califórnia
Eu quero é me perder alí, na Lapa

Hoje você irá dormir dentro de mim
Em momento algum acordará
A noite vai te apagar da minha mente
Hoje, a Lapa me fará um bem danado...

(Nane-14/12/2012)
 



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Perdendo-se no vento

Te pedi por tantas vezes
Te falei do meu carinho
Te dei o meu melhor
Te fiz o meu querer...
O vento sopra suave
E nele...se esvaindo
Soprado pela brisa
Um sentimento balança...
Jamais se perca de mim
Nem permita que eu me perca
Quem sabe o vento vire
E retorne ao mesmo ponto...
Vento que venta lá
É o mesmo vento que venta cá
Por enquanto ele está indo
Não sei se voltará...
O vento está levando
Eu estou perdendo
Sentindo a brisa triste
Que sopra em minha face...

(Nane-12/12/2012)

Alma nua


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bobagens

Faço e refaço
Dentro de mim
Por fora não dá
É jogo de dados
A mesa me diz
Olhar cansado
Não vejo nada
Sinto tudo
De dentro pra fora
Silêncio no mundo
Mente que grita
Barulho infernal
Eu vou e volto
Não fico aqui
Me perco alí
Viajo para lá
Não saio desse lugar
Bobagens escritas
Em folhas amassadas
Eu disse
Não falei nada
Escrevi apenas
Deixa como está

(Nane-11/12/2012)

Agonia

Não, não se iluda
Com nada ou com ninguém
Que não pode te olhar nos olhos
Que não pode te tocar
Que não pode te abraçar...
Não, não se preocupe
Com quem não está presente
E não passa de uma imagem
Na tela fria de um computador
Ou uma voz distante
Num celular qualquer...
Não, não se envolva
Com nada que venha a te fazer sofrer
Por alguém que ao seu bel prazer
Resolva desaparecer
E te deixar sem nada saber...
Pois é nessa hora de aflição
Em que esse alguém te faz imaginar
O que de mau aconteceu
É que mais dói no coração...
Não, não se prenda a ninguém
Que mora dentro da telinha
Pois que são virtuais
E virtuais sempre serão

(Nane-11/12/2012)

Saquarema

Repousa teu espírito cansado
Num desses feriados
Onde o sol se veste de dourado
Num crepúsculo privado

Refaça tua energia
Num recanto de magia
Que faz de Saquarema
Astro principal em cena

Noite enluarada
Ao som de uma toada
Na beira de um mar
Perfeito para amar

Vem para Saquarema
Viver todo esse encanto
Que a vida te acena
Aqui...nesse recanto

(Nane-11/12/2012)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Casa comigo?

Casa comigo?
Nada tenho de valor
Além do meu amor.

Casa comigo?
Te ofereço as minhas rugas
Marcas do meu tempo.

Casa comigo?
Te prometo a eternidade
Dentro do meu coração.

Casa comigo?
Te dou toda a poesia
Que em mim houver.

Casa comigo?
Sei que sou o sonho
E você é a razão.

Casa então comigo
E nossas diferenças
Se completarão.

Casa então comigo
Pois na minha loucura
Te fiz razão do meu viver.

(Nane-10/12/2012)



Indiferença

Machuca a indiferença
O silêncio que agride
A subordinação nata
A vontade sem força...
O tempo que voa
E enruga-me a face
Enquanto estática
Imploro um carinho...
Machuca essa certeza
De não ser nada
Além do brinquedo
Num canto esquecido...
Machuca a esperança
Quando quase sem querer
Esse mero brinquedo
Volta a brincar...

(Nane-10/12/2012)

domingo, 9 de dezembro de 2012

Confusão interior

Sensações embaralhadas
Sentimentos conflitantes
Alegria e tristeza
Sorrisos e lágrimas
Sonhos desfeitos
Outros que virão
Nascidos das cinzas
Dos mortos e extintos...
Raiva que ascende
E aduba a certeza
De novos tempos
De outros sentimentos
Ainda confusos
Mistura de tudo
Cansaço do corpo
Fadiga da alma...
O rosto nas mãos
Esconde as rugas
Marcas da decepção
Dor no coração
A fé inabalável
Fará sorrir os olhos
Quando desembaraçar
Os sentimentos e sensações
Resta então...esperar

(Nane-09/12/2012)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Poesia não escrita

E no silêncio da noite
Escuto vozes
Que falam comigo
Que falam de mim
Sem nada dizerem
Apenas murmuram
O que eu não sei calar
Nos versos que faço
São vozes sibilantes
Que se perdem no vento
Da madrugada, que sopra
Vozes que também sopram
Poesias que não escrevo
Mas que sinto no peito
E que ninguém jamais saberá
Ou mesmo lerá
Pois que estão em mim
E em mais ninguém

(Nane-08/12/2012)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mudez

Não sou "boazinha"
E nem sei "dourar pílulas"
Não escrevo para encantar
Nem tão pouco para enganar
Rabisco meus sentidos
Minha ira e frustrações
Minha calma e mansidão
Que quase nunca rimam
Não sei "encher linguiça"
Nem tão pouco "babar ovo"
Se a alguém eu homenagear
É por acreditar que valha à pena
Perdoe quem me ler
Se preferir, nem perca tempo
Porque não escrevo para agradar
Antes...escrevo para desabafar
A dor de não saber falar

(Nane-07/12/2012)

A personagem

Meus sonhos loucos
Insanos e sem nexo
Me deixam sem rumo
Fora do prumo
Me embebedo dessa loucura
Me embriago de insanidade
Me faço personagem
Do livro que escrevo
Apenas para realizar
 Meu sonho insano
De ter o seu amor
Ainda que nas páginas
Que só eu lerei
De um livro só terminado
In memoriam

(Nane-07/12/2012)



Melancolicamente

Melancolicamente te sigo
De longe...sem me aproximar
Feito o perdigueiro fiel
Sigo os seu passos...à distância
Vou sabendo do meu lugar
Mas ainda assim...vou
Sem te perder por um único instante
Sei que você percebe e sabe disso
E é quando se dispõe à um sorriso
À um olhar, um carinho...
Que me encho de coragem
Que transbordo de felicidade
Que me aproximo um pouquinho
E continuo na minha sina
De te seguir...eternamente
E melancolicamente...prossigo

 (Nane-07/12/2012)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Por sob a máscara

Me perdi em mim
Abortei meus sonhos
Natimortos e vãos...
Arranquei a máscara
Gritei na escuridão
Achando ter me encontrado
Corri ao espelho
Olhei no meus olhos
E na tosca luz da minha vida
Vi o reflexo de outra máscara
Grudada em mim
Esqueci das feições
Que meu rosto continha
Quando os meus sonhos 
Teimavam em florescer...

(Nane-05/12/2012)

Tempo perdido

Então o tempo passa
E idiotamente vamos olhando
E deixando ele passar
Perdendo um tempo
Que nunca mais irá voltar...
Então passamos nós
Que idiotamente acreditamos
Que é o tempo que se vai
Quando na verdade
Somos nós na passarela
Que estamos à desfilar...
Então perdemos tudo
Apenas por olhar
E não agir
Por mero medo
De perdermos tempo...

(Nane-05/12/2012)
 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Vento que sopra

Escuta...
O vento que venta lá fora
Assovia uma melodia
Criada para nós
Feche seus olhos
Escute com seu coração
Deixa a imaginação te levar
Mesmo que seja apenas ilusão
Vem...
Segura a minha mão
Vamos cantar essa canção
Sem nenhuma explicação
Sem nenhuma intenção
Que seja só uma oração
Que seja a nossa emoção
Agora...
A noite é criança
Te convido para essa dança
Que há de ficar na lembrança
Enquanto houver a esperança
Dessa nossa louca...aliança

(Nane-04/12/2012)






segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Um instante só

Só queria um pouquinho de você
Num instante infinito
Onde o sentimento se eternizasse
Na minha emoção

Um instante só ao seu lado
Imortalizaria esse amor
Deixaria em mim o seu sabor
E te faria estar  em mim
Ainda que eu não mais esteja em ti

Um instante só do seu amor
E eu nada mais iria pedir
Ou mesmo querer
Pois que seria o ápice
Do meu viver

Eu queria só um pouquinho de você
Para fazer do sonho realidade
Por um instante só
Infinito na minha eternidade
Ainda que não fosse...de verdade

(Nane-03/12/2012)




Travesseiros

Olho em volta de mim
E não vejo nada
As estrelas se esconderam
E a lua não veio
Entenda minha solidão
Em meio à tanta gente
Nada faz sentido
Se você não está presente...
Acordo na madrugada
Escutando o seu chamado
Seu cheiro vem do vento
Entrando pela janela
E eu...abraço uma miragem
Criada na imaginação
Da minha solidão
Pura ilusão...
Olho em volta de mim
Você não veio
Você não virá
Deito a cabeça em seu colo
Aperto seu corpo
Me aninho em seus braços
Adormeço cercada e protegida
São travesseiros macios...

(Nane-03/12/2012)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Jogando com a vida

Jogo
Minha vida nos jogos
Meus anseios na mesa
Expostos na roleta
No dadilho de um bilhar
Em jogos de azar
Em sortes sem sorte
Na tela de um computador
Que me faz companhia
Em fazendas sem terra...

Jogo
Meus sonhos de ser
Sabendo não ter
Mais nada à fazer
Além de jogar
Com parceiros sem tato
Na frieza da noite
Na distância tão perto...

Jogo
Por que se não jogar
Me jogo ao chão
Sem mais levantar
Sentindo a real
E a mais profunda
...Solidão
Então eu jogo

(Nane-30/11/2012)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Incógnita

Sou o hoje
E o agora
O amanhã é casual
Se eu lá estiver
Viverei intensa
Como sou agora
Sou o que sou
Sem mais nada 
Vivo hoje
O amanhã é incógnita
Não sou X
Tão pouco Y
Não faço reservas
Vivo hoje
Meu amanhã
Será meu hoje...

(Nane-29/11/2012)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Boa noite

Vou dormir
Sem teu cheiro
Sem teu beijo
Sem teu toque...
Vou assim
Sem eira
E sem beira
Pensando asneira...
Triste e só
Na cama imensa
E fria no calor
Da estação...
Vou deitar e rolar
Querendo dormir
Só para te ver
No sonho...
Então eu vou
Pidona e pedinte
E se não adiantar
Boa noite...

(Nane-28/11/2012)

Pecado

E basta que venhas
Que me sorrias
Que me faças um afago
Para que tudo mude
E a vida viva...
Basta teus olhos
Cruzarem com os meus
E tua boca
Dizer meu nome
Para que no dia
Mesmo nublado
Se faça verão...
Basta um carinho
Mínimo que seja
Para que eu seja feliz
E sorria à toa...
Basta você para mim
Ainda que só um pouco
É o que me basta

(Nane-27/11/2012)


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Voando na poesia

Voo
 Nas asas da poesia
Sem direção definida
Sem medo de errar
Se tudo o que faço
É deixar o coração falar...

Voo sem brevê
E só assim consigo
Estar sempre perto de você
Mesmo sem o seu querer...

Voo
Por sobre o mar
Por sob o céu
Por entre estrelas
Enquanto puder voar...

Voo
No simples gesto
De me deixar levar
Pelas asas da poesia
Que em mim...faz moradia...

Voo
Por que sei voar
E se um dia eu cair
Será a hora de pousar
E minha poesia...silenciar

(Nane-27/11/22012)

Um dia

Um dia você vai me chamar
Vai procurar por mim
Vai sentir a minha falta
Um dia você há de me dizer
O que eu tentei ouvir...

Um dia 
Uma estrela vai chamar sua atenção
Vai brilhar mais forte que as outras
E você irá olhá-la
Sem saber que nesse brilho
Brilha o meu olhar...

Um dia
Quando não for mais possível
Você vai entender
Que ninguém jamais vai te amar
Como eu amo você...

(Nane-27/11/2012)





segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ponto G

Vou indo
Em direção ao horizonte
Sabendo que jamais chegarei
Mas também de que não vou parar
E em meio a esse caminho
Deixarei as marcas das pegadas
As sementes que plantei
As flores, os espinhos, vida e morte
Chegar ao horizonte
Não está nos meus planos
Só a caminhada vale a pena
O desejo eterno de alcançar
O que não se pode pegar
Onde não se deve chegar
A mola propulsora da viagem
O ponto G da humanidade
Está logo alí na minha frente
O horizonte está chegando
Estou "quase" o alcançando
Logo alí...na minha frente

(Nane-26/11/2012)


Marca na alma

É na minha alma
Que tatuei com sangue
O seu nome...
É o meu corpo 
Sem nenhuma marca
Que me esconde de você...
E assim
Em conflitos doloridos
Luto todo dia...
A alma em desalinho
Com o corpo frágil
Que se deixa olhar
Por quem não vê além...
Talvez eu tenha que morrer
Para que o carmim da tatuagem
Se faça visível aos teus olhos...
Mas corro o risco sério
Do teu corpo não permitir
A visão da tua alma...
E assim, de novo,
O seu nome, em mim,
Não aparecer.

(Nane-26/11/2012)


sábado, 24 de novembro de 2012

Mil e uma

Se vira em mil
Tem hora de tantas
Mulher e menina
Criadora e criatura
Cuida de mim
E de tantos outros
Que correm pro teu colo
E pedem o teu afago
Mulher tão forte
Que por causa disso
Nos faz esquecer
Da menina carente
Que mora em você
Mulher matriarca
E filha da mãe
Que por tantas vezes
Te embala num abraço
Tal qual ao seu bebê
Antes de te ver crescer
Mulher guerreira
Que não foge a luta
Arregaça as mangas
E faz tudo acontecer
Na batalha do teu viver
Então mulher
É para você que eu rabisco
A admiração
O carinho
E as saudades de você

(Nane-24/11/2012)

Ópio da razão

Não importa o que dizem
Eu vejo flores em você
Verdade que tem espinhos
Mas tem as cores que me encantam

O perfume inebriante
Que me sobe à cabeça
E me deixa sem ação
Me deixa sem razão

Ópio da minha sanidade
Entorpecendo o tempo inteiro
E me fazendo na loucura
Insana assumida

Flor proibida
Plantada em pedras
Raíz fincada
No solo de mim

(Nane-24/11/2012)




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Tela fria

Horas a fio
De frente à tela fria
Que só gera o calor
Da máquina ligada...à exaustão

Exaustão tão intensa
Implodindo no âmago
Fazendo teclar
Fazendo pensar

Horas a fio
De frente para a tela
Conectado ao mundo
Tentando ser real

Exaustão da máquina
Exaustão do ser
Exaustos estamos
A sós...com milhões

(Nane-23/11/2012)

Quero por que quero

Quero por que quero
Um amor pra mim
Um amor que me faça sentir de novo
O orgulho e a vaidade de ser mulher

Um amor que faça tremer
Meu corpo inteiro com seu beijo
E me faça delirar
No encaixe de nós dois

Quero também que esse amor
Seja meu e de mais ninguém
Sem espaços pros ciúmes
Sem tristezas em despedidas

Quero por que quero
Um amor assim pra mim
Que me faça ser criança
Que me tire pra dançar

Quero um amor
Que me faça sonhar
Dizendo me amar
Apenas com o olhar

(Nane-23/11/2012)


Chama

Chama que inflama
Arrebata e clama 
A paz perdida no incêndio
 Que consome e faz doer...

Chama que ascende
Ao bel prazer
Independente de tudo
Indomável no ser

Chama interior
Que faz suar e tremer
Na simples presença
Do seu causador

Chama infinita
Que arde no peito
Sem nenhum controle
De um tudo querer

É assim essa chama
Que eternamente te chama
E descompassa a vida
De quem desavisado...te ama

(Nane-23/11/2012)