quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sem nexo

Rasgo meu verbo
Liberto meu ser
Sem sexo
Sem nexo
Sem direção
Caminhando ou parando
Em qualquer estação
Sentindo o frio
Na falta de calor
Em busca de um amor
Sumido
Verto da essência
Tristeza profunda
De um espírito inquieto
Vagando sem corpo
Sem nexo
Sem sexo
Perdido num mundo
De um abismo sem fundo
De mente confusa
De verdades obtusas
E mentiras escusas
Solidão inclusa
Na aparência distorcida
De um sorriso eclético
Que o corpo alicia
Durante o dia
Na máscara da vida
Que ao findar mais um dia
Se permite abrir
O fecho ecler
Da alma sem sexo
Do ser...sem nexo

(Elian-30/08/2012)


Alquimia

Ser
Luz
Mistério
Fases
Cores
Estrela
Lua
Nua
Corpo
Alma
Fascinação
Labirinto
Magia
Encanto
Poesia
Luxúria
Ternura
Santidade
Pecado
Camaleão
Hipnose
Loucura
Desejo
Saudade
Vontade
Fatal
Bem
Mal
Bom
Mau
Mergulho
Mar sem fundo
Beleza
Feitiço
Alquimia
Mistura
Menina
Amálgama
Resulta
Mulher

(Elian-30/08/2012)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Acabando

Por que no teu visgo
Me deixei prender
E agora, sem forças
Não consigo respirar
Bate um cansaço
Respiro ofegante
Sem vontade de lutar
Vou seguindo minha sina
Com as pernas trôpegas
Me entregando ao sabor
Do vento que sopra
Sem mastro direcionando
Na realidade...me entregando

No peito comprimido
Um vazio absurdo
Que por hora dói
Por outra pulsa forte
Um coração vadio
Combalido e perdido
Batendo sem ritmo
Num samba atravessado
Em final de carnaval
Completamente descompassado
Descompensado

Vou me entregando
Me estragando
Me matando
Amargando
Acabando
Acabando...

(Elian-29/08/2012)

domingo, 26 de agosto de 2012

Na gaiola


Tristeza da rolinha

Hoje uma rolinha caiu no meu quintal
É só um filhotinho...não sabe voar
Eu tenho oito gatinhos
E alguns cachorros...
Mas nenhum deles viu a rolinha
Ela está entristecida e machucada
Se debateu e se indignou
Porque eu a prendi
Não entende que só estou a protegendo
Sente falta da sua mãe
Que também deve estar chorando...
Não posso soltá-la
Seria decretar o seu final
Mas ela está triste
E talvez morra na gaiola
Hoje eu peguei uma rolinha
E a coloquei numa prisão
Se ela não sobreviver
Será pela tristeza que traz no coração
Boa sorte rolinha....

(Elian-26/08/2012)

sábado, 25 de agosto de 2012

Baiana "retada"

Baiana porreta
Juazeiro é seu norte
Doce, meiga e amiga
"Retada" baiana loira

Perdoa a amiga
Que por um descuido
Esqueceu o aniversário
Mas não esquece de você

Te dou um "rabisquinho"
Com todo o meu carinho
Para conseguir o seu perdão
E continuar morando no seu coração

E depois minha amiga
O seu dia é todo dia
Então vê se não briga
E leia a minha poesia

Ela foi feita só para você
Que diz que vem me conhecer
E eu vou te esperar
Para finalmente te abraçar

Toda a felicidade
Saúde, paz e amor
É com toda a sinceridade
O que eu estou a te desejar

E louca para ouvir
Seu sotaque baianês
Além do telefone
Num abraço bem gostoso

Parabéns (atrasado, rsrsrs)!!!

Elian-25/08/2012)


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ensaiando passinhos

Menino no andador
Querendo aprender
Andar pelo mundo
Tanta coisa para ver

Menino passarinho
Exercitando as asinhas
Que usará em seu caminho
Quando for chegada a hora de voar

Menino agarrado
Ao seio da mãe
Que sabe ser dela
Esse o tempo de te ter

Menino abençoado
E tão por nós amado
No seu sorriso fácil
No seu jeitinho frágil

Menino encantador
Para a avó, inspirador
Te prender é utopia
Meu pássaro poesia

Menino no futuro
Homem feito e barbado
Rezo por seus sonhos
Todos realizados

Mas por enquanto menino passarinho
Voe baixo no andador
E aprenda com segurança
Os seus primeiros...passinhos

(Elian-24/08/2012)


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pantomima

Pobre poeta sem rima
Rabisca suas desventuras
Se afoga no seu mar
Não sabe nadar...
Poeta sem inspiração
Decorre seus dedos nas teclas
Sem imaginar o que vai escrever
Outrora escreveria em folha
Agora...nem mesmo o papel
Lhe faz companhia
Tudo o que restou
Foi uma tela fria
Para rabiscar sua poesia
Poesia sem rima
Mera pantomima
De um ator engraçado
Chamado de palhaço
Que chora por dentro
E faz sorrir dos seus atos
Destrambelhados e insossos
Poeta palhaço
Palhaço poeta
Que rabisca seu drama
Mera pantomima
De um palco calado
Em busca de aplausos

(Elian-23/08/2012)

Suave Flor

Doce flor cearense
Desabrochada em lençóis maranhenses
Jardim perfumado da ilha
Cintilando os céus de São Luis

Flor sublime de luz
Resplandecente e multicor
Exalando fragrância que seduz
Inebriando com inocência...amor

Suave flor indefinida
Nas cores que te refletem
Mas tão firme e decidida
Em florir e fazer sorrir

Flor que encanta com a aura
Que brilha revelando a alma
De uma singeleza sutil
Característica do seu perfil

Doce flor do nordeste
Envolva com teu perfume silvestre
A paz que aflora de ti
E a derrama sobre mim

Faz no meu solo teu jardim
Espalha toda a sua alegria
De suas cores festim
Para que eu te rabisque em... poesia

(Elian-23/08/2012)











quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Carequinha babão

De short e camiseta
Te vejo menino
Ainda careca
Sem dentes na boca
Babando em mim
Na ardência da gengiva
Inchada e vermelha
Que incomoda você...
São só três meses
Que parecem eternos
E corre ligeiro
Seu tempo de bebê
Menino nenê
Como eu amo você...
Ainda outro dia
Chorei ao te ver
Nascido na noite
Em que fui te conhecer
E no entanto sabia
Que assim seria...
Menino tão meu
Tão lindo e querido
Ainda serás
Companheiro meu...
Pensei ter tanto
O que te ensinar
E aprendo que és tu
Quem me ensina a amar...
Menino careca
Sem dentes e babão
O que posso te dizer
É que mesmo sem convite
Fez de morada o meu coração

(Elian-22/08/2012)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Não eram para mim

Se nada foi para mim
Bobagem insistir
Não escreves para mim
Nunca escreveu
Já o tinha me dito
Mas teimei em não acreditar
Agora entendo
Que nunca foi para mim
Então besteira ir te ver
Ou mesmo te ler
Ando abrindo outras páginas
Quase sempre em branco 
Em busca de quem
Escreva para mim
Cansei de me iludir
Com palavras insinuantes
Que acreditei um dia
Terem sido escritas para mim
Mas ainda ouço a sua voz
Me dizendo com aspereza
Para parar de achar
Que eram para mim
Frases soltas no vento
Que eu achava terem sido escritas
Para mim...
Agora eu sei
Agora compreendi
Que nunca escreveu nada para mim
A ilusão acabou
O sonho passou
Eu não morri
E sem suas frases...vou seguir
Quanto aos seus escritos:
Boa inspiração

(Elian-21/08/2012)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Meus demônios

Meus demônios se agitam
Entram em ebulição
Provocam erupção
Vomito irracional
Em forma de palavras
Enquanto o interior
Revira e se inquieta
Causando reboliço
Intestinos corrompidos
Se entrelaçando
No arrastar nauseabundo
Dos demônios enraivecidos
Na mente a visão
Da metáfora desaforada
Rasgando minhas tripas
Queimando minhas entranhas
Lançando a chama quente
Nas palavras vomitadas
Meus demônios enfurecidos
Metaforizados e libertos
Cospem minha ira
E liberta o meu fel
Me fazendo respirar
No findar da lava incandescente
Que vomitam sem asco
Do meu mais profundo interior
Meus demônios são meus

(Elian-20/08/2012)

Forte

Faço-me forte
E sigo em frente
Resoluta e absoluta
Na minha luta

Faço-me forte
Por ter a sorte
De ser suporte
E manter meu norte

Faço-me forte
Na semente do que planto
Extinguindo meu pranto
E sorrindo para o meu espanto

Faço-me forte
Sem temer a morte
E onde quer que eu aporte
A vida é meu consorte

Faço-me forte
E arranco sorrisos
Por saber ser preciso
Sanar meu inciso

Faço-me forte
E arrasto comigo
A luz intensa do abrigo
Nos braços de um amigo

Faço-me forte e sou de fato
Mesmo quando estupefato
Me vejo sem nenhum recato
Aninhado ao seu regaço

Faço-me forte com meus braços
Sem dividir lamentos
Jogando a tristeza ao relento
E vendo-a ser levada ao vento

Faço-me forte
E no meu norte
Tenho a sorte
De ser de fato, forte

(Elian-20/08/2012)

Lei da vida


A lei da vida
Segue impávida
E eu sigo
Seguindo a lei
Deixando para trás
Olhando para frente
Vivendo a vida
Segundo a lei
Impávida e intrépida
As vezes em paz
Por outras em guerra
Mas inteira e firme
Enquanto aguentar...
Deixando o tempo
Levar o que se foi
Deixando o tempo
Trazer o que virá
Buscando no vento
Brisas que sopram
Carinho no rosto
Em novas aragens
Seguindo a lei
Que leva em paz
O que ficou
No tempo passado
E traga alegria
No tempo vindouro
Que apenas segue a lei
...Da vida

(Elian-20/08/2012)

Madeira de lei


Teu nome é Carvalho
Madeira de lei
Lei do teatro
Que opera milagres
Em quem te procura
Passando segurança
Da madeira de lei
Teu nome é Jane
Menina mulher
De aconchego e roteiro
Dos que em ti se espelham
Teu dia de espetáculo
São todos os que brilham
Cada vez que as cortinas
Se abrem no palco
E faz de ti o foco
Da luz na ribalta
Que de história em história
Conduz pelas mãos
Talentos em ebulição
Ou simplesmente autopercepção
De quem te guarda no coração
Teu nome é Jane Carvalho
Baiana querida e "retada" 
Que seu dia seja sempre
De muita luz e muita "merda"
Parabéns Grande Dama da Ribalta!!!

(Elian-20/08/2012)

domingo, 19 de agosto de 2012

Sangue tipo: Fluminense

Teu sangue é tipo F
Filho e neto de tricolores
Não degenerarás a tua raça
Teu sangue é tipo F
Da mais pura e nobre casta
E antes mesmo de gerado
Teu sangue tipo F
Já se fazia preparar
Para pulsar em suas veias
Plenas das três cores
Que dentre tantas tradições
Se faz hereditário
Esse amor sem dimensão
Enraizado num genoma
Que guarda o coração
Teu sangue é tipo F
Destinado a ser assim
Aos 20 minutos antes do nada
E por isso viestes com este sangue
Teu sangue tipo F
É sangue de Guerreiro
E pelo Fluminense
Tu haverás de viver 
E será ele a paixão
Que carregarás na eternidade
De onde já a trouxestes
Quando a luz se fez em ti
E à mim, viestes
Carrega então em tuas veias
Com  orgulho e soberania
O teu sangue tipo F

(Elian-19/08/2012)




sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Abstinência

Abstinência total
O vício mortal
Tremores no corpo
Delírios na mente
Alma ausente
Corpo demente
Abstinência total
Dor surreal
Que na noite corrói
E aos poucos destrói
Mas agora não dá para parar
A hora é de tentar
Ou morrer na praia
Ao se entregar
À maré...sem remar
Abstinência total
Já quase sem resistência
Abraçando e agarrando
Toda e qualquer ajuda
Do Olimpo ou da Macumba
Apego para o desapego
Na merda da abstinência
Que faz tremer e doer
Mas que precisa ser vencida
No dia a dia da vivência
No renascer da esperança
É só abstinência
Vai passar...

(Elian-17/08/2012)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Brincadeira do destino


Ela era tão forte
Tão determinada...
Sabia exatamente o que queria
Não se deixava envolver
Amor era só coisa de novelas...
Ela se julgava imune
Nunca amara ninguém
Achava que isso era coisa da imaginação...
Ela até dizia
Que queria amar alguém
Mas sabia que não aconteceria
Não enquanto ela não quisesse
Não entendia as loucuras que faziam
Os apaixonados
Que para ela eram tolos...
Ela só queria entender
Pessoas que teimam em sofrer
Por um amor não correspondido
Isso só podia ser trama de filmes
Coisas de novelas...
Sentimentos assim não existiam
E ela sabia bem disso
O tempo a fez entender
Que o amor não existia
Não como diziam que sentiam...
Ela era tão forte
Tão determinada...
Um feitiço foi lançado
Ela é tão fraca
Tão sem objetivo...
Ela era...não é mais

(Elian-16/08/2012)

Sem ousadia


Meu corpo abriga
Ora uma alma
Ora outra alma
Ou é mi'alma
Quem se abriga em corpos
Distintos e tortos...
Não sei dizer
Se sou tantos
Mas só um
Sei que não sou
E quem eu sou
Jamais ousou
Saber quem sou

(Elian-16/08/2012)

Cortinas ao vento

O vento entra
Espalhando as cortinas
Que bailam insinuantes
À luz do luar
Formando imagens
Na parede do quarto
Me fazendo sonhar
Sem ter adormecido...
Relembro outrora
Quando ainda pequena
Olhava as nuvens
Passeando no céu
Formando desenhos
Que só eu via...
Eu tento ler
Um livro escolhido ao acaso
Mas as formas das cortinas
Me tiram a concentração
Me puxam e me levam
A viajar por outra fantasia
Insinuantes e lânguidas
Bailando no vento
Enquanto eu
Deitada na cama
Sonho acordada...

(Elian-16/08/2012)



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O avesso de mim

Vou romper limites
Que me prendem e me embaraçam
No avesso do meu eu
Vou escarrar e cuspir
A ditadura que me cega
E me faz pastar
Sem sair do lugar
Prisão que eu criei
Ao me fazer dependente
Ao perder a identidade
Ao me enfraquecer...
Vou deixar a luz do sol
Entrar e me aquecer
E fazer derreter
No avesso do meu eu
As teias que teci
Nas tramas que eu criei...
O caminho é complicado
Cheio de percalços
Falta ar e até vontade
Mas vou escarrar e cuspir
Tudo isso de dentro de mim
Não importa o flagelo
Vai valer a pena
Quando chegar o dia
Em que a minha poesia
Não falar mais de agonia...
Vou rasgar minhas vísceras
Para que em plena primavera
Eu pigmente de clorofila
Na luz que há de brilhar enfim
No avesso de mim...

(Elian-15/08/2012)



Espaço dividido

Dentro de mim esse vazio
Incomoda e me faz perdida
Ainda sinto sua presença
Sei que mora em mim
Dentro de mim esse vazio
Que teima em vivenciar
A falta de você
Que deveria estar aqui
Me acostumei ao pouco espaço
Que dividia com você
Agora dentro de mim
Ficou grande demais
E é preciso preencher
O vazio desse espaço
Ma para isso acontecer
Vou ter que matar você
Dentro de mim...

(Elian-15/08/2012)

Silêncios

Silencio no seu silêncio
Duro, dolorido, pesado
Que me diz o que devo saber
Mesmo sem eu querer
E o seu silêncio invade o meu
Que grita dentro de mim
Num suplício descabido
Sem eco algum
Só ouvido por mim
Só sentido em mim
Queimando e dilacerando
Sem mais ninguém ouvir
O meu silêncio é fruto do seu
Amargo e sabedor
Que no seu silêncio inquisidor
A revelação que fala alto
Instiga à despedida
Matando e cremando
Todo e qualquer resquício
Do que dantes foram palavras
Ditas entre sorrisos
Beijos e abraços...
Ficaram só os silêncios
O meu e o seu
Mudos, mas não surdos
Ao som da triste melodia
Desse adeus final.

(Elian-15/08/2012)

Rabisco indevido

Já não ouso te olhar
Vejo a visão embaçar
Nas lágrimas que teimam em verter
Quando surge sua imagem
Nas retinas do pensamento
Que eu penso sem sentir

E a voz melódica de outrora
Me diz palavras sem sentido
Que fazem todo o sentido
De quem não mais irá voltar
De quem não mais vou escutar
Palavras que diziam sem falar

E o corpo que me deixou sentir
O gosto do seu sabor
Em dias e noites de amor
Onde o frio se fazia calor
Nos corpos suados com ardor
Se foi e nada mais deixou
Além da minha dor

Já não ouso nem mais sonhar
Já não tenho mais nada à rabiscar
Não adianta desdenhar
E eu juro, estou a tentar
Mas você vive a me atentar
É melhor eu acabar
Esse rabisco que nem devia começar...

(Elian-15/08/2012)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Insanidade perdida

Na minha loucura
Me deixei levar
Por estradas que andei
Sem saber voltar
Insana e sem razão
Me embrenhei na ilusão
Sem me importar com a solução
Vaguei por labirintos
Segui meus instintos
A desgraçada da razão
Feriu meu coração
Puxou meu tapete
Da relva macia
Por onde andei
E estatelei-me no asfalto
Ensanguentando o caminho
Por onde passei
Hoje a razão me faz séria
Sem sonhos e nem quimeras
Circunspecta em linha reta
Acabrunhada de mim mesma
No espelho de meus dias
Em que fazia poesia
Com sentimentos e magias
Minha loucura insana
Minha vida profana
Deixei sucumbir junto com a chama
E de mim...restou o drama
No roteiro dessa trama

(Elian-14/08/2012)

De corpo e alma


Fera ferida
Mantida presa
Num corpo remido
Quase maltrapilho
Enquanto enclausura
A fera perdida
Desperta e entorpecida
Sem nada poder fazer
Além de urrar
Na clausura contida
Espírito sonhador
Bloqueado em seu ardor
Inquieto e sofredor
Rasgando o exterior
Numa explosão de furor
Sem nenhum valor
Fera contida
Expressando a dor
Na face do corpo
Maltrapilho e envelhecido
Pela luta desigual
Da carcaça animal
De um ser sideral
Onde o etéreo é anormal
E o concreto...o final

(Elian-14/08/2012)

Transcendendo


Quantas verdades escondidas
Camufladas sem intenções
Mentiras e verdades
Fantasias criadas
Na loucura confusa
De sentimentos misturados
Perdidos num tempo
De quimeras e ilusões
De uma louca perdida
Jogada ao vento
Expulsa e expelida
Sem metade ou parte alguma
Cai fora da história
Não diga palavras
Que podem ser verdades
Ou apenas devaneios
Mas nunca mentiras
Mentiras jamais
Cai fora de vez
Louca de pedra
No seu surto surreal
Que transcende o real
Sem mentir jamais...

(Elian-14/08/2012)


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Cesto de lixo


Por que me calo
Não rabisco
Por que me falta inspiração
A página fica em branco
Por que não há motivo
Nem tão pouco o que rabiscar
Saio de cena
Silencio
Não escrevo
Não tento
E se tento
Rasgo tudo
E o poema que rabisquei
Jogo no cesto
Onde dezenas de bolas
Amassadas de papel
Transbordam no lixo
Das minhas poesias
Sem inspiração

(Elian-10/08/2012)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Olhos de outro


Sinto teus olhos
Teus olhos em mim
Sei que me vigias
Sei que me olhas
Com olhares escondidos
Olhos de outro
Que finge me olhar
Sem nenhum interesse
Mas sei que me olhas
E olhas para mim
Mesmo sem querer
Tu olhas para mim
Com olhos de outro
Fingindo não ver
E eu fingindo não saber

(Elian-09/08/2012)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Formas forjadas

Sou sonhos desfeitos
Castelos erguidos
Em falácias coloridas
Na beira do mar
Subjugada às ondas
Na vontade da maré
Que no seu vai e vem
De tanto bater
Calcifica e transforma
Meus sonhos em pedras
Moldando esculturas
Abrindo janelas
Em novas molduras
De tela pintada
No atelier da vida
Forjando novas formas
De sonhos construídos
Nas rochas surgidas
Das falácias do meu destino
Que venham fortes
Que sejam derradeiros
Que sobrevivam...às marés

(Elian-08/08/2012)

Universo meu


Entre luzes e escuridão
Raios e clarões
Minha mente me mente
Me faz acreditar
Em verdades mentirosas
Que eu julgo serem
Mentiras verdadeiras
Estão na mente
As sementes
Do que faço acontecer
Do que penso somente
De fatos recentes
De lembranças que ela consente
Tudo guardado em minha mente
Entre raios e clarões
Entre luzes e escuridão
E só de mim depende
As explosões e repentes
Que trazem consequências
Me fazem imprudente
Culpa da minha mente
Quase sempre indolente
Quase nunca paciente
É minha mente
Universo descontente
E tão surpreendente
Me fazendo irreverente
Quando surge resplandecente
Essas luzes na minha mente
Que mente em verdades
E faz da mentira...realidade

(Elian-08/08/2012)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Artéria do mar


Fraquejo...
Mas a onda vai arrebentar
O cansaço vai ter que esperar
Eu não posso parar
Senão a onda vai me engolir
Estou num tubo perfeito
Vou deslizar
Até que o sol me aqueça
Até que a areia se faça leito
E eu possa descansar
Mas agora estou num tubo
E ele é perfeito
Vou deslizar no seu interior
Fazer amor com o mar
Enquanto ele (tubo) não arrebentar
Estou no turbilhão
Na artéria que risca o mar
Não posso fraquejar
Ou o mar vai me arrebentar
Num turbilhão de sensações
Deslizo rumo à paz
Não posso vacilar
No tubo que vai arrebentar
Eu vou deslizar
Eu vou deslizar
Na artéria desse mar
Não posso vacilar...

(Elian-07/08/2012)

É possível


Deixa o pensamento voar
Liberte seus sonhos
O impossível é possível
Enquanto a gente acreditar...
O que é a realidade
Senão mera ilusão...
Quimeras e fantasias
Poemas e poesias
É preciso ter coragem
Para seguir nessa viagem
Rumo ao impossível
Se tornando possível
Aos olhos de quem sonha
E quem vai dizer que não é real
Os sonhos que a gente sonha
As fantasias que a gente cria
A viagem ao impossível
Que a gente, e só a gente
Torna possível
Fantasias e quimeras
Virando realidade
Deixando de ser sonhos
E passando a ser verdades
Só é preciso acreditar...

(Elian-07/08/2012)


Pétalas ao chão


A semente que eu plantei
Germinou e floresceu
Mas a flor não vingou
Morreu ao desabrochar
Seu colorido se perdeu
Seu perfume...não tinha cheiro
A terra ficou árida
Secou a raíz
Era flor de fachada
Que no primeiro vento
Despetalou...
Onde foi que eu errei
Se arei, cuidei e cultivei
Mas falhei
E a minha flor...morreu
No jardim da minha ilusão
Nada restou da plantação
Só a poeira ficou
No jardim da minha ilusão
A semente que eu plantei
Fingiu que germinou
Mas quando de verdade eclodiu
Fraquejou sem raíz
E num vento sem força
Virou pétalas ao chão
Sem cor, sem odor, sem amor
Apenas pétalas ao chão...

(Elian-07/08/2012)

Alquimia


Se bruxa ou se fada
Ou feiticeira de magias
Faz da tua alquimia
Inspiração para a minha poesia
Não sei te definir
Mas posso te sentir
Mulher amiga
Presente divino
Que em teus braços me abriga
No conforto do teu abraço
Teu poder é imenso
E se faz mostrar
Na aura iluminada
Que teima em brilhar
No espelho do teu olhar
Fazendo jorrar
Energia de paz
Envolvente e aconchegante
Iluminando o caminho
De quem em ti
Busca carinho
Se bruxa ou se fada
Pouco importa a denominação
Teu nome é amiga
Amiga querida
Te rabisco com a emoção
Que me dita...o coração

(Elian-07/08/22012)






Crepúsculo da alma


Uma tristeza me invade a alma
Achei até que morreria
Estagnada por ela
Mas olhando o horizonte
Na hora do crepúsculo
Vi o sol morrendo
Para renascer em outro lugar
Dando a vez à lua
Que precisa vir brilhar
Suspirei um suspiro de acordar
Sabendo que tenho que continuar
A tristeza não passou (ainda)
Mas surgiu no seu lugar
A esperança de um novo recomeçar
No horizonte de mi'alma
No crepúsculo de meus anseios
Acalmando meu espírito
Morrendo e renascendo
Sei que vou despertar
E virá a alvorada
O sol tornará a brilhar
Eu estarei aqui a o esperar
E mi'alma no seu alvorecer
Enfim, me fará da tristeza... 
Esquecer

(Elian-07/08/2012)



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A hora é agora


Te quero
E te quero muito
Mas te quero na sua totalidade
Sem meias verdades
Sem obscuridades
Com a alma desnudada
Sem segredos
Sem medos

Te quero sem mais mentiras
Sem jogos 
Sem receios
Sem permeios
Integralmente
Com seus acertos e defeitos
Com meus defeitos e acertos

Te quero além da conta
E por isso te perdi
Por não mais  querer
A incerteza do te ter
Por querer dividir com você
Meus desejos e verdades
E de você tudo saber

Te quero e ainda te espero
Mas venha sem armas
Ou simplesmente não venha
Joguei as minhas fora
Sabendo que já era a hora
De te ganhar...ou te perder

(Elian-06/08/2012)

sábado, 4 de agosto de 2012

Um lugar



Onde foi que estive
Enquanto caminhei
Sem saber chegar
Mas era um lugar
Lugar de algum lugar
Que me deixei levar


Não sei se estive lá
Mas cheguei a este lugar
E não queria voltar
Mas lá não era o meu lugar
Não dava para ficar
Nem sei se estive lá


Eu queria ficar
Lá, naquele lugar
Onde nada me atingia
Onde eu dormia
E até sonhava
Mas tive que voltar
Para o meu lugar


O lugar que eu queria estar
Nem sei se estive lá
Mas era o melhor lugar
Que eu poderia estar
Não sei dizer onde é
E nem mesmo se eu
Estive lá


(Elian-04/08/2012)

Canto sem pranto



Eu canto já sem pranto
Apenas me aquieto
Enquanto o tempo passa
Faço da minha dor
Inspiração divina
E deixo correr o tempo
Que cura e cicatriza
Feridas abertas
Canto sem pranto
E me levanto
Fazendo de mim mesma
Mero objeto de espera
De dias melhores que virão
E a reconstrução virá
Em forma de evolução
Já não tenho mais tempo
De ficar sentada aguardando
A hora é de fazer acontecer
E não mais olhar para trás
Meus passos ainda trôpegos
Vão se firmando devagar
Sabendo com certeza
Que ao meu destino 
Vão me levar
Eu canto já sem pranto
Eu canto já sem pranto...


(Elian-04/08/2012)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ironia



Rebeldia é vida
Dizem os sábios
Submissão é morte
Dizem os sábios
Que pensador sobreviveu?
Aprenderam com a vida
Ou quem sabe
Com a morte
Vida sem vida
É morte em vida
Que importância ser rebelde
Se a vida acaba em morte
Que importância ser submisso
Se a morte acaba com a vida
Então a vã filosofia
Mais parece coisa de poesia
E os filósofos
Meros viventes
E aprendizes
Da submissão
E da rebeldia
Pregam a calma
Mas morrem aflitos
Mera e vã filosofia
Meu Deus...quanta ironia.


(Elian-02/08/2012)

Distância


Beira de praia
De madrugada
Lume no mar
Da lua bailando
Ao sabor da maré
Um estranho que passa
Sente medo de mim
Estranho...
Também me amedronta
De novo o silêncio
Na praia deserta
Onde só o mar
Esbraveja com ondas
Afundando a areia
Num côncavo salgado
Areia salpicada
De estrelas molhadas
Tão perto e distantes
Sob meus pés
Que as fazem afundar
E sumirem nas pegadas
Sou eu a estranha
Que anda sem rumo
Na fria madrugada
Um tanto amalucada
Em busca da paz
Perdida no lume
De um olhar brilhante
Feito o das estrelas
Sob os meus pés
E de mim...tão distante...


(Elian-02/08/2012)




Hipnose


Promessas



A menina traquina
Correndo descalça
Nas ruas ao redor
Ouvia o grito da mãe
Que chamava por ela
Na hora do almoço
Mas ela fingia não ouvir
Queria brincar
Tinha sede de estrepolias
Parecia adivinhar
O que vinha pela frente
Tomou banho de rio
Matou aula na chuva
Que caía torrencial
Estragando todo o seu material
Sabia que apanharia
Com a varinha nas pernas fininhas
Mas a menina insistia
Era traquina
A mãe a buscava na rua
Já quase na hora da lua
As perninhas pagavam o "pato"
A menina chorava
Mas no dia seguinte...de novo aprontava
Tão cedo decidiu
Seria escritora
A mãe sorria orgulhosa
Mas no fundo não acreditava
A menina também decidiu
Que da mãe, a vida toda cuidaria
E dizia isso aos quatro ventos
E para a mãe que também não acreditava
O tempo voou e traquina cresceu
A mãe, envelhecida, adoeceu
A menina virou mulher
Escritora não virou
Se tornou rabiscadora
A mãe estava certa
A mulher ainda cuida da mãe
Que envelhecida, dependente se tornou
A mãe cobra seus cuidados
E a menina...cumpriu sua palavra
Mas de alguma forma
A mãe estava certa...outra vez


(Elian-02/08/2012)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um blefe apenas



Sou o que sou
Sem tirar nem por
Não tento te agradar
Então não venha me cobrar
Não te peço nada
Não me exijas nada
Sou complexa
Cheia de complexos
Te dou mais do que tenho
Mas te tomo seu sugo
Nunca queira me acompanhar
Pois te levo à loucura
Não tenho soberba
No fundo sou indefesa
Mas me viro do avesso
Se saio do meu contexto
E sem nenhum pretexto
Me jogo de cabeça
Pondo as cartas na mesa
Sem ter coringa, nem nada
Num blefe das minhas vontades
Que quase nunca traduzem
As minhas verdades
Sou o que sou
Sem tirar...nem por


(Elian-01/08/2012)

Me deixa ir



Me tira da sua vida
Risca meu nome
Joga fora tudo
Deixa eu respirar
Tira de mim essa mágoa
Que machuca e queima
Não adianta eu tentar
Faça você então o serviço
E quando eu estiver lutando
No bravio do seu mar
Para não me afogar
Não venha me dar a mão
Não me procure mais
Posto que o seu prazer
É de mim, fazer
Capacho dos seus caprichos
Me deixa sucumbir
Ao de mim você sair
Só assim terei uma chance
De poder recomeçar
E desse lodo me levantar
Então me livra do seu visgo
Porque sozinha, eu não consigo


(Elian-01/08/2012)

Refazendo



Refaço meus percalços
E pouco resta do que faço
Sorrisos e sentimentos falsos
Abraços em um cadafalso


Caminhos sem placas
Minha ira não se aplaca
Finco sem dó uma estaca
Nessa alma sem casaca


Inerte e inútil
Me sinto fútil
E se em nada fui útil
Não posso ser sútil


Me encontro num copo
Não me ligo no horóscopo
Não tenho um escopo
Não sou filantropo


Viajo na fumaça
Da minha desgraça
Que me sirvo como em taça
O cigarro que me ameaça


Não sou hipócrita
Com certeza uma incógnita
Uma alma aflita
Que ninguém escuta quando grita


Mas também não escuto ninguém
E assim não me faço refém
A força que realmente me mantém
É esse meu eterno...desdém


Refaço meus percalços
E pouco resta do que faço.


(Elian-01/08/2012)

Somos humanos


A podridão não me causa asco
Somos todos soberbos
Fingindo uma bondade
Que não praticamos
Gente sem humildade
Falando de amores
Demonstrando piedade
Levantando bandeiras
De falsas verdades
Malhando políticos
E sendo corruptos
Enquanto a vantagem
Nos é favorecida
A podridão não me causa asco
Dizemos não ter preconceitos
Até o instante fatal
Em que ele se depara conosco
Aí a coisa muda
E o sonho da perfeição
Do branco com o branco
Do homem com a mulher
Do rico com o rico
Se desfaz e a vida
Parece destorcida
Mas eu tenho vergonha
De me mostrar preconceituosa
E engulo o "sapo"
Para parecer vitoriosa
A podridão não me causa asco
Somos todos soberbos
Lobos em pele de carneiros

(Elian-01/08/2012)

Vale dos sonhos


Sonho um sonho cinza
Sem cor nenhuma
Sem preto
Sem branco
Um sonho sem sonho
Um sonho embriagado
Das cinzas de brumas
De um vale de sombras
De vultos envoltos
Na fumaça espessa
Tão cinza e densa...
Sonho a frieza
De uma vida sem sonhos
Onde não mais preciso
Adormecer para sonhar
Ou tão pouco acordar
Para do sonho me livrar
O sonho que eu sonho
É a vida à me levar
Pro vale dos sonhos
Que eu insisto em sonhar
É cinza e frio
O sonho que sonho
E ao qual me condenei
A continuar a sonhar


(Elian-01/08/2012)

Por caminhos diferentes



E agora mãe,
o que faço da minha vida?
Não aprendi teus ensinamentos.
Não tenho a tua fé.
Não herdei a tua força.
E agora mãe,
o que faço com você?
Somos vidas unidas
por carmas de desventuras
tentando se entenderem
E juntas, crescerem.
Você fez a sua parte
me trazendo até aqui.
Mas eu mãe...
não tenho a tua força,
não tenho a tua fé.
Não sei mentir para mim mesma
e culpo a culpa que carrego
à culpa da tua dependência.
E agora mãe,
o que faço com a minha culpa?
Eu não sei rezar
e tão pouco quero aprender.
Não...não sou agnóstica,
mas sou espírito sem luz.
Só nos resta dois caminhos mãe...
Você é luz e vai seguir
seu caminho iluminado.
Eu vou seguir meu rumo
em busca de um novo aprendizado.
E agora mãe,
O que eu faço da minha vida?


(Elian-01/08/2012)

Fruto imaturo



Imatura 
Sou eu
Que não vivi a vida
Na cronologia devida
Passei em brancas nuvens
As fases decisivas
Ultrapassei limites
E ainda verde...amadureci
Sou fruto sem doce
Pronto para apodrecer
Sem gosto para a degustação
Sem prazer no paladar
Temporã da árvore colhida
Imatura
Sou eu
Que não soube absorver
O que a vida ofereceu
E agora o que restou
Foi a acidez do fruto amargo
Amadurecido à força
Sem sabor nenhum


(Elian-01/08/2012)