sábado, 31 de março de 2012

Fatos&fotos


As vezes as fotos são fatos de fato
As vezes os fatos são fotos sem fato
E nesse vai e vem se misturam coisas
Numa efemeridade de fatos
Que fotos não provam os fatos
Nem fatos posam para as fotos
A subjetividade dos fatos
Também faz as fotos efêmeras
Já que a verdade de hoje
Se torna fugaz amanhã
E deixa de ser verdade
Sem nunca ter sido mentira
Apenas fotos efêmeras
De fatos que nunca foram de fato
Montagens que a vida se encarrega
De fazer e desfazer, de unir e separar
Na subjetividade efêmera
De fatos e de fotos 
De fotos e de fatos
Sem fatos de fato
Montagens grosseiras
Que a vida interliga
E rasga a foto no meio
Colocando de fato
Cada um no seu lugar
São fotos sem fato
Verdades sem mentiras
Fotos sem fato...

(Elian-31/03/2012)

Amor verdadeiro


O amor não pede nada em troca
Nasce, cresce, e ama
Ser amado...nem sempre
Mas ama porque ama
Sem nada pedir
Com muito a desejar
Nos sonhos e devaneios
Nem sempre realizados

É assim o amor
Inteiro e real
Amor de verdade
Que aguarda paciente
A entrega total
Que se não acontece
Não deixa de amar
Tão pouco de sonhar
Adormece silencioso
Guardado e aguardando
O amor florecer

O amor verdadeiro
Transpassa espaços
Segue infinito
Nos espaços da vida
Sabendo esperar
A hora do reencontro
Das almas escolhidas
E por "instantes" perdidas
Simplesmente por saber
Que é amor de verdade

(Elian-31/03/2012)


Seguindo


Porque não curo esse vício
Não esqueço essa tormenta
Me deixo dominar
Sem conseguir parar de pensar

Queria tanto a minha paz
Viver sem tanta insatisfação
Ver poesia em coisas simples
Espantar a minha solidão

Acabar de vez com essa ilusão
Limpar e abrir meu coração
Me deixar encantar com outras opções
Enxergar novas soluções

É sempre assim
Quado tento me desvencilhar
O vício aparece e me faz tremer
Tem prazer em me ver sofrer

A cura é complicada
Me vejo só na longa estrada
Canso da inócua caminhada
E acabo de novo, no vício jogada

A luta é insana
Sozinha não dá mais
Preciso de uma mão
Pra me tirar dessa confusão

Vou seguindo...lutando
Perdendo...ganhando
Vou seguindo...tentando
Vou seguindo...te amando

(Elian-31/03/2012)

Frederico


Teu rosto, eu ainda não sei
Teus cabelos...de que cor será
Mas teu sangue...ahh...esse é Tricolor
Quem sai aos seus, não degenera
E você Frederico, não vai ser diferente
Verás comigo os jogos do Fluzão
E cantarás comigo o hino desse time
E terás gravado em tua alma 
O amor maior pelo Tricolor
E verás crescer contigo
O orgulho de ter nascido campeão
Nas três cores que traduzem tradição
E serás continuação maior
Do meu amor pelo nosso Tricolor
E volverás orgulhoso o pavilhão
Nos estádios de toda a nossa nação
O verde da esperança, o vigor da determinação
E a paz que impera na família Tricolor
Que venha esse menino
De sangue Tricolor
Que faça a alegria
Da avó que tem por ele, muito amor
É o Fred, é o Fred, é o fred!

(Elian-31/03/2012)

Por duas horas de prazer


E essa minha paixão
Louca, insana e total
Me vira a cabeça
Me deixa maluca
Faço coisas sem medidas
Me jogo inteira
Meu corpo treme
Meu sangue ferve
Minha alma se inflama
Fico extasiada
Ouço a canção
Que me invade o coração
E quando ele adentra
Com seu toque sutil
Me transporta e eu vou
Onde ele for
Eu vibro e suo
Num mixto de frio e calor
Emana de mim tanto amor
Pareço enlouquecida
Me contorço em frenesi
Ns face perco meus contornos
Que se amalgam com o prazer
Cada vez que explode o gozo
E eu sinto acelerar o coração
É mais um gol do meu Fluzão!!!

(Elian-31/03/2012)

sexta-feira, 30 de março de 2012

Flor nordestina


E ela surgiu assim...meio que do nada, um dia na net.
Talvez por auto-defesa, não fui com a cara dela no início...
Mas ela veio vindo...bem devagar...me envolvendo...
e quando percebi, já estava em mim inteira! Dividi com ela
minha família, e minha mãe virou a avó dela...e minhas irmãs 
viraram amigas delas...e meus sobrinhos, amigos dela...e
minha família, a família dela.
A Flor enraizou...fincou em nós os sentimentos que rompeu
a distância e hoje faz parte de nossas vidas...assim como nós
fazemos da dela. E hoje percebi que não dá mais para viver
sem a presença dela. E hoje, sinto a falta dela em cada segundo que
passo sem ela...e hoje, minha família não admite ficar sem ela. E hoje,
essa Flor nordestina aniversaria, e a sua família virtual (mas de verdade)
inteirinha quer, através desse rabisco, te desejar saúde, paz, felicidade,
e muito...muito amor nesse coração imenso que você tem.
E essa família inteirinha Flor, quer que você saiba e sinta o quanto é
querida em cada um dos nossos corações.
E que as palavras da sua avó se transforme em bençãos eternas na sua
"videnha" (detesto essa palavra, mas por você...escrevo) :
(...)Deus te abençõe e te proteja, te dê saúde e paz, e que resplandeça
seu rosto sobre ti e te dê a paz(...).
Florzinha, você foi a melhor de todas as pessoas que eu um dia encontrei 
na net!
Toda a felicidade do mundo para você minha "malinha" querida!!!

Bjs da sua "Pitybull" preferida:
Nane


(Elian-30/03/2012)

Uma semente


Me deixa seguir assim
Livre..
Sou pétala que se espalha ao vento
Se soprada com força
Apenas encoste
Seus lábios em mim
Com a suavidade da brisa
Que beija suave
Sem nada arrancar
Porque sou flor
E tenho espinhos
Mas fragrância também
Até mesmo as flores
Tem desígnios distintos
Simbolizam o amor
E também a dor
Quando plantadas e cultivadas
Não sabem se o seu destino
Será conquistar um grande amor
Ou enfeitar um féretro de dor
Então me deixa seguir livre
No jardim do meu fulgor
Sou flor de um jardim agreste
Que sem compromisso cresce
Onde sou semeada
E por alguém...amada

(Elian-30/03/2012)

quinta-feira, 29 de março de 2012

rótulos


Divirto-me as vezes
E por outras me irrito
Mas depois não ligo
E rabisco desaforos
É estranho ser julgada
Por aquilo que rabisco
De tudo um pouco
Já fui rotulada
Louca, insana
Débil, mundana
Homosexual, imoral
Nojenta, marrenta
Boazinha, anjinha
Poetisa, sacerdotisa
Mãe, mulher, irmã
Amiga, inimiga, talismã
E assim vou rabiscando
As vezes me importando
Por outras nem ligando
Se rabisco alegria
Acham que eu vivo de fantasia
Se rabisco a tristeza
Julgam que sou só fraqueza
Se falo de um amor
Querem adivinhar o abrasador
Que (imaginam) me traz flor
E no entanto rabisco por prazer
Até mesmo de ver
Tudo isso acontecer
E eu, incógnita permanecer
Observando o que de mim, irão dizer


(Elian-29/03/2012)


O invasor


Que homem é esse
Que invade o meu leito
E se aninha no meu peito
Sem pedir licença...

Que chega sem avisar
E vem logo me abraçar
Com seu jeito de menino
Que quer me amar

Que homem é esse
Que me arranha o corpo inteiro
Com a barba mal feita
Na minha cama já desfeita

Será homem ou menino
Brisa ou furacão
Que me alisa e me sacode
Na cama e no chão

E me faz ver estrelas

Viajar pelo espaço
E nos seus braços
Me sentir mulher

Esse homem tão menino
Me completa e me domina
Me invade e vai embora
Sem nada prometer...

(Elian-29/03/2012)

Amor de amigo



De uma quimera fiz obsessão
Em devaneios perdi toda a noção
Me entreguei à uma mera ilusão
E assim, machuquei meu coração

Doeu a dor de entender
Que jamais eu poderia viver
A utopia desse louco querer
O sonho de ter você

Ainda me sinto perdida
Ainda estou enfraquecida
Mas agora, por fim decidida
A seguir sorrindo para a vida

Viver outros amores
Esquecer todas as dores
Plantar e colher flores
Esquecer velhos clamores

E quando curada
De você desvencilhada
Darei estrondosas gargalhadas
Ao recordar lágrimas desperdiçadas

E aí...quem sabe aprenderei
A te amar, não como eu te amei
A te ver, não como eu te enxerguei
A te dar enfim, a amizade que eu te neguei...

(Elian-29/03/2012)




quarta-feira, 28 de março de 2012

O teu sol


Sou o teu sol
Mas você, não sente o meu calor
Despeja a frieza sem perceber
Que faz apequenar a minha luz
Apagar a minha chama
Morrer a minha estrela

Transforma em inverno
O verão que eu te dei
Apaga o meu brilho
Sem direito ao crepúsculo
Que outrora dourou o mar

Sou teu sol pequenininho
Sem força para aquecer
O frio que te cerca
Na gélida redoma que te acolhe
E te faz ser tão só

Por tentar te aquecer
Me deixei enfraquecer
Sem entender que não podia
Ir além da poesia
E a minha luz te oferecer

Te deixo a poesia
E me afasto de você
Para que a tua frieza
Não me faça (sol)...morrer

(Elian-28/03/2012)

Bailando ao luar


Baila nos seus sonhos
Se deixa conduzir
No embalo dessa valsa
Que te levará a lua
Nos braços do seu amado

Baila sem medo de ser feliz
Entregue-se à felicidade
Deixa-se levitar na imaginação
Da mais linda canção
Que transformará em poesia
Essa lúdica melodia

Vá doce menina
Deslizar por entre nuvens
Ao sabor da fantasia
Dos seus sonhos de menina
Num salão  ilminado pela lua
Bailar a beleza que em ti...flutua

(Elian-28/03/2012)

Segura na minha mão


E me sinto tão menina
Caminhando sem destino
Procurando na mão de minha mãe
Amparo pra caminhada
Que parece não ter fim

Minha mãe está velhinha
Não pode mais me dar a mão
Ao invés, procura pela minha
Me pede proteção

Minhas costas estão doendo
Pesa o mundo em cima delas
Minha mão escorregadia
Não consegue apertar a dela

Procuro uma mão
Para aliviar essa tensão
Minha mão está vazia
Sem onde segurar

Cansei de pedir ajuda
Cansei de imaginar
Preciso fazer da minha força
O meu próprio caminhar

Te pedi para me ajudar
Mas você parece negar
Então agora eu vou só
Lutar pelo meu lugar

Me sinto tão pequena
Tão criança e tão perdida
Mas sou fênix decidida
E vou arrancar força do nada

Vou te dar a minha mão mãe
E te levar à algum lugar
Depois posso descansar
E na mão de mais ninguém...segurar

(Elian-28/03/2012)

Me atendo


Me atenho a rabiscar
Coisas que vem à minha mente
Taxam-me de desequilibrada
Ou mesmo louca
Por me expor, me abrir
Mas danem-se o que pensam
Quem pensa de mim saber
Não sabe nada do que sou
Escrevo o que quero
Leia quem quiser
Opine se puder
E cale-se se não souber
Rabisco por prazer
Se fosse pra viver
Ou algum dimdim eu receber
Rabiscaria ao seu querer
E faria de você
Exemplo de bem querer
Então não seria poesia
Mas só a sua utopia
De querer aparecer
E ser fonte de inspiração
Eu...me atenho a rabiscar
O que quero, sem me preocupar
Se alguém irá gostar

(Elian-28/13/2012)

A Grande Dama


E hoje é seu aniversário!!!
Agitam-se em tim-tins
todas as taças de cristais,
reverenciando a sua Grande Dama!
Que importa a tristeza?
Que importa a alegria?
O que importa é brindar à vida!
A sofisticação da sua simplicidade
encanta quem priva da sua amizade.
A grande Dama é pura vontade
de viver a vida sem metades.
Intensidade e liberdade
fazem parte do seu charme.
Hoje o dia é todo seu!
Façamos dele um imenso brinde!
Bebamos à sua saúde, Grande Dama!
E que possamos fazer ainda muitos tim-tins
com taças e copos, canecas e garrafas,
o que importa de fato nesse dia
É brindar à essa mulher sensacional!


Feliz aniversário Grande Dama das taças de cristais!!!


Sua eterna admiradora:
Elian

Espera

Uma espera sem fim
Uma palavra só
Um telefonema
Uma mensagem que seja
Um sinal apenas
Mas nada acontece...
Não quero acreditar
Que o final chegou
Tento em vão forçar
Mas o silêncio é total...
Acreditar que acabou
Que nada mais restou
Que a vida segue em frente
Que tudo passou...
Tirar forças de onde
Se não consigo tirar
Da mente o seu nome
E nem o seu olhar...
Estou entregue ao nada
Sem forças ou vontades
Esperando da vida
O tempo passar
Apenas aguardando
A saudade abrandar
E quem sabe, eu
Poder descansar...

(Elian-28/03/2012)



A sua mão


A sua mão...
É so o que queria
Sentir você perto de mim
Sem mais nada pedir
Apenas te sentir
Aqui...pertinho de mim
Só um pouquinho
Por um instante só
Sentir o seu carinho
Saber que não estou sozinha
Que você está comigo
Ainda que distante
Presente aqui...comigo
A sua mão...
É só o que eu queria
Sentir...

(Elian-28/03/2012)

terça-feira, 27 de março de 2012

Vitoriosa


E depois de tanta luta
Da batalha quase vencida
Dos cabelos crescidos
E de novo caídos
Depois de ter chegado tão perto da cura
Vem a recaída...
A guerreira tropeçou
E enfraquecida tombou
Internada as pressas
Luta novamente
Pela vida....
A doença maldita
Finge estar vencida
E retorna arrasadora
Colocando em xeque
O esforço da guerreira
Que luta bravamente
Tentando levantar
Se fortificar...
É o passo a passo
O recomeçar
Tentar...tentar...tentar
Sem jamais se entregar
Força guerreira 
Te esperamos em casa...
Vitoriosa!!!

(Elian-27/03/2012)

Saudades do que passou


Senti saudades de ontem
Quando éramos metades
Que se juntavam e se formavam
Senti saudades de um tempo
Em que não éramos estranhos
E sabíamos exatamente
O que o outro estava a imaginar
Só pela troca de nossos olhares
Senti saudades de não precisar falar
Para me fazer entender
Pois bastava nos tocarmos
Para nossos corpos se incendiar
Senti saudades da razão
Que era nossa e de mais ninguém
Razão que nos ditava os corações
Que pulsavam numa só emoção
Sem a mais ninguém dar satisfação
Senti saudades do relento
Onde o amor era feito ao vento
Sem paredes nem lençóis
Era só a relva orvalhada
Refrescando e lavando os suores
Que se misturavam, salgando nossos corpos
Senti saudades do cheiro de mato
Que inundava nosso leito
E do rio que esperava sem pressa nenhuma
Enquanto cantava seu correr de águas
O banhar enamorado
Senti saudades dos pássaros
Que das árvores observavam
E acabavam por se amarem
Senti saudades da fogueira
Que ardia noite adentro
Iluminando a paz depois do amor
Quando nossa chama...saciávamos
Senti saudades desse tempo
Em que eu...te amava

(Elian-27/03/2012)

O caminho


O caminho a seguir é longo
E só tuas pernas poderão andá-lo
A trilha é complicada e pedregosa
Mas ainda que te arranque sangue dos pés
Não desista do caminhar
Porque parar é retornar ao ponto zero
Que te esfolem a sola dos pés...persista
E atravesse sem pestanejar
Os caminhos tortuosos
Sem nenhum atalho tomar
Para que possas alcançar, enfim
O tapete de relvas macias
Que está do outro lado
A te esperar...

(Elian-27/03/2012)

Uma Fadinha


Ela surgiu do nada
Em meio a escuridão
Me pegou pela mão
E juntas voamos
Saímos pela janela do meu quarto
Um medo me invadiu
Ela percebeu...e sorriu
Me abraçou e me tranquilizou
O vento orvalhado e frio
Que umedecia meu rosto
Causando uma sensação de liberdade
Abri meus olhos e percebi
Que eu voava sem asas
Feito o super homem
Eu podia voar...
Ela me conduzia
Eu me deixava levar
Outros seres iluminados
Se juntaram à nós
Formando um cordão de luzes
Voando rumo à lua
Brincando na noite escura...
Vi pirilampos e gnomos
Voei com fadas encantadas
Brinquei com a lua cheia
Dançei com as estrelas
Sorri do meu bailar
Dei cambalhotas no ar...
E o vento liberdade
Meu rosto suado
A noite clareando
As luzes se apagando
O vento soprando suave
As cortinas bailando
Meus olhos se abrindo
A fada indo embora
O sol me acordando
O sonho acabou...despertei.

(Elian-27/03/2012)


Tarde demais



Talvez amanhã
Seja tarde demais
E a falta que eu não te faço
Nem seja notada

Se torne real
Mentira ou não
Talvez amanhã
Se concretize

E se for mesmo assim
Falta nenhuma farei
E você nem perceberá
Que o meu (e não o seu) sonho acabou

Talvez seja melhor
Falta nenhuma te fazer
Porque se eu me for
Você nem vai perceber

Mas se um dia sentir a minha falta
Leia nas entrelinhas os meus rabiscos
E soletre letra à letra com carinho
Que verá tomar forma o seu nome...

(Elian-27/03/2012)










segunda-feira, 26 de março de 2012

Grito calado


Eu peço, grito, e você não vem
Me ignora simplesmente
Finge não me ver
Me faz sentir um nada...

Te chamo, te clamo, imploro
Mas você faz de conta que não ouve
O que foi que houve
É meu ou seu o medo...

Eu tento ser natural
Tento esquecer você
Te tirar da minha mente
Mas você não sai...se recusa

E passam dias e noites
E te vejo em meus delírios
E te falo dos meus conflitos
E te peço um só carinho...

Mas meu rumo está frio
Sem seu abraço pra me aquecer
A lua não vem brilhar
Se brilha...não percebo

Me humilho, eu acho
Mas ninguém nunca vai entender
Que mesmo sendo humilhação
É só seu o meu coração

Espero um só sinal
Para me atirar sem nenhum pudor
Nos braços que eu sonho
Se abrirem ao meu amor

(Elian-26/03/2012)



Deus e as muriçocas


Porque cada vez que eu tento
Algo dá errado
Destrambelha tudo
A vida perde o reio
O cabresto enviesa
O cavalo perde o rumo
Sente o arreio frouxo
Me derruba da sela sem ferrolho
E trota livre sem direção
Rumo ao desconhecido
Me deixando assim, no chão...

E vejo sonhos desfeitos
Objetivos perdidos
Lutas vencidas
Lágrimas derramadas
Luzes apagadas
Músicas emudecidas
Poesias sem rimas
Telas borradas
Desejos contidos
Gritos calados
Viagens interrompidas...

E me pergunto a todo instante
O que é certo e o que é errado
Se persisto ou se paro
Se acredito ou duvido
Das promessas de um cara
Barbudo e onipotente
Que se diz protetor da gente
E me testa o tempo inteiro...

Ou sou o seu inferno
Ou estou no meu inferno
Um dia, por mais distante
Eu vou te encontrar
E aí...vou te perguntar
Olhando na sua cara
Para que servem as muriçocas???

(Elian-26/03/2012)



Brincando com o sol


A poesia se fez melancolia
Nos versos que que me foi ditado
Não...não tem alegria
Perdoem a minha melancolia

Hoje a noite está sem lua
As ruas estão escuras
As estrelas não estão piscando
Adormeceram mais cedo

Amanhã com certeza o sol virá
E quem sabe, vai me aquecer
Quem sabe esquentará a minha alma
E levará embora minhas incertezas

Sou pedaço da natureza
E sinto falta da lua
Brinco com o sol
Gosto de contar as estrelas

Onde anda minha poesia
Que sente falta do brilho
Que  ilumina a inspiração
E aquece o coração

Onde anda a lua
Que deixou mi'alma nua
Tirou o brilho das palavras
Que ditaram na minha mente

Amanhã quero brincar
Com o brilho do sol
Quero a luz à me iluminar
Quero com a melancolia...acabar

(Elian-26/03/2012)

Caminhada

Não sei por onde caminhar
Tá tudo tão distante de mim...

Olho em volta e vejo nada
Onde estão todos os que me faziam companhia...
E é só você que sabe me entender
Mas agora não quer mais olhar por mim
Pessoas passam ao meu lado
Caminham por suas estradas
E não teem tempo para outros problemas
Eu também olho o meu umbigo
E quase não me preocupo com os outros
Sou só mais um nessa estrada
De caminhos solitários...de gente preocupada
Se amanhã vai ter grana pra pagar o doutor
Que o governo não quer pagar...
E você não vem me acompanhar
Cansou de caminhar na minha estrada
Me deixou sem saber o que fazer...
Aqui tá tudo sem perspectivas
Pessoas andam sem saber pra onde ir
Vão de encontro ao nada em busca de um novo
Ninguém quer fazer o bem, e nem o mal
Só estão perdidos na estrada
Sem ninguém à os guiar...ensinar
Que caminhos devem seguir
Para onde irão encontrar o porto seguro
São crianças desencontradas de seus pais
São pessoas como eu...perdidas e sem amor...
Ninguém entende a minha dependência
O meu vício de você
Ninguém entende nada
Eu não entendo nada
Só que preciso de você...

(Elian-26/03/2012)

De todo jeito


O meu jeito é assim
Estúpido e sem jeito
Mas é o jeito que eu tenho
De amar do meu jeito

Não sou de enfeitar
Mas tenho um jeito todo meu
E se as vezes passo por sem jeito
É o meu jeito de ser

Mas gosto de outros jeitos
Que são sinceros como o meu
Você tem um jeito seu
E eu tenho o jeito meu

Do meu jeito eu dou um jeito
De gostar do jeito seu
Só não gosto de outros jeitos
Que invadem o jeito meu

São pessoas que teem jeitos
De incomodar os outros jeitos
Pelo simples fato de verem jeitos
Na inveja dos nossos jeitos

Então é esse o meu jeito
De dar um jeito nesses jeitos
Que de tantos jeitos sem jeito
Eu acabo impondo o meu jeito

(Elian-26/03/2012)

Por entre as nuvens

Vou além das nuvens
Tentar no azul do céu
Encontrar a paz perdida
Te procurar...

Vou subir ao infinito
Se preciso for
Me encobrir de sonhos
Me perder de ilusão

Vou em busca de um anjo
Que voou para bem longe
Me causando desilusão
Me deixando sem inspiração

Vou de encontro ao sol
Em busca do seu calor
Tentar reconquistar
O que sobrou do seu amor

Subir o mais alto que eu puder
E em nuvens adormecer
Para acordar nos braços seus
Ou de amor...me deixar morrer

Se passares de avião
E uma escada enxergares
Por entre as nuvens 
Sou eu te procurando

Desça então desse avião
E venha ao meu encontro
Me dê a sua mão
E guarde contigo o meu coração

(Elian-26/03/2012)


Clamando por você


Onde está você
Que não vem me abraçar
Em meio à tanta aflição
Que minh'alma está a passar

Cadê a sua mão
Que acostumei a segurar
Quando do meu precisar
Onde ela está...

Porque não vem me consolar
Nos momentos que me afligem
Me desnoteiam e tonteiam
Onde é que você está...

Corre sangue em minhas veias
Fraco, branco, sangue de anemia
Que tira toda a minha energia
E contamina meu corpo essa agonia

E você me deixa tão só
Vem me dar a sua mão
Ampara meu corpo cansado
Vem dar alento ao meu coração

Que sem você bate mais fraco
Sem vontade de pulsar
Vem, eu preciso de você
E não sei como te buscar

O caminho tá complicado
A alma está cansada
O corpo quer parar
Sem você...não dá para continuar...

(Elian-26/03/2012)

Conflitos


Tiro e retiro
Viro e reviro
Corro e estanco
Tento e não consigo

Procuro e não acho
Encontro e perco
Ouço e me calo
Grito e ensurdeço

Chamo sem resposta
Falo sem que ouçam
Deito sem dormir
Choro sem sorrir

Nada me faz tudo
De um tudo que é nada
E nunca me completo
Sigo inacabada

Na estrada, só poeira
Que invade minhas vistas
Tapando-me a visão
Do que se deixa olhar

No ar o peso da respiração
Ofegante e desritmada
Em cada passo pesado
O corpo vacila...cansado

Tiro e retiro
Viro e reviro
Corro e estanco
Tento e não consigo...

(Elian-26/03/2012)

O canto da liberdade


O seu jeito menina
Te faz inocente
Não veem essa gente
Que você é uma mulher

Te substimam menina
E és tão grande
À ponto de não perceberem
A grandiosidade de sua alma

Te fazem cativa
Em sentimentos de gratidão
E te prendem na gaiola
Voar, não te deixam não

Sabem que o passarinho
Quando livre bate as asas
E só retorna quando amado
Protegido e cuidado

A menina procurou
Por carinhos em outros cantos
E hoje o passarinho
Está pronto pra voar sozinho

Temem perder seu canto
E te prendem na gaiola
Vem menina...conhecer
A vida que a vida tem à oferecer

O respeito e o carinho
Fazem parte desse seu caminho
E quando você (finalmente) voar
Nosso amor te agasalhará

(Elian-26/03/20112)

Vento cigano


Baila ao vento
Levanta poeira
Agita a tempestade
Deságua em sentimentos
Seu sorriso escancarado
Em movimentos sincronizados
Com que bailas ao vento
E o faz bailar também...

O vento embevecido
Obedece aos teus giros
E faz coreografias
Que te transformam em poesia
No bailar alucinado
Da Gitana domadora
Senhora de todos os ventos
Da brisa ao vendaval...

Vai Cigana...
Sacode as suas saias
Faz ventar a pura arte
Que os gytanos te ensinaram
Deixa ventar na sua alma
A liberdade do bailar cigano
Deixa correr em tuas veias
O puro sangue gytano
Que faz de ti selvagem
Posto que és brisa e vendaval
Posto que és...Gytana

(Elian-26/03/2012)

sábado, 24 de março de 2012

Eu não devia


Eu sei...mas não devia
Implorar, querer, sentir
É minha perdição
sonhar, almejar, falar...

Eu sei...mas não devia
Imaginar que eu podia
Ir além das minhas forças
Esmurrar ponta de faca...

Eu sei... mas não devia
Correr atrás do que não posso
Viver expectativas sem propósitos
Chorar em vão sem solução

Eu sei...mas não devia
Me acabar em troca disso tudo
Se não vislumbro nenhum futuro
Nem rabisco nenhuma poesia

Eu sei...mas não devia
Encher de planos meu dia-a-dia
E terminar em branco minha rotina
Sem cumprir minha ideologia

Eu sei...mas não devia
Pois não passa de ironia
Essa minha mania
De te fazer...de mim mania

Eu sei...mas não devia
Manter acesa a chama
E gerar expectativas
Que jamais se concretizarão

Eu sei...mas não devia
Te rabiscar em poesia...

(Elian-24/03/2012)

Um cantinho...


Você entra...e não me vê
Foi você mesmo 
Quem me mandou embora
Mas ainda sente a minha presença
Procura sem querer...por mim
Onde antes eu estava
Onde eu me sentava
E escrevia pra você
E você olha o meu cantinho
Mas não estou mais lá...
Diz não sentir a minha falta
Mas não deixa de olhar
Onde eu estava...ficava

Ficou o vazio de mim
E mesmo que outro alguém
Tome o meu lugar
Ainda assim...você vai me olhar
Me verá lá...rabiscando pra você
E mesmo não admitindo
Sentirá saudades de mim...
E saberá que onde eu estiver
Estarei escrevendo pra você
E eternamente...te amando...

Não estou mais na sua casa
A porta se fechou pra mim
Mas você me vê ainda
Sentada no meu cantinho
Escrevendo pra você...

(Elian-24/03/2012)


Lua nua


Me deixei guiar
Por pirilampos
Que levaram-me às pedras
Onde sentei à esperar

O crepúsculo já terminara
A noite era chegada
Meus amigos brilhantes
Junto às pedras, comigo estavam

Me disseram para aguardar
Que um presente íam me dar
Mas tudo tem hora pra chegar
E eu tinha que esperar

Sabiam do meu encanto
Pelo brilho lunar
E prometeram iluminar
O caminho por onde eu ía passar

E foi em meio à escuridão
Que ela veio esplendorosa
Feito tela em exposição
Tirando a minha respiração

Tão imensa e pertinho
Que parecia a minha mão poder tocar
Tão linda, tão clara, tão nua
Tão maravilhosa...lua

(Elian-24/03/2012)

Sem sentido


Se você não vem
Não faz sentido eu ficar...
A falta que você me faz
É imensa, e eu confesso
Não há a reciprocidade
Sei que de mim
Falta nenhuma você sente
Mas não tenho como esconder
Sinto falta de você...
E se você não vem
Não faz sentido eu ficar...
Porque vivo na esperança
De ver você aparecer
Me dizendo das saudades
Me pedindo pra voltar
Me chamando pra ficar...
E a cada dia que passa
Aumenta a falta que eu sinto
As saudades que machucam
A tristeza de não ver você
As lágrimas que escorrem...
Se você não vem
Não faz sentido eu ficar...
Essa esperança que não morre
Eu me afundo dentro dela
Sofro e choro o tempo todo
Sem ter forças pra lutar
Sem conseguir te apagar
E vida nova...começar...
Se você não vem
Não faz sentido eu ficar...


(Elian-24/03/2012)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mergulho interior


É dentro de mim que eu não me acho
Me perco e não me encontro
Mergulho e não sei sair
É tudo tão escuro dentro de mim...
Quem sou eu...onde estou...pra onde eu vou...
Todo mundo tem alguém
Eu não tenho ninguém
Não sei ir além
Do que aqui dentro de mim
Onde a visão se turva
E eu não consigo decifrar
Que caminhos devo seguir...
Mergulhada no meu interior
Sinto arrepios de horror
Chamas de um imenso calor
E um frio gélido que me faz endurecida
Pronta à quebrar na primeira batida...
Tão resoluta e tão perdida
Disposta a tudo e sem nada
É o desconhecido do meu interior
Onde eu me encontro e me perco...
Visto roupas de grife
Aparento ser tão normal
Finjo uma total sanidade
E na loucura do meu interior
Provoco um total desamor...
Dane-se a alheia realidade
Mergulhem dentro de si mesmos
Cuidado para não se perderem
Na suas próprias e duras verdades
Não se olhem no espelho
Vocês podem não gostar...

(Elian-23/03/2012)


Bagunça no céu


Não lamentem se eu parti
Há muito os faço sorrir
E da pena que tinha de morrer
Fiz asas que me alçaram ao céu
Onde amigos e outros entes queridos
Clamam a minha companhia
E esperam pela minha escolinha...
Comigo foram tantos que vieram
Que precisei de muita pena ao morrer
Para tantas asas confeccionar
E carregar as personagens
Que por décadas vos fizeram gargalhar...
O justo queria algum dim-dim ganhar
Para no voo supremo embarcar
Mas Painho amarrou seu nome
Na boca de um sapo 
E ele se conformou (e quase teve é que pagar o ingresso para entrar)
Bozó chegou de crachá da Globo
Mas São Pedro o fez tirar
O Jovem queria mais um tempo
Mas com uma galera rave se misturou
E não quer mais saber de voltar
Tavares achou que bebeu demais
Ao dar de cara com a sua Biscoito
Véi Zuza só sorria
E dizia: Eu já sabia
Tim Tones queria passar a sacolinha
Agradecendo o milagre de voar
Mas agora vai ter que uma "cana" encarar
Na verdade o Chico tá enrolado
Tem que dar conta de toda essa "cambada"
Pediu ajuda do professor Raimundo
Que já disse que quer aumento
Agora se você não acredita
Pantaleão vai te mostrar:
(...)É mentira Terta???(...)

* Esqueci de dizer que Salomé 
conseguiu o número do celular de Deus...
agora...já deu. rsrsrs



(Elian-23/03/2012)

Um dia triste


Hoje você não veio
Não me deu um bom dia
Não trouxe seu sorriso
Sequer brigou comigo...
Hoje você sumiu
E nem me disse tchau
Simplesmente desapareceu
Sem me dar um alô...
Hoje você me deixou
E te esperei em vão
Mas você não se preocupou
Não deu satisfação...
É...hoje o dia está mais triste
Você não apareceu
Então eu vou embora
Te esperei até agora...
Quem sabe no amanhã
Você retorne e me chame
Quem sabe eu sorria
Ao escutar a sua voz...
Hoje o dia está mais triste
Mas amanhã será alegre
Eu vou embora agora
Mas amanhã volto à te esperar

(Elian-23/03/2012)


Dentro de nós


Entre erros e acertos
A gente se completou
E de certa forma
Viveu um grande amor
Agora é passado
Se não fui perfeição
Você também não foi solução
Guarde de mim o melhor
Que eu  também levarei o seu
E esqueçamos o pior
Deixemos o passado adormecer
Vou levar você na mente
Por onde quer que eu vá
Mas é preciso te fazer adormecer
Dentro de mim
Para que em outras bocas
Eu não beije a sua
Para que em outros corpos
Eu não ame o seu
Então vou te fazer adormecer
Dentro de mim
Vou levar o seu melhor
E quando eu tiver que partir
Me guarde na lembrança
Pois mesmo adormecida
Viverei dentro de ti

(Elian-23/03/2012)

Três minutos de viagem


Embarquei na astronave
Sem saber para onde ir
Viajando pelo espaço
Em branco...em branco
Na cabeça só viagens
Sem mapas, sem portos
Estrêlas sem brilho
Passaram por mim
Me deixei levar assim
No infinito espacial
Envolvida no silêncio
Do espaço sideral

Lá nada pode me atingir
Vou viajando sem saber
Por onde hei de ir
Subindo sem destino
Indo pra lugar nenhum
Apenas seguindo
Sem saber se vou voltar
Esquecendo de você
E de mim
Apenas viajar...

Quanto tempo vai levar
Pouco importa
Eu quero viajar
Sem destino de pousar
A nave vai me levar
E em algum lugar há de pousar
E se por acaso se perder
Na deriva do espaço
Eu vou sobreviver
Enquanto puder respirar

(Elian-23/03/2012)

quinta-feira, 22 de março de 2012

O mergulho do sol


Juntei sonhos e planos 
Num horizonte plano
Onde sua imagem eu enxerguei
E tentei dela me aproximar

Sei que de alguma forma
Te alcancei e te marquei
Mas não foi o bastante
E seu horizonte ficou distante

Desenhei em nuvens douradas
Do crepúsculo enfeitiçado
O seu nome emoldurado
Com o ouro do sol poente

E caminhei por sobre o mar
Na esperança vã de te alcançar
Mas bastava eu me aproximar
Para o seu horizonte se afastar

Enfrentei ondas sobre ondas
Mergulhei no mar bravio
Remei contra a maré
Até a exaustão

Foi o seu nome bordado
Em nuvens emolduradas
Que escrevi sem medo
 Na moldura que eu criei

Eu queria te entregar
Junto com o meu coração
O presente no instante
Que alcançasse o seu horizonte

 Mas não consegui chegar
Por mais que eu remasse
Vi seu nome no horizonte
Junto com o sol, no crepúsculo,se afogar...

(Elian-22/03/2012)


Vou embora daqui


Vou embora sem levar saudades
Também não a deixarei
Vou embora sem prender-me a ninguém
E tão pouco em ninguém eu ficarei

Levo comigo só lembranças
Saudades não me atormentam
Levo as lembranças de quem amei
E deixo algumas em quem de mim lembrar

Mas vou embora sem me preocupar
Se terei hora para voltar
Porque aprendi a não sentir falta
De quem passou por mim

Levo o carinho na memória
E isso é o que de fato basta
Até porque sou ser humano
Que vem e vai sozinho

Vou embora 
Sem ninguém à me acompanhar
É assim a minha vida
Nada aqui, de mim, há de ficar

Vou embora sem remorso
Sem falta sentir
Sem falta fazer
Vou apenas o meu caminho seguir

(Elian-22/03/2012)

Ah...esse menino


Senti saudades de você
Menino atrevido
Que me leva a loucura
Quando ausente
E mais ainda...presente
Saudades da barba mal feita
Roçando meu ventre
Em beijos calientes
Que eu espero ardente
Saudades dos arrepios
Que me faz delirar
Por seus toques macios
Guiados por mim
Onde suas mãos tem que estar
Saudades dos sons
Sem nexos e sem complexos
Que saem da tua boca
Enquanto me faz mulher
Inteira com teu sexo
Saudades do suor
Que te escorre abundante
E faz colar teu corpo ao meu
No supremo de nosso instante
Saudades das besteiras
Que falamos depois do amor
Das risadas pueris
Quando em teu peito aninhada
Adormeço cansada
Saudades de você...meu menino

(Elian-22/03/2012)

Querer


Ah o nosso querer...
O que será o querer
Que egoísmo que há no querer
Porque quando queremos (e conseguimos)
Queremos sempre mais...e mais...e mais
Não temos medidas
Não sabemos nos contentar
E continuamos a querer...e querer...e querer
Se falarmos de dinheiro
Como não o querer
Se com ele teremos o poder...
E se falarmos de amor
Como não querer
O amor que a gente ama
E não nos contentamos
Com o muito que ele nos deu
E exigimos mais e mais...e mais...e mais
E se acaba esse amor
Por parte de quem nos deixou
Não nos conformamos
E insistimos num querer
Por não ser nosso o poder
Do amor que não nos quer
Se talvez nos contentássemos
Com os momentos em que havia esse querer
Guardaríamos o bem querer
De quem nos teve esse querer
E restariam só lembranças
De um eterno bem querer...
Mas esse nosso insistente querer mais
Faz a gente se perder
Em nossos por demais...querer

(Elian-22/03/2012)

Concretos e abstratos


Nas nuvens que passam
Vejo formatos
Que sou eu quem traça
E insisto em ver
Na vida que passa
Vejo formatos
E insisto em saber
Quem é que traça

Engenheiros distintos
Da vida e de sonhos
Do concreto e do abstrato
Que entre tantos formatos
Dissipam e caem
Suaves e com forças
Machucando seus alvos
Concretos e abstratos

Nos formatos das nuvens
Vejo flores e pássaros
Enquanto traço com suavidade
Um momento de paz
No abstrato silêncio
De dentro de mim

Nas formas concretas
Traçam pra mim
Idas e vindas sem fim
Que fazem barulho estridente
E doem dentro da gente
Quando mais nada se espera
Dos traços reais e concretos

(Elian-22/03/2012)

Intento ao vento


Faz tempo que eu tento
Faz tempo que meu intento
Junta tudo dentro de mim
Acumula meus centros

Ahh...
Faz tanto tempo que eu tento
Correndo atrás desses meus intentos
Que perdi a noção de quanto tempo
Eu juntei intentos dentro de mim

E foi por tão pouco tempo
Que eu senti realizar os meus intentos
Não falo de justiça e nem merecimento
Mas eu queria muito meus intentos

Vi tudo de dissipar ao vento
Sonhos e desejos se corroendo
Não importa mais o tempo
Deixa ele passar assim...lento

Estive tão pertinho...
Nada mais restou desse intento
Foi levado pelo vento
É tudo coisa que eu invento

Deixa ele ir...
No tempo...
No vento...
Partir...

(Elian-22/03/2012)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Um sonho


Um sono infinito
Sem dia e sem noite
Dormindo apenas
Sem ter que acordar
Para o vazio do nada

Um sono sem barbitúricos
Num dormir tranquilo
Podendo sonhar
E assim viver
Sem ter que morrer
Dormindo apenas

Um sono infinito
Que pode trazer
Um sonho infinito
Sem pesadelo para atormentar
E sem data para acordar

Um sono infinito
Seria bem-vindo
E me faria sorrir
Ao sentir no coração
A paz da imensidão
Do meu sonho infinito

(Elian-21/03/2012)



Ao leitor a razão


Me cobraram que o poeta
Por ser um fingidor
Deveria, em sua tristeza
Poetizar só alegria

Falar do azul (ou verde) do mar
E do perfume que há na flor
Mostrar a beleza do luar
E a luz que faz o sol brilhar

Me cobraram que o meu poetar
Anda triste e cabisbaixo
E que isso contamina
O meu leitor desavisado

E me pediram um rabiscar
Onde não faltasse a alegria
Das crianças de pique brincando
Ou tomando banho na chuva

Ou quem sabe, da alegria
De um cãozinho fiel
Ao reencontrar seu dono
Na sua volta ao lar

Não sei se vou conseguir
Mas vou tentar alegrar meu rabiscar
Para à mais ninguém contaminar
Com o meu jeito triste de poetar

(Elian-21/03/2012)


Na maré da vida


Eu não sou daqui
Aqui estou contida
Amordaçada e incomodada
Vivendo por viver

Não sou daqui
Preciso de outros ares
Que me façam sorrir
E me ensinem a navegar

Estou presa por cordas
E elos que machucam
Deixando marcas tão profundas
Cicatrizes que não curam

Sequelada pela vida
Que não me permite viver
Além daqui, de onde não sou
Contida em redoma que não se quebrou

A vida segue em frente
Eu sigo meu destino
Me deixando levar pela maré
Até onde tiver que chegar

Se não sou daqui
Vou aguardar o meu lugar
Sem mais me debater
E o meu destino vou aceitar

(Elian-21/03/2012)