sexta-feira, 29 de abril de 2011

Loucura

Ah...a minha liberdade!
É te ver e poder dizer que te amo
Sem me importar com o que vão dizer.
Que me importa a idade?
Azar de quem não entender
Que te amo de verdade.
A minha liberdade é você!
É saber que no final do dia eu vou te ver
E te ter...
O que me importa se você é de verdade?
Se o que conta
É a minha felicidade.
Ah...sou feliz com você!
O resto não interessa a mais ninguém.
Vem...vem me fazer feliz.
Louca, é quem me diz...

(Nane-29/04/2011)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sonhando acordada

Arrumei minhas malas
Comprei passagem
Embarquei numa viagem
De ida sem volta
Deixei a tristeza em casa
Trancada na gaveta
Viajei de encontro ao horizonte
Num mar de novas emoções
Vislumbrei estrelas no céu
Brincando entre nuvens de algodão
De esconde-esconde com a lua
E me deixei contaminar
Pelo clima de ciranda
Num jardim encantado
Onde resolvi dançar
A melodia de pássaros a trinar...
Ahhh...me deixa nessa história viajar

(Nane-28/04/2011)

Mulher...

Minha equidade é justa
Mas é a iniquidade que me move
Na minha imparcialidade
Sou parcial
Me mostro e me escondo
A cada ocasião
Sou chuva e sol
Sem o brilho do arco-íris
Espectro da luz
E refracção da minha emoção
Introspectiva em pensamentos
Receptiva no tato
Sou mixto de joio e trigo
Hora amo e hora odeio
Inconstante e contestada
Sou amada, sou odiada
Sou reflexo do meu sexo
Um dia santa, no outro ordinária
Sou mulher...sem nexo

(Nane-28/04/2011)

Sozinha

Estou só
Sou só
Educada
Mas de "pavio curto"
Inconformada com a minha conformidade
Dilacerada pela própria sociabilidade
Que me faz sorrir
Quando o que quero...é chorar
Nasci só
E é só que vou morrer
Cercada de uma multidão
Em plena solidão
Não vou me lastimar
Ser só foi minha opção
Sorrio com meu rosto
E choro com o coração
Que lacrimeja sangue
E transborda decepção
Estou só
Sou só...

(Nane-28/04/2011)

Sem adeus

O meu amor fugiu de mim
Se foi sem ao menos se despedir
Não me disse adeus
Apenas fugiu de mim...
Agora não sei o que fazer
Não sei como viver
Nem mesmo sei se vou sobreviver
Tudo o que eu queria
Era apenas entender
Porque o meu amor fugiu de mim
Sem nada me dizer
Sem me dizer adeus
Não era para mim
O amor que me deixou
Se foi, não volta mais
Siga o seu caminho...em paz.

(Nane-28/04/2008)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O trem da vida (ou da morte).

Se eu morrer
Quem há de chorar por mim?
Talvez alguns poucos o façam
Mas eu como tudo...também terei um fim
A vida passa e nem percebemos
O espelho, esse até tenta nos falar
Mas só fazemos o quebrar
E surge então, assim do nada
Uma dor, um defeito, um sinal
E sem nenhuma despedida
Nos leva embora, nos extermina
Por um tempo sobrevivemos
Na saudade de alguns
Mas o mesmo tempo nos enterra
E nos faz extinguir...
Somos só passageiros
De um trem em movimento
Que a cada estação
Renova seus frequentadores
Descem uns e sobem outros
E o trem da vida segue em frente
E se eu morrer...
Quem vai chorar por mim?

(Nane-27/04/2011)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sociedade indigna

Vou me despir da mediocridade
Que assola a sociedade
Com meias verdades
E falsas realidades

Vou falar da maldade
Travestida de bondade
Num jogo sujo de interatividade
Que se espalha na cidade

É bullyng, pedofilia, bandidagem
De pessoas sem nenhuma caridade
Vidas retiradas com banalidade
Deixando um mixto de raiva e saudade

Culpa de quem essas maldades
Que assolam a sociedade
Que se indigna e pede dignidade
Sem perceber que é a criadora dessa temeridade

Aos governantes, a minha indignação
As autoridades, meu desprezo e incompreensão
Ao sistema velho e falido, impossível dizer não
E a sociedade...,lembrar que é ela a população

(Nane-26/04/2008)

Eu sou você

Me deixa seguir em frente.
Sem raivas,
Sem dramas,
Apenas seguir em frente.

Rever valores que criei,
Recomeçar o que nunca terminei,
Celebrar vitórias que consegui,
E lamentar derrotas que fingi.

Me deixa de alguma forma me libertar
De grilhões que me atam e me prendem
À meras convicções
Que eu quero derrubar

Me deixa seguir livre
Pelos caminhos que decidir
Sem me importar com consequências
Daquilo que estar por vir

Me deixa renascer
Num outro e novo ser
Jogar fora a consciência
E me esquecer que sou você...

(Nane-26/04/0211)

Brincando de amar

Brinquei de te amar
E me deixei apaixonar
Não tinha essa intenção
E agora...o que fazer?

Te vejo em todo lugar
Se fecho os olhos,
É dentro de mim que você está
Com seu jeito manso de me olhar

E quando me ponho a rabiscar
É seu nome que quero rimar
É você a minha inspiração
Povoando a minha imaginação

Eu não queria me apaixonar
Apenas com você brincar
Não percebi a armadilha
Que foi você na minha vida

Agora não consigo parar de pensar
Não consigo te esquecer
Só quero te amar
Preciso tanto...de você...

(Nane-26/04/2011)

terça-feira, 19 de abril de 2011

O meu cartão

Meu gênio é forte
Digo o que penso
E escuto o que nem sempre gosto
Mas não abro mão de ser assim
Sou franca
Direta e sem pudores
Por vezes passo por desaforada
Se às convenções eu desagrado
Mas sou quem sou
E por nada mudo isso em mim
Sou amiga
E por ela vou até o fim
Amizade é a irmandade
Que eu escolhi pra mim
Sou o que sou
Sem pretenções de agradar
Te dou o meu cartão
E a ti, resta (ou não) me aceitar.

(Nane-19/04/2011)

Viva a beleza!

Vinicius disse que beleza é fundamental
Mas não deixou a receita da beleza
Quem ama o feio, bonito lhe parece
Diz a sabedoria popular...
Mas o corpo envelhece
E a beleza...padece
E eu que amava a estética
Que faço sem a plástica
Do corpo envelhecido
Mas de alma enobrecida?
E nem adianta me dizer
Que a beleza por ele referida
É aquela do interior
Pois o poeta era mulherengo
E prezava muito o exterior
De uma bela companhia
Nas noites de boemia...
Então, que seja eterno
Enquanto dure
A beleza e a juventude!

(Nane-19/-4/2008)

Despertar da hibernação

Acordei da minha hibernação
E me deparei com um mundo novo
Não eram assim as coisas que eu via
Não sei onde eu me perdi....
Minha casa vivia tão cheia
Meus irmãos, perdi a conta de quantos eram
Minha mãe, tão bela!
Onde estarão meus amigos de infância?
Engraçado que o tempo passou
E me sinto no vácuo de dois extremos
Em plena maturidade(?).
Meu corpo envelheceu,
A juventude se perdeu;
Ficou presa num espelho qualquer
Que não consegue refletir
A imagem que eu achava
Que eternamente ía durar...
Mas eu hibernei
E não a vi passar...
Deixei passar sem perceber
A felicidade de um amor
Que por ignorância
Não deixei acontecer
Agora,
Acordei prá solidão
E as rugas vieram me mostrar
O resultado da minha hibernação...

(Nane-19/04/2006)

Um minuto só

Eterniza meu momento
De felicidade ou tristeza.
É só um minuto,
Um instante marcante
Que me acompanhará
Eternamente...
A morte e a vida
Presentes num minuto.
Que lembranças o trarão
De volta a minha mente?
Um minuto somente
De glórias e fracassos,
Risos ou lágrimas,
Marcando na vida da gente.
Meu minuto infinito
Que nunca se acaba,
Que deixa saudades,
Que vai...e que volta,
Sem que eu nunca saiba
O que nele me aguarda...
Se um beijo
Ou um abraço,
Se um adeus
Ou se até logo...
Um minuto que não se acaba,
Ou que passa num minuto...
É só um minuto,
É um minuto só...

(Nane-19/04/2011)

Meus fantasmas

Meus medos se apresentaram pra mim
Sem pedirem licença para se mostrarem...
Vieram em turbilhão,
Assim, sem nenhuma consideração.
São fantasmas que me assustam
E não me deixam adormecer.
Me fazem sentir criança,
Me tiram a esperança...
São medos do que sou
ou do que posso vir a ser.
São coisas que me atormentam
e que também,de certa forma,
me alimentam.
Fantasmas que povoam-me a mente,
Mas que me levam até mim mesma.
É viagem obscura
De quem vive a sua eterna procura...
Meus fantasmas se soltaram...
E eu...me sinto perturbada.
Preciso ser exorcizada...

(Nane-19/04/2011)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Música tema

A música que toca em mim
tem o poder de comover,
mas só eu posso escutá-la.
Foi feita sob medida pra mim.
É tema do meu viver,
do meu querer,
dos meus desassossegos
e meus apegos...
É a melodia que compõe
a minha poesia,
Mas que só eu entendo
a harmonia, enquanto
rabisco sem riscos
de desafinar o compasso
de tudo o que faço...
e que escrevo.
Ela existe só em mim,
e se me falta,
a cabeça rodopia
e a poesia se perde no salão
onde a orquestra se calou,
e o show...já terminou.
Ah...a música que toca em mim
é meu jeito de viver
e de me relacionar.
Ela não pode se calar,
sob pena
de me sufocar
com as palavras
que eu não mais souber
harmonizar...

(Nane-18/04/2011)

Uma noite de verão (no outono).

Deitada na minha cama, sem sono e sem ter o que fazer, abri as cortinas da janela e
me deparei com o brilho da lua espetacular que enfeitou o céu de ontem. Estrelas,
quase não vi, estavam apagadas, talvez sentissem vergonha da beleza lunar, que se
destacou no azul escuro do manto celeste. Ou quem sabe foi só mesmo uma forma
de homenagear o satélite dos enamorados num final de noite de domingo.
Eu me deixei ficar lá...olhando a lua sem pensar em nada. Deitada e com preguiça de
pensar, apenas admirando aquela bola prateada, suspensa no céu, tão linda e tão nítida,
como se possível fosse tocá-la com as mãos...O quentume da madrugada abafada pelo
calor do verão que se esqueceu de ir embora em pleno outono, permitiu que eu abrisse a
janela e escutasse no silêncio noturno, os sons que só a noite produz, num latido distante de
um cão vigilante, ou de carro que corre apressado, de volta prá casa, ou quem sabe para um
outro lugar. Até o sibilar de um grilo falante que ecoa na noite, quem sabe é consciência de
alguém que se deixou enfeitiçar pelo brilho lunar e se pôs a pecar...em plena madrugada de
noite enluarada...
A preguiça venceu, o sono chegou, a lua me piscou e eu...adormeci.

(Nane-18/04/2011)

Sonhando acordada

Hoje sonhei com você
Te vi assim...sorrindo prá mim
Mas eras tão real
Que senti o teu abraço
Senti o cheiro dos cabelos
Que em meu rosto roçou
E a maciez dos lábios teus
Ao tocarem os lábios meus
Senti a força do teu abraço
Me prendendo no teu peito
E me fazendo arrepiar
Simplesmente por sentir
O meu amor no teu tocar
E nossos corpos, juntos, incendiar
Ah...hoje eu sonhei com você...

(Nane-18/04/2011)

A outra

Ela é meiga,
Mulher amiga,
Companheira e amada.
Reclama as vezes
Da solidão que as festas trazem
Se sente triste, trocada, abandonada
Escondida na sua realidade
De mulher apaixonada
Por um homem com outra já casado
Mas quando se encontram
Tudo isso se acaba
Ela se entrega
Aproveita cada minuto disponível
Sabe que é amada
E isso a satisfaz
Sente a força do seu amor
E o vive como se não houvesse o amanhã
É a amante do amado
Que a ama e é condenado
A viver no seu pecado
Por amar e ser amado...


(Nane-18/04/2011)

O dia do amigo

Ei,
Vim te dar um abraço
E dizer do meu carinho por você!
É tão bom saber que posso contar contigo.
É tão bom te chamar de amigo...
Você é meu irmão
Te escolhi pelo palpitar do coração
Que ao te encontrar
Imediatamente o reconheceu
E antes de mim, percebeu
Que estava a te amar...
Vem,
Me dê o teu abraço
Amigo meu  querido
Hoje é só mais um dia
Que uso por motivo
Prá ter você comigo,
Pois pra mim essa alegria
Está presente todo dia
Se você está comigo
Meu querido e grande amigo!

(Nane-18/04/2011)

sábado, 16 de abril de 2011

Imaginei você


toda lua na companhia das estrelinhas
olhei pro céu
mergulhei, tão doce, tão mel..
Nane, tens a doçura das andorinhas
que no verão partem juntinhas
numa viagem, doce mar
e voltam sorrindo, pra casa a bailar..
Nane, já viu a lua nesses dias ?
ela é toda sua. É só pegar com a mão;
e trazer juntinha ao coração..
nasce assim mais uma bela canção...

Kakau- 15/04/2011
*Ganhei da Kakau....

Dom Gustavo de Ribeirão

Bravo cavaleiro
Que como Dom Quixote
Lutou por sua Dulcinéia
Enfrentou os "gigantes" moinhos
Com altivez e decisão
Mas diferente do pobre fidalgo
O conteporâneo "cavalheiro" (e não cavaleiro)
Conquistou sua Dulcinéia
Com paciência e sabedoria
E hoje a trata com desvelo
Que merecem as rainhas
Não sou seu Sancho Pança
Mas quando da sua ausência
Cuido para que nada
Nem moinho ventador
Ou gigante aproveitador
Tire a paz e a tranquilidade
Da sua Dulcinéia
Do seu amor...

(Nane-16/04/2011)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O mês final...

O mês final chegou
Agora é só questão de dias.
Logo deixarás o abrigo em que te aninhas
Na segurança do ventre bendito,
E terás que encarar o mundo que te aguarda.
Ainda bebê, terás ao lado os braços amigos
E protetores de teus pais, que embevecidos
E orgulhosos, te conduzirão por caminhos
Que te querem ver seguir.
E virá o tempo de correr livre pelos campos,
Praças e praias, numa infância acompanhada.
E então minha pequena, você verá chegar
A adolescência, onde os conflitos se farão,
E numa gota verás o mar a desaguar, tal
Qual um furacão inundando sua imaginação,
Para no dia seguinte, perceberes que a vida continua.
Nossa, quanta viagem a minha...imaginar a tua
Estrada, quando ainda a 27 dias estás de aqui chegar!
Mas saiba minha pequena, que é assim que as coisas são.
Entra uma e sai outra geração, nada muda...só o endereço.
A tua hora está chegando...sinto frio, tremo, vou enfim te ver.
É Luíza...te acompanhei de longe, mas sem nunca estar distante.
Soube de todos os teus passos e movimentos,
De toda a tua evolução...
Agora falta pouco para você enfim, chegar.
Seja então abençoada e bem-vinda,
Eu...continuo a te esperar....

(Nane-15/04/2011)

E não foram felizes para sempre...

Era só uma menina, que em conto de fadas acreditava...
Linda desde menina,com sapatinho de cristal.
Mas a menina cresceu e se transformou em rapunzel.
Depois de tantas dificuldades, ela muito labutou
E em princesa se transformou...
Encontrou seu bem amado e com ele se casou.
Era o príncipe prometido nos livros da sua infância
A princesa, mãe se tornou e com muito desvelo
Dos filhos ela cuidou.
Mas não foram felizes para sempre...
O príncipe num reverso em sapo se transformou
E a princesa, num pedestal ele colocou.
O sapo na lagoa apenas a admirava,
Se gabava com sua amada sempre linda e isolada.
A princesa ía murchando vendo sua vida passar em vão.
Imaginava-se nos braços de plebeus
Que da janela do seu castelo observava
Via casais se possuindo nos arredores que a cercava
E impossível não se colocar no lugar da camponesa
Que vibrava de prazer...
A princesa sonhava com a liberdade, queria se sentir mulher...
Seu príncipe sapo se contentava em apenas admirá-la
E de ouro ornamentá-la.
Ele não se preocupava, pois sua princesa era inatingível
Aldeões alí não entra não...
O sexo gritava nos poros da princesa
Seu corpo fremia de desejos
Mas o sapo apenas coachava...de prazer
E foi na volta de uma cavalgada, no estábulo do castelo de cristal
Que o cavalariço nela se encostou e o desejo em fogo se transformou
A princesa se inflamou, deu vazão a todo o seu tesão
E explodiu numa intensa paixão!
Agora sim o conto de fadas teria um fim
Se é feliz ou não, não sei dizer.
Mas o príncipe sapo continua idolatrando sua princesa
Seus aldeões continuam a venerá-la,
É altiva, bela, contida
O mais impressionante de tudo isso
É que depois da princesa se por a cavalgar
Remoçou, mais bela ficou,
E em rainha se transformou!

(Nane-15/04/2011)









quinta-feira, 14 de abril de 2011

Agonia...

Me preocupo
Me ocupo
Se te ocultas
Se te perco
Me perco
Me calo
E me acabo
Me agonio
Se não te vejo
Me inquieto
Me arrepio
Me desafio
Te procuro
Não te acho
Tonteio
Infarto...

(Nane-14/04/2011)

Alarme anti-roubo

Não tenho um coração apaixonado. Talvez porque nunca tenha achado quem o roubasse de mim,
Veríssimo, em sua crônica, ensinou como se rouba um coração, mas o meu...
Não sei se faltou ladrão com habilidade ou se fui eu quem o trancou com extrema segurança
e alarme anti-roubo.O fato é que não me apaixonei, até tentei, e cheguei mesmo a enganar meu
coração, me fingindo apaixonada. Ele se sentia bem sendo enganado. Queria ser como os
demais e saber o gosto de ser amado, de bater descompassado, ter arritmias que o
fizesse desfalecer de prazer, de medo, de ilusão. Medo real de que terminasse em total solidão,
é o que no fundo eu e ele sempre tememos ao ver o tempo passar e meu ladrão nunca chegar...
Mas a maturidade foi chegando e eu percebi que solidão é só um estado, um momento, ou
mesmo uma forma de viver. E se não amei ninguém, também não fui amada, mas tive tantos
amores (efêmeros, é verdade) que tão bem me fizeram, e que eu também fiz a eles.
Tantas lembranças e carinhos que no fundo não fui sozinha.E o meu amor eterno, o príncipe
encantado, se não veio dessa vez é porque estava ocupado. Ainda pode aparecer...
Vou relaxar na segurança, destrancar as minhas grades e desprogramar o meu alarme.
Quem sabe o meu ladrão, mesmo envelhecido, não faça ainda disparar esse coração solitário?
Só precisa ter cuidado que é para não o infartar...


(Nane-14/04/2011)

Feitiço de amor

O meu amor é só meu
E ninguém pode tirar ele de mim
É flor enraizada no meu jardim
Presente que Deus me deu

É amor como os de novela
Êxtase supremo em cada beijo
Alegria infinita quando o vejo
Coração descompassado que se revela

O meu amor é feiticeiro
Faz de mim o que quiser
E eu me entrego por inteiro

É amor de eternidade
Juntando almas e corpos
Numa doce realidade

(Nane-14/04/2011)

A orquestra

A orquestra está tocando
É uma valsa...
Vem, vamos rodopiar pelo salão
Venha se aninhar nas minhão mãos
Deixe que a melodia te transporte
E te leve a viajar
Me dê a mão...se deixe embalar
Feche os olhos
E verás que estamos bailando
Por sobre nuvens macias
Quarde bem essa melodia
Será a nossa eterna canção...
Me deixa te conduzir
Te levar comigo
Por onde a música tocar
E nós conseguirmos chegar...
Velados...enlevados...
Vem...vamos sonhar...

(Nane-14/04/2011)

Transcendendo...

Agora você não está mais aqui...
Não de corpo... não mais.
Se foi como um sopro,
Sem mais nem menos...
Onde estará?
Não sei dizer.
Mistério que não desvendo
Mas que te sinto presente
Em vários momentos...
Te sinto no vento que sopra
E me faz um carinho no rosto.
No sussurro que vem do mar,
Na brisa que deixo me molhar,
No brilho da estrela a me olhar.
E então percebo que você não partiu...
Apenas se deixou encantar.
Já não preciso te ver,
Te sinto e isso me basta.
Você não partiu, não morreu...
Você apenas transcendeu.

(Nane-14/01/2011)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Regaço

Te dou meu colo
Encoste nele sua cabeça
E me fale de você...
Extravaze a tua tristeza
Não deixe que ela a consuma
Você é tão bonita!
E não falo do exterior
Que, claro, é lindo!
Mas da luz que você irradia,
Do seu sorriso, sua alegria,
Do seu jeito amigo,
Sua beleza interior
Que te molda, te faz ser puro amor...
Vem...deita no meu regaço
Te faço um cafuné...
E te dou, com carinho o meu abraço

(Nane-13/04/2011)

Negra solidão

O meu negro se foi
E deixou negro o meu passado
Saudades daquela negritude
Em que eu mergulhava sem atalho
Ele se foi, perdeu-se de mim
E eu,na minha claridade
Não percebi que era o fim
Meu negro me deixou
Na luz que não reflete em mim
Só, sem negro, com medo...
Na luz que escureceu o meu viver
Sinto a falta da negritude que está em você
E que clareava por você o meu querer.
Mas meu negro se foi...

(Nane-13/04/2011)

Macho viril

O homem a procura...
É viril, tem virilidade.
Ela o quer, mas a barriga não deixa
E ele então, no auge da sua virilidade,
Se transforma e a compreende...
É o amor que vence a carne
E faz da virilidade, poesia e paixão
Ele virilmente deixa a chama adormecer
Para a sua cria proteger...
E ela, embora sinta falta do macho viril,
Não pode deixar de se enternecer
E nos braços do seu homem...adormecer.

(Nane-13/04/2008)

Áureos tempos

Na aurora da minha vida
Tantos amores desprezei...
Para onde foram, não sei.
Mas sei que fui querida.

Deixei a soberba e a arrogância
Desfilarem de mãos dadas,
Sem perceber que nessa caminhada
Perdia a minha doce fragrância

Se foram meus áureos tempos
De musa, jovem e bonita.
Simplesmente joguei-os ao vento

Não cabe aqui ficar a lamentar,
Foram-se, passou.
Resta-me viver e tentar de novo amar...

(Nane-13/04/2008)

O rosto de Deus

Me peguei pensando em Deus...
O meu ou o seu?
Mas se Deus é um só,
Porque são tão diferentes os nossos?
O meu me acompanha pelas madrugadas...
Brinda comigo à boemia!
O seu tem tridente nas mãos e se irrita
Se eu não rezo todo dia.
O meu faz mandinga pro meu time ganhar,
Enquanto o seu me excomunga
Se solto palavrão...
Ah...o meu Deus é meu amigo e companheiro
E está sempre pronto a me perdoar,
Mas o seu me acena com as portas do inferno
Só porque tenho preguiça de na igreja entrar.
O meu se faz de flor para que eu possa o cheirar,
Enquanto o seu inunda de enxofre o meu ar.
Eu prefiro o Deus que aprendi a amar
E não gosto do que você está a me apresentar.
O meu não me dita regras, e no entanto
Está sempre a me ensinar.
O seu quer me obrigar a seguir por um lugar
Onde eu, com certeza nunca vou estar.
SEu Deus tem cara de lobo mau
E o meu...tem cara de Deus!

(Nane-13/04/2011)

Gustavo e seus dois LL

Lu&Luíza,
Os dois LL de Gustavo!
Uma é companheira,
Mulher, esposa amada...
A outra a filha que virá!
Ela está chegando,
Logo o mundo a verá...
Gustavo, por Lu é muito amado,
E por Luíza também será.
E ele, é pelas duas um eterno apaixonado!
Gustavo&Lu,
Uma história de amor
Que tive a sorte de acompanhar...
E ver nascer o fruto dessa união
Me servirá de bálsamo ao coração!

(Nane-13/04/2008)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Crônica de uma amizade...

A primeira imagem que tenho de Nane é ternura, doçura nas palavras, senti vindo dela um acalento para meu coração machucado, que ainda sangrando gritava de dor, talvez uma das piores dores que se pode ter....a perda de quem te deu a vida eu associo a uma casa perder seu alicerce...e foi nesse momento que conheci Nane.
Uma paulista do interior, uma carioca do interior...duas mulheres de fibra, duas mulheres de posição, duas mulheres passionais, intensas, realistas, claro que as diferenças são tantas...eu sem dúvida sou mais fria, brava (apesar da carinha) que talvez não seja a minha como alguns pensam rs, mas a parte da comédia deixemos pra depois, quero falar do que mais importa...
Apesar de tanto afeto, carinho, amor, claro que eu e Nane nos pegamos e pegamos feio diga-se de passagem...
Sou egoísta...sou sim não nego...na verdade as duas são..mas funciona de tempos em tempos...uns dias mais leves outros mais pesados...e assim vamos levando...e não pense que ambas não sabemos cobras e lagartos que falamos quando brigamos...coitado do que pensar que usará isso contra nós....Nane e eu não temos segredos....desapegos muitos, mas segredos rs
Infelizmente a beleza assim com a amizade quiçá a felicidade é como a música do elefantinho " incomoda muita gente"
Sinceramente apesar do nosso gênio, vamos levando...as fofocas, as intrigas, e depois de tantos anos ainda ouvir conversinha de que eu sou um fake, me faz rir, não falo nem do resto, que beira o absurdo...coisa de gente doida, coisa de gente que não consegue se achar, que ainda não se descobriu....
Mas isso de fake....é até um tanto esperado...afinal uma beleza como a minha só pode ser fake, não é mesmo rsrs.....ou quem sabe eu não encontrar alguém tb são indicios....será que a minha vontade de escolher quem vou ver não importa....será que meu medo de encontrar algum tarado ou tarada maníaca tb não importa....só rindo, mas sabe o que realmente me chateia um pouco é saber que existe pessoas que me batem nas costas estão envolvidas nisso....pessoas que na frente se comportam de um jeito, atrás são o pior que uma pessoa pode ser...falsa
Mas apesar de tudo e mesmo não nos conhecendo, eu e Nane temos algo que utrapassa essas "coisas pequenas" temos amor, confiança, temos a absoluta certeza do que somos, chegamos em um ponto que não precisamos nos ver para saber o que cada uma é, o que cada uma sente, claro que a distância dói, as vezes um abraço, uma mão seria tudo que precisávamos e vamos ter...está bem perto...dias nos separam.....mas nunca para provar a ninguém, nunca para que meia dúzia de loucos tenham algum tipo de prova, e sim por nós, e sim por uma amizade que sobrevive a anos a distância, a fofoca, a inveja a intriga e veneno de gente tão pequena...
Em breve minha amiga, eu e minha familia vamos viver um momento lindo.....se vamos tirar fotos?? muitas....pena que alguns pessoas não vão ver, sabe porque?! Não precisamos provar nada a ninguém.


Lu Augusto.
12/04/2008

Bombástica

Corro em busca da paz
Que corre de mim, não sei porque.
Olho num canto, não está.
No outro ela já passou, se foi...
Mas o que seria de mim
Se eu a encontrasse?
Viveria num marasmo?
Já nem sei o que é paz...
Não que eu viva em sobressalto,
Mas a adrenalina é minha companhia
E viver sem ela, eu não saberia.
As vezes anseio por sossego,
Mas temo cair no meu desassossego
De uma paz inerte e fria...
Sou cálida,
Bombástica,
Sou eu...

(Nane-12/04/2011)

Contagem regressiva

30...
São os dias que faltam
Para eu chegar até vocês.
Estou contando em meus dedinhos,
Pois assim como a mamãe e o papai,
Estou também muito ansiosa.
Amanhã serão só 29...
Me dá um medinho,
Mas sei que vou amar
Esse mundão aí de fora!
Ah mamãe...pode me esperar...
Aqui é quentinho,
Mas já não está tão confortável...
Nem consigo me mexer,
E só fico de cabeça para baixo
Encaixada num lugar
Que parece ser a porta
Por onde vou sair...
Ah papai...
Não vejo a hora de poder te abraçar.
Não liguem se eu chorar
Quando essa hora chegar,
É a forma que eu tenho
Da minha chegada anunciar.
Faltam só 30 dias...


(Nane-12/04/2008)

Paz no interior

Por entre a relva macia
Caminhei, deitei...
Olhei o céu azul,
Sem nuvens, sem chuva...
Sem barulho da cidade,
Sem tiros, sem sirenes...
A cabana rústica entre as árvores,
Tão pequena, tão simples...
O rio correndo macio,
Desaguando em cachoeiras
Que as pedras arquitetaram...
A selva de pedra distante,
A paz aqui ao meu alcance...
Barulho aqui, só dos pássaros
Que gorgeiam sem cessar.
Cantam livres das gaiolas
Que nas cidades os fazem chorar
Num trinar que é só lamento
Por não poderem livres voar...
Me deito na relva macia
E vou de encontro a minha paz
Que na cidade, jamais vou encontrar...

(Nane-12/04/2011)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desejos...

Te vejo e te desejo,
Mas estás tão longe de mim...
Sonho com teus beijos,
Mas sei que não posso tê-los...
Sequer eu sei se és real
Ou se apenas ilusão da minha
louca imaginação...
E mesmo assim eu sigo a te amar,
desejar...te tocar.
Te vejo aqui e acolá,
Sempre pronto a me abraçar...
Delírios ou devaneios,
Não sei dizer...só faço te querer.
Teu cheiro entranhado em meu olfato
Me faz tremer...delirar.
Teus braços fortes que me amassam
num abraço inebriante
Que me faz perder a razão
E entregar-me a essa louca paixão...
De pura imaginação.

(Nane-11/04/2011)

My way

Sou assim...
Direta e complexa;
Sem meios termos;
Se gosto ou não gosto;
Se falo ou me calo.
Sou assim...
Por vezes invocada,
Por outras, sou dada.
Mas nunca indiferente
Com coisas que a gente sente.
Sou assim...
Me aborreço e sorrio,
Choro e sou feliz.
Tímida e desconcertada,
E as vezes arrependida do que não fiz.
Sou assim...
Com amigos e com amores
Me derramo e me entrego.
Me deixo transparecer
Em todo o meu verdadeiro ser.
Sou assim...
Meu jeito é meio torto,
Mas é como eu sei viver.
Se quer me conhecer
Então é bom disto você saber;
Porque eu...sou assim.

(11/04/2011)

Mês que vem...

Agora falta pouco para você chegar...
Vem, eu estou aqui a te esperar.
Teus olhos...como será?
Não importa, porque sei que vou gostar...
Posso já te ouvir a me chamar
Me pedindo para te levar a passear...
Fazendo manha se eu não puder te atender,
De "bico", bracinhos cruzados, "cara brava"...
Menina geniosa, menina encantadora!
Mês que vem você virá
E fará todos por ti se apaixonar
Não a mim...porque te amei ainda embrião...
E agora está tão perto da tua chegada
Que te juro, sou eu quem está assustada.
Te ver nos braços meus...
Sentir o calor do corpo teu...
Te aninhar num abraço dos meus braços...
Vou dormir,
O mês que vem está chegando....

(Nane-11/-4/2008)

Ansiedade

No teu rosto meus anseios
De te ver, te conhecer.
No fundo é só confirmação
Das feições que já abrigam-me a imaginação...
Te ver assim tão frágil,
Pequenina e dependente.
É tudo o que aguardo, espero
Enquanto olho o tempo que não passa...
A cor dos olhos teus;
A tez, cabelos, o sorriso;
O relógio parece ter parado...
Vem cá Luíza...
Não me deixe nessa ansiedade.
Sei que seu tempo ainda não chegou,
Perdoe a minha pressa incontida.
Que tua mãe te geste com muito amor...
E que eu saiba te esperar...pequena flor!

(Nane-11/04/2011)

Críticas

Se queres poetizar
Não temas os críticos
Pois eles aparecem a todo instante
Sempre prontos a criticar
Mas não se assuste
Continue a rabiscar
Deixa falar seu coração
Não se impressione, não...
Deixa a rima por ti falar.
Poesia com métricas
É coisa de intelectual
E isso, pode crer, não é legal
Pois eles nunca teem tempo de sentir
O que vem da alma,
O que nos faz de fato rabiscar.
Estão sempre preocupado
Com a estética ortográfica
E acabam não entendendo
A beleza que estão perdendo...
Rabisque só por ti
Sem se importar como vão agir
Se construtiva ou destrutiva
As críticas estarão sempre por aí...

(Nane-11/04/2011)
É prá vc Kakau.

Kessy

Uma loira linda
De olhos azúis
Que ainda menina
Mas também mulher
É mãe de um pequeno
E se confunde em brincadeiras
Típicas da infância,
As vezes é mãe
Em outras amiga
Ou mesmo companheira
Do filho menino
Que brinca com a menina
Que chama de mãe...
Aniversaria a menina
Loira de olhos azúis
Que cresce a cada dia
Se transformando em mulher
Sem deixar de ser criança

*Parabéns Kessy!!!
(Nane-11/04/2011)

domingo, 10 de abril de 2011

Desmandos

Me deixo levar...
Por desmandos do meu coração
Que não sabe dizer não
E depois me cobra atenção,
Carinho, paz, proteção...
Esquece que ele é feito de carne
E pensa ser de ferro.
Quando batem-lhe doído,
Sou eu quem pago o pato...
Tolo e sensível coração
Que ainda vive de ilusão
Não percebe que para sobreviver
É preciso se fortalecer,
E nunca ser passional.
Ou corre-se o risco
De logo ver chegar o seu final...

(Nane-10/04/2011)

B&W

Bernadete&Wagner
Referências de amor!
Não desista nunca de ser feliz
Pois eles conseguiram
Predestinados um ao outro
Se encontraram e se fundiram
Num só ser se completaram...
Ela não é nada sem ele
E ele sem ela, nada é
Se a mídia os encontrassem
Seriam protagonistas de novela
A arte imitaria a vida
Desse amor sereno e pleno
Bernadete ama Wagner
Que ama Bernadete
E aqui o ciclo se fecha
O poeta que me desculpe
Mas o amor dos dois se restringe
E mora num ciclo de carinho
Que só eles tem acesso...
É amor com cheiro de flor!
Real!


(Nane-10/04/2011)

sábado, 9 de abril de 2011

O bêbado...

Um bêbado passou por mim
E falou palavras sem sentido
Da dor da sua solidão
Praguejando palavrões
E eu fiquei a observar
O seu jeito de protestar
Ninguém lhe deu ouvidos
Apenas ignoraram
Ou riram da sua cara...
O bêbado ironizava
Quem dele se aproximava
Se dizia mportante
Num passado agora distante
E mandava que se cuidassem
Para que a cachaça não os dominassem
Vi que uma lágrima rolou
Dos olhos daquele bêbado
Mas ele a enxugou
Bebeu mais uma talagada
E seguiu a sua estrada...cambaleando.

(Nane-09/04/2011)

Plástica

No espelho do tempo me olhei
E vi meu rosto envelhecido...
Pensei numa plástica,
Mas recuei...pensei
Em cada ruga uma história.
Estica aqui, levanta lá...
Não quero...respeito quem faça,
Afinal a estética conta.
Mas minhas rugas são minhas,
São marcas de expressão
Caligrafadas com o sangue
Bombeado pelo coração
No corpo que então
Tal qua folha em branco
Um dia foi liso...
Em cada uma contém
O pranto que chorei,
O sorriso que dei (ou não),
A batalha que venci,
A dor que eu senti,
O amor que perdi...
Meu rosto envelhecido
Reflete no espelho
A história que eu escrevo
E é assim que vai ficar...sem plástica

(Nane-09/04/2011)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quem é quem?

Solidão é coisa triste;
Coisa de quem não sabe sorrir.
Mas é nela que o poeta se inspira
Quando se põe a rabiscar.
A solidão me põe para pensar
Em tudo o que eu deixei de realizar...
Me faz ver o que está por vir
E o que triste me faz sentir.
Ser solitária não é ser triste.
Solidão não é sinônimo de tristeza...
Apenas se confundem
No vazio que ambas geram.
A solidão independe de companhia;
Pois as vezes se está só na multidão
Que não percebe a sua condição
De se entristecer em meio a confusão
Do borburinho do povo em ebulição...
Já a tristeza...essa é cruel;
E nada pode a superar.
Ainda que você sorria para o mundo,
Ela pode, no fundo te matar...

(Nane-08/04/2011)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Folha em branco

Em meus versos rabisquei meus sonhos
Que uma simples borracha apagou...
Eu não salvei num rascunho
E ele se acabou...numa folha em branco
Ainda posso ver as suas sombras
Na folha em que o depositei...
Amassada e num cesto jogada
No canto do quarto onde a deixei.
Logo alguém a esvaziará
Sem saber o que está a desprezar...
Os sonhos que um dia eu sonhei
Em algum lixão irá morar...
Não mais irei em folhas depositar
Sonhos que por ventura eu sonhar.
Talvez os guarde dentro de mim
Para não ter que ver tão triste fim.
E aí então serei feliz
Com os sonhos que realizarei.
E nunca mais dependerei
De um sonho que eu mesma apaguei.
(Nane-07/04/2011)
 

O louco


Crianças inocentes
Na sala de aula,
Molestadas e sacrificadas
Por um louco sem alma.
Um louco atormentado,
Uma vítima, um psicopata.
Talvez portador do HIV,
Ou só mais uma das vítimas de bullying...
Agora não mais interessa saber
Quem é ou quem foi.
O louco de Realengo,
Se foi levando consigo
Crianças inocentes
Que só queriam estudar,
Crescerem e virarem gente.
Gente diferente dele,
O louco de Realengo...
Sequer disse o porque
De tanta covardia.
No fundo sinto pena de você,
Que matou só pelo seu prazer...
Aos pequenos
Me resta orar por um bom lugar.
Aos pais,
Apenas lamentar.
Ao louco,
Apenas seus pais
Vão por ele rezar...

(Nane-07/04/2011)

Vou te ligar...

De tanto que preciso de você
Tento em vão ligar...
Mas você não me atende,
Onde será que está....?
Mas eu insisto,
Ligo,ligo, 
Mas você não escuta.
Por hoje eu desisto...,
Não quero a ninguém perturbar.
Amanhã, de novo vou tentar,
Quem sabe você me atenderá?
De que adianta a tecnologia,
Se você nunca me dá essa alegria...?
Mas eu não vou desistir,
Vou tentar até um dia você, enfim,me ouvir....
O telefone toca...atenda.

(Nane-07/04/2011)

Eu &eu...

Sou companheira de mim mesma.
A solidão é só uma amiga
Que me acompanha sem nada me cobrar.
Não almejo nada, além do simples viver.
Não procuro albergue pra me conter...
Sou só um nada que teima em viver
Entre quem não pode perecer.
Sou carne de pescoço
Fingindo o meu próprio viver.
Solidão é minha amiga!
Por ela eu me perco e me encontro.
Solidão é meu bem-querer,
Onde eu me encontro com você...
É meu esteio de coragem
Onde o nada se transforma no meu tudo.
É onde eu me sinto dona do mundo,
E onde eu consigo me perder...

(Nane-07/04/2011)

...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Imutável

Não sei...
Amar de outra forma,
Melhor deixar que se vá
Não quero te podar,
Mas não sei de outra forma amar...
Incompatibilidades,
Desconfianças,
Reclamações,
São tantos pesares...
Mas nada em mim é falso,
Talvez intenso demais...
É hora de parar,
Pensar onde erramos,
Ou quem sabe, acertamos?
Meus medos são meus,
A insanidade me acompanha...
 Sou sem noção,
Mas tenho coração.
A liberdade que procuro
Não está dentro de mim.
Se perdeu em conflitos
Que eu mesma os criei
Agora já não sonho,
Me deixo ludibriar em pesadelos
Até a hora de acordar.
E quando grito em silêncio,
Sem ninguém a me escutar,
Mais me tranco,
Me despeço,
Mergulho no furacão
Das minhas sensações,
Das minhas desilusões.
E só então percebo
Que nada em mim mudou...
Sou apenas o que sou.

(Nane-06/04/2011)

No paraíso...

Calei-me de vez
Não quero mais falar
E tão pouco escutar
Estou só a observar...
Olho o horizonte distante
Sem nada para ver
Apenas um ponto imaginário
Entre brumas constantes...
É lá que quero estar
Onde nada pode me alcançar
E eu comigo, só ficar
Lá, bem além do mar
Sem em nada ter que pensar
Mas não consigo lá chegar...
Sempre volto ao mesmo lugar
Onde não queria estar
E que parece, vou sempre continuar...

(Nane-06/04/2011)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Perspectivas

A cabeça fervilha num turbilhão
De pesadelos, dores, desilusão
Parece querer arrebentar
Numa veia em constante latejar
No peito, uma insistente compressão
Parece querer explodir numa implosão
Meus olhos só enxergam a escuridão
Da vida que eu transformei em confusão
Num imenso buraco eu me meti
E agora não sei como sair
Sinto vermes a morderem-me o calcanhar
São rapinas sem tempo para esperar
Ainda não morri...
Ainda estou aqui...
É só o vazio de perspectiva
Que me faz sentir assim...sem vida

(Nane-05/04/2011)

Asa quebrada


Sou gaivota de asa quebrada
Que perambula pela areia do mar
Em busca de alimento
Sem poder voar...
A liberdade fugiu de mim
Sem ao menos me ouvir
Minha sina é na fria areia me arrastar
E na minha solidão, com o céu, sonhar...
Deixo marcas na areia
Por onde piso tropegamente
Me vejo livre a voar...
É só o que tenho em mente
Mas podaram-me a asa
Não posso mais voar
Estou sem rumo, estou sem casa
Sigo triste no meu trôpego caminhar...

(Nane-05/04/2011)

Pai Nosso

Meus rabiscos estão tristes
Tal qual meu próprio olhar
A inspiração se perdeu num lugar qualquer
Não consigo a alegria rabiscar
Só meu lado passional
Consegue por entrelinhas se mostrar
Dramalhões a mexicana...
Não, realmente isso não é bacana
Parar de rabiscar, não posso,
Quem sabe se eu rezar um "Pai Nosso"?
Eu preciso da minha alegria
Para rabiscar uma poesia
Preciso respirar para não surtar
O que eu preciso mesmo
É de novo me encontrar...

(Nane-05/04/2011)

Poema/canção

O poema que não fiz
Seria como uma canção
Composta pela minha imaginação...

A canção que não sei compor
Não posso poetizar
Apenas imaginar...

No poema/canção que não escrevi
Eu comporia a vida sem pressão
Eu cantaria os sentimentos que vivi
E deixaria a melodia me embalar o coração

Mas o poema/canção que não compus
Morreu preso aqui dentro de mim
Perdi o foco daquilo a que me propus
E ele não teve começo e tão pouco um fim...

(Nane-05/04/2011)

S.O.S

Rabisco meu desespero
Num dia meu de destempero
Rabisco meu desejo de carinho
E a sensação de estar sozinho
Rabisco a minha falta de coragem
De poder falar um monte de bobagem
Ou mesmo de mostrar que estou me sufocando
Por não ouvirem que em silêncio estou gritando
Não quero mais ter que brigar
Não quero mais ter que me esconder
Quando esse dia acabar
Eu espero que me faça entender
Ou eu volto a ter a minha paz
Ou juro, aqui não fico mais...

(Nane-05/04/2011)

Prova final

Eu te cobro,
Tu me cobras...
Presente de um verbo infeliz
Que nem sempre veio ao que diz

Cobranças, desconfianças, desesperanças
Sinônimos de stresses
De quem mistura o verbo amar
Ao outro verbo que é cobrar

São misturas ortográficas
Que nos faz ser reprovados
Na grande escola da vida e da verdade
Não aprendemos o substantivo amizade

Queria só ter que conjugar
Eu te amo e tu me amas
Nos amamos todos nós
E nunca mais estaremos sós

O veredicto será dado
Veremos quem passou...
Aguardo vocês do meu lado
Ou nosso aprendizado juntos acabou...

(Nane-05/04/2011)

Xeque-mate

Me sinto presa
Sem ter para onde ir
Vigiada e vigiando
Perdida e me cansando
Me vejo num epílogo
Sem um finall feliz
Desejando que esse filme termine logo
Pensando no que de errado eu fiz
Vontade não tenho mais
Só quero um pouco de paz
Se isso é covardia
A mim pouco importa
Quando falta a poesia
É hora de fechar a porta
Me sinto incapaz
Me sinto em xeque-mate...

(Nane-05/04/2011)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Noite sem estrela


Olho para o céu
Está escuro,
Sem luz..., sem brilho
Lua, não tem.
Estrelas também não...
Sei que estão ali, em algum lugar,
Mas elas não vieram...
Não se mostraram pra mim....
Lá fora a noite está escura
E dentro de mim..., não tem estrelas
Talvez devesse eu as procurar
Num outro lugar
Quem sabe não estão a ver o mar
Espelhadas na areia espumante
Que se derrama em ondas que arrebentam
Num eterno esbravejar
Num eterno ir e voltar...
A noite é sem estrela
Vou dormir para sonhar.

(Nane-04/04/2011)
*Rabisco dedicado a minha sobrinha Kessy

Caleidoscópio

Mudo,
sou mutante...
Caleidoscópio do meu destino
Mudo a todo instante
Não sei parar
Preciso mudar
Haríolo não pode me prender
Ou tão pouco predizer
O que o amanhã irá trazer
Pois mudo como o vento
Soprando na direção
Que manda o coração
Sou nômade no meu viver
E no meu caminhar
Não sei onde vou parar
Ou se vou sobreviver
Sou tal qual camaleão
Que faz com a sua mutação
Seu viver, sem com o amanhã se preocupar


(Nane-04/04/2011)

Poder da benção


Ela canta o dia inteiro
Hinos que aprendeu na mocidade
Louva a Deus o tempo todo
Sua fé é de verdade

Quem a conhece acredita
No poder da sua oração
Ela, por ele é bendita
Ora com a força imensa do seu grande coração

Assim é minha mãe
Que mesmo entrevada
Agradece a todo instante
A sorte que lhe foi reservada

Canta a plenos pulmões
Em louvor ao seu criador
Dá ao seu canto entonações
Da sua fé e do seu imenso amor

Abençoada, ela abençoa
A quem a ela pede intercessão
É por isso que todos os dias eu peço
À minha mãe a sua benção.

(Nane-04/04/2011)

Pisca-pisca colorido...


Ontem, andando pelo meu quintal (uma pequena chácara), me deparei entre os entulhos que vizinhos sem educação jogaram no mesmo, com uma lâmpada azul imensa de um antigo pisca-pisca natalino. A minha volta no tempo foi imediata! Revi um galho de árvore (não tínhamos dinheiro para aquelas árvores prateada de Natal que vendia nas lojas) seco que pássávamos a serpentina e as poucas luzes (mas imensas) coloridas do velho pisca-pisca. Revi o pernil que minha mãe temperava de véspera e as rabanadas na mesa pobre, mas tãoo aguardada por nós...Lembrei da ansiedade da espera pela meia-noite, na esperança de que o "bom velhinho" dessa vez deixaria um presente para cada um de nós. Eu achava que ele era preconceituoso, acho que não gostava de família com muitos filhos, pois todas as outras crianças da rua ganhavam presentes, menos a gente lá em casa. Revi minha mãe nos levando em bando para a igreja, antes da ceia à meia-noite, e relembrei também a sua imaginação para que não ficássemos tão tristes com a falta do presente pretendido, e agradecidos com a lembrança possível.
Num dia nublado de abril, voltei num dezembro tão distante...e tão pertinho...que quase pude tocar em mim mesma criança.
Uma lâmpada queimada e velha...jogada num quintal, por vizinhos sem educação...colorida, como os Natais da minha infância...

(Nane-04/04/2011)

Chuva na madrugada...


A chuva cai mansa na madrugada
Eu, no meu quarto, ouço os pingos lá fora...
Me entrego lânguida nos teus braços,
Me deixo dominar...
Você me envolve,
Me abraça,
Me possui inteira e sem pudor...
A chuva nos embala e faz tema
A escuto com um prazer inenarrável...
Você é insaciável,
É mais forte que eu,
É quem me domina e me fascina
Sou tua inteira...
Mas depois, te peço, se vá
Meu dia será corrido...
Agora vem me abraçar, mas depois preguiça,
Com a chuva vá embora.

(Nane-04/04/2011)

Vértebra

Vertebrada eu sou
Sustento e esteio de mim
Sou quem carrego meu mundo nas costas
Sem perceber o peso dos anos
Mas a vértebra reclama de dor
E curva-se, rendendo-se a lei da física
Se entorta, esmaga, dói...
Sou vértebra cansada,
Preciso de esteio,
De um braço amigo,
Bengala humana
Que me sustente de pé
Que me ajude a caminhar
Sou vértebra sustentada
Pelo amor e carinho
De quem cruza o meu caminho
Sou vértebra envelhecida
E pelos anos, gasta
Vértebra que enverga
Mas por enquanto...não quebra

(Nane-04/04/2011)