quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

TATO

Deixe que eu lhe diga
Do quanto é preciso
Sentir na minha
O calor da tua mão

Assombrada em meu silêncio
Ouço gritos e me assusto
Me perco em pesadelos
Na fumaça do meu cigarro

As letras se embaralham
No reflexo dos meus óculos
Que de encontro a tela em branco
Dificultam as palavras (certas)

Tudo mera "balela"
Da cabeça desarvorada
Que teima em retratar
O não saber o que fazer

O que se foi, não volta mais
O que ficou, nem sempre se percebe
A onda quebra na praia
Meu pé afunda na areia

Meus fantasmas se foram
Sentem medo do meu eu
Me confundo em mim mesma
Talvez o fantasma seja eu

Sem a tua mão na minha mão
Nada mais faz sentido
Dormir, só quando a força se extinguir
Medo...não sinto mais não

A tela, embaçada e ofuscada
Contém um pouco do que sou
Perdoe se o rabisco é confuso
A poesia está (por hora) encerrada

(Nane-28/02/2018)


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

RESSACA DE CAFÉ

Coei um café fresquinho
Só para rabiscar
Deixei a cerveja de lado
Que ainda ta muito cedo pra beber

Café do meu Brasil
Plantado e colhido na fazenda
Um dos primeiros a impulsionar
A roda obscura do poder

A velha ditadura se vangloria
Da falsa liberdade da república
De "butuca" aguarda a votação
Na boca da retaliação

Importou levar vantagem
No circo da corrupção
Rabisco sem freios nem pudor
Antes que venha o censurador

Não voto no PCdoB, PSDB e nem no PT
Meu voto é nulo, é utopia
Não voto em P de porra nenhuma
Meu partido é a poesia

Colarinho branco, para mim
Deveria embarcar num avião
Programado para uma explosão
Decretando o seu fim

As que levantam a bandeira
Da maioria feminina
Rebuscadas na finesse de um tailleur
Esquecendo de fazer acontecer

Deveriam, com toda a sua arrogância
Desfilar na proa bem chique
E chegar no fundo do mar
A bordo do titanic

Nossa
Mudei minha bebida

Mas só vociferei
Vou ali comprar uma cerveja

(Nane-27/02/2018)



TEMPO DE PERCEBER

Veio o sol
Depois de tanta chuvarada
Brilhando intensamente
Como se nunca tivesse ido

Veio a chuva
Depois de tanta calorada
Da terra seca empoeirada
Refrescar a madrugada

Veio o homem
Sempre disposto a reclamar
Da natureza que tem obrigação
De só a ele ajudar

A estupidez não serve de lição
O planeta azul segue à deriva
Tsuname, terremoto, lava do vulcão
Avisando para o final da vida

Gente que briga com gente
Transformando o paraíso num inferno
Pondo sempre a culpa em outra gente
Destruindo o habitat dos inocentes 

Mas é claro que o sol...vai voltar
Só não sei se estaremos lá
Espera que a chuva vem
Só não sei se molhará...alguém

(Nane-27/02/2018)

GUERREIRO IRMÃO

Amigo leitor
Irmão Tricolor
Lá de velhos tempos
Da arquibancada virtual

Seguindo e aturando
Meus desabafos rabiscados
Lendo e comentando
E em cada "gol', comemorando

Receba meu carinho
No dia em que aniversaria
Só retribuo o seu carinho
Em forma de poesia

Tua arte em minha "arte"
Se completariam

Faço "poesias" com palavras
Fazes poesias com imagens


Meu grande amigo irmão
Guarda contigo o que digo
O sentimento que nos uni de coração
É o nosso amor maior pelo FLUZÃO

Um abraço Tricolor
Paz, saúde e felicidade
Muito, muito amor
É o que te desejo de verdade

*Parabéns!!!

(Nane-27/02/2018)

sábado, 24 de fevereiro de 2018

PRINCÍPIO, MEIO E FIM

Tens de mim
O melhor que posso dar
Meu avesso intrínseco
Meu ser na própria essência

Tens de mim
O halo que me ilumina
Nas noites de lua cheia
Contornando minha eternidade

Sou nômade na estratosfera
De vidas contínuas
Errantes e aprendizes
Fixadas a você

O tempo...essa incógnita
Que parece não passar
Diante da tua ausência
Me faz delirar

Feito a lousa da escola
Na infância tão distante
Apaga com o feltro
Uma história sem final

Mas ele mesmo, o tempo
Há de reescrever
Em outra vida, outro tempo
O final que há de ser

Por isso, ainda tens de mim
Meu princípio, meio e fim
E esse eterno louco amor
Que por hora, só me causa...dor

(Nane - 24/02/2018)

ME AGUENTE

Privei-me de "rabiscar"
Por não ter à mão, um teclado (grande)
O "pc" pifou e eu, sem ele
Não consigo digitar

Escrever à mão, nem pensar
Já as "letrinhas" do celular
Juro, não consigo enxergar
Melhor nem tentar

Dei descanso aos leitores
Das "abobrinhas" que escrevo
Mas agora ficou pronto (o "pc")
E de novo a rabiscar me atrevo

Verdade seja dita
Não os obrigo a lerem
Posto e deixo exposto
As palavras circunscritas

Verdade, também seja dita
O ego inflama  e acaricia
Quando a tecnologia me avisa
Que leram minha "poesia"

Agora, todas amontoadas
Aguardam a sua vez
De serem palavras criadas
E em sua tela (leitor-a)..."rabiscadas"

Nane-24/02/2018)





APRENDENDO A VOAR

Voa passarinho
Sem rota definida
Ainda perdido
Sem nenhuma direção

Voa simplesmente
Deixando que o vento
Te conduza ao horizonte
Refrescando tua face

Voa sem limites
Nem hora de pousar
Até que extenuado
Pare para descansar

Refaça, então as tuas forças
E volte a voar
Sem não mais se deixar prender
Sem gaiola à te segurar

Voa passarinho
Sem medo de voar
Faz da tua liberdade
A própria rota da felicidade

Voa passarinho
É hora de deixar o ninho
Voa sem olhar para trás
Que tuas asas te conduz

(Nane-24/02/2018)


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

FINAL DE FÉRIAS

E foi-se o menino
Depois das férias
Foram dois meses de convívio

Dividindo a minha cama

Foi embora num domingo
No crepúsculo do horário de verão
Sete e meia marcava o relógio
Quando a bênção (ele, menino) me tomou

A casa agora vazia
O ano letivo começou
As férias se acabaram
A saudade é o que restou

Acostumada à sua presença
Três horas e meia depois, eu ligo
Ele atende e diz: - Oi Vó Nane
Eu respondo: Oi meu amor!

To morrendo de saudades
Ele, com toda a sua sinceridade:
- Mas já?

Eu acabei de chegar...

Explico como posso:
É que vou dormir sozinha
Depois de tanto tempo

Vou  sentir a sua falta

Ele simplifica:
Dorme com meu pai
Eu insisto:
Não ta com saudades da vovó?

Direto e sincero, ele diz:
Não, ainda não

Me aborreço e me despeço
Vou deitar  e sozinha...dormir

*Aff

(Nane-05/02/2018)