terça-feira, 30 de abril de 2019

JANAÍNA

Mãe das águas
Mulher serena
De sorriso fácil
E abraço acolhedor

 Os braços de Janaína
São afluentes de amor
Desaguando em leitos férteis
De esperança no porvir

Na sapiência de seus atos
A vontade da Vitória
Nem sempre percebida
Ou mesmo reconhecida

Navegam em suas águas
Turbulências e maremotos
Transformados com sua autoridade
Em calmarias carinhosas

E ela, a mãe de todas as águas
Lava a nossa alma
Quando límpido e cristalino
Deságua em nós o nosso rio


A minha gratidão
Em forma de poesia
À essa moça que faz do (seu) coração
Um mar de amor à profissão.

(Nane - 29/04/19)

segunda-feira, 29 de abril de 2019

O PORQUEIRA

Então é isso
O menino vem
Sem que eu o espere
E se joga em meus braços

Até tento não me envolver
"Não tenho nada com isso"
Mas o "porqueira" me agarra
Me fazendo babar

O tempo que passa
Sem que eu perceba
Nos faz companheiros
Sem cobrança nenhuma

Dizem que eu o estrago
Mas é o preço que pago
Por cada sorriso
Dele arrancado

Sou mãe duas vezes
Que nada, sou vó de primeira viagem
Correndo todos os riscos
Pagando todas as micagens

Na bronca da mãe
Na repreensão do pai
O aconchego em meus braços
E tudo se esvai...

E o menino cresce
Enquanto o tempo voa
O "porqueira" continua a me agarrar
E eu...mais e mais a o amar...

(Nane -
28/04/19)


sexta-feira, 26 de abril de 2019

ENTRE QUATRO PAREDES

Você se foi assim
Sem sequer se despedir
Pouco importou a minha angústia
Não me disse adeus...

Teu cheiro, tua voz
Encruado em minha essência
Sem permitir a liberdade
De qualquer minha vontade

A noite me traz a efemeridade
Da clareza em sua escuridão
 Contida num faxo de luz
Reproduzida por um relâmpago

São meus sentidos reproduzidos
Num momento sem sentido
Onde a fúria e a calmaria
Se revelam em poesia

Meu olhar percorre as paredes frias
Em busca do teu semblante
Retido nas retinas insistentes
Que teimam em te ver a todo instante

Além, muito além daqui
Em algum lugar telúrico
Que sem nunca existir
Faz você viver em mim
(Ainda que sem querer)

(Nane - 26/04/2019)








quarta-feira, 17 de abril de 2019

EXPECTATIVA

Esperança que repousa
Na probabilidade do que virá
Sem a certeza do conteúdo
Do que de fato será

Nos sonhos sonhados
Fugaz realidade
Do que planejei ser
Sem perceber no que estou

Por onde anda o ente
Que moldei e idealizei
Além de aqui dentro de mim
Intrinsecamente aprisionado

Dubiamente explode
Expectativas unilaterais
Entre o ser e o estar
Do que de fato...é

Sonhos e realidades
Caminhando em paralelas
Entre o certo e o errado
Na efemeridade da própria vida

Fez-se noite em pleno dia
Mas heis que a noite se faz dia
Quando Deus derrama sobre a probabilidade
As bênçãos da sua realidade

Força, foco e fé
No que for possível captar
O amanhã, o que será (?)
Confia, Deus há de abençoar

(Nane - 17/04/2019)