segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dançando com a lua


Quero brincar com a lua
Sem ter que dar explicação
Dançar sob o luar
De braços dados com o dragão
Sem ter que matá-lo
Sem louca parecer
Correr na noite nua
Sem medo da hipocrisia
De quem se cobre de vergonha
E não vê nos atos miseráveis
A vergonha de fato
De viver sem vergonha
De não compartilhar
Os dobrões do ouro vil
Com miseráveis desnudados
Do poder podre da minoria
Quero brincar no mar
Sem medo de me afogar
Nas tempestades de luxúria
Que por vezes me sacode
Nas paredes do meu quarto
Sem me importar
Com o falso moralismo
Das beatas comportadas
Que não se compadecem
Dos mendigos fedorentos
Vade retro, vade retro
Que eu vou bailar na lua...nua

(Elian-30/04/2012)



Insensata


Não espere de mim sensatez
Ou mesmo desfaçatez
Sou momento vivido
Sentido e curtido
Sem tempo para as consequências
Por vezes me deixo enveredar
Nas teias da minha audácia
E chego mesmo a sufocar
Sem ar nenhum pra respirar
Mas quando tento a sensatez
Me perco e me transformo
Perdendo minha essência
Me robotizando
Acreditando estar agradando
Chuto o balde então
E volto à insensatez 
Que é natural de mim
E me faz ser assim...insensata
Não tem como eu agradar
Sem à mim primeiro
Me desculpe a franqueza
Não é dureza
Apenas a realidade
Do meu jeito de ser
Se quer me conhecer
Saiba desde já
Que sou a insensata
Mas nunca uma ingrata
Apenas insensata
Sou eu, muito prazer...

(Elian-30/04/2012)

Patrimônio da humanidade


Tem tanto patrimônio da humanidade
Consumindo grana e tempo
Uma estátua aqui, um muro alí
Uma cidade envelhecida
Construções milenares
Verba para divulgação
Lavagem de dinheiro
Escorrendo na torneira
Asneira...asneira
Lá adiante...em frente do hospital
Morre um pequenino
Sem ter direitos iguais
Sem plano de saúde
Alí não pode entrar
Não é patrimônio de nada
Não tem verba para consertar
A humanidade não se responsabiliza
Ele não é patrimônio
Nimguem o tombou
Mas ele tombará...inerte
A torneira fechou
A mão lavou
A mãe chorou
Na cidade envelhecida
Fogos festejam
Uma marquise restaurada
É patrimônio da humanidade
Sob a qual dormem desgraçados
Sem patrimônio nenhum...

(Elian-30/04/2012)


O impossível


Sou lúcida, sou louca
Quero aquilo que não posso
Não me contento com o que tenho
Quero o impossível
O impossível sou eu
Na minha loucura bendita
O possível é meu
A pasmaceira do possível
Me leva ao tédio do não querer
Corro atrás do que não posso
Enquanto não posso ter
Quero o que não tenho
Quero é ter prazer
De pasmaceira basta o que já tenho
Eu gosto da adrenalina
Me colocando do avesso
Da sensação da incerteza
Transformada em certeza absoluta
Efêmera e inconstante
Do tremor das pernas e mãos
À cada expectativa
De uma excitação
Só o impossível me impulsiona
O possível já é meu
Eu quero mais além
É...eu quero mais além...

(Elian-30/04/2012)


Sede do saber


Tenho sede do saber
Mas o sistema dificulta
Não me deixa aprender
Me prefere...inculta

Olha quanta gente ainda
Não escreve o próprio nome
A cultura não é bem vinda
Não dá sustento, não se come

Minhas mãos querem escrever
Mas são podadas pela ignorância
De eterno não saber

O moço do colarinho
Me disse pra esquecer
E apenas... seguir o meu caminho

(Elian-30/04/2012)


Marcha lenta


Sou tua fantasia
És meu tudo, meu ar
Um dia me levas à loucura
No outro...me ignora

Então te falo em poesia
Do meu sonho de te amar
Com paixão e brandura
O tempo todo...agora

Mas você se ausenta
Me deixa sem chão
Em marcha lenta

Espero então
É o que me resta
Se acalme...coração

(Elian-30/04/2012)





sábado, 28 de abril de 2012

O deságue do rio


Caminho...
Na beira do rio
Que corre manso
Sem o estardalhar das ondas
Ele segue em frente
Não vai e volta
Como o mar
Apenas vai
Seguindo seu destino
Deitado em seu leito
Tranquilo e silencioso
Indo sem vir...
Observo em suas águas
A mansidão sábia
De quem vai em frente
Devagar e sempre
Vou divagando
Na beira do rio
Dividindo com garças
A graça das águas
Refletiindo a lua
Num espelho de prata
Seguindo em frente...
Ele desce a correnteza
Suave e sereno
Esconde nas profundezas
Tantas vidas submersas
Segue seu destino impávido
Sabendo que vai chegar
E desaguar no mar
Eu olho o rio tranquilo...

(Elian-28/04/2012)




Disritmia


Disritmia
Cerebral e cardíaca
Saio do meu ritmo
Treme minhas carnes
Não penso
Não falo
Pulsa o coração
Feito surdo, repinique
Vibra meu corpo inteiro
Num descompasso 
Frenesi excitado
Balbucio, não digo
Palavras desconexas
Sinto frio no calor
Calor no frio
É convulsão total
Mistura de emoções
Loucura de sensações
Coração batendo forte
Na boca, no cérebro
Pulsa o corpo inteiro
Tremores que sacodem
Pupilas dilatadas
Disritmia total
Controle nenhum
O surdo...o repinique
O corpo molhado
Suor pingando
O êxtase que explode
Respiração profunda
O cansaço do prazer
A normalidade que volta
Voltei da órbita
Transei com você...

(Elian-28/04/2012)

Vento sudoeste


Vou nas quebradas da vida
Me deixando levar ao vento
Seguindo sem documento
Indo para onde o vento me levar
Vou indo devagar
Sem pressa de chegar
Levando dentro do peito
A certeza de um dia voltar
Suguindo meus instintos
Buscando meu destino
Fazendo meus caminhos
Sem nunca estar sozinho
Sou vento sudoeste
Soprando brisa de encontro ao mar
Deixando por onde eu passar
A suavidade de um carinho
Feito na face te beijar
Não tenho parada
É preciso seguir em frente
Beijar a face de outras gentes
Que aguardam meu frescor
Num dia de verão
Em pleno outono
Vou nas quebradas da vida
Me deixando levar ao vento
Sendo eu mesmo...esse vento

(Elian-28/04/2012)



Sábado


Hoje é sábado
Tem um sol maravilhoso lá fora
Como não tem sol?
Está chovendo?
E daí...tem um sol dentro de mim
Que brilha o tempo todo
E é ele que me faz sorrir
E hoje é sábado
Dia de ser feliz
Não importa a temperatura
Se vento ou tempestade
O importante e saber dançar
De acordo com a música à tocar
Se está chovendo
Venha se molhar
Dançar na chuva
Dar risadas
Molhar os pés
E ver o sol nascer
Nos olhos de quem ama
Brincar de ser feliz
Dançar...dançar...dançar
Porque hoje é...sábado

(Elian-28/04/2012)

Prisioneira do amor


Desperto em seus braços
No calor da sua boca
Que passeia por meu corpo
E me invade inteira
Sem pedir licença
Me fazendo arrepiar
Eriçando meus pêlos
Intumencendo meus seios
Num prazer prolongado
Sou sua prisioneira
Sem querer me libertar
Das amarras do prazer
Que me prendem à você...
Meu corpo grita e clama
Aceso e em chamas
Chama por seu nome
Te implora amor
Extasiado e transloucado
Por tanto te querer
Vem...me toma de assalto
Me priva da liberdade
Me prende em você
Me faça entrar em órbita
Me leve a passear
No espaço sideral
Que é o teu corpo colossal
Me mata de prazer
Me ama e me invada
Me aperte contra o peito
Me prenda no seu leito
Me faça gozar
Me faça sonhar..acordada


(Elian-28/04/2012)

De repente

De repente uma saudade
Tão grande bateu
Saudade de um tempo
Em que eu era mais eu
E tinha segurança
De tudo o que fazia...
Saudade das palavras
Que eu dizia sem pensar
Quando sempre escutava
As respostas que eu queria...
Saudades de te ouvir
Dizendo que me ama...
O tempo me fez calar
Meus sentidos se perderam
Eu não mais pude ouvir
Sua voz macia me dizendo
Palavras que eu ainda quero ouvir...
Me invadiu essa saudade
Que embora te ouvindo
Me faz perder o tom
Da voz suave e bonita
Dizendo ao meu ouvido
Coisas que não se pode falar
Para mais ninguém escutar
De repente me bateu uma saudade...

(Elian-28/04/2012)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O mel de Elys


Sorri o dia
Se encanta o sol
Que deixa brilhar Elys
Em meio ao verde
Num contraste de cores
Que enfeita o dia
Com a beleza de Elys...

Na fruta de mel
A moça se lambuza
E num amálgama de sabores
Seu mel traduz
No nome do amado
Evandro a seduz...

O pobre não vê
Que é ela a seduzí-lo
Com seus cabelos de ouro
Bordados pelo sol
Que brinca extasiado
Nos fios iluminados
Pelo brilho refletido
Na sedução de seus encantos...

Ela encanta o menino
Não quer mais tchá
Derrama seu fascínio
De gata manhosa
E chama seu Tchu
Com a voz carinhosa
É fruta escolhida e colhida
Para o seu paladar
De amante amado
Que quer se lambuzar
No seu mel de encantos...

São partes de um todo
Que se completam 
Quando se amam
E deixam fluir
A luz radiante
Que os fazem amantes
Que os fazem inteiros
Que os fazem felizes
Por se descobrirem
Um só ser...

Assim é Elys
A musa dourada
Eterna apaixonada
Pela vida e natureza
Divindo conosco
Um pouco da sua...beleza

(Elian-27/04/2012)


Entrando em órbita


Olho
Eu vejo

Estrelas que passam
Brincando com a lua
Se ninguém mais vê
Sinto pena 
A sua voz
No meu ouvido
Me põe em órbita
E eu ouço as estrêlas
Cantando pra lua
Rodando ciranda

Olho
Eu vejo
No brilho de cada uma
O brilho do seu olhar
Sorrindo pra mim
Na via láctea
Iluminada por cometas
Que parecem torpedos
Voando em minha direção
Direto e sem parada
Rumo ao meu coração

Olho
Eu vejo
Em toda noite 
Um luar a me esperar
Porque é lá que eu vou estar
Sempre que eu te escutar
É pra lá que você vai me levar
Cada vez que a sua voz
Em meu ouvido sussurrar
Meu bem...

(Elian-27/04/2012)



Uma rua comprida


Lembro da nossa casa na rua comprida
Abarrotada de crianças barulhentas
Correndo de um lado para o outro
Brincando, gargalhando, chorando...
E dos gritos das mães
Quando dava a hora de almoçar
O chato era ter que tomar banho
Se arrumar e ir estudar...
A rua agora pertencia
Às crianças que estudaram pela manhã
E eu "perdia" a tarde inteira
Fechada naquela sala de aula...
Pensava na bicicleta
Que tinha acabado de aprender a andar
Nos jogos de tacos (que eu quase não aguentava)
Nos piques de "bandeiras"
Ah...nesse eu corria pra valer
O pique esconde, as comidinhas,
Pula cordas, salada mixta,
A carniça, queimada, jogar bola...
A professora belisca meu braço
Só porque estavam cruzados
Enquanto entoavam o Hino Nacional
Na fila, no pátio da escola
Não xingo (naquela época não podia),
Mas em pensamento mando ela...
Custa tanto à passar a tarde
Minha rua deve estar fervihando
Brincadeiras, molecada, vida...
Minha mãe na beira do tanque
Esfregando as roupas da filharada
Minha rua comprida e cheia de árvores
Meus amiguinhos barulhentos
Minha infância distante
Lembranças que não me deixam...

(Elian-27/04/2012)

Com os pés no chão



Eu sonhei com um futuro
De tantas glórias e histórias
Me vi assim...na vida
Que um dia sonhei pra mim

Eu era só uma menina
Cheia de sonhos e planos
Buscando a realização
Da minha infantil imaginação

Não sabia dos planos
Que a vida tem pra gente
Eu achava que tudo começava
No dia que eu nasci

E mesmo quando eu não tinha
Os meus sonhos de imediato
Por minha mãe, realizados
Eu achava que amanhã...seriam

Eu era só uma menina
Buscando meu espaço
Que eu achava, era tanto
Era só meu e de mais ninguém

Sorrio da menina
Que um dia fui eu
Perdi  o enredo dos meus sonhos
Nem lembro mais o que sonhei

Eu era só uma menina
E hoje sou mulher
Fazendo na marra o meu dia a dia
Sem muito tempo pra sonhar

Eu sou uma mulher
Que um dia foi menina
Ainda tenho sonhos
Mas também os pés no chão

(Elian-27/04/2012)

De olhos fechados


O som que toca me faz viajar
Na melodia, fecho os olhos
Pareço levitar...
Vou de encontro ao seu olhar
Vejo seu rosto sorrir
Seu corpo dançar...
A música embala o meu imaginar
Enquanto toca...te ouço cantar
Deixa tocar a música
É sinfonia dando asas à imaginação
Viajo em cada tom
Na letra dessa canção
Que toca só para eu te ouvir...
Ela fala de um grande amor
Conta uma história
Revira minha memória
Te tráz pra perto de mim
Deixa a música tocar...
Enquanto ela toca
Eu tenho você aqui
De olhos fechados te vejo
De olhos fechados te beijo...
E no embalo dessa canção
Te entrego meu coração
E bailo contigo
No embalo dessa canção...
Deixa a música tocar
Deixa a música tocar...

(Elian-27/04/2012)


Flor


Encanta-me a flor
Que muda, diz tanto
Num silêncio gritante

Encanta-me a generosidade
Do perfume exalado
No ar...pairado

Encanta-me as cores
Colorindo a natureza
Campos, cidades, veredas

Encanta-me a vã fragilidade
Que sutilmente se revela
Em imensa virilidade

Encanta-me a flor
Que com justiça anuncia
A chegada do amor

Encanta-me a flor
Que na despedida, não se nega
à demonstrar a dor

Encanta-me a flor
Bela, humilde e imperiosa
Que por ser flor...é vitoriosa

(Elian-27/04/2012)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A minha poesia


A poesia dentro de mim
Não é para intelectuais
Ela é simples e por vezes
Sem rimas
Não guarda métricas
E tão pouco se denomina
Ser prosa, trovas, redondilhas
Sexteto, soneto, ou haikai
São só palavras saídas de mim
Palavras de coração para corações
De quem gosta do que escrevo
A minha poesia é simplicidade
Sem querer ser suntuosidade
São sentimentos expostos
Em palavras
Que me ditam o coração
E eu deixo transbordar
Em forma da minha emoção
Que por vezes se transforma 
Em explosão
Outras em serenidade
Mas sempre com verdades
Que refletem o meu ser
E a minha simplicidade
A minha poesia é simples
E para quem gosta de simplicidade
Ela não é feita para críticos literários
E tão pouco para a elite
São apenas palavras
Ditadas por meu coração
Independente da minha razão

(Elian-26/04/2012)

Reciclagem


Fiz reciclagem de mim
Pesei dores e alegrias
Confrontei Deus e o diabo
Anjos e demônios
Noite e dia
Tudo isso dentro de mim
Num momento de reclusão
Onde eu fiquei comigo
E sem mais ninguém

Mergulhei na escuridão
Do mais profundo do meu ser
Pesei os prós e contras
Medi meus instintos
Revi meus preceitos
Despi meus preconceitos
Fiz de mim avesso
Recosturei minha estrutura
Remontei meus sentimentos
Expeli ressentimentos
E por fim...vim à tona

Sou nova vida nova
Rasgada e renovada
O resultado do meu casulo
Só com o tempo saberei
Se valeu à pena a reflexão
Ou se foi tudo...em vão

(Elian-26/04/2012)

O seu brilho



Olhe para o dia
Descarte o mau humor
Sorria para a vida
E ela sorrirá para você
Não se deixe contaminar
Pela falta de educação
Pelas dores que fatalmente
virão
Pois que elas são sagradas
No aprendizado do amor
Faça dela condição
De força e superação
Faça da sua companhia
Motivo de alegria
Para quem atravessa 
Seus caminhos
Se faça necessário
À quem tem precisão
Sem nenhuma imposição
Simplesmente pelo fato
De buscarem sua presença
Num momento de reflexão
Olhe para o dia
E viva com sabedoria
Permita que seu brilho
Seja como o sol
E ilumine outras vidas
Que de ti...precisam

(Elian-26/04/2012)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

E se eu morrer

Se eu morrer
Não quero choros e velas
Entoem o hino do meu time
E me envolvam na bandeira
Bebam à minha despedida
Cantem e dancem 
Um samba da Portela
E me sentirei homenageada
Porque sou imortal
E eu não morrerei
Para onde quer que for
Lá também rabiscarei
Os amores que aqui deixarei
E queria ser cremada
Tendo minhas cinzas levadas
Numa noite de luar
Numa noite de luau
Rumo adentro o mar
Sem ninguém por mim chorar
Provavelmente eu estarei
Encantada observando
No meio dos amigos
Que forem me levar
Ao meu derradeiro mergulhar
Sem poder me mostrar
Para a ninguém eu assustar
Vou levar comigo
Só o que for da alma
Só os sentimentos
De quem me amou
De quem eu amo
Se eu morrer
Tenham a certeza
De que morta não estarei
Apenas me encantei

(Elian-25/04/2012)



Importa só você

A sua importância é tanta
Que não caberia no meu mundo
Seria preciso mais um pouquinho
Para medí-la inteirinha
Nada além de ti tem mais valia
Nada além de ti, me interessaria
E se só houvesse você
O meu mundo inteiro
Com certeza, preencheria
O meu coração pulsa
No ritmo do seu nome
Eu busco a minha luz
No brilho do seu olhar
Nada além de ti tem mais valia
Nada além de ti, me interessaria
Eu não sou nada sem você
E viver, não saberia
Posto que o meu mundo é você
E você é o meu mundo
Caminho nos seus passos
E faço desse encontro
O meu derradeiro caminhar
Então caminho no meu mundo
De encontro à você
Nada além de ti tem mais valia
Nada além de ti, me interessaria
O meu mundo é você
E eu quero o meu mundo
Mas para medir sua importância
Precisaria só de mais um pouquinho
Do meu mundo...

(Elian-25/04/2012)

Efemeridades

Ei...vem comigo
Vamos olhar o mar
Passear na areia macia
De mãos dadas
Sem pressa alguma
Vem caminhar em fantasias
Que criamos e vivemos
Ainda que apenas
Em nossa imaginação
Deixa ficar para trás
Toda realidade sensata
E vamos caminhar 
Em nossa praia
Sentir a brisa nos tocar
A gente sem se falar
Apenas caminhar
De mãos dadas
Sem mais nada
Apenas caminhar
Em busca de nada
Só sentindo o calor
Da minha mão na sua
Da sua mão na minha
São nessas efemeridades
Que caminhamos lado a lado
E fazemos do impossível
Nosso tempo de ser feliz
Numa simples caminhada
Pela areia molhada
De mãos dadas...


(Elian-25/04/2012)

Diálogo de pai e filho

Pai, me dá dinheiro
Vou comprar um carretel
De linha 10 para empinar
A pipa que peguei

Filho, vai estudar
Deixa essa pipa onde está
Não é tempo de brincar
Essa pipa não vai voar

Então me dê umas moedinhas
Pra comprar umas bolinhas
Tem campeonato na esquina
Bolinhas de gude são baratinhas

Meu filho, vai estudar
Dessse campeonato
Você não vai participar
Sua bolinha vai quebrar

Mas pai, tenho que brincar
Fazer outros amigos
Me dá um dinheirinho
Pra comprar um brinquedinho

Filho, vai já estudar
E seu futuro preparar
Para um dia, com seu filho
Nada disso você ter que falar

Pai...eu só queria disfarçar
Para não ter que te contar
Que eu não tenho os livros
Onde tenho que estudar

(Elian-25/04/2012)

Uma bobagem

Quem sou
Porque sou
Onde vou
Com quem estou
E se ficou
Não foi comigo
Passou
Eu cá estou
Nem sei o que sou
Mas sei que vou
Pois onde estou
Nada mais restou
Além do que ficou
Da vida que passou
E do tempo que acabou
Por isso eu vou
Buscar o que sobrou
E fazer outro roteiro
De quem serei
Por onde irei
E como farei
Com quem estarei
E o que buscarei
No que de novo começarei
Com a certeza que acertarei
E de nada me arrependerei
E se ainda assim
Nada der certo
Estarei satisfeita
Com o jogo de palavras
E ponto final.

(Elian-25/04/2012)

Lago dos afogados

Silêncio...reflito
No céu azul de Brasília
Tantos sonhos, desejos, aspirações
E nas torres com suas calotas
Quantos sonhos afogados
No lago que margeia
A arquitetura arrependida
Do mago Niemeyer
Os contrastes absurdos
Dos barões abastados
Puxando pelo cabresto
Afogando sem piedade
Projetos de futuro
Do cidadão abnegado
No lago do Congresso
Se matam os pobres pais
Sem forças para a luta
Na criação de suas crias
Enquanto o coronel
Faz parte da C.P.I
Que há de mandar o moto boy
Entregar, ainda quentinha
A encomenda do Congresso
Na arquitetura arrependida
Do mago Niemeyer
Ah...lago madito
Que afogou meus sonhos e planos
Quando feito cordeiro
Me entreguei aos lobos
Procurando proteção
É a sina do povo
É a vida dos poltrões
É a turba adormecida
É prenúncio de revolução
No despertar da massa insana
É o Brasil...brasileiro

(Elian-25/04/2012)

A prova do amor

O dia nasceu feliz
O sol está brilhando
Ainda que não estivesse
Brilha dentro de mim
Tem estrelas no céu
E eu as vejo em pleno dia
É...o dia nasceu feliz

Cantam os pássaros 
Desabrocham flores
A vida segue linda
Os rio vai de encontro ao mar
Eu sonho ao despertar
É...o dia nasceu feliz

Por isso resolvi
Pessoalmente vir aqui
Desejar um belo dia
Para você e para mim
Agradecendo ao criador
Toda essa maravilha
Que ele nos proporcinou
Como prova do seu amor

(Elian-25/04/2012)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Um mar de amor

Onde anda o meu amor
Que calou-se...emudeceu
Sou sua fantasia
És minha realidade

Onde estão aqueles olhos
Que me olhavam por dentro
E me despia sem piscar
Só com a força daquele olhar

Eu me deixei levar
Pelas ondas desse mar
E não me canso de navegar
Pelo seu interior

Não importa o tempo que passar
Eu vou em busca desse amor
Ainda que por toda uma eternidade
Eu tenha que te esperar

Por onde anda o meu amor
Que não sabe que me ama
Mas que ama sem saber
Que é o meu eterno querer

Vá em busca de aventuras
No oceano dos seus sentimentos
Estarei aqui na praia
Aguardando a sua volta

Que um dia na maré
Virá de encontro à mim
E finalmente entenderás
Que só à mim irás amar

Viva todos os seus amores
Inunde de vontades suas verdades
E quando à nossa praia retornares
Serei eu que estarei a te esperar...

(Elian-24/04/2012)

O tempo e o espelho

Passo no tempo
Ou ele passa por mim
O fato é que envelheço
Enquanto ele continua
Impávido e passível
Dos amores que vivi
Das dores que senti
Das saudades que ficaram...

Passa o tempo
Enquanto passo eu
Pela vida que vivo
Sem certeza alguma
Mas com a expectativa
De um reencontro esperado
Em outros planos combinado
Com alguém que saberei
Reconhecer de imediato...

Passo eu por esse tempo
Vendo na pele, ele passar
Impassível e cruel
No meu corpo de mulher
Que não se reconhece no espelho
Onde as rugas prevalecem
E o orgulho desaparece...

Eu passo pelo tempo
Temendo a reação
Do amor do coração
Ao comigo se deparar
E ver envelhecido
O meu corpo de mulher
Rezando para que a outra alma
Enxergue tão somente
A alma rejuvenescida
Que eternamente  a amará

(Elian-24/04/2012)

Poesia viva

Sou poesia viva
Que vive em mim
E eu vivo nela
E a sinto assim
Explodindo para mim
Sem espaço 
Apertando meu peito
Implodindo em mim
E nas mãos trêmulas
Escapando de mim
Abarrotando folhas 
em branco
De letras ordenadas
Em versos rimados
Ou não
Mas expostos e postos
Exibindo palavras
Juntando histórias
Contando glórias
Ou mesmo inglórias
Da minha poesia
Contida e incontida
Dentro de mim
Porque sou poesia
E necessito todo dia
Escrever essa magia...


(Elian-224/04/2012)






A Lady de Colatina

Uma Lady
Que a cada por do sol
Desfruta da beleza
Espelhada nas águas doce
Do rio doce...
Uma Lady
Que eu tenho por amiga
Lá nas terras de Colatina
Onde o Rio de tão doce
Adocica seu sorriso
Uma Lady
Que tem em seus trejeitos
Graça e gala natural
E faz da sua educação
Dom por vocação
Uma Lady
É Raquel...
Com meiguice no olhar
E bondade ao comentar
Os rabiscos rabiscados
Que eu vivo a publicar
Uma Lady
Raquel Coffler
Que com seu jeito iluminado
É uma grande mulher
Uma Lady
Que me atrevo à rabiscar
Num sincero gesto de admiração
Só pra te fazer canção
(Se eu soubesse)
Então minha Lady de Colatina
Aceite esses versos
Feitos para te exaltar
E a nossa amizade...celebrar

(Eilan-24/04/2012)

Alma livre

Minha alma nasceu para ser livre
E isso me deixa tonta
Não é fácil ser livre
Requer muita sabedoria
E infindáveis anos de aprendizados
À cada vida que vivo
Me prendo em experiências
Que um dia me farão livre
Mas ainda sou prisioneira
Da minha liberdade
A humanidade me faz falha
E a liberdade requer a perfeição
E disso tudo tiro a conclusão
Que a minha liberdade
Ainda está´muito longe de mim
Graças à Deus sou imperfeita
E tenho toda uma eternidade
Para tentar essa tal liberdade
Por enquanto vou vivendo
Presa aos meus erros
Meus acertos
Meus consertos e de concertos
Enquanto não vem a perfeição
Minha alma segue dona de si
Em busca de merecer
Ser livre de verdade
E voar na sua eternidade

(Elian-24/04/2012)

Meu amparo

Mãe...
Te peço a sua benção
E um pouco da sua fé
A sua determinação
A brandura do seu coração
Peço também mãe
Um pouquinho só
Da sua sapiência
E da sua paciência
Tens a minha gratidão
E a mais profunda admiração
Por ser do jeito que tu és, mãe
Por tudo te peço perdão
E me regozijo no seu amor
Agradeço a todo instante
Ter nascido de você
Sei que não sou a filha ideal
Mas você mãe
É tudo o que eu queria
E se pudesse, de novo pediria
Para ser a sua cria
Nos teus olhos tão cansados
Vejo toda a sabedoria
De quem passa pela vida
Deixando gravado para sempre
As marcas de um incondicional amor
Nos corações de quem te cerca
E que para toda uma eternidade
Com certeza irão levar
Te peço a sua benção mãe
E a proteção de Deus
Para que eu possa te amparar
Na velhice santa em que está
Sabendo bem lá no fundo
Que é você quem continua
Na verdade a me guiar

(Elian-24/04/2012)

Mais um dia

No alvorecer de um novo dia
Saúdo o sol resplandecente
Que vem cobrir de luz e calor
A vida da gente

Saúdo também as flores
Que colorem e perfumam
Sem distinção nenhuma

A minha saudação
Aos pássaros que encantam
Enquanto ninhos fazem
Com cantos e encontros

Saúdo mais um dia
De glórias e vitórias
Pelo simples fato
De estar viva nesse dia

E em forma de poesia
Agradeço por esse dia
E desejo à todos
Um dia de alegria

(Elian-24/04/2012)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Olhando pro futuro

Ninguém vai me afastar de você
Porque eu vivo no seu pensamento
E você mora no meu
Ninguém vai nos separar

Ainda que juntos não possamos ficar
Nada vai poder nos separar
Se fantasia ou ilusão
Somos um só coração

Hoje sofro a sua ausência
E te vejo só de longe

 Não importa o que dizem
Nem mesmo o que acham
Eu sou o seu amor
E você será pra sempre o meu

Aos tolos restam o escárnio
À nós a eternidade
Se hoje estamos separados
Amanhã seremos só um

Hoje sofro a sua ausência
E te vejo só de longe

Não importa nada disso
Eu te sinto perto de mim
Sou fantasia, sou real
Você está em mim

Deixa a louca realidade
Pensar que nos separamos
A nossa eternidade
Está nos abraçando

Hoje sofro a sua ausência
E te vejo só de longe

Ninguém vai nos separar
Somos um no outro
O tempo só vai nos fazer amar
Mais e mais quando nos reencontrarmos

Deixa isso passar
Deixa outra vida começar
Eu vou estar à sua espera
Eu hei de pra sempre te amar

Hoje sofro a sua ausência
E te vejo só de longe...

(Elian-23/04/2012)




A paz

A paz há de chegar
Mas enquanto houver vida
A busca será constante
Pela paz que um dia virá
Pois paz sem vida
É inércia perdida
É vida sem emoção
Ou alma sem coração
A paz é o equilíbrio
Que tempera a vida
Em momentos de felicidade
E alegrias permitidas
Não busque a paz eterna
Pois lá não existe vida
É paz sem vida
Ou vida sem paz
Busque sim seu equilíbrio
E encontrará a paz de espírito
Necessária e restrita
À tua vida...

(Elian-23/04/2012)

Revendo e vendo

Revendo e vendo
Vejo e olho
O que revi e vivi
Revivido em mim

E revejo a vida
Que vivi  e vi
Num eterno ir e vir
E ter sempre que partir

Olho o que vivi
E penso no que viver
Ou em como fazer
A vida por viver

E se a vida é vivida
Por instantes de prazer
Revivo o que vivi
Da vida com você

Mas se quero viver
De novo o que vivi
Revejo o que viver
Para um dia viver com você

Vou vendo e vivendo
Sem tanto reviver
Para poder fazer da vida
Vida de viver

Vou vivendo e revendo
Valores de vida
Vida sem valores
E refazendo minha vida

Revendo e vendo
Vejo e olho 
O que revi e vivi
Revivendo tudo em mim

(Elian-23/04/2012)

Vou tentar

Nada é por acaso
Tudo acontece
Porque tem que acontecer
No tempo e no espaço
Bem sei que essa vida
É escola para a outra
E hei de aprender
A trazer você pra mim
É preciso entender
Que nada há para entender
Que a vontade do mais alto
Só é preciso aceitar
Sem mágoas ou ressentimentos
E cada vez que a gente tenta
E se rebela das suas vontades
Mais distantes ficamos
Do objetivo que propomos
Eu vou tentar de novo
Aceitar meu karma
Lutar com bravura
Até poder um dia
Num outro lugar
O seu amor...merecer

(Elian-22/04/2012)



Vento bendito

O vento que sopra
Seu nome na brisa
Parece canção
Feita só para o coração

É o mesmo vento que espalha
O perfume que te tráz
Para perto de mim
Quando fecho o olhos

É o vento que acalma
Os raios de sol
Que douram seu corpo
Numa praia exposto

Vento que brinca
Despenteando seus cabelos
Brincando com eles
Sem vergonha nenhuma

É vento que venta
E faz ventania
Que te tráz em imaginação
Para dentro do meu coração

É vento sagrado
Que me deixa te tocar
Me deixa te sentir
Me deixa te amar

É o mesmo vento
Que quando se acaba
Te leva de volta
Pra longe de mim

Sopra vento
Seja sempre viajante
Traga sempre contigo
A paz desse reencontro

(Elian-23/04/2012)



A mãe do meu neto

Ela tem um ar infantil
Tem jeito de menina
Que brinca de boneca
E no entanto é mulher
E vai ser mãe do meu neto...
Ela fala macio
Tráz meiguice no olhar
Que já mostra a maternidade
No jeitinho desse olhar...
Thaynah é assim
Seu lado de menina
Por vezes pirracenta
Por outras brincalhona
Seu lado de mulher
Por vezes sedutora
Por outras responsável
E agora o lado mãe
Que já antes aflorava
Desponta pleno e intenso
Enquanto espera o filho
E desfila orgulhosa
O ventre abençoado
Que guarda seu tesouro
A mãe menina festejou
Mais um ano de sua vida
Que Deus a abençõe
E traga no seu filho
O presente santificado
Por Ele abençoado

(Elian-23/04/2012)




Uma prece por mim (por você)

Um novo dia nasceu
E em prece eu peço paz
Discenimento nas decisões
Segurança em meus atos
Justiça no que faço
Que eu possa, só por hoje
Ter paciência e disciplina
Para cumprir minha missão
Sem nenhuma reclamação
E com amor no coração
Que eu seja só por hoje
Instrumento divino
Para conduzir o meu destino
E de quem mais me cercar
E de mim, precisar
Que eu veja nessa luz
O olhar de Jesus
À me abençoar
E suas mãos à me ajudar
A carregar a minha cruz
E que assim seja...só por hoje


(Elian-23/04/2012)

domingo, 22 de abril de 2012

Não chores mais

Porque choras bela dama
Pelo filho pequenino
Que te precedeu na eternidade
Pela mãe e pelo pai
Que também para lá se foram
Te deixando tão sozinha
É justo o teu lamento
E dolorida as tuas lágrimas
Mas...se te serve de consolo
Não morreram, encantaram

São eles bela Dama
Quem nas noites estreladas
Veem brilhar na tua janela
E valar pelo teu sono
Te abraçando e te envolvendo
Em preces preciosas
Enquanto em teu descanso
Dormes despreocupada

Morremos todo dia, bela dama
Quando ao anoitecer
Adormecidos, libertamos
O espírito peregrino
Preso e pesado
Que vai de encontro à liberdade
Rever seus entes queridos
Matar suas saudades

A morte não existe, bela dama
E o dia chegará
Em que vamos festejar
A passagem desse plano
Quando deixarmos de lado
O egoísmo de nossa dor
E aprendermos de fato
O que representa a palavra
Amor!

(Elian-22/04/2012)

Um mentor

Você me chamou
E eu te escutei
Ainda está confuso
Sei que preciso acordar
Mas te escutei
Meu caro mentor
Eu vou rabiscar
Sem muito pensar
Deixar correr
Meus dedos sem rumo
Eu vou rabiscar
Sem me preocupar
Com o resultado
Do que vai sair
Eu vou procurar
Merecer te ouvir
E deixar correr
Meus dedos sem rumo
Nas teclas que escolherem
Eu vou rabiscar
Sem medo de errar
Mas cuidando com a mensagem
Que devo passar
Eu vou rabiscar
Sem medo de errar
E sem com a grafia
Me preocupar
Importa agora
Que eu vou rabiscar

(Elian-22/04/2012)

Apenas Nane


Sou Nane
A que tem rompantes
A que briga com o mundo
A que sai sem se despedir
A que deixa para trás o que se foi

Sou Nane
A que ama com a alma
E defende com a garra
De águia domadora
Acabando por invadir
O espaço dos amados

Sou Nane
A que peca por excessos
Ultrapasando seus limites
E depois pede perdão
Por querer direcionar seu coração
Sem perceber a confusão
Da minha louca proteção

Sou Nane
Intensa e passional
Mas profundamente original
E garantindo aos que me teem 
Que outra não há igual

Sou Nane
Amiga e irmã
Menina e mulher
Poeta e tricolor
Mixto de ódio e amor
De paz e explosão
De pouca razão
Mas sempre...de muito coração

Sou isso
Apenas Nane...

(Elian-22/04/2012)



sábado, 21 de abril de 2012

Doença ou karma

Ah...saudade que dói
Que me deixa doente
Que me faz te pedir
Bandeira branca
Saudade que é karma
Trazido comigo
De outras paragens
Nas quais abusei
E pago agora
A dor da saudade
De não mais te ter

Ah...saudade que perfura
O coração sangrado
Da alma inquieta
Que sente saudade
Do som da sua voz
Do carinho do seu corpo
Da luz dos seus olhos
Do abraço dos seus braços
Do beijo dos seus lábios

Ah...saudade que me mata
E faz desse karma
A cruz pesada
Que carrego sem aguentar
Que me faz chorar
De tanta saudade
De tanta vontade
De só mais um pouquinho
Te ver mais uma vez

Ah...saudade que não é doença
Mas karma...meu karma...karma

(Elian-21/04/2012)




sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um portal para o inferno

Era um corredor imenso
Um túnel úmido e escuro
Havia uma luz brilhante no final
Que me atraía intensamente
Piscando intermitente
Me chamando...pulsando
O cheiro da umidade nas narinas
As lembranças de coisas que se foram
Pessoas queridas e perdidas
Imagens desfocadas 
Cores misturadas
Tempos distorcidos
nomes proferidos
Confusão na mente obscura
Se dia ou noite
Se sol ou lua
A umidade calorenta
Um túnel sem saída
Ouço sons abafados
É minha própria respiração
Não ouço meus paços
Pareço levitar
Não quero chegar
De encontro à luz
Que pisca intermitente
Se eu volto está escuro
Eu no meio do túnel
Confundo com um túmulo
O cheiro da umidade
A pele tão fria...pegajosa
Preciso decidir
Vou de encontro à luz
Ou volto à escuridão
Se eu for, não volto mais
Se fico, sigo na escuridão
Sonhei com o portal
Acordei suando
Não sei se foi real
Só sei que voltei...

(Elian-20/04/2012)


sábado, 14 de abril de 2012

O inferno de Nane



O inferno me aguarda
Espera a hora certa
De abrir-me suas portas
Já ouço as risadas
Que terei por recepção
Me aguarda o inferno
Com toda a sua pompa
Enquanto a hora se aproxima
Se prepara para mim
O inferno de Nane
Com sua escuridão
Seus olhos de fogo
Seus odores de enxofre
Suas cinzas mórbidas
Seus habitantes das trevas
Cantando e contando
Seus lamentos estridentes
É o inferno que me aguarda
É minha hora que chega
É eu de volta pra casa
De onde jamais deveria
Ter ousado sair

(Elian-14/04/2012)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sepulcro poético


O poeta calou...
Suas palavras silenciaram
Foram sepultadas em seu peito
Cimentadas numa lápide
Sem rimas, sem métricas
Não tem mais trovas
Poemas e poesias
Perderam-se no vento
Entristeceu o poeta
Perdeu a inspiração
Acabou a imaginação
Num vácuo...vazio
Enterrado vivo
Numa verve sem verbo
Sem mais razão de ser
Num calar dolorido
Sem nenhuma despedida
Somente folha em branco...
Recolhe-se o poeta
Na insignificância de seus rabiscos
Que nunca dizem nada
Que nunca produzem nada
Que nunca saem do projeto
De um livro inacabado
E já não mais tão desejado
Foi só mais um sonho sonhado
De um poeta fracassado
Que jogou cal na lápide
E sepultou no seu peito
Palavras sem sentidos
Poesias sem rimas
Coração sem mais...inspiração

(Elian-09/04/2012)


domingo, 8 de abril de 2012

Senti a sua falta


Pai...
Eu tinha tanto à te falar
Mas você não quis me ouvir
Tentei por tantas vezes
Mas você preferiu ignorar
Eu senti a sua falta
Nunca soube o gosto do seu abraço
E nem do seu afago
Queria ter gritado ao mundo
O quanto eu gosto de você
Mas você me afastou
Não deixou eu te abraçar
Hoje eu nem sei onde você está
Eu te admirava
Do jeito que você era
Sempre acreditava que tudo ía mudar
E o seu amor um dia ía chegar
Hoje temo ter herdado
A frieza dos seus sentimentos
Como eu queria me orgulhar
De ter nascido de você
Não sei o que de fato ficou
Um mixto de piedade e indignação
Uma vontade de olhar nos seus olhos
Te perguntar o porquê de tudo isso
Curiosidade de saber
Onde e como você está
No fundo pai
Eu nunca deixei de pensar
Na vida que levamos
Onde foi que nós erramos
Nem mesmo pra onde que nós vamos
Eu senti a sua falta
Eu queria ter tido um pai
Que eu pudesse chamar de pai
Eu senti a sua falta...pai


(Elian-08/04/2012)

O cara.com


Ei Cara
Onde anda você
Que um dia andou comigo
E que eu acreditava
Poxa...
De repente tudo desandou
Onde foi que eu soltei a sua mão
Agora tudo dá errado
Não paro mais de pé
Eu fiz muita propaganda
Cultuei seu nome
Até hoje,confesso
Ainda falo de você
Mas caramba
Não sobrou nada pra mim
Você pegou no meu pé
Eu não sou seu Jonas
E nem vou ser engolida
E se for...não será pela baleia
Prefiro o tubarão
Não estica tanto a corda Cara
Ela está prestes a arrebentar
Não...não sou de blasfemar
Ou tu é pai ou é padrasto
Dá uma só chance...pega leve
A gente se entendia
E convenhamos...
Nunca fui pidona
Não estica tanto a corda
Ela está prestes a arrebentar
Eu gostava de falar
Aos outros sobre tu
Mas agora...se liga Cara
Não estica tanto a corda
Ela está prestes a arrebentar...

(Elian-08/04/2012)

sábado, 7 de abril de 2012

Mundo cinzento


Eu queria contar uma história
Que tivesse final feliz
Mas em tudo o que eu fiz
Não houve final feliz

Em nada pintei a glória
Só fiz lamentar
Perdi meu tempo em lutas inglórias
Nem mesmo aprendi a amar

As cores estão cinzas
Não tem nada colorido
É inverno no verão
É sempre inverno

Eu não sinto frio
Nem tão pouco calor
Não sinto nada
É...eu não sinto nada

Meu sol e minha lua
Tapados pelas brumas
Todos estão cinza
São todos eles cinza 

Não tenho nada à reclamar
Pintei de cinza o que podia
A flor que eu arranquei
Também era cinza

Nem preto e nem branco
Sem mais nenhuma cor
É tudo tão acinzentado
Meu mundo é cor de cinza

Eu olho para o céu
Mas ele também é cinza
Perdi todas as cores
Meu céu não é azul

Se tem beleza alguma
No meu mundo acinzentado
Vou procurar encontrar
É...vou procurar...

(Elian-07/04/2012)




É meu território


Meu pensamento é território 
Que só eu posso alcançar
E ele é livre para pensar
E quando pensa em você
Então me aposso e posso sonhar
Chaplin já dizia que
"Existe um lugar
Onde ningúém pode tirar
Você de mim
E este lugar
Chama-se Pensamento...
E nele, você me pertence"

Meu pensamento é assim
Tráz você para mim
E nada pode te afastar
Meu pensamento é soberano
E só eu sei o que pensar
E isso...ninguém pode mudar
E de mim...ninguém vai te tirar
Nem mesmo...você

(Elian-07/04/2012)

o mago e os sonhos


Um mago me disse
Que é à noite que vivemos
Me falou dos amores
Que ninguém vai proibir
Me disse que a vida
Se vive dormindo
Quando os sonhos são livres
Sem ninguém à podá-los
E mesmo que o seu amor
Não mais o quiser
Sonhe com ele
Porque lá nos seus sonhos
Só você vai mandar
Um mago me ensinou
Que a tristeza não existe
No mundo dos sonhos
Qualquer um é feliz
E quando a noite chegar
Se deixe deitar
E busque seus sonhos
Sem medo de errar
Eu vou onde quero
Nem mesmo você
Pode impedir
O mago me ensinou
Que eu posso te amar
Porque nos meus sonhos
Faço eu meu destino
Que é te encontrar
Que é te amar
Isso foi o mago quem me disse
Foi ele quem me ensinou
A nunca mais chorar
E apenas esperar
A noite chegar...


(Elian-07/04/2012)

O barquinho


Leva contigo
Para além do horizonte
Com muito cuidado
Não deixa naufragar
São meus sonhos que partem
Nas águas do mar
Levados no barco
Deslizando sereno
Ao sabor do vento
À deriva da vida
De encontro à linha
Que não quer chegar...
O vento brando
Carrega o barquinho
Que em silêncio procura
O destino utópico
De uma quimera em linha
Onde num porto seguro
Ele há de ancorar
E meus sonhos enfim
Ali...aportar
Leva barquinho
A minha utopia
Transformada em poesia...

(Elian-07/04/2012)
 

Durmo


Durmo...
Meu sono livre
É quando me sinto
de volta à vida
Leve e solta
Sem peso nenhum
Voando no espaço
Que conheço cada palmo
E vou de encontro
À quem me espera
Na calada da noite
Sem mais distância
Separando e impedindo
O olho no olho
O toque desejado
O amor enfim...

Durmo...
Meu sono libertador
E é quando me fortaleço
Ao te encontrar
Para quando amanhecer
Me restar forças
Na vida inócua
E sem sentido
Que me espera e me suga
À cada amanhecer...

Durmo...
Meu sono de luz
Onde encontro a paz
E a felicidade
Por estar livre
Sem pressa e sem peso
Enquanto te olho
E te sinto comigo
Selando o destino
Dos nossos espíritos
Separados na vida
De um amargo despertar
Então eu...durmo

(Elian-07/04/2012)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta feira santa


A sexta feira é santa
Então não como carne
(como se o bacalhau não fosse carne de uma ex-vida)

Mas amanhã é sábado
E vou às forras num churrasco
Azar do boi  (vaca)que nasceu chifrudo (ou não)
Mas na sexta feira serei santa
O sábado logo virá
E então eu vou me esbaldar
O melhor dia na Lapa é a sexta
Mas nessa eu não vou lá
Porque é santa essa sexta feira
E não combina com boemia
Mas na próxima sexta
Me aguardem e abram os braços
Os boêmios lá da Lapa
Porque a farra é liberada
E a sexta não será santa
Nossa..quanta discrepância
Quanta falsidade
Quanta palhaçada
Op's, esqueci que a sexta é santa
E eu não posso xingar
Vou dar um jeito de  sair
Para não vir pecar aqui
Porque hoje é sexta feira santa!
Que a paz do Cristo esteja convosco

(Elian-06/04/2012)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Duas ou mais


Nas faces que tenho
Sou duas ou mais
Anjo e demônio
Vadia e santa
Blasfemo e rezo
Depende da hora
Me faço de vítima
Mas sou algoz
Me dispo de pudores
Me cubro de vergonhas
E se acalento
Também jogo ao vento
Porque sou dúbia
E por vezes acéfala
Grito em silêncio
E silencio berrando
Rezo aos santos
E acordo com o diabo
Que tenta e me atenta
E eu me deixo tentar
Porque sou duas ou mais
Sem saber onde vou parar
Enquanto procuro por mim
Nas noites escuras e sem fim
Ou nos dias de sol escaldante
Queimando meus neurônios inconstantes
E porque sou dúbia
Estouro e explodo
Xingo e praguejo
E peço desculpas
E deixo partir
Quem não sabe sentir
Que sou duas ou mais
E não sei voltar atrás...

(Elian-05/04/2012)

Mulher de verdade


Não quero parecer mais jovem
Não quero patrocínio de beleza
Não quero pelejovem.com
Quero o direito às minhas rugas
E a minha face nua e crua
Sem máscara ou maquiagem
Que caem e borram
E me transformam em espectros
De um passado que não volta
Não quero a ilusão da juventude
Na pele esticada e pesada
Por produtos enganadores
E propagandas mentirosas
Quero sim as minhas marcas
Esculpidas pela vida
Tal qual as ondas do mar
Que esculpem as pedras sem cessar
 Não quero me olhar no espelho
Sem poder gargalhar
Para não correr o risco
De algum ponto arrebentar
Quero poder tirar minha blusa
E ver que o tempo passa
Olhar meus seios já caíndo
Sem silicone, sem plástica
Sem nenhuma falsidade
Quero a beleza da natureza
Posto que sou flor mulher
Que nasce, cresce e envelhece
E quando o meu tempo houver passado
E o meu sino tiver tocado
Que se escreva em minha lápide
Aqui jaz uma mulher de verdade

(Elian-05/04/2012)




Coração aflito


Eu bato forte
Pulso descompassado
Faço correr o sangue da sua vida
Trabalho sem cessar
Não posso descansar
Não posso parar...
E tu...o que fazes por mim
Além de me machucar
E me ferir o tempo inteiro
Deixando que me magoem
Jogando-me ao chão
Sem nenhuma piedade
Sobrecarregando-me as forças
Que já pulsam noutro ritmo...
Escuta a minha voz
Nas batidas que eu grito
Dentro do teu peito
Estou no meu limite
Mas ainda vejo o sol
Sinto o seu calor
Vejo uma luz
Estou tentando por ti bater
Só te peço um pouquinho
Cuida de mim com carinho
Pra que eu cuide de você...

(Elian-05/04/2012)


O fio da navalha


É preciso ter coragem
E arcar com as consequências
De dicisões tomadas
Que a vida te cobra
Em troca da sua paz
Ou do seu inferno

É preciso ter coragem
Para saber decidir
Entre o certo e o errado
Ludibriando a vontade
De estourar seus próprios miolos
Quando seus fantasmas assombrarem
Sua mente perturbada

Ter a garra necessária
Pra seguir em frente
Sem contar com os anjos  dizendo amém
Fazendo de si mesmo a sua força
Não se deixando levar pela fragilidade
Dos sentimentos embaralhados
Ou de sonhos despedaçados

É preciso ser forte
E morder o fio da navalha
Acreditar na sua coragem
Lutar enquanto aguentar
E mostrar pra todo mundo
Que nem tudo está perdido
E você não é um vencido
Amanhã é outro dia...

(Elian-05/04/2012)


In...Grata


Sou grata ingrata
Que faz da gratidão
Castigo, prisão...
Persona non grata
Na gratidão do coração
Na paz do meu espírito
Que vaga ingrato
Sem a grata sensação
De se sentir grato
Em sua imensa vastidão
De espírito ingrato...
Sou ingrata sem graça
Que não sabe ser grata
E sente o peso da gratidão
Se impondo em minhas costas
E gritando aos quatro ventos
Que a minha ingratidão
É o preço à pagar
Pela minha liberdade
Que mais tarde virar cobrar
A ingratidão que me fuzila
Por não saber ser grata
À quem por mim foi grata...
A gratidão me cobra 
O preço da ingratidão
E eu...ingrata pago
Por não saber ser...grata

(Elian-05/04/2012)

Sonho de menina


Sonhei
Um sonho de menina
Brincando com as estrelas
Dançando com um cometa

E me vi assim
Brincando com as estrelas
Pulando amarelinha
No cruzeiro do sul
Em pleno céu azul

Fiz festa com a lua
Que faceira flutua
Iluminando as cirandas
Das estrelas crianças

Contei as estrelinhas
Que me meteram medo
Prometendo uma verruguinha
Na ponta do meu nariz

Quantas peraltices eu fiz
Na noite em que fui feliz
Passeando na via láctea
Sem lembranças nebulosas
Em meio à nebulosa

E dancei...
No rastro de um cometa
Até o dia clarear
E eu, de felicidade me embriagar
Até a hora de acordar...

(Elian-05/04/2012)







Pássaro engaiolado


Eu quero ir embora
Bater minhas asas e voar
Deixar livre meu espírito
Que é nômade cigano

Aqui não é o meu lugar
E me sinto presa 
Tal qual pássaro em gaiola
Que só faz trinar lamentos

Quero a imensidão dos céus
Sobrevoar o azul do mar
Pousar em florestas para descansar
Beber água dos rios

Sentir o sabor do vento
E nele me deixar planar
Sem pressa nenhuma de voltar
Para esse ou qualquer lugar

Eu quero ir embora
Abrir essa gaiola
E sem medo nenhum
Me lançar espaço afora

Há tanto tempo aprisionada
Estou perdendo minhas asas
O meu jeito de voar
Mas ainda assim...quero tentar

Abram essa gaiola
Me deixem ir embora
Meu canto é tão triste
Que já nem sei se ele existe

O que sei é que o tempo é pouco
E se não abrirem logo a gaiola
Não me restará forças sequer
Para eu tentar...ir embora...voar

(Elian-05/04/2012)

Vida


Vida...
O que esperas de mim
Acaso algo te prometi
Porque me cobras tanto
Se eu nada te pedi
Ou tão pouco exigi...

Vida...
Não te peço nada
Nada além do respirar
Enquanto vida eu tiver
Não te peço amores ou sonhos
Apenas vida real...

Então vida...
Não me venha cobrar
Sorrisos e abraços
Felicidades e festejos
Realizações e agradecimentos
Reconhecimentos e bajulações...

Porque vida...
Eu nada te pedi
Nem mesmo meu nascer
Faça só a sua parte
Me deixa aqui viver
Enquanto achar que deve
Mas não venha me cobrar
A falsidade de te adorar...

Porque vida...
Nada tenho a lamentar
Nada tenho a lastimar
Nada tenho a questionar
Nada tenho a confrontar
Só quero o meu direito
De não te endeusar...

(Elian-05/04/2012)


terça-feira, 3 de abril de 2012

O poeta e a marquise


O poeta rabiscou
E nas entrelinhas deu o seu recado
Em meio ao seus rabiscos gritou
Tentou chamar sua atenção
Mas você fez que não ouviu
Preferiu não escutar
E que não o leu...fingiu
Os rabisco foram em vão
perderam seu sentido
E o poeta, sem palavras ficou
Perdeu sua inspiração
Mergulhou na depressão
Compôs samba canção
Andou na contra-mão
Perdeu todo o seu chão
Desfez sua ilusão
Quebrou sua caneta
Rasgou o seu caderno
Bebeu sua bebida
Embriagou-se de verdades
Nuas e cruas
Que sabia mas não queria
Agora o poeta é mais um
A vagar pela cidade
Indigente e sofrido
Fazendo rimas numa esquina
Encomendadas por alguém
Em busca de uns tostões
Que paguem uma tequila
E um naco de um torresmo
Antes de ir procurar
Uma marquise para ir deitar

(Elian-03/004/2012)


Alma penada


Viajante no tempo
Alma errante
Em busca de si
Perdida na estrada
Sem saber onde chegar
Sem entender o caminho a traçar
Alma que vaga
Sem destino certeiro
Sabendo que tem que chegar
Em algum lugar

Alma cansada
Com vontade de parar
De se entregar
Mas sem coragem de recomeçar
Segue trôpega à andar
Procurando se encontrar
Seu destino achar
Uma luz para a iluminar
Uma mão para a guiar

Alma cega
Que sente a escuridão
Que grita em silêncio
Que sofre calada
É alma penada
Que vive sentindo
As dores de um nada
Esperando a passagem
Da sua liberdade
De volta à eternidade

(Elian-03/04/2012)