Alvorada

As luzes da cidade já começam a se apagarem...
Em minhas retinas já cansadas posso vislumbrar o brilho dourado que desponta no alvorescer...mais um dia que vem...outra noite se foi...
O véu escuro aos poucos se retira e deixa transparecer todo o explendor do dia nascedouro...

Barulhos que logo se tornam absolutos...pessoas que veem e vão...trabalho, escola, médico, mercado, são gente apressada que passam pelo dia e não o veem passar...
Olho-os com calma...saí das cinzas da noite que se foi...não dormi...apenas pensei...refleti..renasci...da lama de meus tormentos...da noite em que havia mergulhado...

O sol já brilha forte e seus raios se espalham por todos os lados...tenho direito a eles também...me aquecem a alma...me fazem sentir que vivo...vou sobreviver à noite que passou...vou poder olhar meu horizonte sem lembranças do passado...vou recomeçar...

Doem-me um pouco os olhos cansados de chorar...se acostumaram com a negritude da noite e estranham a claridade...preciso deixá-los descansarem e aos poucos se adaptarem a luz que brilha intensa novamente em mim...

O choro acabou...o pranto lavou-me a alma...agora preciso apenas dormir um pouco e sonhar novamente...pesadelos, por certo aparecerão...mas os sonhos serão maioria ...a noite escura...passou em mim...

(Nane-10/03/2010)