terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Loucura Total

Loucura
A nossa é só nossa
Ninguém jamais entenderá
Loucura que nos fere
Que nos dá prazer
Loucura que não sabemos separar
Quem pensa que já viu loucura
Não sabe de nós
Loucura que me faz viver
Mas que também pode me fazer morrer
Loucura que não posso abrir mão
Pois preciso respirar
E meu ar está nessa loucura
Loucura que não me deixa dormir
Mas que que me embala no amanhecer
Loucura por pensar em te perder
E não mais saber viver
Loucura por te amar
Sabendo não poder
Loucura total loucura
Que me mata e me cura
Não me deixe nunca sem saber
Dessa louca loucura que é você

(Elian-31/01/2012)

Louco amor

Meu louco amor
Que teima em me fazer sofrer
Teima em me dizimar
Como prova de me amar
Amor que me faz perder a calma
Não entende que sou nada sem você
Que só vivo por te querer
Que sem você...não tem viver
Amor que me leva a loucura
Que me faz querer desistir de tudo
Se não posso ter você
Amor que mexe com a minha sanidade
Me fazendo insana e sem vontade
Amor que para mim é o que basta
Ou então...o que me infarta
Amor que amo sem razão
Que vivo a pedir perdão
Que se é certo ou errado
Pouco importa...
Amor que amo por amar
Simplesmente por te amar

(Elian-31/01/2012)


Sem cabeça.

Sem cabeça para escrever...
Sem cabeça para escrever...
Sem cabeça para escrever...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Colheita tardia


Agora se faz tarde
O tempo da colheita já passou
Olho o campo perdido
As flores murcharam
A chuva melou os brotos
Morreram antes mesmo de nascerem...

Tudo de mais faz mal
A seca mata no nordeste
De fome, insolação, pobreza
Agora se faz tarde
Acabou-se a florada
Perderam-se os frutos
Morreu o futuro
Na chuva de verão...

O arco-íris apareceu
Tantas cores mentirosas
Tanta luz que não ilumina
Não tem um pote de ouro no seu fim
É só história de crendices
As flores já murcharam
Os frutos apodreceram
E não amadureceram...

Agora se faz tarde
Acabou o conto de fadas
A floresta inundou
O campo mergulhou
Nas águas do destino
A colheita fracassou
E a esperança...naufragou

(Elian-30/01/2012)

Trem de dúvidas


Porque estou aqui
Se meu mundo não é esse...
Porque vim parar aqui
Se meu tempo não é esse...
Porque sou isso
Se esse ser não sou eu...
Porque entrei nesse vagão
Que me trouxe ao lugar errado...
Porque caminho cabisbaixo
Se nada tenho a dever...
Porque não chega a estação
Onde finalmente vou descer...
Porque me deixaram embarcar
No vagão do trem errado...
Porque tantos porquês
Se agora já não importa mais...

(Elian-30/01/2012)

Mar em chamas


Queria rabiscar serena
Com leveza
Mas sou densa...
Queria falar do por do sol
Que parece beijar o mar
Ao entardecer no horizonte
Mas só consigo visualizar
O fim no fim do dia
Queria escrever poesia
Mas só sei falar de melancolia
Perdi as palavras de amor
E encontrei só as de dor
Deixei corromper a inspiração
Mistifiquei meu coração
Endeusei sentimentos pagãos
Contaminei a pureza 
Me prendi à beleza
O Olimpo fechou-me as portas
Só Baco me serviu
Queria rabiscar poesia
Mas o inferno se abriu
O riacho é de fogo
As águas cristalinas
Perderam-se no mar
O sol se pôs de vez
Não teve horizonte
E nem beijo dos amantes
O fogo acendeu
E o mar virou inferno
Não sei mais rabiscar
A poesia se fez tardia...

(Elian-30/01/2012)

Frenético vai e vem

Grito
Ninguém ouve
Peço por socorro
Mas ninguém escuta
Tropeço em minhas pernas
Caio e me machuco
Estendo a minha mão
Ninguém vem a segurar
Pessoas passam por mim
Algumas cochicham entre si
Outras apenas lamentam
Terceiras de mim, apenas riem
Olham com olhar de piedade
A pobre desgraçada
Que caiu na desgraça do vício
E dorme na calçada
Não sabem que no passado
Esse verme hoje exposto
Foi gente como eles
Temem se aproximar
Temem ajudar
O vai e vem pela cidade
É frenético e sem solidariedade
Me jogam umas moedas
Que mais tarde irão se transformar
Em mais um gole de cachaça
Até que no meu próximo cair
Quem sabe eu me acabe por aqui...

(Elian-30/01/2012)


Sem pressa

Lambendo minhas feridas
Abertas e sangrando
Vou tentando me reerguer

Sem arrependimento de nada
Vou olhando meu passado
Na tentativa de acertar

É difícil esquecer
Mas vou devagar
Sem pressa de chegar a lugar nenhum

Marchando pela minha estrada
Encontrando outras pessoas
Reescrevendo a minha história

Fechando páginas preenchidas
Rabiscando a folha em branco
Em busca tão somente
Do que chamam felicidade

Vou marchando sem pressa
Olhando para o chão
Desviando dos buracos
Enquanto sara as feridas

É difícil esquecer
Mas vou sem pressa de chegar
Transformando em cicatrizes, devagar
As feridas que hoje sangram

(Elian-30/01/2012)

Morrendo sem amor

Me deixei envolver infantilmente
Acreditei em sonhos e ilusões
Vi meu eu se perder em depressão
Entreguei minhas forças sem lutar
Covardemente me deixei destruir
Lá fora as flores não perfumam mais
As orquídeas murcharam de tristeza
Os pássaros se calaram à minha passagem
Rompeu-se o silêncio no meu grito
Que ninguém além de mim, ouviu
Era preciso tudo isso
Para eu aceitar e entender
Que só eu posso reverter
Todo esse meu desespero em sofrer
Fui eu quem procurou
Fui eu quem encontrou
Problema meu agora, me virar
Tentar dar a volta por cima
Sair desse torpor
Se não quiser morrer...por amor

(Elian-30/01/2012)


Vivendo por viver

Rolou uma lágrima
O gosto salgado e amargo
Me veio à boca
Lágrima de adeus
Definitivo adeus...

Olhei para o céu
Que hoje está nublado
Parece até adivinhar
O que vai dentro de mim...

Larguei meu orgulho
E outra vez te procurei
Mas a porta foi fechada
Batida em minha cara
Sem dó nem piedade...

Choro sem mais vontade
Vivo por viver
Morta em vida, zumbi
Caminhando sem destino
Esperando a decisão
Seguindo por seguir...

(Elian-30/01/2012)



Nada mais a fazer

Nada mais a dizer
Nada mais a esperar
Nada mais...nada mais
Apagaram-se as luzes
Saí de vez de cena
Covarde que sou
Sofro com o fim do show
Sem saber pra onde ir
Me perdi em plena peça
Esqueci a minha fala
Perdi o tempo e a deixa

Nada mais restou
Lágrimas já não resolvem
Me deixei cair...covarde que sou
Ninguém me perdoou
Insignificante participação
Não vale o ingresso
As luzes se apagaram
A ribalta está vazia
As vaias ainda ecoam
No fracasso do meu show...

Covarde que sou
Não consigo recomeçar
A vontade é de acabar
Com o que restou de mim
Mas falta-me coragem
E por enquanto vou ficar aqui
Sem mais nada a dizer
Sem mais nada a esperar
Sem mais nada
Sem nada mais....

(Elian-30/01/2012)

Dia da saudade



Hoje é dia da saudade
Dia de recordar
Relembrar o que passou
Sentir de novo a sensação
Do que ficou em nossos corações...

Saudades de quem passou
Mas que em nós ficou
E de alguma forma marcou
Deixando vivas as lembranças
E vivendo assim eternamente
Nos momentos gravados...
 
Saudades de quem partiu
E revive a cada dia
Nas lembranças que deixou
E sabemos que podemos
Suas vozes escutar
Enquanto os amar...

Saudades de quem seguiu
Por caminhos paralelos
E deixou de caminhar ao nosso lado
Embora o amor ainda exista
E faz doer a sua falta...

Saudades que hoje ganha um dia
Em que eu tento transformar em  poesia
Todo esse sentimento de magia
Que ninguém, até hoje sabe explicar
 
(Elian-30/01/2012)



Dois corações...separados

Amor que arde e queima
Fogo sem chama, que consome
Saudades que faz doer a alma
Vontades de me aninhar nos braços 
Que me encaixam sob medidas...

Amor sem juízo
Que roubaram de mim
E agora me vejo assim
Sem norte e sem sul
Te olhando e te vendo
Tão perto e tão longe...

Amor que grita em meus poros
Que se arrepiam ao toque casual
À que a vida nos obriga
No dia-a-dia e nos impõe
A presença agora insólita...

Amor que dorme em meus sonhos
E acorda em pesadelos
Para a realidade que nos separa
E faz doer os corações
Dantes em compassos ritmados
Hoje...completamente descompassados
E pelo destino ingrato...separados
 
(Elian-30/01/2012)



domingo, 29 de janeiro de 2012

Vem...

Vem...
Ofereço-me a ti
Sem sequer saber teu nome
Pouco importa quem tu és
Me entrego sem pensar...

Já não tenho nada a perder
Meu corpo está a sua disposição
Faça dele o que bem quiser
Só te peço um pouco de carinho...

Vem...
Não se faça de rogado
Estou aqui para te servir
Não tenho a quem me doar
Sou de quem primeiro chegar

Vem...
Faz de mim mulher amada
Ou ao menos desejada
Te dou o seu prazer
Esquece a sua amada...

Vem...
Me entrego e adormeço
Sem seu nome perguntar
Amanhã quando amanhecer
Serei lembrança, nada mais...

(Elian-29/01/2012)

Livro fechado

Te espero todos os dias
Mas você não vem...
Aguardo a cada instante
Notícias que me falem de você...

Procuro o tempo todo
Por onde quer que eu vá
Um só instante de você
Procurando por de mim...saber

Viajo e navego
O tempo inteiro ao seu redor
E quando não te vejo
Meu mundo desaba, me sinto só

Eu só queria te ver por um instante
Como via em tempos distantes
Que fizeram do meu passado
Motivos de poesias em um livro, hoje fechado...

(Elian-29/01/2012)


Choro de uma saudade

Brinquei com você
Pareci ser quem nunca fui
Te fiz de mim se aproximar
E sem querer...te fiz me amar

Brinquei com sentimentos
Que na verdade...nunca foram meus
Fiz das palavras que falei
Armas que eu nunca pensei

Te fiz vítima de mim
Sem perceber que era só 
O começo do meu fim

Fiz da vítima, carrasco
Pronta para arrebatar meu coração
Não entendi que eu estava prestes
À cair na mais profunda depressão

Brinquei com os sentimentos seus
E veio em dobro o castigo meu
Hoje choro e sinto saudades
Do que nunca fui de verdade...

(Elian-29/01/2012)

Onde foi...

As vezes me lembro
Do tempo em que nós
Brincávamos sem maldades
E falávamos bobagens

Quantas madrugadas
Passamos incólumes
Quantos dias de sorrisos
A troco de nada

Eu sentada de um lado
Você do outro lado
Falamos de coisas sem nexos
Ninguém pensava em sexo

Sinto saudades do tempo
Em que só éramos amigos
Jogávamos conversa fora
Em palavras que não diziam nada

Quantas noites de lua cheia
De um calor que fazia aqui
E então ficávamos a conversar
Só para ver o tempo passar
 
Saudades das risadas
Que dávamos sem motivos
Apenas para brindar
A nossa amizade

As vezes relembro tudo isso
E sinto termos mutilado 
A beleza dos nossos sentimentos
Onde foi que nos perdemos...

(Elian-29/01/2012)



Falsa ilusão

Deixo voar meus pensamentos
Que teimam em caminhar numa só direção
Param num único ponto
Já viraram fixação

Arrasto-os de volta à mim
Mando decidida que se concentrem
No tema que eu escolhi para pensar
Mas são teimosos, voltam para onde querem estar

Brigo o tempo todo com meus pensamentos
Que parecem donos do meu ser
Não entendem que sou eu a os ter
Julgam serem donos do meu querer

Já não consigo os conter
Se deixam prender na insana liberdade
Que infantilmente pensam ter
Na arapuca desse meu desatinado...sofrer

Pensamentos desencontrados
Loucos e desvairados
Que trazem ao meu pobre coração
Dolorida e falsa ilusão...

(Elian-29/01/2012)

Perdão à Deus


Eu pensei que podia
Ser e viver o que queria
Briguei com Deus
Por ter que dizer adeus

Eu pensei que me bastaria
Querer e assim ter
Mas a vida me ensinou
Que esse momento já passou

Vou fazer as pazes com Deus
E renovar os sonhos meus
Pedir a ele tão somente
Discernimento para aceitar e entender

O que não posso ter
Não me será permitido viver
Ainda que eu não tenha um outro querer
Gostar de outro alguém vou aprender

Pedirei a ele que faça em mim adormecer
Todo o sentimento que já não devo sentir
Que transforme em doces lembranças
E que eu recomece a ter novas esperanças

Escuta então a minha prece
Eu te peço de joelhos...perdão
Tira de mim esse sentimento
E traga de volta, a paz do meu coração

(Elian-29/01/2012)

sábado, 28 de janeiro de 2012

Embriaguês


Me embriago e saio pelas noites da cidade
Em busca de me sentir, de novo desejada
Nas madrugadas me entrego em outros braços
Tentando esquecer o calor do seu abraço

Agora é assim...
Vivo uma eterna embriaguês
Afogo todas as mágoas e saudades
Num copo de cerveja, que nunca esvazia
Nas noites iluminadas da cidade

Vou vivendo como posso
Amanhecendo em camas desconhecidas
Travesseiros sem teu cheiro
Sentindo o cheiro da minha embriaguês

O dia parece não ter fim
Cada segundo é uma eternidade
Onde eu me perco e saio do meu compasso
Esperando a hora dos gatos pardos
Onde todos são de todos e ninguém é de ninguém

Vou me embriagar e me deixar levar
Pela ilusão de ainda poder amar
Até que em um novo amanhecer
Eu perceba que só não queria mais sofrer

As luzes da cidade me esperam...

(Elian-28/01/22012)

Evolução do ser



Estou na caridade da
evolução do meu ser.
Quero ser menina,
encontro-me mulher ...
Quero ser mulher,
vejo-me menina.
Não era mais uma menina
com um livro;
era uma mulher com
suas próprias palavras.
Não sou tua dona!
Apenas te amo.
Por isso te liberto,
pois para mim mais vale ver teu
sorriso longe dos meus braços
do que sentir tuas lágrimas
a molhar meu peito.
Eu queria poder não te amar.
Dizer que tudo não passou
de um mal entendido,
que palavras foram ditas em vão,
tudo foi sonho, tudo foi ilusão.
Eu queria poder não te amar.
Fechar os olhos e acordar
de um sono profundo,
balbuciar torpe e até me levantar
e saber que foram só
imagens a me atormentar.
Eu queria poder não te amar.
Evitaria lágrimas a derramar.
Chorar, sim chorar,
com desespero me debruçar por
saber que a realidade é
dura de enfrentar.
Eu queria poder não te amar.
Tirar de dentro de mim a
vontade de te abraçar,
envolver-me no teu colo
e em teus cabelos tocar e como
a brisa sobre a relva do
teu frescor me alimentar.
Eu queria poder não te amar.
Fazer de conta que nunca existiu
algo entre nós que um dia se partiu,
lembranças de uma vida que se consumiu.
Eu queria poder não te amar.
Deixar de lado o que me consome,
o certo e o errado são
ecos marcantes de um
passado nada distante.
- Na verdade eu não
queria dizer tudo isso.
Queria poder ter a certeza
de que te esqueci,
mas bastou um olhar pra tudo
acontecer novamente.
Tudo dentro de mim embaralhou,
ficou tudo confuso
e a dor novamente me consumiu
naquela noite em que me viu chorar.
Desejei nunca você poder me ver chorar,
mas infelizmente isso aconteceu.
Por um lado foi bom,
pelo menos pode ver o que
se passa dentro de mim
(se é que você percebeu que também
estava chorando por sua culpa).
Queria arrancar esse sentimento
dentro de mim,
poder jogar fora todo amor
que senti e que ainda sinto por vc.
Mas é como eu sempre digo:
" A vida não é como a gente quer ..
. é como tem que ser ".
Eu já disse tantas coisa à você,
e parece que tudo foi jogado fora,
que nada teve importância,
que nada fez você pensar um pouco,
o mínimo que seja.
O meu maior erro,
foi deixar você saber o que
se passava aqui dentro. ♥
É, acho que esse foi meu maior erro.
Naquela noite mesmo eu chorando
à poucos metros de distância de você,
meu coração por pequenos segundos
se sentiu feliz ao ver você sorrir,
ao ver seu rosto,
sua imagem na minha frente.
Eu tenho certeza que vou me curar
desse amor não correspondido,
e quando eu curar,
quero poder olhar pra você e ver
que nada disso aconteceu
que tudo não passou de
mais uma ilusão minha,
que tudo foi apenas um sonho
de uma grande e longa noite.
Quero que sejas muito feliz,
te desejo toda sorte do mundo,
e já que não é pra ser feliz ao meu lado,
que sejas feliz ao lado de quem
poderá te amar novamente.
Um dia a gente sempre encontra alguém,
mas cedo ou mais tarde,
e perceberemos que tudo o
que passou talvez valeu a pena.
Valeu a pena porque aprendemos
e tiramos dessa lição a força
que precisávamos para enfim
seguir em frente,
e quando olhar para trás,
sorria. Sorria,
porque veja que conquistamos
mais uma batalha de muitas
que ainda virão pela frente.


(gytana vento selvagem)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Semblante sombrio

O teu semblante está sombrio
Não vejo mais aquele brilho
Seu sorriso enigmático...
Já não mais está à gargalhar

Sentes a minha falta, eu sei
Mas teima em não admitir
Entenda que eu posso te sentir
Entenda que você está em mim

Sofro eu, sofre você
Por coisas tão banais
Deixamos passar o tempo
Que sabemos, não mais vai voltar

E em cada arranhão...
Estamos nos matando aos poucos
Acabando com uma história
Que criamos para nós

Ciúmes e raivas sem propósitos
Afastando sentimentos tão puros
Deixando morrer nosso querer
Fazendo a gente sofrer

O teu semblante está sombrio
O meu também perdeu o viço
Estamos matando nosso amor
Trocando-o por nossa dor

Até onde iremos assim, não sei dizer
Mas não está longe o nosso fim
Quem sabe ainda é tempo de acordar
E nossa felicidade...salvar

O teu semblante está...sombrio

(Elian-27/01/2012)

O meu olhar


Meu olhar precisa te encontrar
Mesmo que só em uma foto
Necessito ver você a todo instante
Sabendo-te cada vez mais distante

Castigo que carrego comigo
Mas não sei deixar de te olhar
Onde quer que você vá
Hás de sentir em ti o meu olhar

Te sigo em todo lugar
Te vejo em todo rosto
Imagino o seu sorriso
Sinto você comigo
 
Eu sei que não mais me olhas
Ainda assim preciso te olhar
Mesmo sabendo que não mais me vês
Não sei deixar de te olhar

Estejas onde estiveres
Procure à sua volta
Verás o meu olhar
Olhando sempre pra você

Porque eu não sei deixar de te olhar
E tão pouco de te amar...

(Elian-27/01/2012)



Saudades no mar


Saudade que aperta o peito
E faz o corpo arrepiar
Saudades da voz macia
No meu ouvido à cochichar

Agora, onde está
Quem dizia me amar
Onde estará o seu olhar
Que vinha em mim pousar

Eu olho o mar
Me perco no seu horizonte
Imagino o outro lado
Onde você deve estar

As luzes que se acendem
Os holofotes que iluminam
O show que não pode parar
Imagino o seu bailar...na multidão

Suor que escorre
Música que canta
Dia que nasce
Vida que passa

Volto ao meu lugar
O horizonte se desfaz
Aqui é o meu mar
E o meu show tem que continuar

(Elian-27/01/2012)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amor eterno


Amor, estranho amor
Que me faz sentir o seu olhar
Nos olhos de outro alguém
A me observar

Amor que não se manifesta
Finge me ignorar
E eu finjo não perceber
Que também estás a sofrer

Amor que não é pra mim
Mas que me ama mesmo assim
E mesmo sabendo que no fim
Só nos restará os acordes de um bandolim

Amor que eu vou pra sempre amar
Ainda que não possa nunca te tocar
Por outros braços me deixarei abraçar
Mas é contigo que eu sempre vou estar

Amor, eterno amor
Chama, vontade e dor
Viverei sonhando com o seu sabor
Aguardando eternamente sentir o seu calor

Amor...eterno amor...

(Elian-26/01/2012)




Recomeço

Reverte teus anseios depressivos
Reviva para a vida que te aguarda
Refaça teu caminho sem olhar para trás
Reveja tua história e faça dela...glória

Repense teus ideais
Repare em quem te quer
Relembre o teu sorriso
Recomece o teu destino

Redija nas tuas páginas
Rabiscos de alegria
Realize teus sonhos
Revendo teus ideais

Rebusque tuas palavras
Retiradas das entranhas
Reescreva no teu ser
Retalhos que te farão inteira

Reencontre contigo mesma
Retire tuas mágoas
Reedite tua vida
Reescreva o teu livro...

(Elian-26/01/2012)





É lá...



É lá...
Entre as montanhas e montes
De um belo horizonte
Que mora a paz...de quem sabe o que faz

É lá...
De onde ela está
Que faz de mim menina
No afago da sua mão

É lá...
Desse belo horizonte
Que bebo dessa fonte
De amor e carinho

É lá...
Que mora a realidade
Da verdadeira amizade
Ainda hoje (isso vai acabar) na virtualidade

É lá...
Bem detrás dos montes
Que vive meu Diamante
Kity, de Belo Horizonte

*Te amo amiga!

(Elian-26/01/2012)



Amor cigano


Cigano amor cigano
Que faz vibrar o corpo
E a alma delirar

Amor de outras vidas
Em provas descabidas
Obrigado a passar

Amor que desafia
A eternidade por vir
Sabendo que irá seguir

Amor com predestinação
De tanta desilusão
Entre tanta sedução
   
Amor que vencerá
Tão certo sei, será
Somente o que restará

Amor que faz do tempo
Mero expectador
De um verdeiro...amor

(Elian-26/01/2012)

Vento Selvagem


Vento, por vezes brisa, ventania
Que vem do Oriente
Se transforma em furacão
E baila em profunda liberdade

Vento que espalha poesia
E alegra o dia da gente
Soprando a brisa no coração
Na forma de sua verdade

Mas o vento se torna selvagem
Quando a ira lhe varre a alma
E a dor impera sua emoção

Sábio, o vento abranda a sua ação
E volta a bailar lindamente com a calma
Que faz dele (vento) inspiração
 
(Elian-26/01/2012)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Gray

Meu céu perdeu a cor
Não brilha como antes
Desde que você partiu
Pra brilhar em outro lugar

Agora as cores perderam o sentido
Está tudo opaco
O verde não tem mais esperança
E o azul...não me lembra mais o mar

Só o cinza sobrevive
No céu da minha vida
Está tudo opaco e sem cor
Não brilha mais nada em mim

Eu sei que o seu brilho
Ilumina outro alguém
Que vibra com as cores
No céu onde você está

Porque se foi assim
Porque fugiu de mim
Agora está tudo cinza
Estou perdida entre as brumas

Meu céu se apagou
As cores se perderam
Quando você, friamente me deixou
Agora está tudo cinza

Vou ficar aqui
Sem me mover...inerte
Porque está tudo cinza
Tanto a noite quanto o dia...

(Elian-25/01/2012)


Significado e origem do nome Elian


Muita inteligencia e poder de comunicação, apontam para sua necessidade de falar, embora nem sempre diga tudo o que lhe vem à cabeça. Segue sempre movido pela razão, e se enfurece quando é desmentido ou contrariado. Sempre pensa muito, e isso interfere na concentração do que está fazendo. Pode vir a ser um excelente escritor, advogado ou professor. Mas para isso deve aprender a controlar seu nervosismo e se observar para não virar um tagarela.

Dois e dois

Dois e dois são cinco
Pra mim sempre foi
Os matemáticos são burros
Minha conta nunca bateu
Dois e dois são cinco
Pra mim sempre foi
De tudo o que fiz
Nunca dois e dois foi quatro

Errei quando nasci
Cresci errada
Dois e dois são cinco
Pra mim sempre foi asssim
Ninguém me ensinou a conta certa
E dois e dois...são cinco
Burros são os matemáticos

Não gosto de matemática
Exata demais para o meu gosto
Dois e dois são cinco
E se eu estou errada
Azar de quem contou comigo
Dois e dois são cinco
Na minha conta errada
Sou eu quem manda e vai mais um
Dois e dois...são cinco

Se não passo na prova
Azar de quem me reprova
Mas dois e dois são cinco
Na conta que aprendi
E não conto pra ninguém
Onde foi que estudei
E não me confundi
Dois e dois são cinco
E vai ficar assim...até o meu fim

(Elian-25/01/2012)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nefasto


Nefasto
O vento que sopra
Me causa calafrios
É vento da morte

Posso sentí-la
Sopra frio
Levou a poetisa
Ela partiu nas águas de um rio

A dama de preto
Ceifou-lhe a vida
Não mais respira
Não tem mais vida

Agora pouco importa
Quem assina seus escritos
Não tem mais estilo
Ela já foi embora

O vento ainda sopra
Nefasto e frio
Ainda vejo seus escritos
Num livro nascido perdido

Foi sem nunca ter sido
E não mais será
Agora nada mais importa
Fechou-se a sua porta

O nefasto passou
O sonho acabou
O vento a levou
A poesia...calou

(Elian-24/01/2012)

Nane não mora mais aqui


Nane não mora mais aqui
Se deixou morrer
Seu grande amor não a quis mais
E Nane morreu junto com ele...

Renasceu outro alguém em seu lugar
Mais fria e mais sensata
Mais dura e mais sarcástica
Alguém que tem que continuar

Nane se foi
Pra nunca mais voltar
Seus rabiscos vão ficar
Mas ela....partiu, fugiu

Nane sentiu todas as dores
Só fazia chorar
Secaram-se as lágrimas
Calaram-se as palavras

Nane não mora mais aqui
Seu nome ficará na lembrança
Dos rabiscos que escreveu
E de quem a leu
Nane...morreu

(Elian-24/01/2012)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Divagações na madrugada

Vou dormir...
A madrugada me convida ao silêncio
Não ouço mais a sua voz...
Tenho medo do que posso escutar
Melhor não ouvir...

Lá fora as luzes da cidade
Iluminam as ruas vazias
Ouço o motor de uma moto que passa
Um cão vadio que ladra
A cidade adormeceu
Enquanto aqui, acordada...só eu

Sopra um vento frio
Que faz da cortina, dançarina
Fecho os olhos tentando adormecer
Mas você vem...me despertar
Me convida a um abraço
Eu tento te abraçar....
Você se esvai...numa nuvem de fumaça
É só a minha imaginação
Imaginei você aqui...comigo

Quero seu colo
Adormecer no seu peito
Sentir seu corpoo colado ao meu
Quero o que não posso ter
Não consigo adormecer
Tenho medo da madrugada
Tão vazia...tão fria...tão só
As horas passando devagar
Eu estou a divagar
Errante na madrugada
Com medo de não amanhecer
Com medo de nunca mais...te ver

(Nane-23/01/2012)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Porque

Porque você não vem
Passo o dia te esperando
Olhando para todo os lados
Na esperança de ver você...chegando

Porque não me diz um oi
Fico olhando fixamente
O telefone que não toca
E se toca...é engano

Porque você sumiu
Sabendo que me agonia
Me deixa te amar
Até o fim dos meus dias

Porque você faz assim
E foge de mim
Porque fazer sangrar meu coração
Que chora com a dor da solidão

Porque você não vem
Esses dias parecem não ter fim
Estou morrendo aos poucos
Porque, porque, porque...

(Nane-22/01/2012)

sábado, 21 de janeiro de 2012

O fruto proibido


Sou eu...
Quem te fala na madrugada
Em murmúrios que escutas
E finge não entender...

É meu...
O toque que te arrepia
Te faz tremer de prazer
E gozar na exaustão...

É minha...
A respiração ofegante
Que ritmada à sua
Explode em êxtase

Sou sim...
Quem te visita toda noite
Ainda que não queiras
Na sua imaginação

Sou, sem dúvidas, eu...
O seu fruto proibido
Por mim...e por você...

(Nane-21/01/2012)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Coração vadio


Tenho um coração vadio
Que sofre, chora e se rasga
Se desespera com as saudades
Se dilacera, se rasga, se entrega

Ama no mais profundo do seu âmago
 Chora compulsivamente sua dor
Faz de mim marionete em seu pulsar
Me joga no chão sem piedade

Mas meu coração é tão vadio
Que quando chega o final de semana
Se transforma e se liberta
E se entrega na primeira festa

Meu coração tem a maestria
De se entregar à boemia
E se esquece por completo
De suas dores e agonias

Se embriaga de novas experiências
Esquece a sua ausência
Se entrega em outros braços
Não pulsa em descompassos

Meu coração é vadio
Esquece que o deixou vazio
Se entrega à boemia
E ainda...escreve esta poesia

(Nane-20/01/2012)














Só hoje

Hoje...
Eu queria te ver
Te ouvir...
Queria falar de mim
Saber de você...
Hoje...
Só você me faria feliz
Ainda que por só um momento
Hoje...
Eu queria você

Hoje...
Não queria essa saudade
Que me queima o peito...
Queria te abraçar
E meu nome em tua boca...escutar
Ah...como eu queria hoje
Você pertinho de mim
Dizendo que me ama
Que sente a minha falta...

Hoje...
Só você é quem poderia
Aplacar...
Essa vontade desesperada
De te ver...
Hoje...
Só teus olhos 
Eu queria ver
Se encontrando com os meus...
Hoje...
Só você...
Só hoje...

(Nane-20/01/2012)




Carícia da brisa


A brisa que me acaricia
Sussurra em meus ouvidos
Um murmúrio tão baixinho
Que só eu posso ouvir

Volto o pensamento
Para o dia em que nós dois
Aqui nesse mesmo lugar
Estávamos a passear

A voz que eu ouvi
No murmúrio em meus ouvidos
Era seu o timbre querido
Mas você não está aqui

A conchinha enterrada
Na areia molhada
Não sei se é a mesma
Que você, sorrindo me ofertava

A pedra onde sentados
Esperamos o entardecer
Num crepúsculo cinematográfico
Até no horizonte se perder

Procuro em vão na areia
Outras pegadas que não as minhas
A brisa sussurrando baixinho
Sou eu caminhando...sozinho...

(Nane-20/01/2012)

Soneto de uma Flor


Onde quer que você vá
Estarei contigo
Segurando em sua mão
Te protegendo e sendo protegida

Me acalma esse seu olhar
De anjo amigo
Ouvir o pulsar do seu coração
E te saber amiga querida
 
Sentir o seu perfume
Suave e tão gostoso
Fazendo juz à Flor

Esse é o codinome
Sutil e carinhoso
De quem é só...amor

(Nane-20/01/2012)






Esculturas de pedra


Sentada nas pedras...olho o mar
Que teima em quebrar suas ondas
Sempre no mesmo lugar....

A espuma branca formada
Parece eu inconformada
Se esvai no vento que sopra...

A tarde está dourada
No por do sol que a orna
Avermelhando as águas verdes do mar

Lá longe um apito que toca
De um navio que passa
Avisando a cidade da sua chegada

Eu sentada nas pedras olhando
O mar que volta a quebrar
A espuma se esvaindo no vento...

Logo que a noite chegar
O mar vai se pratear
Quando a lua cheia chegar...

Mas ainda as ondas vão se quebrar
Nas mesmas pedras esculpidas
Que a espuma em vão, tenta suas dores amenizar...

(Nane-20/01/2012)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Soneto para Kity

Só por ti hoje faço poesia
Num soneto demonstro a beleza
Que o sol derrama em seus cabelos
Em raios dourados e brilhantes

Só por ti hoje falo da alegria
De conviver com a sua gentileza
E sentir todos os seus desvelos
Agora e a todo instante

Mereces mais do que a poesia
Que parcamente te ofereço
Nesses versos que escrevo

Kity, você é pura magia
E eu, cada vez com mais apreço
Rabiscar você...me atrevo

(Nane-19/01/2012)










Soneto triste


Toma em vão meu coração
Que se deixou encher de amor
E dita versos para as mãos
Que insistem em escrever

Enfeita-o de ilusão
Não o faça sentir dor
Ele não aguentaria a desilusão
Da triste verdade saber

Toma-o em suas mãos
Aplaca a sua dor
Com só um pouco de amor

Trate-o como a uma flor
Pois tão logo irá murchar
E seu sacrifício...se encerrará

(Nane-19/01/2012)

Anestesiada


Surtei na minha loucura
Mergulhei na insanidade
Criei uma realidade
Para fugir das minhas verdades

Já não choro o amor perdido
Resolvo os problemas do filho
Curo as doenças da mãe e da irmã
Num simples tocar de um talismã

Já não bebo da bebida amarga
Já não sinto o gosto do fel
Anestesiei as minhas dores
Já não me ligo em valores

Agora para mim tanto faz
Contanto que eu tenha a paz
Ainda que fruto da anestesia
Quero sim, essa analgesia

Vou viver minha insanidade
Fugir das minhas responsabilidades
Criar meu mundo perfeito
Viver...do meu jeito

Enquanto insana eu for
Ninguém poderá de mim, nada cobrar
Enquanto nesse torpor
Esqueço de toda a minha dor

Enquanto durar a anestesia
Se não tenho alegria
Desaparecem os problemas
E abrem-se as minhas algemas...

(Nane-19/01/201)





Num canto qualquer


Perdoa por te amar
Como nunca amei alguém
Perdoa por não ser
O sonho que sonhastes

Ninguém vai te amar assim
Mas vou guardar o meu amor
Queria só o seu perdão
Por te amar tão absurdamente

Não tenho mais nenhuma pretenção
Além de te ver de vez em quando
Escondida em um canto qualquer
Apenas para saber de você

Perdoa meus arroubos
Que te assustaram e te afastaram
Não soube te dar o meu amor
Mas ele é imensidão

Jamais um outro alguém te amará
O tanto que eu te amo
Mas eu não soube demonstrar
Então...é justo que se vá

É para sempre seu o meu coração
E ninguém mais o terá um dia
Perdoa a minha insegurança
Que matou toda a minha esperança

Não temas nunca meu olhar
Ele só quer ver você, de longe passar
Se por acaso, seus olhos encontrarem os meus
Eu fingirei não ter visto os seus

Me deixa só te ver
Escondida num canto qualquer
No silêncio do meu amor
Que é maior que o mundo...e mais um pouquinho

(Nane-19/01/2012)


objetivo final

Culpada ou inocente
Não sei dizer
Errei...não sei onde
Mas sei que pequei

Te coloquei numa redoma
Protegi mais que devia
Te embalei feito menino
Não vi que já eras homem

Te criei indeciso
Na vida te fiz menino
Sufoquei o homem 
Estraguei o que criei

Não sei se adianta
Agora pedir perdão
A culpa está em mim
Sobrou-me essa sensação

Te queria homem feito
E por isso me perdi
Voltar atrás...não posso mais
A sua vida, só você quem faz

Seu filho está vindo
Sua mãe...está indo
Deixa o seu passado de lado
Faça do futuro seu aliado

Se eu ainda puder falar
Se ainda ousar me escutar
Faça o melhor para o seu filho
Mas tenha além dele, na vida, um objetivo

(Nane-19/01/2012)



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Crônica de uma vida

A vida como ela é...sem máscaras...nua e crua. Fazemos dela no final o que moldamos desde os nossos primórdios, quando pensamos brincar...e na realidade estamos criando a escultura que irá mostrar o que somos. Somos sim, escultores do nosso próprio busto. Que por vezes é feito de bronze e outras de areia...E quando é de areia, corre-se o risco de na primeira chuva ele desmanchar e não deixar vestígios...corre-se o risco de perder a identidade do escultor...
Eu, ainda menina, corria e brincava. Disfarçava já a tristeza que me rondava, entre os amigos de traquinagens...Corria solta pela rua, em piques, jogos e estrepolias...via crescer os amigos, os irmãos, os conhecidos...Não tinha preocupações com o futuro, e nem minha mãe parecia se preocupar, já que tinha tantos filhos pra cuidar...Minha mãe... Mulher brava e guerreira! Lavava, passava, cozinhava...e o fato é que o necessário, não faltava para nos alimentar...Meu pai, um visionário...que o álcool curtiu e o deixou perdido. Enquanto criança e adolescente, eu nunca soube o que é ter um pai, embora ele estivesse presente, melhor seria se estivesse ausente. E eu brincava, sonhava no futuro ser grande...sonhava, sonhava, sonhava...mas esqueci de lutar...esqueci de transformar meu sonho em realidade...me deixei contaminar pelas dificuldades que a vida apresentava...era tão mais cômodo não ter que encarar...Não percebi que a vida passava e eu ficava...cresci sem ver.
E veio a morte de repente assolar pessoas que jamais imaginei que pudessem morrer...Um irmão mais novo, caído e tombado no fio amolado de uma faca encravada numa artéria saltada...um rio de sangue...misturado às lágrimas da mãe desolada...A revolta aflorada...a dor coroando a infância difícil. O pai se foi também...não levado pela morte, mas por causa da morte levado. Pouca diferença se fez...e o tempo passou...eu sem tempo pra mim, cuidei da mãe que cedo adoeceu e toda se entortou...Namorado não veio, o noivo perdi, marido nunca existiu...na mente só a meta dos cuidados com a mãe...até que um dia, um filho ganhei...dele eu cuidei, ou pensei ter cuidado, o melhor que podia, o melhor que eu sabia...De novo abri mão da vida que eu queria para dele cuidar...o tempo passando, a vida seguindo, o filho crescendo, a mãe envelhecendo, e eu...não vivendo.
O amor nunca chegou...me esqueceu por completo. Estava imune ao sentimento que tanto exige de quem se apaixona...não sabia se comemorava ou se lamentava essa falta de saber e conhecer o tão decantado amor.
Nas reviravoltas da vida, num concurso de emprego vi meus sonhos concretos se realizarem! Vivi o meu conto de fadas, sem príncipe encantado, mas me sentindo realizada...O trabalho me enalteceu e pela primeira vez fui feliz! Acordava todo dia sorrindo e na frente do espelho me perguntava: Como pode ser isso, ganhar para me divertir? Faço o que gosto, pagaria para fazer...e no entanto...recebo e bem! 
Dois anos de sonhos...mas o despertador da vida tocou...a morte de novo assolou...outro irmão, ainda mais novo...o álcool matou...
A volta à rotina...cuidando da mãe, cada vez mais torta e ranzinza...o filho crescido...consigo um emprego pra ele...é um bom emprego! Peço para estudar...dou conselhos...mas ele se casa...menino novo demais...a menina é boa...mas nova demais...então imploro: não tenham filho agora...de nada adianta...conselho não se pode vender...o emprego tão bom...o futuro se perdendo...
Me olho no espelho...não consigo me ver...é o reflexo de minha mãe...as rugas iguais...momentos que se igualam...não...ela é guerreira...eu sou drama...ela é resignada...eu revoltada...mas a mulher do espelho...não sei dizer quem é...se eu ou se ela...se verdade...ou mentira.


(Nane-18/01/2012)

Nuvem negra

A nuvem negra chegou
Ronda por cima de mim
Porque tem que ser assim...

Lástimas e reclamações
Deus! O que foi que eu fiz
Porque tem que ser assim...

Faço e desfaço
Tento de um jeito
Tento de outro
Mas sempre dá errado...

Onde foi que eu errei
Quando foi que acertei
Porque tem que ser assim...

Meu filho, não siga meus passos
Eles são trôpegos e falsos
Siga por outro caminho
Se faça grande e forte

Meu filho, perdoa
Se eu não soube te guiar
Faça com seus braços seu caminho
E perdoa se te deixei sozinho

Porque tem que ser assim
Lastimar a minha insignificância
Não vai adiantar
Fui eu quem te fiz assim...

(Nane-18/01/2012)

O incontestável

Sabe...
Queria ter a sua força
A determinação que te caracteriza
Mas não tenho...

Não sei calar diante da minha dor
Não sei me resignar enquanto sofro
Não dá para aguentar contida

Invejo a sua sapiência
O seu silêncio que diz tanto
Verdades que não quero ouvir

Eu sei e sinto que você sofre
Mas é forte e sabe se resguardar
Enquanto eu...me exponho destroçada

Se ao menos restasse a esperança
Só lágrimas e saudades ficaram
E a certeza do que se foi sem volta

O seu silêncio grita alto
Que o final é derradeiro
E o sofrimento verdadeiro

O tempo há de curar
É soberano e incontestável
Vai curar...se não matar...

(Nane-18/01/2012)

Reflexo de mim


É a vida....é a vida....e é a vida.
Olha o espelho na parede
Ele reflete o que você é
Seu filho, seu pai, você...

Fracasso, sucesso...
Você é o que vê
Não adianta correr
Você é o que reflete

Reclamar de quê
Se a vida é só sua
Aproveita quem sabe
Reclama...quem é fraco

Seu filho é seu espelho
Sua vida é reflexo
Do que você fez refletir
Chorar...não adianta

O dever de casa foi passado
A lição não foi aprendida
O erro...onde estava...
Não importa agora...

Quem errou fui eu
Você é só reflexo
Meu filho sou eu
Perdido e sem direção...

Errei e ele pagou
Perdeu, se deu mal
Quebra o espelho...
Siga o seu caminho...sozinho

(Nane-18/01/2012)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O passaporte


Eu pensei...
Que se o tirasse
Iría rumo a felicidade
Viajaria em busca de mim
Conheceria de perto meus desejos
Encontraria a minha paz...

Eu acreditei...
Que ele me traria esperança
Me faria brincar feito criança
Me levaria de encontro as minhas poesias
Me traria a minha alegria...

E fui correndo tirar
Sujei meus dedos na tinta azul
Tirei foto para colocar
Me deixei empolgar
Me senti pronta à viajar...

O passaporte para a vida
O passaporte para o novo
O passaporte de desafios
O passaporte para mim...

Mas me negaram o visto
Não posso sair daqui
No mundo dos meus sonhos
Fui proibida de entrar...

O passaporte não adiantou
A porta se fechou
O avião levantou voo
Mas não me levou...
 
O passaporte foi guardado
Numa caixa bonita jogado
Ficará lá esquecido
Sem nunca poder ser usado...

(Nane-16/01/2012)






sábado, 14 de janeiro de 2012

Foda-se

Meu erro foi insistir
Foda-se se não quer mais me ouvir
Dane-se se ainda está por aqui
Posso até me danar
Mas eu vou me reerguer

Você foi tudo de bom
Mas... putaqueopariu
Foi o pior que em mim surgiu
E eu vou tirar você de mim
Custe o que custar
Sentencie-se o meu fim

Vou ralar e me ferrar
Mas com você vou acabar
Quero ter o prazer de acordar
E perceber que você acabou
Não tenho mais em quem pensar

Foi você quem quis assim
Foda-se o que pensa de mim
Tentei mais do que devia
Foda-se a minha poesia

Aos leitores, minhas desculpas
Mas tem hora que é assim
Só resolve um palavrão
Pra mandar à merda o idiota do coração

Foda-se você
Dane-se o que vai fazer
Se eu vou chorar...o problema é meu
Se perdi, ganhei, me ferrei...fui eu

(Nane-14/01/2012)


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Onde está você?


Por onde andará a inspiração
Que calou-me a voz
E fez fugir as palavras...

Partiu sem sequer se despedir
Deixando-me vazia...triste
Insegura e perdida

Inspiração geniosa
Que me procura e me atrai
Me faz sorrir e me encanta
Me faz sentir dona de mim
Segura e certa de a possuir...

Então sorri e zomba de mim
Se vai e some sem deixar vestígio
Fazendo questão de deixar claro
Que ela não tem dono...é livre...

Inspiração que por vezes
Te amaldiçoo para em seguida 
Te abençoar...

Porque não podes ficar
Porque não vives comigo
Porque não se deixa domar....

Ou então
Porque me procuras
Porque teima em não me deixar te esquecer
Porque aparece assim, de repente
Porque não me esquece de vez...

Ah inspiração...
Não percebes que sofro na sua ausência
Que morro um pouco sem você
Que preciso da sua presença pra viver
Que me falta o ar se não te tenho
Que sou nada sem você....

Volta pra mim
Não faz assim...

(Nane - 13/01/2012)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Soneto do amor


Eu te amo!
Eu te amo!
Eu te amo!
Eu te amo!

Eu te amo!
Eu te amo!
Eu te amo!
Eu te amo!

Eu te amo!
Eu te amo!
Eu te amo!

Eu te amo!
Eu te amo!
Eu te amo!

(Nane-10/01/2012)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mar revolto


Quando mergulhei na imensidão do seu mar
As águas eram claras e límpidas...e me deixei levar
Sentia a brisa que vinha mansamente das suas mãos...me acariciar
E a canção que nas noites de lua cheia, vinham do mar
Era você quem estava sempre a me dedicar...

Margulhei sem me preocupar
Sem nenhuma proteção
Entrei de vez na sua vida
E escancarei as portas da minha
Deixei você entrar...morar

Mas a ressaca chegou
O tempo virou
O mar se agitou
Você me abandonou...

As ondas do seu mar revolto
Cuspiram na areia os meus sentimentos
A brisa se fez furacão e me jogou pra longe
Tocou a tsunami o "The holocaust" do Violent Dirge...

A força do seu mar arrasou com os meus sonhos
Por pouco não me afoguei nas suas águas revoltas
Agora caminho e observo a calmaria...
Sem coragem de entrar...no mar

(Nane-10/01/2012)

Confusão


Hoje te falo de mim
E dos meus anseios de cura
Da vontade de vomitar todas as dores do mundo
Que sufocam e martirizam dentro de mim

Te falo da minha vontade
Que se mistura a minha querência
Vontade de tirar você pra sempre
Querência de te ter eternamente

Te falo do medo que sinto
Do vazio que você vai deixar
Me acostumei com seu feto em meu ventre
E te perder...vai me esvaziar

Hoje te falo da dependência
Que luto desesperadamente para me livrar
Mas que temo não mais conseguir respirar
Se você...me faltar

É avassaladora essa paixão
Que faz de mim resto de tudo
Não, não é doença...é amor
É só o que faz pulsar meu coração

São tão confusos os pensamentos
Os sentimentos...
Amor, dor, vício, prazer, sofrer
Não sei mais o que dizer...

(Nane-10/01/2012)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Soltando a mão


Te agradeço os conselhos bem dados
Mas perdes seu tempo comigo
Não me tome por ingrata
Por não seguir os caminhos que para mim...traças
Com desvelo e carinho
Mas no meu caminhar....sigo sozinho

Se gosto ou não da estrada predestinada
Não importa a mim e nem a ti
Se piso em flores ou espinhos
Creia-me, é esse o caminho que sobrou pra mim
E vou seguí-lo até o fim...

Te agradeço cada palavra de incentivo
Que ao tentar me tirar do ostracismo, proferistes
Mas deixe que eu siga meu caminho escolhido
Não vou pedir ajuda à ninguém
Não vou me curvar de joelhos e agradecer
Não vou reconhecer e nem tão pouco me enternecer
Deixa eu seguir como bem eu merecer....

Eu sei do seu carinho e o sinto de verdade
Mas sou eu quem sei de mim
Cabe a mim abrir e tentar passar
Pelos obstáculos que se opõem na minha frente
Fazer com a força dos meus braços
A estrada que eu deliberadamente vou seguir...

E se por vontade de quem quer que seja
Eu não conseguir, e perecer
Então você reza por mim, uma reza de perdão
Diga ao criador que fui uma ovelha perdida
Que o diabo carregou e sacrificou
Diga a ele que atravessei a cerca e fiz meu próprio caminhar

Te agradeço o carinho verdadeiro
A paciência com que me ouvistes 
Os conselhos que nunca ouvi e nem segui
A mão com que tentastes segurar na minha
A amizade que me devotastes sem nada pedir
Mas agora...o caminho é meu e nele vou seguir

(Nane-09/01/2012)



O verme


O verme corrói a alma torturada
Tal qual dilacera o corpo de carne
Enquanto apodrece na tumba fechada...

Mas a alma é viva
E sente a laceração
Com o cheiro da podridão...

O verme não se cansa
Abre túneis por onde passa
Lacerando o corpo inteiro...

A alma se aflige
A dor é intensa
Em mais nada pensa...

O verme persiste
Luta por si 
Sobrevive da decomposição

A alma desiste
A dor a consumiu
Se entrega ao verme

O corpo acaba
O verme se sacia
A alma não descansa

Um outro verme
Corrói a alma
Agora sem corpo

Que fétida se desespera
No enxofre do inferno
Onde foi depositada...

O verme a corrói
Lentamente...a corrói
Mas a alma...não morre

(Nane - 09/01/2012)

Porta aberta


A porta do inferno está aberta
Lá dentro um par de olhos me atraem
Me chama e eu tento resistir...mas é uma força incontrolável
Que me arrasta e me empurra de encontro à porta...

Não tenho onde me segurar...
A força do mal me puxa determinada
A cabeça parece explodir....vai se espatifar em pedaços
Dormir é impossível...o cansaço me enfraquece
A vontade se perdeu em distorcidos pensamentos
Que vagam sem em nada fixar...nem lembrar...

O inferno mandou me buscar
Alguém veio me arrastar...mas não o vejo
Não sei quem é...que me obriga a caminhar
De encontro a porta aberta que me suga...eu vou
Não tenho porque lutar...nada mais importa
O tempo é escasso aqui e talvez não seja eterno lá...

O gongo da vida ou da morte está soando
O bem e o mal mediram forças
A luz e as trevas lutaram com justiça
Ao vencedor é entregue o prêmio
É justo que assim seja...a porta está aberta...

(Nane - 09/01/2012)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Bala perdida


Sou uma bala perdida
Que atingiu e feriu
Um coração desavisado...
Não matei, mas destruí
Sonhos e perspectivas
De um amor eterno...

Sou uma bala perdida
Que desgraça com uma vida
Que antes era vivida
E agora é sentida...sem sentido...

Sou aquela bala perdida
Que faz o motorista perder a direção
E se espatifar na contra-mão
Numa árvore qualquer
Que aparece no caminho, no chão...

Sou a bala perdida
Que disputa entre bandido e polícia
A primazia de ferir e de matar
Mas que acerta o transeunte
Acabando com sua esperança
E tirando a sua vida...

Sou apenas uma bala perdida
Que só o mal sabe fazer
Que espalha desespero
Por onde quer que acerte
Quem tem o azar...de me encontar

(Nane-07/01/2021)

E agora


E agora...
O que faço com o que restou
Os suspiros que me assaltam sem querer
As lágrimas que rolam pela face sem avisar
O pensamento que foge até te encontrar
A saudade que queima e teima em não passar
E agora...o que faço com isso....

Só o tempo vai me curar, eu sei
Mas e enquanto ele não passa
O que faço com tudo isso
Que parece querer me dizimar...

Se até meu coração parece suspirar
Descompassado em arritmias
Parece querer falhar...parar...

Mas ninguém morre de amor
Foi o que eu sempre ouvi dizer
Mas e de tristeza....será que se pode morrer...

E agora...
O que faço com a falta que sinto de você

(Nane - 08/01/2012)

sábado, 7 de janeiro de 2012

Genes indivisíveis


Mãe...
Porque não me ensinou a ser como você?
Porque não dividiu comigo seus genes todos?
Ah...mãe, se tivesse feito isso...
Hoje eu seria outra...e não sofreria tanto
Seria agradecida e generosa como você
E cantaria cânticos de louvores por todas as minhas dores
Teria a paciência e a sapiência que você tem
E não me deixaria afetar por coisas que magoam...

Mas você não soube dividir comigo, mãe
Os genes preciosos...
Guardou-os todos pra você
Se fez mártir do seu Deus
E calmamente aguarda no seu sofrer
A hora da sua libertação...

E quando isso acontecer, mãe
Mas perdida ainda eu vou ficar
Porque não vou ter mais com quem reclamar
A culpa por não saber me comportar
E tão pouco aceitar
O meu jeito estúpido de ser
E a falta dos genes que te fazem ser
Essa mulher extraordinária que aceita
Com toda tranquilidade o seu viver...

Ah...mãe
Isso não dá para eu perdoar...

(Nane - 07/01/2012)

Balada


Essa noite vou sair
E de novo vagar pelas ruas da cidade
Em busca de uma vida que ainda não conheci
E que todos dizem ser maravilhosa...

Tá certo, não tenho dinheiro
Não poderei entrar nas casas de shows
Nem tão pouco beber um borbulhante
Mas a grana dá para uma cerveja gelada
E se eu souber piscar direito
Consigo companhia para a noite inteira...

A Lapa é generosa...
Na sua maioria, seus frequentadores
São tão solitários quanto eu
Em toda a faixa etária tem alguém te esperando
Só não pode ser tão "duro" quanto eu...

Sei fazer minha cerveja render
Até alguém aparecer
E uma outra me oferecer...

Essa noite vou em busca de preencher
O vazio que mora no meu peito
Quem sabe me convidam pra dançar
Numa casa de show qualquer na Lapa
E nesses rodopios a noite passa sem eu perceber
Até a hora de um outro amanhecer...

É a vida da boemia...
As vezes vazia, as vezes com magia
A noite é boa companhia
Para quem está sozinha
E na Lapa a gente nunca fica só
Pelo menos até o nascer do dia...

(Nane - 07/01/2012)

A sedutora


Ela passou por mim....
Piscou um dos seus olhos felinos
Sorriu um sorriso escondido
Na certeza que eu a seguiria...

E não errou...
À persegui incansavelmente
Enquanto forças eu tive
E ela me dava esperanças
Cada vez que abria seus braços
E me chamava de encontro a si...

Me apaixonei perdidamente
Me deixei envolver delirantemente
E sonhava noites e dias
Dormindo e acordada
Com ela....me tomando em suas mãos

Já faz tanto tempo...
Não sei mais precisar, quanto
Desde que me entendo por gente
Que só faço correr atrás dela
Incansavelmente....

Agora ela se foi...
Não sei em que esquina a perdi
Não consigo mais a visualizar
Procuro em cada rosto e silhueta
Que por mim, na rua passa
Mas não a vejo mais
Não posso a alcançar...
 
Ela se foi...
Sorriu o seu sorriso escancarado
Ou diria...debochado
De quem não se deixa alcançar
Se escondeu do meu olhar
E me observa para se certificar
De que ainda a estou a procurar...

Se foi para outra cidade
Seduzir outra vontade
Sem nunca contar da impossibilidade
De ser alcançada na realidade
O seu nome....:  Felicidade

(Nane - 07/01/2012)



Se eu morrer...


Se eu morrer...
Quero comemoração
Não o clima de velório
Quero fogos de artifícios
Um samba canção me homenageando
Cerveja gelada para acompanhar
Uma bandeira do meu time para eu levar
Brincadeiras a minha volta a me velar
E sorrisos por finalmente eu me libertar...

Se eu morrer...
Não se deixe entristecer
Nem ouse por mim chorar
Porque estarei sorrindo e cantando
Por onde a morte me levar...

Se eu morrer...
Estarei partindo feliz
Por saber que aqui não é meu lugar
Porque aqui nunca fui feliz
E me sinto egoísta por não agradecer
A vida que eu tenho e que me cobram
Louvar a Deus a todo instante
Pela minha saúde constante...

Se eu morrer...
Terá enfim chegado ao fim
A grande misão que me foi destinada
E com a qual fui predestinada
A viver num tempo que não gosto
E por isso me confundem com amarga...

Se eu morrer...
Não faça drama por mim
Porque o morto é reposto
No novo que vai nascer
E o tempo te fará me esquecer...

(Nane - 07/01/2011)




Só...



Me sinto só
Acompnhada de tantos
E no entanto...tão só

Sem vontade de falar
Com quem me cerca
Com quem me olha

Estou tão só
Quanto só está quem me cerca
E também não me sente

São universos solitários
Que caminham juntos
Em linhas paralelas

Olhos que se olham nos olhos
E no entanto não se enxergam
Ainda que se veem

Estou só como na morte
Que é destino geral
De quem caminha aqui
 
Talvez se estivesse só
Em retiro de corpo
Estivesse mais acompanhada

Estou só...
Com multidões a minha volta
Sem poderem me alcançar

Estou só...
Não por opção
Mas por determinação

Só acabará essa solidão
Quando a morte me libertar
Dessa incontestável...prisão

(Nane- 07/01/2012)