quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lenda de um planeta azul


Magias e utopias
Num mundo de fantasias
Ficção e muita imaginação
De seres fantásticos
Mutantes ou não
Seriádne e Mistófeles
Anjos ou demônios
Seres fictícios
Reais em suas realidades
Onde a luta entre o bem e o mal
Prevalece sobre a poesia
Que no embate se torna supérflua
No mundo de tanta guerra...

Seriádne sonha com as flores
Que n'outro planeta um dia viu
Do perfume suave que sentiu
Sente pena da flora que destruiu
Na conquista à que se engajou
E ao seu parceiro se juntou...

Mistófeles é bom gladiador
Se transformou em grande conquistador
E o planeta azul era o seu troféu
Queria acabar com aquele céu
Onde o sol coloria campos e mares
E havia noites e dias
E podia se fazer...poesias
Mistófeles é bom gladiador
E prometeu à Seriádne amor
Se juntos devastassem o planeta azul...

Seriádne agora pensa
Nas cores, na luz, nas flores
No cinza de paranadagka
Sem lugares de inspiração
Sem cores, sem luz, sem flores
Sem o arco-íris que reluziu
No dia em que ela o planeta explodiu
Quando Mistófeles, assim o exigiu
Seriádne gravou em sua retina
As crianças que brincavam à beira mar
Como será que se reproduziam...
Será noite, ou será dia
Isso não importa, é hora de descansar
Seriádne se deita no mármore impecavelmente limpo
E sem poder sonhar desativada
Retira de seu peito entreaberto
O chip que a faz voltar...ao planeta azul

(Elian-29/02/2012)



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A cigarra e a formiga


Ah...poeta...
Não queira saber da dor de um poeta
Porque ela é mais intensa
Dói como fogo que queima
Sem chama pra apagar...

Poeta chora sem motivo
Sem nada pra acalmar
Chora por chorar
Sem nada que possa aplacar...

Não invejes o poeta
Que escreve poesias
Inventa magias
Descreve alegrias
E sente apenas agonias

Não faça da sua vida rabiscos
Desenhos em forma de ilusão
Que o poeta produz na solidão
Em palavras ditadas pelo coração
Por pura desilusão

Não queira ser poeta
Leia-o apenas e o esqueça
Poeta é astronauta sem nave
Que vaga num espaço sem ar
E esquece que é preciso voltar

Poeta e realidade não combina
São filosofias diferentes
Um é o sonho e o outro o feijão
A cigarra canta e a formiga trabalha
E o poeta...fica sem o seu chão
Ou deita nele....

(Elian-28/02/2012)

O presente no futuro


Jogo os olhos no ar...perdidos
Vagueiam lá atrás...no tempo
Sorriem e choram sem querer
Lembranças que veem e vão
Gente que deixaram marcas
Silêncio de algazarras passadas
Volta da alma sufocada
Presa ao presente no passado
De tantos que se foram 
E não mais irão voltar...

Hoje sou eu a lembrar
De coisas que ficaram
De tempos que passaram
Enquanto no presente
Corro atrás de um futuro
Que não sei se chegará
Talvez seja eu no amanhã
A lembrança de alguém
Que no presente futuro
Serei lembrada no silêncio
De quem viveu essa algazarra...

(Elian-28/02/2012)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Janela cibernética


Quem é você, que vem julgar,
Interpelar, cobrar, perguntar...
É tão curto o tempo de ser feliz
Que me parece contrassenso
Vasculhar a felicidade alheia...

Quem é você, que se preocupa
E na janela cibernética, se acotovela
Deixando marcas grosseiras em seus braços
Enquanto o tempo corre na sua janela...

Quem é você, homem ou mulher
De codinome Carolina
Correndo o risco de não perceber
Que o tempo passou pela janela
E parou para você...

Quem é você, que tem os olhos fundos
De tanto observar na janela do mundo
Tentando falhas dos outros encontrar
Só para na net postar...comentar

Quem é você, que sem vida própria
Se apropria das dos outros
E sofre com o desgosto
De não a poder comandar

Quem é você, afinal
Que perde a sua vida
Pra cuidar de alheias vidas
Sem com a sua vida...se importar

Saia já dessa janela
Se entrega à sua vida
Rasga a certidão de "Carolina"
E faça do seu tempo...a sua vida

(Elian-27/02/2012)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vida que passa


Os dias passam lentamente
Como seus passos...cada vez mais lentos
O corpo pesa em minhas mãos
Que quase a arrasta...para andar
O peso de toda uma vida
Jogado na coluna curvada
Agora em forma de um esse (S)
Que lhe corrói os ossos enfraquecidos
À cada passo dolorido que ela dá...
Quase nunca reclama de suas dores
Se acostumou a elas...
Convive amigavelmente
Se arrasta, se inclina, mas não se entrega
Seu corpo envelhecido e torto
Verga seu cansaço altivo
Enquanto os dias...lentamente passam
Em seus olhos as imagens presentes
Se confundem e voltam ao passado
Se olha no espelho e enxerga
A moça fagueira...perdida


(Elian-23/02/2012)






quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

É tudo sobre mim


Me invento a cada instante
Ora calada, ora falante
Não me prendo a preceitos
Fujo, mas tenho preconceitos
E quem não os admite ter
Finge saber viver

Me faço e me desfaço
Nos momentos em que me embaraço
Julgando o certo
Fazendo o errado
Na minha eterna evolução
Humanamente em confusão

Me perco e me encontro
Em caminhos escolhidos
Sigo pela estrada desviada
Sem vergonha de voltar
E em nova caminhada me aventurar
Nômade que sou
E todas as chances me dou

Me vejo e revejo
Com medo de me olhar
E outra pessoa enxergar
Nos princípios que aprendi a cultivar
E os esqueci em algum lugar
Por onde passei e não sei voltar
Melhor seguir sem a isso observar
Melhor ser...do que estar

(Elian-23/02/2012)

Sou...


Sou chama sem fogo
Que arde em meu peito
E o faz doer...ressentir
Tal qual o sol
Com seus raios invisíveis
Que racham a terra batida
Ressequida...

Sou lágrima quente
Que rola no rosto
Num gosto salgado
Salpicando na face
Como a chuva que inunda
A terra encharcada
Levando-a embora
E abrindo crateras
Onde havia flores...

Sou sangue cruzando
As vias de mão única
Num corpo cansado
De artérias e veias
Que como no trânsito
Se engarrafam e buzinam
Querendo passar
Nas vias entupidas
De gente estúpidas
Com pressa de chegar
A nenhum lugar...

Sou pernas e braços
Sem rumo nem laços
Sem ninguém para abraçar
Sem onde caminhar
Como uma estrada mal feita
Voltando sempre
Ao mesmo lugar...

(Elian-23/02/2012)


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A campeã das campeãs


Águia azul ou dourada
És para sempre encantada
Jurados ou julgadores
Não tiram o seu brilho
A bela morena guerreira
Lá do céu abençoa
E vibra com a sua Portela
Que altaneira e altiva
Desfila fagueira na Bahia
Deixando o Senhor do Bonfim
Abençoando Madureira
Direto de São Salvador
Caído pela Portela, de amor
Valeu ao povo baiano
Valeu a emoção da escola
Valeu as lágrimas caídas
Valeu a alegria revivida
E foi no sincretismo da Bahia
Que passou a Portela com a alegria
De outros carnavais
Voa águia bendita
E leva em suas asas
O grito que só os portelenses
Gritam contigo orgulhosos
Com a certeza de que és
A campeã das campeãs

(Elian-22/02/2012)

Mundo real


Poeta não mente
Inventa
Faz da fantasia
A sua realidade
E da sua tristeza
Poesia
Poeta é assim
Não se conforma 
Com o fim
E dá asas a imaginação
Na esperança vã
De abrandar seu coração
Poeta enfeita
Com palavras a vida
Que de tão vivida
Torna-se ferida
Em chagas visíveis
Poeta é um grande
Fazedor de novas vidas
Inconformado com a real
Cria no seu mundo ideal
A sua felicidade
E ninguém pode dizer
Que seu mundo é irreal
Pois poeta não mente
Inventa...

(Elian-22/02/2012)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

João...


João...
Menino lutador
Que se fez com muita luta
Homem vencedor

João...
De alma nobre
Severo e brincalhão
João e João

João...
Amigo e companheiro
Se doa sem nada esperar
Sem nada cobrar

João...
Filho e genro
Se diz bravo e altivo
Se dobra às mães

João...
Doa com uma mão
E a outra é cega
Não vê nada não

João...
Marido e pai
Seu mundo, sua casa
Serviço e amigos

João...
Esse rabisco é meu
E da sua filha de coração
A Flor do Maranhão

(Elian-21/02/2012)

sonhe


Nunca deixe de sonhar
Seu sonho é sua vida
Sonhe da cor que você quer
Importa é sonhar

Não pare de sonhar
Mesmo que não possa realizar
Sonhos foram feitos para sonhar
Não deixe de sonhar

Sonhe com tudo o que quiser
Faça dos seus sonhos, sua vida
Sonhe sem limites
Sonhe apenas por sonhar

Acordado ou adormecido
Sonhe alto e constante
Porque a vida é um sonho
E nós, feitos pra sonhar

E quando nada mais restar
Ainda que moribundo
Sem nada mais a desejar
Ainda assim...continue a sonhar

(Elian-21/02/2012)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Majestade por um dia


Por uma hora sou rainha
E faço da minha fantasia
O explendor de uma vida
Desfilando na avenida

Faço acontecer o impossível
Entre plumas e paetês
De uma história surreal
Num dia de carnaval

Hoje posso tudo
O inverossímel não existe
Sou a dona da criação
Reverenciada pela multidão

Entre fábulas e lendas
Refaço a minha história
Confetes e serpentinas
Cobrem-na de glórias

Sou rainha na avenida
Contando a minha vida
Em cada verso de um samba
Em cada gesto de um bamba

Minha escola vai passar
Meus devaneios vou contar
Entre plumas e paetês
Minha vida vou levar

(Elian-18/02/2012)



Vida que segue


Deixa a vida acontecer
Sem tantas preocupações
Deixa passar o tempo lento
Que voa no depois

São tantos os motivos
Pra deixar acontecer
Olha à sua volta
Há tanto o que viver

Observe a natureza
Aprenda a ver beleza
Nas pequenas coisas que te cercam
Aprenda a ter certeza

Em cada gesto uma mensagem
Que a natureza te oferece
No cantar de um passarinho
Nas flores pelo caminho

No correr de um rio
Que purifica o seu leito
E vai de encontro ao mar
Sem com os obstáculos se importar

Deixa a vida acontecer
Sem tantas preocupações
Deixa passar o tempo lento
Que voa no depois...

(Elian-18/02/2012)

É o amor...


Eu credito em fantasia
Em ilusão, coisas que não existem
Saci pererê, coelhinho da páscoa
Boitatá e em muita imaginação
Se eu quero, acontece
Vivo a relação que eu criei
Faço personagens e interpreto
É assim um escritor
Que acredita no que criou
E que por vezes se deixa contaminar
E na sua fantasia acreditar
A ponto de sentir e confundir
Com a sua pobre realidade
E fazer dela sua verdade...
E que ninguém diga que é mentira
Pois no mundo de um escritor
O que importa é o amor
O que importa...é o amor

(Elian-18/02/2012)





quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

So


Sofhia com fh
Eu nunca tinha visto
Azar das outras que são iguais
Como você, outra não há

Mulher baiana arretada
Juazeiro é teu chão
Se te contrariam as vontades
Manda eles largar de mão

Juazeiro é teu norte
E ninguém brinca com a sorte
É doce, meiga e carinhosa
Mas é fera, brava e tinhosa

Sofhia rima com poesia
E também com alegria
E numa mesa de buraco
Eu e você fazemos um estrago

Te prometi um meu rabisco
Que hoje te entrego
Com todo o meu carinho
Como prova do meu afago

(Elian-16/02/2012)

Imaginação


Sou prisioneira da imaginação
Crio amores que não existem
Finjo um alguém que me ama
Me encanta e declama em alto som
Um amor querido por mim...

Sou prisioneira da net
Que me faz divagar e a um alguém criar
Como se de verdade fosse
O amor que veio me amar...

Sou prisioneira de minhas palavras
Que enfeito e ponho em outra boca
Acabando eu mesma por acreditar
Que ele existe e está a me namorar...

Sou prisioneira da rigidez
Em que me obrigam a viver
E por isso finjo o que não sou
E vivo o que não tenho...

E fingindo ser feliz
Vou enganando a mim mesma
Deixando a amargura
E vivendo o meu amor...fictício
Que me ama com loucura
E diz isso para o mundo inteiro
Que acredita...em mim

(Elian-16/02/2012)


É carnaval


É carnaval...
Máscaras escondem os rostos
Liberam-se os instintos
Mascaram-se os "moralistas"
Que fingem o ano inteiro
E passam agora na avenida, despercebidos...
Sociedade parca e deprimente
Que condena tudo e todos
E fazem do carnaval
Retiro ao seu instinto infernal...
Fantasiados se libertam
E vivem o que proibem
São homens e mulheres
Que se entregam aos encantos
Deliram e aproveitam
Os quatro dias de fantasia
Escondendo suas faces
Numa máscara de ironia
Que em tese eu transformaria
De um mestrado inventado
Pra mostrar a falsidade
Dos sentimentos escondidos
Sob a pele protetora
De um falso moralismo
Enfeitando o realismo
Do dia-a-dia o ano inteiro...
Mas agora...é carnaval

(Elian-16/02/2012)

Quanto riso...


E vem o carnaval...
Com surdos e tamborins
O lamento da cuíca
Que em uma contradição
Faz vibrar a multidão...

Pierrôs e Colombinas
Desencantam o Arlequim
E o deixam assim
Chorando pelas esquinas
Vendo a festa na avenida...

Confetes e serpentinas
Voam pelo ar
E se transformam em tapete
Para a massa brincando, passar
Entoando o samba enredo à divagar...

Momo dá a sua benção
O povo é feliz
E até a quarta-feira
Ninguém é de ninguém
E viva o carnaval

(Elian-16/02/2012)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Recaída


Não te esperava mais
Me despedi e decidi
Que era hora de te esquecer...
Mas você veio
Com seu olhar pidão
Quis roubar meu coração
E sem eu perceber
Me tomou nos braços seus
Sem permissão...me amou
Ah menino vadio
Vou me resguardar
Para quando você chegar
Eu não mais me entregar...
Vou manter distância
Você sabe me enrolar
Sabe me encantar...
Menino travesso 
Te tenho apreço
Mas só amizade vou te dedicar...

(Elian-05/02/2012)


Fake que é fake


Sou pedra e areia
Escuro e luz
Sou tudo e nada
Anjo e demônio
Fui fake, sou gente
Confio, desconfiando
Acredito, desacreditando
Vejo o que olho
Olho o que vejo
Digo o que sinto
Ouço o que não quero
Mas sou o que sou
E não me escondo
Menti, não minto mais
Sinto o cheiro de fake
Na rede inteira
Aceito os que quero
Excluo os que não quero
Posso até me enganar
Mas meu faro é perdigueiro
Fake meloso
É fake mentiroso
Quem sabe se expressar
A escrita não pode errar
Fake que é fake
Sabe enganar
Mas o fake idiota
Acaba por se entregar

(Elian-15/02/2012)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Uma saudade...


Foi assim...na quietude inquieta de uma sexta-feira. Daqueles dias em que
a gente se sente excitada, sem saber o porque. Uma sexta tão longinqua...
que quase nem mais me lembro da minha face...de menina-moça.
O dia parecia interminável, por causa da minha vontade de voltar à casa de
minha mãe, onde eu me sentia mais à vontade. Morava com minha irmã,
para ajudá-la com os filhos, e geralmente voltava aos finais de semana, para
perto da minha mãe. Mas aquela sexta-feira estava estranhamente estranha...
e eu não sabia o porque.
Quando a noite chegou, eu peguei meu material da escola e me despedi de minha
irmã. Saí feliz da vida! Como se estivesse me libertando de algo que eu não enten-
dia. Só que ao invéz de ir para o meu colégio, fui para um outro, ao lado da casa
de minha mãe, assistir a uma aula de uma professora de quem eu gostava muito,
e ela me convidou...o meu colégio era bem distante, em outro bairro da cidade,
mas naquele dia eu fui estranhamente parar naquele colégio...
Assisti as duas aulas dessa professora e desci...fiquei no pátio batendo papo com
antigos amigos, quando meu irmão, que passava na rua me viu e veio falar comigo:
_"O que tá fazendo aqui? Você estuda tão longe!" Me senti como que pegada em
flagrante, desconversei e contra-ataquei: _"Mas você também está na rua a uma hora
dessa!!??" Ele me disse que só iría dar uma volta e regressaria logo...Tornei a me
entreter com amigos e perdi um pouco a noção do tempo. Talvez em questão de uns
trinta ou quarenta minutos depois, outros dois irmãos meus chegaram ao colégio...
e estranhamente não estranharam a minha presença ali. Tinham ido buscar um
terceiro irmão, que estudava nesse colégio. Passaram por mim chorando e eu os
chamei. Então me deram a notícia que eu não queria ouvir...surtei e fui pra casa
correndo...Ele passou por mim só para o derradeiro adeus...
Foi a primeira vez que perdi alguém na minha vida.
O irmão de quem sem eu saber, mas que inquietantemente, naquele dia inteiro eu
passei me despedindo.
E se passaram 35 longos anos...
Hoje...seria o seu aniversário, se vivo fosse.

(Elian-14/02/2012)

Espíritos distintos


Heresia e ironia
A vida na cidade grande
Quem é quem na selva
De morros e asfaltos
De bandidos e mocinhos
Natal e carnaval
Fraternidade espiritual
Onde a fantasia libera geral
E os instintos se confundem
Nessa pobre vida real...

Nas fachadas da cidade
As grades, em pleno carnaval
Fantasiam-se de celas
E prendem em casa o cidadão
Que tem medo do ladrão
Livre na cidade...pelas ruas
Vagando sem preocupação
Pois paga o seu quinhão
Ao representante da população...

Passou o espírito de Natal
Que venha o do carnaval
Fantasiando a cidade
Com suas falsas verdades
Desfilando alegria
Em meio a tantas heresias
Disfarçadas de poesias
Em sambas que homenageiam
Quem posa de mocinho
E patrocina a miséria
De um povo, com maestria...

(Elian-14/02/2012)

Adormecida


Não espere de mim nada além
Daquilo que eu posso dar
Não vou me violentar
Apenas para agradar
Sou vulcão adormecido
Que quando despertado
Perde a noção
E cospe lavas sem direção...

Não queira me conter
Posso fazer você sofrer
Simplesmente com palavras
Que ferem e faz doer
Tão somente por saber
Como e o que dizer...

Me deixe adormecer
No meu leito embalada
Mimada e ninada
Pela paz da natureza
Contemplando a beleza
Do meu sono prolongado
E da paz anunciada...

Não desperte a fúria contida
Num vulcão de lava adormecida
Mas em constante ebulição
Prestes à romper numa explosão
Sem consequências definidas
Me deixe adormecida...

(Elian-14/02/2012)



Dúbia dualidade


Dúbia dualidade
Que me tira o chão
Me perco em palavras
Não sei se sim ou não

Misturo letras e vida
Dia e noite
Vontades e desejos
Calma e desespero

Na minha constante inconstância
Me seguro na minha insegurança
Sem saber onde parar
Sem ter como descansar

Sou forte na minha fraqueza
Que me faz voltar sem ir
Onde nunca vou chegar
E chorando...vou sorrir

Na minha ambiguidade
Temo a minha dualidade
E é por causa dessa dubialidade
Que me foge a personalidade

Me perco nesse encontro
De dúbio e duo
Confundo um com o outro
Sou dia...sou noite...

(Elian-14/02/2012)




domingo, 12 de fevereiro de 2012

Tchau

Te achei um dia
Te perdi no outro
A vida é assim
Vem um...vai outro
Passou por mim
Disse um alô
Pôs o pé no mundo
Partiu sem deixar rastro
Mais um que se foi
Nem seu nome eu sei
Adeus te dei
Pra mim...você acabou
Fica numa boa
Vai com Deus
Eu sou bandida
Não me prendo a ninguém
Valeu seu tempo
Mas já passou
Vá em paz
Siga com Deus

(Elian-12/02/2012)

Ciranda a cirandinha


A sua covardia me assustou...
Seu medo de saberem de mim
Sua insistência em me esconder
E de permanecer escondido
Fez eu me afastar de você...

Só queria seu carinho
Só queria seu abraço
Sua voz em meu ouvido
Seus braços me enlaçando
Seu beijo em minha boca
Você em mim e eu em você...

Mas menino é menino
Não soube entender
Não vale a pena insistir
Seu mundo não é aqui
É hora de partir...

A brincadeira acabou
O show já terminou
Ninguém soube de nós dois
Ninguém há de saber
Faz do seu mundo a sua vida
E deixe que eu siga a minha

Menino atrevido
Menino pidão
Menino sensível
Menino invisível
Brinquei de amor
A brincadeira acabou

(Elian-12/02/2012)

Gotas de bençãos


Depois do calor escaldante
Eis que a chuva chegou...
Veio mansa e contínua
Refrescou o domingo
Lavou o ar...
Deu brilho às flores
Lavou os passarinhos
Renovou a natureza...
Chuva abençoada
Que lava e acalma
O corpo e a alma
Gotas de água divina
Que caem de graça
Sem nada cobrar
Apenas para lavar
A alma do homem
Que densa e tensa
Se refaz e pensa
Na chuva que cai
Deixa chover....

(Elian-12/02/2012)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

cyber writer


Palavras tem forças
Que sequer imaginamos
E quem escreve não imagina
O que interpretam os que leem

Dizem que sou responsável
Apenas pelo que digo
E não pelo que entendem

Não posso parar de escrever
Não saberia viver
Mas confesso que cansei
De ver retorcidas minhas palavras

Deveriam entender
Que o poeta não tem sexo
Ele fala ao universo
E por vezes é desconexo
 
Seu carinho é com a poesia
Seu tesão com a imaginação
Ele escreve todo dia
Sem se importar com o que dirão

Não taxem o poeta
De gay ou de déspota
Se não gosta do que ele escreve
Simplesmente o ignore

Não pode a sua imaginação
Com preconceitos sem fundamentos
Isso faz da sua inspiração
Poemas de pura desilusão

O poeta só escreve
O que passa em sua mente
Acredite, ele nunca mente
E vive tudo o que sente

Deixe livre o poeta
E sua mão à rabiscar
Sem cabrestos que o tolhem
Sem verdades impostas

Poeta preso ao sistema
Se torna copiador
Não cria, não poetiza
E se transforma num robô...

(Elian-11/02/2012)



Alma nua


Me despi inteira
Me mostrei nua
Permiti que me visse como sou
Deixei m'alma exposta
Mas você...não a viu
Enxergou o que quis
O que quis ver
Me dei como poucas vezes o fiz
Me despi de todo orgulho
Me mostrei até às entranhas
Minhas vísceras coloquei em suas mãos
Que enojada...jogou-as no chão
Agora as recolhi
E as recoloquei em seu lugar
A dor que doi em mim
É normal, me acostumei
Achei que finalmente tivesse encontrado
A alma irmã que eu buscava
Mas foi só uma miragem
No deserto da minha vida
Das vísceras que caíram
Ficou no chão meu coração
Mas posso sobreviver 
Guarde-o com você
Ou simplesmente, largue-o no chão
Minha amizade é permanente
Minha mágoa...logo estará ausente
Na sua próxima dança, de presente
Dance liberta da maldade
Que destruiu uma amizade
Que em mim, era verdade
E me apague da sua mente

(Elian-11/02/2012)



O choro de Deus


Andando na rua eu vi
Crianças dormindo em marquises
Comendo restos de quem tá saciado
E com cães sem donos, disputados
Crianças se prostituindo
Por uma pedrinha de crack
Que as levam à "viajar"
Quem sabe, por um mundo normal
Ao qual teriam direito 
No momento do seu nascimento...

Vi mães meninas e meninas mães
Oferecendo seus rebentos
Por trinta moedas
Ou qualquer outro alento
Num cheiro de magia
Que desse a elas a alegria
De sonhar por um momento
E quem sabe em devaneios
Sentirem-se rainhas...

Vi homens e mulheres
Bebendo a última gota
Oferecendo filhos e filhas
Aos prazeres de "doutores"
Que em carrões dão voltas na avenida
Em busca de ninfetas
Que os levem ao delírio
Dos deuses no Olimpo
E os façam esquecer seus problemas
Que de dentro de um escritório bem montado
Os enchem do vil metal
E os stressam de forma tal...

Vi também uma chuva diferente
Com sabor amargo e salgado
Disseram-me que era ácida
Não sei se foi golpe de vista
Mas olhei pro céu e por um instante
Jurei a mim mesma ter visto alguém chorando
Em meio às nuvens que se abriram...

(Elian-11/02/2012)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Matemática da vida


Você me deixa assim
Sem rumo e sem prumo
Perdida e entregue
Distante de mim

Você me faz assim
Dependente de ti
Sem saber o que faço
Agora de mim

Você me deixa tonta
Sem saber o que pensar
Sem mais nada pra falar
Me deixando levar

Me olha de um jeito
Que eu nunca sei
Se me chama ou me afasta
Se me ama ou me odeia

Você é o X da questão
A incógnita não resolvida
Que faz do coração
Matemática perdida

(Elian-10/02/2012)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O fruto proibido


Vem que eu te espero
Acorde-me desse sono
Profundo e longo
No qual mergulhei
Ao morder o fruto proibido...

Beije meus lábios
E me traga pra vida
Deixe o faz de contas
Virar contos de fada
E me leve de volta ao castelo
Dos sonhos que sonhei

Vem simplesmente me acordar
Da minha inanição
Vem me mostrar a morada
Dentro do seu peito arrumada
Aguardando a minha chegada
Sem nenhuma proibição

Vem que meu sono se desfaz
E desperto com saudades
Faz do seu beijo a chave
Que romperá minhas amarras
Desse sono imposto e cruel
Faz com seu beijo a magia
Do despertar da poesia
Ao te olhar todo dia

(Elian-09/02/2012)





Julgamento


Desvarios...insanidades...devaneios...
A vida sem sentido e sem vontades
A sociedade que cobra posturas
O inferno que consome a paz interior
A luz que se apaga às vontades
A tristeza que vira companhia

A vida aqui é uma só
O tempo passando sem volta
Valerá a pena deixá-la ir assim
Sem as realizações sonhadas
Vendo sonhos transformados em frustrações
Vivendo só decepções...

A coragem de tomar as rédeas da vida
De gritar ao mundo seus desejos
Sem se importar se é ilegal ou se imoral
Partir pra vida de peito aberto
E simplesmente ser feliz

Ninguém pode te cobrar
O que é o certo ou o errado
Porque ninguém pode julgar
Eles não estão aptos à condenar
São tão pecadores quanto você
Basta levantar o tapete
Que a sujeira aparecerá

(Elian-09/02/2012)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma partida só


Ei, meu pequeno príncipe
Hoje vou te esperar...
As saudades vieram me assaltar
Onde é que você está?

Ah...meu menino faceiro
Bastou um dia sem você
Para que eu me derretesse
De saudades de você

Ficarei lá...na mesa de carteado
Esperando ansiosa a sua chegada
Não demore a chegar
A saudade é grande e malvada

Vem jogar comigo só uma partida
Depois a gente, em off vai conversar
Sem pudores e sem medidas
Até a madrugada chegar

Vem menino atrevido
Que eu vou te esperar
E confesso, meu querido
Não vejo a hora de você chegar

(Elian-08/02/2012)

Espelhos de mim

 Me confundo em meus rabiscos
Não sei se os escrevos ou se me descrevem
A folha ainda em branco, vazia
Faz de mim mera expectativa
De um poema inesquecível
Nascendo em palavras soltas ao vento
Que na folha vão preenchendo
E na vida...dando sentido...

Me faço rabisco de amor
Me sinto menina em flor
Me vejo em folhas rebuscadas
De flores, mares, perfumes e magias
Faço de mim poesia
E decido então nas entrelinhas
Se serei ou não um poema de alegria...

No soluçar de meus anseios
Descrevo a dor e a saudade
Ponho nas palavras minhas verdades
E deixo espelhar minhas vontades
Em versos simples e sem maldades
Em desejos quase sempre irrealizáveis
Mas que me permito imaginar
E de ilusões, em meus poemas viver...

(Elian-08/02/2012)

Virginiana


Tudo em mim vai além
Sou virginiana...detalhista
Dou sempre o meu tudo
Sem me importar se colho o nada
Faço e refaço quando preciso
Na tentativa de ser sempre o meu melhor
Os outroos até podem não gostar
Mas eu procuro em mim...o meu melhor
Não gosto de ser só mais uma
Vou em busca de ser a uma
Não gosto de imitar
Prefiro ser copiada...
Não sou desaforada
Só gosto de ser notada
E para isso...tem que ser bem feito
O que quer que eu vá fazer
Senão corro o risco de iludida
Me passar por ridícula

(Elian-08/02/2012)

Noite de lua cheia


Porque tanta dor assim
Porque esse vazio em mim
Eu tento mudar tudo
Mas a lua vem me atiçar
Olho para ela lá fora
Está linda à brilhar...
As estrelas dançam ao seu redor
Um halo clareia o azul à sua volta
Porque você não veio até à mim...
A noite está quente
Eu sem sono
Escuto as músicas que falam de você
São lamentos...sou eu a te falar
Da falta que você me faz
Hoje a noite me tirou para dançar
Em meio a multidão
De estrelas piscantes em volta da lua
Eu olho lá atrás...e não te vejo
Onde está você em meio a multidão...
Já não falo mais com a lua
Já não caminho a beira-mar
Deixa como está...
Tudo isso vai passar
A vida há de me ensinar
Tudo isso vai passar


(Elian-08/02/2012)





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Importa é ser feliz


Vida ou fantasia
Loucura ou demência
Importa é ser feliz
Importa é viver
Se real ou imaginação
Conta o que sente o coração

Se é a fantasia
Que te faz escrever poesias
Então os sonhos são reais
Deixaram de ser fantasia
Num passe de pura magia

Se a vida tão real
Só serve para te fazer o mal
Desligue-se dela, desplugue o dial
Você nasceu pra ser feliz
E não para ser igual

E daí se te chamam de maluco
A vida é sua e de mais ninguém
Deixa a sua fantasia fluir
Virar realidade na sua loucura
Que ninguém mais sabe sentir

Se é pedra ou se é pau
Só você pode dizer
O que é bom ou o que é mau
Só você é quem vai saber

Vida ou fantasia
Loucura ou demência
Importa é ser feliz...

(Elian-07/02/2012)

Vida impávida

O que queres de mim
Não sei dizer...
Um dia parece querer
No outro prefere me esquecer

Faz de mim ping-pong
Me olha sem me ver
Demonstra seus ciúmes
E depois o seu desprezo

E nesse eterno não saber
Se distancia o meu querer
Abranda a minha aflição
É você quem vai perder

A vida me espera
Para novas sensações
Vou te apagando da retina
E esquecendo desilusões

Sua luz enfraqueceu
Já não brilha como dantes
Já começo a ter dificuldades
Em te enxergar...assim tão distante

Um sonho acabou
Um outro começou
A vida segue impávida
Sem medo de outra vida

(Elian-07/02/2012)



Me sinta apenas


Hoje sentirás a minha falta
Não poderei te encontrar
A saudade vai te fazer mais me querer
E nossa vontade...vai aumentar

Hoje, menino pidão
Não poderei estar contigo
Mas em meus pensamentos
O tempo inteiro, você estará comigo

Sentirei a falta das palavras
Que você diz no meu ouvido
Morderei meus lábios ao lembrar
Da boca entreaberta...à convidar

Na minha ausência 
Sinta a minha presença
Acariciando seu rosto de menino
Abraçando seu corpo de homem

Se guarde para o nosso próximo encontro
Traga junto a sua saudade
Estaremos então no ponto
De explodirmos em nossas vontades

Hoje sentirás a minha falta
Mas eu também sentirei a sua
Amanhã estarei de volta
E juntos...iremos à lua

(Elian-07/02/2012)



De outros tempos


Alma de irmã reconhecida
Te busquei e te achei
Me procurastes e me achastes
E juntas, (embora distantes)
Caminhamos nesta vida

Andei por tantos caminhos
Perdida, sem farol
E foi no seu carinho
Que encontrei meu sol

Ouço a sua voz
Gritando em minha consciência
Te falo em pensamento
Quando é sua a carência

Anjo que a mim foi destinado
E ao qual, meu destino interligado
Para de mãos dadas caminhar
E uma com a outra, quando precisar
Saber que poderá contar

Amiga tão imprescindível
À ponto de dividir comigo
Aquilo que parece indivisível
Para outros simples amigos

Sou tua irmã de alma
És minha paz e minha calma
Sou quem está contigo
E sente você comigo

Não importa a distância
Tenho comigo a sua essência
Se de corpo estás ausente
Sua alma, em mim, será sempre presente

Anjo amigo e irmão
Escuta o que vou te falar
Sua casa é meu coração
E eu...eternamente vou te amar

Feliz de nós que nos reencontramos
E que juntas, novamente caminhamos
Nossas diferenças tão iguais se confundem
E nos torna uma só...em duas

(Elian-07/02/2012)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Menino atrevido



Menino atrevido...
Sua fala macia me encanta
Seu jeito de homem menino
No olhar que está sempre pedindo
Vem meu menino...quero te abraçar

Você sabe o que quero
E pergunta só para me ouvir falar
Quero o calor do seu corpo
Quero a sua voz escutar
Bobagens de amor...falar

Ofereço-te a minha boca
Quero a sua beijar
Vem matar essa sede
Da saliva que sinto o gosto
Só de você se aproximar

Vem tocar meu corpo
Que aguarda as suas mãos
Sente o descompasso do meu coração
E a minha mão à tremer
Ao tocar esse corpo 
fixado na minha imaginação

Viajo em você e te sinto
Te ouço, te encanto e te quero
Menino atrevido eu te espero
Não quero mais jogar
Só quero te namorar...

(Elian-06/02/2012)



Remando contra a maré




Vida que brinca com a gente
Nos fazendo acreditar no comando
Da vida da gente...a brincar
Pensamos que podemos mandar
Ou mesmo o destino mudar
Mas ela sorri e vem zombar
Lembrando que é ela a mandar
 
Então a gente rema contra a maré
Cai extenuado e ofegante
Ao percebermos que a vida da gente
Tem seu destino marcado
E só brinca de se deixar levar
Enquanto não for a hora de parar
E voltar ao mesmo lugar
Por onde ela acha que tem que passar

Vamos nos deixando enganar
Insistindo em continuar
Por caminhos que ela não vai deixar
Cansamos e remamos contra a maré
Enquanto ela se diverte
E no momento exato puxa o tapete
Te fazendo voltar ao seu lugar

É assim que tem que ser
O destino da vida a brincar
Fingindo que tudo vai mudar
Nos fazendo sonhar e acreditar
Até a nossa hora derradeira
De parar, pensar e acordar
Deixando enfim, ela nos levar
 
(Elian-06/02/2012)

Turbilhão de sentimentos



Amor e ódio se misturam
Andam juntos e se confundem
São irmãos de primeiro grau
Bons por ora, por ora maus

Caminham lado a lado na eternidade
Trocam de vestimenta quando querem
Reviram de ponta à cabeça a realidade
Não pensam no que fazem

Amor e ódio se encontram
Na tênue linha do destino
Se completam em paralelas
Ao longo do caminho

Tão pertos e tão distantes
São ímpares e profundos
Quem é quem nesse instante
Cabe à nós decifrar

Amor que faz doer
Ódio que faz fortalecer
Sentimentos que se embaralham
Quem é que vai saber

Se te amo ou se te odeio
O que explode no meu seio
Turbilhão sem nenhum nexo
De um sentimento tão complexo

Te amo e te odeio
Em momentos diversos
Te amo quando te odeio
E te odeio por te amar

(Elian-06/02/2012)

Olhar do mar



Mar bravio...
Ondas que se agitam
Revoltam-se e crescem
Desaguam sua fúria
Rompendo barreiras de areia
Esculpindo a sua ira nas pedras
Marcando por onde passa, sua presença...

Mar que se assemelha à mulher
Ao mudar seu humor repentino
E devastar queu se põe em seu caminho
Sem se preocupar se fará estragos
Sem pensar que semeará espinhos...

Mar que mira o seu olhar
Por onde deseja passar
E fuzila sua ira insana
Nas pupilas desse antes, doce olhar

O mar é incógnita perpétua
Sempre pronto às intempéries
Se deixa amansar e gosta de brincar
Mas não se pode abusar
E nunca totalmente confiar
Pois é felino o seu doce olhar
Que a gente nunca pode decifrar...

(Elian-06/02/2012)


Estrada da vida



Olha essa estrada...
É o começo de uma nova caminhada
Não sei o que me espera em seu percurso
Mas vou seguir por ela...

Onde chegarei ao seu final...não sei
Mas vou me aventurar e caminhar
É uma porta entreaberta que me espera
E seguirei em frente sem pestanejar

Quem sabe ao seu final
Vislumbrarei o mar...
Ou talvez uma casa de campo
Onde eu possa descansar

Ah...essa estrada me seduz e me conduz
À aventuras e descobrimentos
À uma vida nova e divertimentos
À caminhar de mãos dadas com Jesus

É uma tela em branco que se apresenta
Onde eu pintarei com as cores da alegria
E num futuro próximo farei exposição
De um quadro inteiro de poesia

Vou entrar nessa estrada
Vou seguir minha direção
É estrada e vida renovadas
Direcionadas às novas emoções

Não é uma estrada encantada
Nem tão pouco imaginada
É apenas uma estrada real
Onde caminharei até o seu final...

(Elian-06/02/2012)




Menino bonito



Vago na penumbra do meu quarto
Em devaneios na madrugada
Fugiu-me o sono, foi embora
Deixou-me sua face na retina
Menino bonito que eu vi
E ainda não esqueci...

Tentei dormir
Mas não consegui
Levantei em busca de inspiração
E tudo o que consegui
Foi sentar-me na mesa de carteado
Tentando te rever
Mas você já foi dormir...

Joguei sozinha e ganhei
Não deu para comemorar
Melhor é eu ir deitar
Esperar o sono chegar
E quem sabe...com sorte
Com você poder sonhar...

(Elian-06/02/2012)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O girasol



Te dou as cores da vida
Em raios de sol que douram
As nuvens ao entardecer
Pelo simples prazer de aparecer

Te entrego nas mãos a flor
Que entrega ao sol seu amor
E o segue por onde ele for
Escondendo a sua face no seu por

Te mostro a simplicidade do amar
Simplesmente por amar
Mesmo sabendo que nunca o alcançará
A flor vive os seus raios a buscar

Te entrego hoje essa flor
Que é o símbolo do amor
Sem cobranças mas com esperança
Do amor puro de criança

Te entrego a flor generosa
Que aos pássaros alimenta
Quando o seu amor a amadurece
E a faz fértil de sementes

Te trago a flor que se entrega
Se doa aos pássaros que semeiam
Ainda que sem querer
Plantando outra flor que vai nascer

Te trago o girasol
Que por seu amor ao sol
Tomba ao anoitecer
Só para à lua...não ver

(Elian-05/02/2012)





Alma errante



Sou alma errante
Em busca de redenção
Para aliviar meu coração
Por dívidas daqui distantes

Alma devassa e perdida
Por vezes desorientada
Mas disposta em nova caminhada
A cumprir sua jornada

Sou alma aflita e compromissada
Em percorrer a nova estrada
Sem poder vacilar
E ao mesmo erro...tornar

Sou alma perturbada e quase vencida
Que pretende aproveitar
A luz de uma nova chance
No vale dessa minha nova vida

Sou alma que feriu
Maculou e denegriu
E que agora tenta desfazer
O mal que um dia causou
 
Sou alma em expiação
À procura da remissão
Da paz no coração
Com a conquista do perdão

Sou só uma alma em evolução
Procurando compreensão...

(Elian-05/02/2012)



Semente



Morrer jamais...
Somos um eterno ir e vir
Renascemos da própria morte
Ou morremos da própria vida
Somos amálgama de nós mesmos
Em constante mutação
Fazemos da semente
A árvore da nossa sustentação
A semeadura é livre
Mas a colheita...obrigatória
Cabe à nós plantar bom fruto
Ou colher veneno puro
A seara se prepara
E somos nós os responsáveis
Pela plantação à germinar
A semente nunca mente
É só o resultado de quem plantou
Quem planta nuvem
Colhe tempestade
Mas na escolha da semente
O agricultor fica à vontade
Não morreremos jamais
Iremos e voltaremos eternamente
A semente vai sempre germinar
E é você quem irá plantar
O que fatalmente irá colher...

(Elian-05/02/2012)

Em preto e branco



Veio lá de Hortolândia
Cidade do interior
A mulher tímida
Que chora ao me ouvir
E me faz gaguejar
Por não saber o que falar...

A menina que fotografa
Seus bichos e suas flores
Seus frutos, suas cores
Coisinhas simples que a tornam
Ímpar e grandiosa...

A mulher que sabe contar
Em palavras bem postadas
Partes de sua vida
Na simplicidade do seu viver
Transformando em aventuras
Quem se dispõe à ela ler...

Esposa, mãe e amiga
Que ama a profissão
E faz do magistério
Além do ganha pão
Sacerdócio da sua vida...

Raquel, doce Quelzinha
Que tive a sorte de encontrar
Que tive a alegria de ouvir
Que soube me fazer sorrir
E sabe com seu jeito único, me encantar

Reverencio sua simplicidade
Que na realidade
É a forma mais sofisticada
Da verdadeira felicidade...

(Elian-05/02/2012)

Dia de poesia



Bom dia ao dia
Ao céu azul e ao sol que brilha
Às flores que exalam fragrâncias
E colorem de beleza esse dia

Bom dia ao mar que encanta
À quem nele vem se banhar
E aos rios que o encontra
Fundindo-se num só

Bom dia à serra estonteante
Que oferece a vista deslumbrante
E refresca o ar constante
Limpando-o a todo instante

Bom dia aos pássaros que cantam
E como numa orquestra, encantam
Às borboletas que voam
E espalham o pólen da vida

Bom dia à todos que vivem
Aqui ou mesmo acolá
Que façam desse dia o melhor
Que seja ele, entre todos, o maior

Bom dia ao dia
Que faz a alegria
Com toda a magia
De ter nascido poesia

(Elian-05/02/2012)