quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cheia do vazio


Um espaço vazio
Guardado na alma
Nada preenche
É um cansaço do nada
Uma saudade do tudo
Uma coisa que amarga
É coisa da alma...
O corpo sente o tédio
Um desencontro com a paz
Uma vontade não sei do que
Calar, gritar, correr...
Doar o que não tenho
Ser útil, servir
Falta do que fazer
Ou simplesmente não poder
Fazer o meu querer...
Entra dia e sai outro
A rotina é rotina
O pescoço na guilhotina
O vazio que não enche
Eu cheia do vazio
Não rabisco nada que eu não sinta
A merda...é que não estou sentindo nada

(Elian-31/05/2012)

No meu abraço

Vem comigo...
Deita em meu colo a sua cabeça
Fecha os olhos e escuta a canção
Deixa voar o pensamento
Sonha com o que você quiser
Enquanto acaricio seus cabelos...
Estou aqui para te confortar
Sou sua amiga...sua irmã
E posso te afagar até amanhã...de manhã
Vem...vai passar essa agonia
Que tira dos seus olhos
O brilho intenso que inveja
A lua e as estrelas lá no céu...
Eu vou cuidar de ti
Senta aqui perto de mim
Deixa ficar lá fora
Tudo o que te incomoda
Não diga nada agora
O seu silêncio revelador
Tem meu regaço acolhedor...
Se aninhe em meus braços
Não diga nada
Apenas deposite nesse abraço
O seu cansaço...

(Elian-31/05/2012)

Renata Machado


A moça é tão linda
Mas quase não se mostra
Pinta no rosto uma face
Coloca um nariz vermelho
Uma peruca colorida
E se traveste de palhaça...
Esconde na máscara a beleza
Que tem por natureza
Não se importa que assim a vejam
Leva à todos a sua alegria
Voluntária e com muita arrelia
Levando aos irmãos adoentados
A sua forma de fazer poesia...
Menina de tão franco sorriso
Que fala de amor com improviso
Nas "palhaçadas" que te faz rainha
Dos que esperam por sua companhia
Ah...a beleza desta menina
Estampada e tatuada
Está na alma iluminada
Que o seu corpo veste
É beleza daquelas que se sente
E que mesmo o cego enxerga
A moça é a palhaça
Que faz da seriedade o amor
Com o seu sorriso encantador...

(Elian-31/05/2012)

Pipa


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Anjo meu


 É nas manhãs ensolaradas
Quando te levo ao quintal
Que ternamente o olho
E fico à pensar
Na sua trajetória até aqui...
Se fui eu a escolhida
Ou você quem decidiu...
Teus olhinhos se fecham ao sol
Te dispo e te aqueço
Te olho e te beijo
Você sorri seu sorriso torto
Satisfeito com o calor
Sentindo a imensidão do meu amor
O que será que pensa...
Não sei...
Se encolhe e tenta com seus bracinhos
Me apertar...num abraço carinhoso
Minha mente fértil se perde em seus suspiros
Procuro explicação para o inexplicável
Foi Deus quem te mandou cuidar de mim
Você adormece no meu peito
Tão seguro...tão calmo
E no entanto, anjo
Sou eu a protegida...

(Elian-30/05/2012)






Tela viva

No por do sol
O crepúsculo deliciando a visão
De quem tem a sorte de ver
Mais um dia se despedindo
Na cidade maravilhosa...
A noite se aproxima
A cidade não para
No céu, o bailar dos pássaros
Em busca de um pouso noturno
No mar, a luz dourada
Ornamentando suas águas
Na Lapa, o samba que encanta
O turista que passa
E por pouco não fica
De vez na cidade...
Assim é o Rio
De tantas histórias
De tantas paisagens
De belas imagens
De ângulos tantos
Por todos recantos...
Se despede do dia
Pintando poesia
Na tela tão viva
Da cidade Diva
Noite caindo no Rio
Você vindo...
E eu...rindo 

(Elian-330/05/2012)

Tentação


Seus olhos me hipnotizam
Me chamam e me puxam
Vou de encontro ao desconhecido
Seguindo seu brilho
Caminhando sem eira
Me equilibrando na beira
É noite sinistra
Não temo as trevas
Sigo o olhar
Que me enfeitiça
E me faz caminhar
Nessa imensa escuridão
Amenizada pelos raios
Flamejantes no seu olhar
Brilhante e escaldante
Que me quer devorar
Inteira e sem pensar...
Sinto o seu ardor
Me chamas...
Me tentas...
Ardo em furor...
Me agarro em proteção...
Resisto...vou não...

(Elian-30/05/2012)



Amor perfeito

Veio assim...sem eu esperar
Me enlaçou pela cintura
Me apertou de encontro ao peito
Me prendeu no visgo do seu corpo
Virou meu mundo de cabeça para baixo
Apressou minha respiração
Disritmou meu coração
Até hoje me deixa sem ação...
Num vento mais forte
Numa curva sem norte
Veio sem aviso
Chegou e ficou
Não pediu licença
Decretou minha sentença
Ao me virar do avesso
De ser meu fim e meu começo
Me fazendo de seu endereço
Se instalando no meu leito
Fazendo do nosso amor perfeito 
E do finito de nossos corpos
A imensidão na eternidade
Do infinito de nossas vontades...
Quue seja infinito enquanto dure
Que dure eternamente...

(Elian-30/05/2012)








Gente


Da vida pouco sei
Mas sei o pouco que devia
Saber demais corrói
E por vezes nos destrói
Sei o que me importa
Ainda que verdades tortas
Ou mesmo que eu não saiba
Meu instinto vem da alma
Pouco sei de mim
Portanto, de você eu nada sei
E se finjo saber
É por muito te querer
Mas na realidade
Nada sabemos um do outro
Somos seres unificados
Unidos pela atração
Movidos pela emoção
Universos diferentes
Distintos e conflitantes
Somos gente simplesmente

(Elian-30/05/2012)

Mais um dia


Acordo com o olhar preguiçoso
Te procurando com as mãos
A cama vazia...você já foi
Seu cheiro ainda está aqui...
Te abraço na mente
Sonho acordada
Te sinto em mim...
O dia vai alto
O sol está quente
Contra a vontade
Me levanto e me banho
Tarefas caseiras
Obrigações que me esperam
Um dia tão longo
Que devagar vai passando
Você tão distante
Da janela eu olho
O movimento na rua
As luzes se acendem
A noite chegando
A lua desponta
Meus olhos brilham
Reconheço o ruído do motor
O carro se aproximando
Lá dentro...o meu amor 
Corro ao portão
Acabou a minha solidão

(Elian-30/05/2012)
 

terça-feira, 29 de maio de 2012

De peito aberto


Não me iludo facilmente
Sei dos meus devaneios
Até onde posso ir
Mas creio piamente em mim
Por isso meus limites não tem limites
E vou até onde não devo ir
Na visão de quem não acredita em mim
Sigo e persigo meus objetivos
Quebrando a cara vez ou outra
Mas vibrando e me deliciando
Quando subo ao podium
Numa vitória incomum
Até porque nada em mim é comum
Sou brisa e vendaval
Mansidão e temporal
Arremessada de peito aberto
No caminho do destino
Onde tento com meus braços
Desbravar o meu caminho
Se um dia eu choro
Sei que no outro vou sorrir
Então não me iludo facilmente
Mas não deixo de acreditar
Que eu hei de conseguir


(Elian-29/25/2012)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lady Jane


Ah...escondes a face
Na máscara inerte
Sem nenhuma feição
Sem aparente emoção
E no entanto de nada adianta
Pois que tua identidade
Se revela nos gestos
Singelos e meigos
Que te é marca registrada
Além do talento
Que quem te acompanha
Cansou de ver
Nas tuas performances
De tantas nuances
Nas ribaltas da vida
Onde és tão querida
Quem sois?
Quem sois?
A Dama das artes...
Teu brilho entrega
A tua real face

(Elian-28/05/2012)



A vida da gente


Dois pontos
Duas pontas
Uma linha
Várias vidas
Extremos
Um começo
Um fim
No meio
Tantas coisas
Histórias
Estórias
Reais
Da Carochinha
São gente
Família
Nascendo
Morrendo
Simplesmente vivendo
No seio de tudo
No meio de tudo
Vidas que vem
Vidas que vão
Entre dois extremos
Uma longa saga
Que segue em frente
Se perpetuando
Na gente da gente
Que chega e que sai...de cena

(Elian-28/05/2012)

Mundo dos homens

Dormi...
Um sono pesado
Sonhei...
Um sonho cansado
Tanta gente sem rumo
Eu correndo pro nada
Uns pisando nos outros
Outros passando por cima
Sem piedade, sem afetividade
Crianças perdidas
O fim dos tempos
Num ardor infernal
Pesadelo de medo
Sem poder acordar
Real ou irreal
Nunca vi nada igual
Uma bola de fogo
Em mãos que a atiram
De um lado pro outro
Sem ninguém segurar
Um enjooo no estômago
Me fazendo vomitar
Que mundo de loucos
Nas mãos dos senhores
Donos ou danos
Da terra errante
Que se inflama de mágoas
E assusta aos detentores
De tantos valores
O sonho suado
Minha face molhada
Acordo assustada
Respiro aliviada
Que bom saber
Que estou nas mãos
De Deus...

(Elian-28/05/2012)

Sua moradia


Dentro de mim mora alguém
Que não sou eu
Alguém que nasceu pra mim
E mudou-se para dentro de mim
Fez do meu corpo, moradia
E do pensamento, poesia
Dentro de mim mora alguém
Que me domina e me faz bem
Quando comigo se mistura
Num amaranhado de pernas e braços
Que me deixa sem saber
Quem sou eu e quem é você
Dentro de mim existe alguém
Que mesmo estando distante
Preenche o meu espaço
E se aninha em meu regaço
Acaricia os meus seios
Tirando meus receios
Me tornando presa sem defesa
Entregue aos seus desejos
Clamando por seus beijos
Dentro de mim mora alguém
Que se não sou eu
É parte do que eu sou
E sem o qual
Não posso mais viver
Dentro de mim mora...você

(Elian-28/05/2012)



Segunda feira


Te amar pela manhã
Faz do dia uma poesia
Que importa ser segunda feira
É domingo, domingo, domingo
Seu cheiro está em mim
Suas mãos percorrem meu corpo
Deliro e me entrego inteira
Sua boca quente me beija
A voz sussurrante me excita
Ahhh...segunda bendita
Não saia de mim
Quero todas segundas assim
Sentir você em mim
Ouvir seu rumor de amor
Num clímax de luxúria
E depois ternamente te envolver
Num abraço preguiçoso
Enxugar com beijos teu suor
E embalar o teu cansaço
Nos meus braços
Te fazer adormecer
Sorrindo de prazer
Numa manhã...de segunda feira

(Elian-28/07/2012)

domingo, 27 de maio de 2012

No fim da estrada

A estrada é longa
Cheia de obstáculos
Que por vezes nos afasta
Em vertentes distintas
Tal qual labirinto
De minotauros bravios
Mas pegue seu barbante
Desfie seu novelo
E me encontre...
Eu te espero sem pressa
Nessa ou noutra vida
Teu destino sou eu
Não desista de mim
Venha sem hesitar
Estou a te esperar
Não deixe que as dificuldades
Encontradas no caminho
Te façam sucumbir
Nem pense em desistir...
Temos toda a eternidade
Venha com determinação
Não mude de direção
Ainda que o caminho seja longo
Com brasas e espinhos
Ainda que pise em pedras
Sangra teus pés
Mas venha sem medos
Que eu te cuidarei...eternamente
Quando finalmente
No final dessa estrada
Me encontrar (Sou eu o teu amor)

(Elian-27/05/2012)

sábado, 26 de maio de 2012

Poeta perdido



Multiplicidade que ferve
Borbulhas de lavas
Confusões de pensamentos
Certeza de sentimentos
Caleidoscópio de sensações
Reta de colisões
Destino sem tino
São tantas cores
Que ofusca a visão
Dificulta a solução
Estanca a razão
Faz romper as vísceras
Sangrar na escrita
Do poeta perdido
Por devaneios escondidos
Em seus desvarios
Quimeras e fantasias
Que se transformadas em poesia
Acaricia e acalma
A alma irriquieta
No corpo dolorido
Do poeta perdido
Em tantas palavras
Que no seu íntimo desbrava
E nele...se cala


(Elian-26/05/2012)

Canhão de flores



Recuso-me às guerras
Sangrentas e sem razão
Cuspo flores do meu canhão
Por mares, céus e terras


Deserto da caserna
Deponho minhas armas
Que mata e encerra
A vida que vira chagas


Choros e lamentos
De mulheres e filhos
Que sem mais nenhum provento
Viram presas fáceis, novilhos


Recuso-me a pelejar
Por batalhas vãs
Que só fazem chorar
Os de antes mentes sãs


Por isso em meu canhão
Disparo só sementes
Esperando acertar o coração
Frio e duro dessa gente


Gente sem sensibilidade
Comandantes de tanta dor
Apertem o gatilho da liberdade
E lancem também (ou de vez em quando) amor


(Elian-26/05/2012)






sexta-feira, 25 de maio de 2012

Visgo


Te amo sem nada pedir
Sabendo que a cada dia
Só tenho à agradecer
Cada minuto que me dás
Cada carinho que me fazes
Te amo sem saber do amanhã
E é essa incerteza que me prende
Ao visgo do não querer te perder
De continuar te querendo mais e mais
E me descobrir te amando hoje
Menos do que no amanhã
Te amo correndo riscos
De não mais ter o seu amor
Por tanto te amar
Mas ainda assim te amo intensamente
E não sei te amar diferente
Me perdi nos seus encantos
Me entreguei sem relutar
Estou presa no seu visgo
E enquanto espero no dia a dia
Por um carinho seu
Me distraio te fazendo poesia


(Elian-25/05/2012)


Brisa e ventania


Quisera sim saber de mim
Mas me perco na minha diversidade
Que ora me faz uma
E por outra, me faz ir além
Entre atritos de personalidades
Me surpreendo comigo mesma
Sem entender quem me comanda
Se eu ou se eu mesma
Ora quero o que não quero
Faço o que não devia
Devo o que não faço
E não bastasse essas duas
Ainda surge uma terceira
Que raios de dualidade
Que vai além de dois
Talvez eu não saiba contar
As personagens que moram em mim
São tantas e só uma
É coisa de maluco
Me desespero e me acalmo
Sou eu assim na minha alma
Inquieta e arredia
De brisa e ventania

(Elian-25/05/2012)

Andarilho


Siga em frente
Seus passos incertos
São seus
Caminhe com indecisão
Mas não pare de caminhar
Ainda que se esfolem seus pés
Siga sem parar
Na caminhada que traçou
Não se deixe conduzir
Faça você mesmo o seu traçado
Se errar o caminho
Volte e comece outra vez
Uma hora vai encontrar
O caminho certo
Que te levará
Onde quer chegar
Siga a sua direção
Mesmo que te pareça contra mão
Não desista de tentar
Siga sem desanimar
E quando se cansar
Pare, respire, descanse
E siga em frente
Pois mesmo errando
Vale a pena tentar

(Elian-25/05/2012)

A carta


Você tão distante de mim
A saudade apertando no peito
Sua voz ainda ecoando
Sensação de você aqui tão perto
Onde está você
Que mesmo tão longe
Não sai de mim...
Vou te mandar uma carta
Como antigamente
Se ouvir bater palmas no portão
E o carteiro te entregar em mãos
Abra e leia com atenção
São palavras ditadas por meu coração
Que eu não digitei
Escrevi com a minha letra
Que se feia ou bonita
Irá falar por mim
Quando você, minha carta abrir
Leia, dê um beijo
Dobre e guarde com você
Quem mesmo distante
Te tráz tão perto
Tão dentro de mim


(Elian-25/05/2012)

Foi assim

Foi assim
Sem que eu esperasse
Numa manhã ensolarada
Se tinha sol, não lembro
Mas brilhou intenso
Dentro de mim
Quando despertei
E vi você...ali
E na sua mão
Uma flor
Um amor
Raízes
Entrelaçadas
Em dois corações
Que num abraço
Se beijaram
Se tocaram
Se sentiram
Se amaram
Se lá fora chovia
Ou sol fazia
Pouco importa

E foi tão bom
Que te peço outra vez
Me surpreenda pela manhã
Com o seu amor...em mim

(Elian-25/05/2012)

Só isso


Um jardim no passado


Se sonho ou realidade
Não sei dizer
Um rio, um gramado
Eu e você
Seu nome
Não sei dizer
Mas sei que era você
Memórias do passado
Não sei dizer
Mas no presente
É o meu querer
Num jardim distante
Não sei dizer
O local exato
Mas com você
Na noite alta
Fui arrastada
Até você
Para onde
Não sei dizer
Mas era lá
Que te encontrei
E na relva macia
Em seu colo deitei
Sua boca beijei
Seu cheiro senti
Com força te abracei
Seu nome não sei
Mas foi na minha cama
Que só...eu despertei

(Elian-25/05/2012)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

De olhos fechados


Pelas ruas da cidade
Na noite fria
Sem lua...escura
O mar quebrando nas pedras
É o barulho que escuto
Na brisa que sopra gelada
Onde anda o meu amor
A essa hora da madrugada
Dormindo talvez
Ou quem sabe pelas ruas
Noutro ponto da cidade
Do mar escuro e bravio
Só escuto e sinto
Meu rosto salpicado
Da brisa salgada
Que tráz lágrimas de saudades
Do amor moreno
Da lua clara
Dos olhos de estrelas
Que hoje se fecharam
Em meio a escuridão
Onde anda o meu amor
Pelas ruas da cidade
Dormindo em sua cama
E eu aqui...sonhando acordada


(Elian-24/05/2012)

Soneto dúbio


Entrelinhas subetendida
Dubiamente escritas
Não me deixam aproximar
Não sei o que estão a falar

Sei que em minha vida
Ainda é sentida
A solidão a maltratar
A dor...que não quer calar

Diga tão somente uma palavra
É você sem dúvida
Quem poderá dizer

Que seja em uma prosa ou numa trova
Que não seja numa súplica
Apenas que sou eu...venha me dizer

(Elian-24/05/2012)

A missão


Pouse em mim borboleta
E me faça fértil de sementes
Traga-me o pólem de outra flor
Semeia em mim o meu amor
Faça-me gerar semente
Antes do meu despetalar
Traga em suas finas patas
A minha continuação
Do amor plantado e semeado
No jardim da solidão
Ah linda borboleta
Leva contigo quando fores
O meu beijo adocicado
E diga ao meu amor
Que já me fertilizou
E agora esperamos
O nascer de uma nova flor
Diga que mesmo distante
A semente foi plantada
E que o nosso amor irá vingar
No solo que a acolherá
Quando ela desabrochar
Que seja ela uma mistura
De nossas cores e amor
E se sorte eu tiver
Verei ainda sem despetalar
O nascimento da nossa flor

(Nane-24/05/2012)


Seguindo


Na frente
Da corrente
Gente
Abrangente
Politicamente
Decente
Gente
Indigente
Demente
Obviamente
Maldizente
Indo em frente
Seguindo a corrente
Agradecidamente
Pelo aguardente
Na mente
Que não mente
Mas sente
No frio tão quente
Agradavelmente
Ser gente
Atraente
Na lente
Atonitamente
Cedente
Caprichosamente
À gente 
Da frente
Coerente
Bem diferente
Difusamente
Eticamente
Da gente 
Indigente
Sem mente
Seguindo rente

(Elian-24/05/2012)




A poesia


Palavra nenhuma vai dizer
Poema algum vai traduzir
Não tem como expressar
O amor que eu sinto por você

Mas se olhar nos meus olhos
Se ouvir meu coração
Ou o tremor das minhas mãos
Saberá qual a razão

Da minha voz que falha
Engasgada e soluçante
E do frio que me invade
Me deixando tonta e tola

Compreenderá enfim
O poder que tem em ti
De fazer voar
Sem me tirar do chão

Verá o quanto é grande
E impossível de medir
Vai muito além de mim
O tamanho desse amor

Eu queria muito uma poesia
Que expressasse o meu amor
Mas tal poesia eu não sei escrever
Só sentí-la dentro de mim

(Elian-24/05/2012)



Um dia nublado


Olhe bem além das nuvens
O sol está brilhando
Não importa a cerração
Ou mesmo o tempo nublado
O sol surgirá à qualquer instante
E brilhará de novo no céu
Trazendo consigo a sensação
Do calor que nos invade o coração
Não...não se deixe intimidar
Se as nuvens encobrem o sol
Logo um vento forte vai bater
E as espalhará pelo horizonte
Libertando o astro rei
Que tal qual numa ribalta
 Se exporá pleno e intenso
Nos lembrando que na vida
Existe um tempo de brilhar
E um outro de se guardar
Não maldigas as nuvens
Elas são o refresco encontrado
Para amenizar, quando preciso
O arrebatamento da nossa devoção
Que de tão intensa e forte
Por vezes nos faz passar da conta
Ao nos deixar, por ele hipnotizar
Não se deixe impressionar
Pelo dia acinzentado
Espere e aguarde
O sol já vai voltar...

(Elian-24/05/2012)



Pássaros de papel



Prisioneira de mim
Encarcerada em meus tormentos
Enclausurada num torpor
Querendo ir, sabendo que não vou

Mas a vida quis assim
Então uso meus momentos
De exclusão para compor
Detalhes da esperança que me restou

E solto ao vento minha liberdade
Em versos, prosas e poesias
Sou pássaro livre voando

Sobrevoo toda a cidade
Em papéis que levam a magia
Da vida em mim se renovando

(Elian-24/05/2012)

Boneca de pano


Queria ser assim
Uma boneca de pano
Sem vísceras e entranhas
Sem gostos nem sentimentos
Com um eterno sorriso nos lábios
Sem lágrimas escorrendo nos olhos...
Seria uma boneca de pano
Simpática e bonita
Não envelheceria nunca
Não morreria jamais
Não amaria ninguém
E seria muito amada...
E se por acaso um dia
Se cansassem de mim
E me relegassem à um baú
Onde as traças me consumiria
Fazendo de mim flocos de isopor
Eu não sentiria nenhuma dor
Ainda assim eu manteria
Nos lábios o meu sorriso
De boneca de pano
Sem vísceras e sem entranhas

(Elian-24/05/2012)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Alusão


Eu quero você
Do jeito que for
Sem meias verdades
Sem falsas vontades
Despudorando seus desejos
De animal no cio
De corpo inteiro
Te quero porque te quero
Sem nenhuma culpa
Com muito tesão
No toque de suas mãos
Na sede da sua boca
Saciada no meu corpo
Arrepiado de prazer
Com frio e calor
Cada vez que sente o amor
O invadindo sem pudor
Te quero assim completo
Corpo e alma numa alusão
De amor e paixão
Sem falsa ilusão
E sem nenhuma renunciação
Te quero apenas por querer
Eternamente te querer...

(Elian-23/05/2012)

Ecos de você


Ouço seu nome o tempo inteiro
Um eco que vem de dentro
Sou eu quem te chamo
É meu corpo quem fala
Meu coração que grita
Seu nome, seu nome seu nome...

Ecoa em meus ouvidos
Na mais perfeita harmonia
Em forma de canção
Ritmada por meu coração
Que bate em sinfonia
Regida pelo maestro
Do meu amor maior...

Ecoa em todo o meu ser
Seu nome sem cessar
Que me embala no anoitecer
virando sonhos no meu adormecer...

Trazendo alegria ao alvorecer
Quando ecoa forte em meu despertar
Seu nome em mim ecoa todo dia
E me inspira a te fazer...poesia

(Elian-23/05/2012)






Um céu a nossa espera


Diz pra mim o que eu quero ouvir
Deixa falar seu coração
Não me afaste de você
Diga o que eu quero ouvir...
Não mande recado não
Se não pode vir à mim
Escreva o que eu quero ler
E nada deverá se perder...
Te vejo triste
Querendo deixar sair
Palavras que insistes em não dizer
Mas que deixa transparecer
Nas entrelinhas...
Nunca fui embora
Sempre estive aqui
Mas se você não me der a mão
Vai sim perder meu coração...
Eu te espero com ansiedade
Venho todo dia matar minha saudade
Mas existe uma realidade
Que me afasta sem piedade...
Vou aguardar mais um pouco
Esperar sua decisão
Só não demore muito
Senão poderá ser muito tarde...
Não deixe passar o nosso tempo
Tem um céu lá fora nos esperando
Uma história que não se acabou
Mas que pode se perder...

(Elian-23/05/2012)


terça-feira, 22 de maio de 2012

POEMA PARA NANE



quem és tu

mulher despudorada
que trazes a alma desnuda
e o corpo sem vestes

quem és tu

que ousas a liberdade
com a desenvoltura
de um pássaro em pleno voo

quem és tu
que fizeste do verso
a libertação da entranha aflita

quem és tu
que zombas dos olhares
atentos e inquisitores
dos poetas e dos doutores

quem és tu
ó fêmea andarilha
senhora de tantos castelos
múltipla numa só

quem és tu
que mesmo morena
garoa e garota
não és de Ipanema

quem és tu
criatura sem pudor
para tentar os destinos
tão cheios de horror

és quem escreve sem pena
tendo o sangue por tinta

és quem empresta o coração
sem cobrar a eventual arritmia

és quem acolhe o poeta no silêncio
sabendo que nele por vezes palavras são escassas

és a poesia inteira
inda quando quebras e se despedaças

és
simples
e
somente
o que
és

(Orlando Bona Filho)


15/05/2012

A pipa e o menino


O livro estava tão "embolorado"
Que espirrei quando o abri
Cheirava à mofo...
Estava até um pouco esverdeado
Mas a magia se fez..
O sol se abriu e coloriu as suas páginas
Quase que imediatamente
E lá dentro eu vi...
Um menino empinando pipa
No meio do gramado
Sentei-me no banquinho
Sob a antiga luminária
E fui lendo aos poucos
Me deixando encantar
E da história...participar
A pipa rebolosa
Cortava em "dibicos" o ar
Fazendo a rabiola dançar
E o menino vibrar...
Os raios do sol o atrapalhava
À pipa enxergar
Mas o danado do menino
Sabia "dibicar"
Corria pra lá e pra cá
E quase saía das páginas
O livro era encantado
E apenas esperava
Ser aberto por alguém...
Agora já não estava "embolorado"
Deixei-o no banquinho da esquina
Na esperança de que outro alguém
Abra-o e leia-o também
Libertando a pipa e o menino
Que em mim virou poesia
Dessa magia que é a leitura

(Elian-25/05/2012)

Pássaro sem asa


Sou dona do meu nariz
Pensei na minha arrogância
Mas o destino me atou
Mostrando quem é que manda

Quis voar sem direção
Cruzar mares e montanhas
Desbravar caminhos no infinito
Mas restou-me só um contido grito

Sou pássaro sem asas
Que voa só na mente
E pousa num mesmo lugar
De onde meu voo...não se fará

De todos os sonhos que sonhei
Por todos os lugares que passei
Entre tantas pessoas com quem falei
Restou apenas a mais doce imaginação

Sou animal aprisionado
Sem sair do meu lugar
O que seria de mim
Se eu não soubesse (?) rabiscar

Ganho o mundo e vou além
Nas letras que embaralho
E só percebo que o tempo passa
Ao ver no espelho...
Os meus cabelos grisalhos

(Elian-25/05/2012)

Três amantes


Deita o sol no horizonte
Ruborizando o mar aberto
Que o espera sem pressa
Num gemido sibilante
Como dois amantes...
O mar...esse inconstante
Que segrega seus amores
Em noite e dia
Fazendo deles
Eternas poesias...
Mal se pôs o sol
E ele se entrega à lua
Prateando sem pudor
Refletindo seu amor
No espelho das marolas
Que serenam ante o brilho
Da amante que intua
No crepúsculo do alvorecer
O desejo libidinal
Do beijo matinal
Quando da sua entrega...total


(Elian-22/05/2012)

Haicai

No teu abraço


Abra os teus braços
E acolha-me no teu abraço
Me faça sentir segura
No calor do corpo teu
Me abriga no teu aconchego
Com a tua força suave
Que me aperta o necessário
Para que me invada a tua paz
Me deixe descansar
No pulsar do teu coração
Que é pra mim canção
Embalando minha emoção
Se encaixe no meu abraço
Se deixe me sentir
Se deixe seduzir
Pelo meu calor
Que te invade de amor
E me faz sentir a força
De protegida e protetora
Por saber que te abraço
No mesmo instante 
Em que me abraças
E ocupamos enfim
Um só espaço...nesse abraço

(Elian-22/05/2012)


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Parábolas

Jogo de palavras
Golpes de vistas
Eu vejo o que não existe
Parábolas não entendidas
Eu falo nas entrelinhas
Tenho olhos de ver
Sei ler para entender
Interpreto o que vi
Ou vejo o que senti
Sou dona de mim
Penso o que me vem na mente
Vejo o que mais ninguém vê
E sinto o que está dentro de mim
No pensamento sou livre
E vou onde quiser
Faço da reta circunferência
De segurança carência
Do nada o tudo
De tudo ...o nada
Escrevo o que não vi
Mas que bem profundo senti
Num jogo de palavras
Que me faz viajar
E sinceramente acreditar
Em tudo o que escrevi
Sem medo de mentir
Por saber que o que vi
Era o que estava...dentro de mim


(Elian-21/05/2012)

Sina de retirante


Vou-me embora desse chão
Onde estão minhas raízes
Levo em meu fardo
Um par de roupas pra trocar
Quando o sol e a poeira
Emporcalhar a que eu visto
Carrego comigo a minha honra
De ter tentado e não conseguido
Viver na terra que nasci
Levo no peito a tristeza
Do desencanto que sofri
Ao ter que daqui, partir
Vou para um lugar distante
Bem pra lá adiante
Cumprindo a minha sina de retirante
Que busca no solo abundante
Das terras de outros semelhantes
A sobrevivência com dignidade
Fazendo adormecer minhas saudades
Do chão que me viu crescer
Mas que por força do destino
Nem à mim nem aos meus meninos
Irá nos ver...morrer

(Elian-21/05/2012)



Nua


Nua...
Sem véu nenhum
Exposta e aberta
Querendo tudo
Do que sempre fugi
Por medos e pudores
De me dar à vida
Agora estou nua...
Chamando pra mim
O que deixei partir
Sem experimentar
Por medo de sucumbir
E aos prazeres da vida 
Me entregar
Nua e crua...
Sem nenhuma culpa
Sem com mais nada me importar
Querendo somente
O direito de me dar
O prazer contido em mim
Por tanto tempo adormecido
Agora nua...
Vejo meu mundo repleto
Não só de sexo
São tantas as mudanças
Que me visto de esperança
E me dispo por completo
Dos pudores enrustidos
Na metáfora de um vestido
Que retiro e fico
Nua...


(Elian-21/05/2012)

O tempo e a flor


O tempo mora em nós
E por séculos nos uniu
Fez de nós dois, um só
Tal qual pétalas de uma só flor
Nos uniu de forma tal
Que mesmo caminhando
Por estradas diversas
Acabamos nos cruzando
Nos reencontrando...
Somos sim um só
Em dois corpos distintos
Essências de um mesmo amor
Errantes numa só dor
Em busca de uma redenção
Que se fará em nossos corações...
Somos seres irmanados
Num amor universal
Que nada e nem ninguém
Poderá afastar
Além de nós mesmos
Errantes no destino
Que traçamos 
E nem sempre cumprimos...
O tempo há de nos unir
De nos fazer compreender
Que eu não sou nada sem você
E você...nasceu só para mim


(Elian-21/05/2012)

sábado, 19 de maio de 2012

Torrente de lágrimas


E daí se chorei...
Te vi pela primeira vez
Não aguentei...chorei
Derramei lágrimas 
Que não sei dizer
Tinham um gosto estranho
De felicidade
De medo
De coragem
De novo
De neto...
Chorei sim
E meu rosto se desfigurou
Nos olhos avermelhados
Que viram e reviram
Um flash back misturado
De presente e passado
Esperando num futuro
Um homem digno formado
Enquanto enxergavam
Num berçário...um bebê
Frágil e tão imenso
Chorei o choro das avós
Que se sentem continuar
Na vida de quem nasce
Das entranhas de sua alma
Sem por um momento me importar
Com a minha face
Desfigurada pelas lágrimas
Que jorraram nos meus olhos
Mas com nascente no coração...
Chorei naquele momento
Em que vi minha continuação
Pulsando e se debatendo
Com força e determinação
De um grande (e futuro) cidadão

(Elian-19/05/2012)




O seu diário


Escreva em mim
Os seus segredos 
Serei seu diário
Guardarei em mim
Cada palavra que disseres
Cada sentimento que expressares
Cada sonho que sonhares
Deixarei gravado em mim
As decepções que tiveres
As alegrias vividas
As paixões descabidas
Os amores proibidos
Os desejos escondidos
As vontades contidas
Perdidas no tempo
Escreva em mim
Tudo o que quiseres
Sem nada limitar
Sem nada perder
Guardarei a sete chaves
Os momentos que me confiares
Para que quando, um dia
Resolveres me abrir
Se veja integralmente
Dentro de mim...

(Elian-19/05/2012)

Yin e Yang

 "Porque as pessoas
idealizam a si mesmas
e passam a crer que
o EU idealizado é o
conhecimento de
si mesmas."

(A. Emerich)






Eu sou
Eu fui 
Eu sei
Eu tudo
Na real, eu nada...
O que sei de mim
Não sei
Pensei saber
Me conhecer 
Mas nada sei
Me idealizei
E não me apresentei
Tenho atos e ações
Gestos e palavras
Sentimentos e vontades

Que nunca pensei
Pudesse ter
Faço coisas que não faria
Se fosse eu, de fato eu
A pessoa que conheço
E acreditava ser eu...
Idealizei o que eu queria ser
Na essência do meu ser
E descobri que para me conhecer
Não basta o meu querer
Sou céu
Sou terra
Sou parte da humanidade
Meu Yin e meu yang
Tanta estrada para rodar
Tanta coisa para aprender
Tanto eu...para conhecer
Eu sou
Muito do que não sei 
Ou nada...do que pensei

(Elian-19/05/22012)
 
 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Poesia em tela fria


Rabisco...
Sentada na frente de uma tela
Sem saber o que rabiscar
Procurando inspiração
Juntando palavra com palavra
Formando frases sem sentido
Gestando percepção
Procurando sensação
Até cuspir escarrado
Um poema rabiscado
A tela fria... está vazia
Letra por letra
Vou rabiscando
Eu sei que haverá de surgir
Algo que faça sentido
Talvez uma poesia
 Eu sozinha
Sem ninguém
Sem um amor
Lá fora
A noite linda
Aqui...gerando um poema
Parindo sem contração
Na dor suprema
Que me invade o coração
Na mais completa solidão
O choro na tela fria
Me diz que fiz uma poesia
Que nem eu mesma sei dizer
Se foi pra mim...ou pra você

(El.ian-18/05/2012)