quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Fera ferida

Tolhestes meus sonhos
Sem piedade nenhuma
Endurecestes sentimentos
Que por ti afloraram um dia

Fizestes de mim pedra fria
Que jaz sem nada mais sentir
Nem mesmo mágoa restou
Ficou apenas o desamor

Hoje sou fera no cio
Que vai com qualquer um
Rabiscar arroubos de amor
Creio que nunca mais eu vou

Prefiro falar da morte
E quando eu falar de flor
Será por conta de um velório
Onde rimarei com dor

Matastes todos os meus sonhos
E eu matei meus rabiscos
Agora são lúgubres escritos
Que fingem serem poesias

Matastes os meus sonhos
E um pouco me matastes também
Mas deixastes em meu lugar
A fera ferida e sem rédeas

(Nane-21/12/2011)


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