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sábado, 29 de maio de 2010
Prisão cibernética
Lembranças que minha mente me trouxe
Do tempo que corria solta na rua
Sem preocupação com contas a pagar
Ou com o que o filho veio aprontar
Brincava serelepe sem medo
Tinha o orgulho da força no muque
E se um maior me afrontasse
Eram tantos meus irmãos...ele tremia
Pobre dos mais novos e menores
Que eu explorava e os fazia escravos
Sob a ameaça de surras homéricas
Cumpriam meus desejos e ordens
Os piques na rua nas noites d'infância
Eu nunca me deixava colar ou queimar
E se acontecesse, roubava e pronto
Era inocente e não sabia
Levava a vida sem problemas
Sem imaginar o que viria
Apenas era feliz e não sabia
Que aquilo era tudo o que eu queria
Ah crianças tolas as de hoje
Que não sobem nas árvores de fruta
Não jogam queimadas nem pique bandeira
São crianças informatizadas e com celular
A minha infância ficou prá trás
Mas minha criança perdura em mim
Pobres crianças de hoje
Presas num pequeno universo sem fim...
(Nane-29/05/2010)
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