segunda-feira, 31 de maio de 2010

Otelo


Maldito ciúmes que me persegue
E que me cega e faz perder a razão
Basta apenas uma dúvida plantar
Para eu perder a noção de tudo
Sou Otelo em franca crise
E mato o meu amor por muito pouco
Ciúmes que me faz envenenar
E tal qual Romeu beber o líquido fatídico
Me deixo morrer no veneno infernal
De quem sequer importância tem
Mas o mal que cega me abraçou
E só te vejo cercado de amores
Luxúria que me queima a alma doentia
Porque não vem amenizar as minhas dores
Me declamando o seu amor
Jurando a sua fidelidade
Porque não salva o meu querer
E manda embora as garras que te agarram
Sou louca por você...
Não deixa isso se perder
Porque ninguém vai ter por ti esse querer
Sou eu o seu maior querer
Independente do que você possa ser
Independente se por você...eu vou morrer

(Nane-31/05/2010)


Preciso


Preciso de você
A cada minuto da minha vida
Por onde eu ando te levo comigo
E te respiro em cada suspiro

Te vejo em cada lugar que vou
E sinto seu cheiro a cada brisa que sopra
Se olho o horizonte, lá está você
E se fecho os olhos, você não se acabou

É...eu preciso de você
Assim do jeito que é
Sem nada para me oferecer
Apenas preciso ter você

Te quero sem saber se vou te ter
É só meu jeito de te querer
Amor, paixão, não sei dizer
No fundo só sei é te querer

Vem ficar comigo então
Deixa para trás a certeza de ser certo
Vem me fazer viver essa paixão
Só preciso ter você por perto

Preciso não dormir
Para não ter que acordar
Preciso te sentir
Preciso te amar....

(Nane-31/05/2010)

Querer perdido


De tudo o que eu fiz
Pouca coisa me arrependo
Talvez mais do que não fiz
E que por isso acabei nunca sabendo

Das coisas que vivi
Vou levar comigo o que senti
E das que deixei de fazer
O sentimento de perder

De tudo o que falei
Ficará em meus ouvidos o som
De tudo o que calei
Restou-me baixar o tom

Por onde eu passei
Levei comigo a emoção
E se por algum lugar não caminhei
Meus rastros se perderam em vão

E os amores que amei
Estarão comigo em meu corpo
E em cada boca que beijei
Ficará em mim dessa saliva um pouco

E de tudo o que eu quero
Não sei se posso ter
Talvez o que mais espero
Fosse só um pouco de você

E onde quer que eu vá
Ou o que quer que faça
Vou sempre desejar
Um pouco com você estar

Porque de tudo o que eu quero
É tão pouco o que posso
Meu desejo é sincero
E só quero o que não posso...

(Nane-31/05/2010)



Emudecendo


Queria não falar da fome
Mas impossível deixar de falar
Queria não falar de drogas
Mas é ela quem domina a juventude
Queria não ter que falar da dor
Mas como se é mais presente que o amor...
Queria não falar da infelicidade
Mas como se a felicidade nunca está presente...
Queria falar de flores
Mas o que mais prevalece são as dores
Queria que minha poesia fosse alegre
Mas é só a tristeza que acontece
Talvez eu deva não mais escrever
Quem sabe assim isso me faça esquecer
De dores e sofrimentos
Mágoas e sentimentos
Verdades e lamentos....
Não queria falar de nada

(Nane-31/05/2010)


Semente


Olhar dentro de tudo
E enxergar o que ninguém mais vê
Visão diferenciada do mundo
Talvez assim devesse sempre ser

Olhar seu amigo como irmão
E o inimigo como amigo
Ver beleza e dar perdão
Ter a paz sempre consigo

SEntir prazer num abraçar
Sem com quem, se preocupar
Olhar para dentro e enxergar
Que a beleza só há para quem sabe olhar

Fazer do mal a força do bem
E deixar para tráz o que ele tem
O mal é só uma luz que se apagou
E ao bem resta apenas dizer que ele se acabou

Basta apenas saber olhar
E enxergar o interior
É só questão de saber amar
É só saber semear o amor

(Nane-31/05/2010)

A espreita


Sou eu quem venho te ver
Ainda que tu não o saibas
Venho todo dia te ver
Mas minha voz na garganta se cala

Fico a te espreitar
No silêncio do meu amor
Apenas a te vigiar
Olhando-te com meu ardor

E sofrendo se vejo mais alguém
A rondar-te sem pudor
A moça bonita será quem?
Será que sente o seu calor?

Te olho do meu esconderijo
E te namoro todo dia
Meu olhar nunca te dirijo
Mas não sou eu quem te assedia

Coragem é o que me falta
Te ouvir me dizer não
É uma dúvida que me maltrata
É minha sina a solidão

Vou ficar aqui a te olhar
Espreitando seu rosto lindo
Vou ficar aqui a te amar
Platonicamente...mas nunca findo

(Nane-31/05/2010)





Final de outono


As folhas do outono estão caindo
O inverno se aproxima
O caminho está forrado de folhas
O frio se anuncia sem cerimônia

Lá fora o vento sopra brando
A sensação é de que corta-me a pele
As flores estão entristecidas
Perderam seu viço e colorido

Final do outono
Inverno que chega
Alma melancólica
Tempo de recolher

Não é ser triste
É só uma solidão exposta
Um frio que vem de dentro
É o frio que faz lá fora

É um quê do inverno interior
O outono deixando suas histórias
Uma falta de calor
É só o inverno se aproximando

Vou varrer o meu quintal
Isso ajuda a aquecer
Juntar as folhas que caem
Isso, da melancolia, me fará esquecer...

(Nane-31/05/2010)

domingo, 30 de maio de 2010

Jogo de palavras


A poesia nem sempre agrada
As vezes ela machuca a quem lê
E mesmo a quem escreve também
A poesia as vezes se torna má

Tem gente que se sente incomodada
Com as lembranças que na mente vem
E se deixam levar para daqui além
Revivem coisas que viveram por lá

E o poeta que escreve então
As vezes se entrega de tal maneira
Que machuca seu próprio coração
E chora as vezes por besteira

A poesia nem sempre é bonita
Desperta sentimentos tão diversos
As vezes as palavras são queridas
E em outras os versos são perversos

Poesia enfim é assim
Um jogo de palavras
Mexendo com a imaginação
Palavras...palavras...palavras...

(Nane-30/05/2010)

sábado, 29 de maio de 2010

Me tira para dançar




Hoje nesse bar
Eu quero música escutar
Dançar nos braços teus
Num abraço forte dos teus braços
Me deixar levar pelos acordes
E beber na tua boca
O beijo que a canção
Decanta com paixão
Valsar sentindo o ardor
Do teu corpo colado ao meu
Me embalar na sinfonia
Até o dia amanhecer
Levada sempre por você
E quando finalmente
Os acordes se findarem
Me entregar aos teus desejos
No ninho em que me designares
Exauridos e suados
Adormeceremos ao raiar do dia...

(Nane-29/05/2010)

Solitária


Estou sozinha...
Queria só uma companhia
Não que necessariamente me fizesse amor
Mas que me trouxesse uma flor...

Queria passear de mãos dadas com ele
Pelo frio da noite escura
Me sentir reconfortada nos seus braços
Frágil e mulher amada...

Sentar numa pracinha
E comprar pipoca quentinha
Falar insanidades sem maldades
E achar bonito suas gracinhas

Hoje eu só queria um namorado
Que me levasse ao cinema
Ver qual filme nem importaria
Só fingir que dos seus beijos fugiria

Mas estou sozinha hoje
Ele não veio e nem virá
Quem sabe se um dia
Ele não me encontrará...

(Nane-29/05/2010)



Prisão cibernética


Lembranças que minha mente me trouxe
Do tempo que corria solta na rua
Sem preocupação com contas a pagar
Ou com o que o filho veio aprontar

Brincava serelepe sem medo
Tinha o orgulho da força no muque
E se um maior me afrontasse
Eram tantos meus irmãos...ele tremia

Pobre dos mais novos e menores
Que eu explorava e os fazia escravos
Sob a ameaça de surras homéricas
Cumpriam meus desejos e ordens

Os piques na rua nas noites d'infância
Eu nunca me deixava colar ou queimar
E se acontecesse, roubava e pronto
Era inocente e não sabia

Levava a vida sem problemas
Sem imaginar o que viria
Apenas era feliz e não sabia
Que aquilo era tudo o que eu queria

Ah crianças tolas as de hoje
Que não sobem nas árvores de fruta
Não jogam queimadas nem pique bandeira
São crianças informatizadas e com celular

A minha infância ficou prá trás
Mas minha criança perdura em mim
Pobres crianças de hoje
Presas num pequeno universo sem fim...

(Nane-29/05/2010)

Nascimento de um nova


Buraco Negro
Explosão cósmica
Estrela que morre
Mundo que nasce
Amebas que nadam
Formas que se formam
Seres que surgem
Vida que desabrocha
Homem que chega
Trazendo a mulher
Que forma a família
É núcleo do átomo
Da vida social
Que joga na lama
A vida marginal
De quem não vive legal
Os íons faíscam
Não se entendem
É mais com mais
E menos com menos
Nunca se encontram
O menos com o mais
Se rejeitam
Genoma, quem sabe
Não muda isso
O pobre e o rico
O preto e o branco
É foto antiga
É coisa perdida
Cuidado com o planeta
É só uma estrela
Que pode explodir
Que pode dar início
A tudo de novo...

(Nane-29/05/2010)

Saudades



Saudades que sinto e não sei de quem
Nem mesmo do que saberia eu dizer
Saudades de quem não vem
Saudades que no peito faz doer

Saudades de quem partiu para não mais voltar
E de quem ficou, mas não vem me ver
Saudades des vozes que se fizeram calar
E de quem não tem nada a me dizer

Saudades do que passou
E do que nunca aconteceu
Saudades por saber do que se acabou
E do que no tempo se perdeu

Saudades dos momentos que vivemos
E mais einda do que devia ter vivido
Saudades das pessoas que tivemos
E daquilo que por orgulho foi perdido

Saudades de tudo um pouco
Saudades de uma realidade
Das fantasias de um louco
Saudades...só saudades

(Nane-29/05/2010)

Era um jardim


Tarde fria melancólica
Corre mansa com demora
O sábado vai passando sem pressa
Logo o domingo vai chegar
Preciso cuidar do meu jardim
Ele sente falta de mim
Minhas flores estão murchando
E o mato alto delas se acercando
As borboletas se afastaram
Não voam mais por aqui
Meu jardim anda triste
Sente saudades de mim
As rosas que enfeitavam o caminho
Perderam suas cores
Dálias e jasmins
Não sorriem mais para mim
Apenas o mato cresce forte
Dão um aspecto de abandono
Em meu outrora lindo jardim
As flores do jardim da minha casa
Morreran todas com saudades...de mim

(Nane-29/05/2010)

Ruas vazias


Vou passando devagar pela cidade
Vazia no final de semana
Os carros descansam nas garagens
As ruas não tem o corre corre
Poucas são as pessoas que as cruzam
Na maioria mendigos que moram nelas
São seres alijados...
Ou que se alijaram
Os prédios estão fechados
As madames nas mansões
Não desfilam suas vestimentas de griffe
Os homens enternados estão de camiseta
É folga para eles
Esquecem seus problemas semanais
A cidade está sem pressa...
Cachorros atravessam a avenida
Procuram comida no lixo
Mas brigam e rosnam com rivais
São os mendigos quem prevalecem
Pobres cães...vão passar fome
Detestam os finais de semana...

(Nane-29/05/2010)

Almoço em família


A mesa nem é tão farta
Mas todos estão presentes
A mãe e o pai...a criançada
Confusão de vozes múltiplas
É um que grita a mãe
Por um bocado de feijão
O outro quer mais frango...não tem
A mãe corre enlouquecida
O pequenino quer mamar
Encosta seu prato na mesa
O peito vai ser sugado
O pai come sossegado
É patriarca, não se ateem a criançada
Os mais velhos discutem por nada
Cascudos nos menores
Quem mandou virem depois...
Agora eu volto ao presente
Saudades daquele tempo
De todos reunidos
A mesa está quase vazia
O patriarca já se foi
Algumas daquelas crianças também
E quem ficou...se afastou
A mãe segue envelhecida e...
Enlouquecida
Agora pelo vazio...silêncio
É só mais um almoço em família

(Nane-29/05/2010)

No colo de Deus


Sábado de sol frio...
Na beira do mar a brisa sopra
As águas estão bravias
O vento leva embora meus pensamentos
Que se deixam ir rumo a um horizonte
Além daqui, além de mim...
Olho a fumaça das ondas que se quebram nas pedras
Parecem fumar num mar de dúvidas
Se confundem com a fumaça que produzo
Serão meus olhos cansados e sem óculos?
Não...o mar está fumegando...de frio
Não tem banhistas hoje aqui
Crianças não correm na areia
Não está silêncio...
Mas só ouço os queixumes do mar...bravio
Que se lança nas pedras esculpindo suas marcas
Pagadas na areia só as minhas
Ou será que alguém me carrega no colo...
É...pode ser que eu esteja no colo de Deus

(Nane-29/05/2010)

Insônia




Hoje a noite tá fria
E eu sem você...no frio da noite
Fecho os olhos e sinto seu abraço
Teu cheiro enebria minha mente
Teus braços me prende num abraço
Te sinto sem ter você aqui...
É só delírio da minha vontade
É só imaginação do meu querer...
A luz da lua me convida ao sonho
E eu corro para você
Que me espera de braços abertos
Com um sorriso largo no rosto
E um beijo nos lábios que tanto desejo
Porque não me faz feliz assim...
Ando tão cansada de sonhos
Só os tenho para não me deixar deprimir
Por não conseguir tirar você de mim
Mas um dia há de chegar
Que eu hei de resolver isso
Ou te esqueço e te arranco daqui
E ponho outro em seu lugar
Ou te ganho e vou ser feliz
Ah....noites frias e de insônia....

(Nane-29/05/2010)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Coletâneas


"O mexeriqueiro se entrega sempre, porque
a mexerica tem um cheiro revelador."

"O cara saca paca é só uma maneira de dizer
que ele entende do assunto."

"A lua não passa de uma cratera imensa
que atrai os namorados, a maré e os poetas.
Mas se o seu rosto ou o seu corpo tiver um
mínimo de crateras, não espere atrair nada."

"Eu nunca escrevo para agradar ninguém,
até porque sei que as pessoas, na sua
maioria sequer leem o que escrevo. Então
escrevo só o que eu gostaria de ler."

"Sou egocêntrica sim, e daí? Não é
porque sou pobre que não posso ser besta
também?"

"Eu me entrego inteira numa relação.
Seja ela de que tipo for, se com amigos,
com família, com o companheiro, seja como
for o importante é que seja por amor."

"Eu estava jardineira das minhas flores
mas a escrita me pegou e virei rabiscadora
de palavras. Só não sabia que os espinhos
também estavam aqui..."

"Numa mesa de bar é sempre onde as pessoas
se soltam e falam sem tantas reservas.
Ainda mais depois de alguns chopps..."

"As vezes nos acostumamos tanto com alguém que
chegamos mesmo a achar que ela seja imprescindível.
Mas no fundo apenas nos habituamos e temos medo mesmo
é da falta que possamos sentir, não da falta que a
pessoa nos fará."

(Nane)

(Nane-28/05/2010)

A visita


Ele chegou de mansinho...
Me perguntou como eu estava
Se estava feliz ou triste
Ou ao menos satisfeita

Um sujeito que surgiu do nada
Mas que brilhava como nenhum outro
Um olhar que eu não soube definir
Nem a cor e nem mesmo a intensidade

Me abraçou sem nenhuma cerimônia
Me aninhou em teus braços calorosos
Me alisou os cabelos como minha mãe fazia
Sorriu prá mim com pérolas brilhantes

Me disse que era meu irmão
E que só veio me proteger
Cobriu-me de atenção
E me fez adormecer

Logo que despertei ao amanhecer
Meu pensamento foi que estava a sonhar
Mas seu perfume ainda estava lá
Sua presença forte e doce se mantinha

Olhei o céu pela janela
Lembrei do seu sorriso tão bonito
Me senti reconfortada e querida
Foi Jesus quem veio me visitar

(Nane-28/05/2010)

Morrer




Morrer é subjetivo
Morro um pouco a cada dia
E a todo momento morro e renasço
Preciso morrer para renascer
Morro se choro de tristeza
E renasço no gargalhar sincero
Morro a cada despedida
Para renascer a cada reencontro
Morro em cada lágrima derramada
E renasço no seu sorriso
E se a dor me faz morrer
O prazer me faz reviver
Morro a cada noite que chega
Para renascer no alvorecer do dia
Morro quando adormeço
E meu acordar é o meu renascer
Morrer é tão subjetivo
E se deixar de ser
Então não mais renascerei
Não aqui....

(Nane-28/05/2010)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A peça


A ribalta se ilumina e os atores entram em cena
A peça é triste e fala da morte
Os atores se debulham em lágrimas
A platéia assiste atônita
Aplaudem, choram também
Alguns sorriem debochados
A mãe perde o filho para as drogas
O pai se conforta na bebida
Se entrega como o filho
Numa droga de líquido
O traficante ameaça os pais
A polícia não vai interferir
O emprego do pai se perde no fundo do copo
A mãe já não liga para nada
Se deprime sem seu fruto do ventre
A trilha sonora é um rapper pesado
A luz agora é fosca
Só deixa ver o sangue que jorra
Do corpo estendido nos braços da mãe
Os atores se debulham...o surdo toca ao fundo
A peça é tensa
É triste e verdadeira
As horas se passam lentamente
O teatro ja fechou as cortinas
Não há mais público
Só os atores ficaram
Na grande ribalta da vida...

(Nane-27/05/2010)



Do outro lado


Encontrei alguém do outro lado
Que me olhou com a ar de assustado
Talvez por ver as rugas no meu rosto
Ou mesmo os cabelos brancos sem pintura
Ela me olhou como se me medisse de cima em baixo
E parece não ter gostado do que viu
Não criticou...
Mas no seu olhar havia uma decepção
Como se fora eu a culpada
Vi toda uma carga de emoção
No olhar furtivo que me lançou
Até as lágrimas deixou cair
Não sei se por piedade
Ou se apenas divagação
O fato é que chorou ao me olhar
Por um momento eu a odiei
Não sou digna da pena de ninguém
Sou bem mais forte do que ela pensa
Mereço mais consideração
Mas o peso do seu olhar me incomodou
E eu desviei do seu o meu
Sem muita convicção
A hora de sair se fez...
Sem muita coragem eu saí do quarto
Não sem antes quebrar aquele...espelho

(Nane-27/05/2010)

É uma porta


Hoje fechei mais uma porta na minha vida
Aliás nossas vidas são feitas de portas
Umas que se abrem e outras que se fecham
Dizem que Deus quando fecha uma, abre uma janela
Mas eu nunca procuro a janela para olhar
E se fecho a porta...prefiro não voltar
Abro logo uma que dá para outro lugar
Vislumbro novos horizontes...
A porta que se fechou eu mando lacrar
Se deixo rastros que me levem a ela
Procuro apagá-los como a maré na areia
Realmente não quero mais voltar
A porta se fechou, então tudo se acabou
A maçaneta é retirada e ela não se abre mais
Foi um caminho sem volta que ficou
Mas a outra porta se abriu
E tento recomeçar um caminho mais bonito
Enfeito esse caminho com flores
Tento andar por sobre nuvens
Fazer dele uma longa caminhada de emoções
Encontrar pessoas com as mesmas intenções
Caminhar de mãos dadas e felizes
Como sempre deveria ser
E se por acaso nesse caminho
As pedras aparecerem novamente
Não me importa...
Eu fecho a porta

(Nane-27/05/2010)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Síntese de tudo


Sou síntese de Deus
Amo, sofro e choro
Rio, canto e falo
Sou síntese do amor
Me exponho, me firo, me rasgo
Me encanto, me extasio, me embriago
Sou síntese da vida
Que olho, que passo, que luto
Que brilho, que sorrio, que faço
Sou síntese da canção
Que lamenta, entristece e faz doer
Que mata as saudades, embala e baila
Sou síntese do mar
Que enraivece, afoga e invade
Que recebe, doa e acolhe
Sou síntese da mata
Escondo, uivo e assusto
Mas abrigo, me desfaço, me doou
Sou síntese da serpente
E pico, fujo e rastejo
Mas dou meu soro, meu coro, meu todo
Sou síntese de mim mesma
Exclamo, interrogo e ponto
Sou o que restou da síntese

(Nane-25/05/2010)


O tesouro da sorte


A sorte que me sorriu
Passou por mim e quis ficar
Me disse que dinheiro ela nunca viu
Mas com amizade veio me brindar

Me trouxe alguns amigos de valor
Me permitiu um bem querer
E mesmo na tela de um computador
Me trouxe amigos que enfeitam o meu viver

Hoje sou nada sem eles
E se me faltam, eu morro
A sorte me deixou de presente
O carinho que por mim eles sentem

E tolamente a sorte se desculpou
Por não me trazer coisa de "valor"
Mal sabia que o que ela me deixou
è o tesouro que me preenche de calor

São amigos que amo de paixão
E que posso sentir e mesmo ver
São pessoas que moram no meu coração
E que comigo para sempre vão viver

Obrigada minha sorte
Por cada amigo que ganhei
Gente linda, gente forte
Amigos com quem sempre sonhei

(Nane-25/05/2010)

Expelido


Olhei para dentro de mim e vi você
Mas jurava que já o tinha esquecido
Percebi que quanto mais tento te afastar de mim
Mais te cultivo no meu interior
Te tirei arrastado do meu ser
Rasguei minhas vísceras para te arrancar daqui
Fiquei totalmente dilacerada
E achei mesmo que te esqueci
Agora...olho para dentro de mim
E te vejo no cantinho que sempre foi seu
Não tenho mais o que fazer
Já me estraçalhei inteira
Já sangrei ao te expulsar de mim
Aprendi que não posso te expelir
Você está em mim
Só não sei se eu estou em você...assim

{Nane-25/05/2010)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Meu reflexo


Me vi refletida na água
Disforme e em movimentos
Um remoinho de círculos comigo dentro
Bailando nas águas do rio
Uma pedrinha me fez sumir
Para mais tarde retornar no espelho
A lua então entrou na água também
E me fez prateada nos círculos formados
Eu e lua...na água
Faltou você...amado meu
Que foi tragado pelas profundezas
Dos sentimentos que te rondou
Me deixou sozinha com a lua
No meio do rio de águas claras
Me olho lá dentro e te vejo ao lado meu
Mas você é só o reflexo da minha lembrança
Oásis de areia nas águas do rio
Miragem que a pedrinha leva embora
Agora as estrelas aparecem também
Parecem lágrimas que caem no rio
Parecem que choram por mim e por você
São gotas brilhantes da noite
São reflexos da minha imaginação
As águas do rio são doce
O meu amor afogou-se nas águas do rio...

(Nane-25/05/2010)

Pobre ricos


A pobreza tem endereço certo
E não é no meu cafofo
Que sem nada é bonito
É alegre...descontraído

Lá adiante tem um castelo
Com caminhos por pedras enfeitado
Dizem serem elas preciosas
É um castelo por muitas luzes iluminado

Todo dia eu vou para o mercado
Trocar as verduras que eu planto
Por um punhado de grão e um pedaço de pão
Vou sorrindo e entoando sempre uma canção

Passo em frente ao castelo
Admiro a sua suntuosidade
Ele é grande e tão belo
Lá deve morar a felicidade

Na cidade aproveito para brincar
Com as crianças que sempre lá estão
Mas tem uma que sempre vejo a chorar
Parece viver numa eterna desilusão

Voltei para o meu cafofo
Correndo feliz mato a dentro
Passou por mim um carro suntuoso
E se dirigiu ao castelo encantado

Olhei de relance pela janela
Lá dentro a criança desiludida
Com uma mãe de aparência também entristecida
Meu cafofo é onde mora a minha felicidade...

(Nane-25/05/2010)

Morta-viva






Morri...mais ainda não percebi
Morri por dentro
Não tenho mais alento
Não quero mais viver
Morri...ninguém também percebeu
Não sentiram falta de mim
Estou só sem companhia
Morri...apenas não caí
Estou de pé sem ter vontade
Não vou chorar por isso
Morri...sem testemunhas
Sem alento, sem lamento
Enclausurada no meu túmulo
Sem sair para ver o mundo
O mundo não quer me ver
Morri...ninguém me quer aqui
Mas meu corpo teima em não partir
Então eu morro de viver
Ou vivo só para morrer
Morri...

(Nane)

Meus votos





Não diga obrigada
Pois se te escuto sou escutada
E sou eu a agradecer
Se lês o que eu rabisco

O meu carinho por ti é só reciprocidade
A sabedoria é da jovem menina delicada
Que tem muito de liçao a dar
E se te aceitei foi por você me aceitar

Quanto ao seu namorado
Tentei fazê-lo educado
E só quero vê-lo feliz
Com a escolhida que ele quiz

Só espero que ele entenda
E mereça essa escolhida
Que ele possa merecer
Você, pessoa tão querida...

(Nane-25/05/2010)

Lu


Um dia
Deus estava inspirado
E escreveu um poema de amor
E achou tão lindo...que recitou
Mas ele não se contentou
Queria mais...mais o que
E Deus queria que ouvissem o seu poema
E chamou os anjos para o recital
Eles se encantaram e aplaudiram
Mas Deus queria mais
Não queria perder tal poesia
Chamou querubins e arcanjos
E recitou para eles também
Maravilhados eles choraram sublimes
Mas Deus queria mais ainda
E convocou os santos do céu em peso
E fez um recital celestial
E nesse dia choveu na terra
Eram as lágrimas que caíram do céu
Santificadas pela beleza do poema
Mas Deus não estava satisfeito ainda
O que fazer para não perder essa beleza
Sou Deus...preciso resolver
Então como num estalo
Ele sorriu e saiu do seu trono celestial
Foi até a sala onde rabiscava
E soprou o seu poema com suavidade
Ele tomou forma...encorpou...
E...Deus criou você

(Nane-25/05/2010)

A veia da vida


O sangue que corre em veias de vias sinalizadas
Tal qual na estrada o carro que obedece as mesmas
Meu sangue caminha numa só direção
Sabe que vai ao seu encontro e é lá, no meu coração

Ele percorre toda a estrada do meu corpo
Segue no teu cheiro o teu rastro
Sabe bem onde você está guardado em mim
Meu sangue te quer e te busca o tempo todo

Meu sangue é o que me mantém viva
E por isso corre atrás de você
Sabe que o amor que sinto me alimenta
Meu sangue precisa de você

E ele percorre as estradas do meu corpo
Seguindo de encontro ao coração
Te encontra lá bem no cantinho
E volta feliz para a estrada do meu corpo...

(Nane-25/04/2010)

A Guerreira -XIV (A história de Lívia)




Vida que segue (Do presídio para o Maraca)



Foi sem dúvida o episódio mais triste e dolorido na vida de Lívia,
mas a guerreira tinha muito o que fazer ainda, e não podia parar.
Jorge havia quase sido linchado por seus vizinhos, que foram
contidos por Luís. Ele foi detido na delegacia local, mas em
questão de dois dias estava livre novamente, e foi para Belo
Horizonte se refugiar. Sabia que não era bem vindo em sua casa...
Após o enterro de Lélis, Lívia passou um tempo na casa de Léia,
e seus filhos se dividiram. Um pouco com Léia e outro tanto com
Linda.Foram quase dois meses assim...sem coragem de voltar para
a casa onde a cena do crime ainda era muito latente...presente.
Mas um belo dia Lívia juntou sua prole e voltou para casa. A vida
seguia em frente.
E foi nessa época que Laura, numa visita ao hospital judiciário
em Niterói, onde estava seu pai, que aparentemente sofria de uma
aminésia parcial (ele só se lembrava do filho que matou, embora
não soubesse que o tinha feito, e de Lívia. E perguntava sempre
porque eles não íam vê-lo. E conversava com Laura o tempo todo
achando que ela era a sua advogada, e que o iria tirar de lá.
Era bastante chato essa visita, já que ela era submetida a re-
vistas desagradáveis e ver o pai naquele estado a deixava bas-
tante deprimida. Até por isso, Pedro, seu cunhado, que a acom-
panhava ao presídio, num domingo de FlaxFlu, resolveu levá-la
ao maracanã. Seria a primeira vez que Laura entraria no gigan-
te templo do futebol.
O time do Flamengo tinha Zico, Andrade, Adílio, Leandro, era
uma seleção enfim, e o do Fluminense um timinho, de Zezé, Cle-
ber, Robertinho...enfim, um timinho. E até por isso, Pedro
disse a Laura: _Olha, como você só vai poder festejar e fazer
festa para o seu time quando ele entrar em campo, vou te dar
esse prazer e sentar com você na galera do seu time.
Laura não cabia em si de felicidade, e assistiu atônitamente
aquele "timinho" dar uma verdadeira goleada de 4x0 no poderoso
"timaço" do Flamengo. E no último gol, ao ela levantar com os
punhos fechados para a vibração do tento, acertou sem querer
o olho do cunhado, que voltou para casa cabisbaixo e com um
olho roxo. Coincidência ou não, ele nunca mais a levou num
estádio de futebol e tão pouco assistiu uma outra partida ao
lado de Laura...
Foi uma estréia de gala, a dela, no famoso estádio Mário Filho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Obscura


Amargura e inveja
Sentimentos do mal
Pobreza de espírito
De gente sem vontades
Ataca sem olhar
Em quem vai acertar
Mas o pobre acaba se ferindo
Com a pedra que tacou
E por ignorância
A direção não olhou
Gente feia e sem amor
Vive em total rancor
Sofre sem perceber
Que ser feliz é só querer
Digna de que
Pessoa sem amigos
Pena é só o que vai ter
Admiração nem vai conhecer
Que pobre espírito vaga assim
Tão nova e tão perto do fim...

(Nane-24/05/2010)

Prisma


Olhando os dois prismas
Compreendi que devo e posso
Se quero isso agora
Porque não fazer então
A moeda tem dois lados
E eu escolho o que quero
Negativo ou positivo
A vida vai dizer
O choro termina ao amanhecer
O sorriso chega sem querer
Mas o choro te lava os olhos
E o sorriso te faz rejuvenescer
Se a praia está suja
É porque alguém brincou demais
Reclamar prá que
Vamos brincar na areia então
A comida tá sem sal
Não fará mal ao coração
Ah...mas a cerveja não está gelada
Bela oportunidade para o vinho
Reclamar é tempo que se perde
Dessa vida divertida de viver
Olha o lado bom dessa moeda
Deixa o lado ruím descer pelo bueiro...

(Nane-24/05/2010)

Findando


Viva seus momentos como se fossem os últimos
Pois não sabes se viverá os próximos
Se entregue a eles como se únicos
A vida só vale a pena se intensa
A moderação é a mediocridade dos pobres
Que de espírito se encolhem
Se preservam e se arrependem
Mas ainda assim se guardam
Não se declaram
Apenas vivem sem êxtase
E deixam que a vida passe sobre eles
Viva seu dia a dia só hoje
O amanhã poderá não te receber
Seu legado será a plenitude
Suas lembranças a felicidade em que viveu
Seus amigos a saudade que deixou
Mas se ficar de novo
Viva seus momentos como se findos...

(Nane-24/05/2010)

Relegada


Onde anda o meu eu
Que por caminhos se perdeu
Pelas estradas da vida
Em um lugar qualquer há de estar

Por onde vou procurar
Não sei
Mas preciso depressa encontrar
Onde estará

Perdido, desencontrado
Só, infeliz, desamado
Pobre eu que não me acha
Pobre de mim que me perdi

Sou duas ou nenhuma
Me calo e grito
Me deixo relegada
Tal qual alma penada...

(Nane-24/05/2010)

Mutação


Sem vergonha de mudar
opiniões, lugares, estilos
Sou mutante
Ser humano
Meu erro maior é não mudar
É tentar ser o que não sou
Palavra eu tenho
Mas pode sim voltar atrás
O que vivi hoje
Não sei se viverei de novo
O que pensei agora
Posso não mais pensar
Sou mutante
Sou errada
Não sou perfeita
Em mim nada é definitivo
Meu começo é o meio do meu fim
Mudo tudo o tempo inteiro
Mudo eu
Muda você
Sou mutante transitória..

(Nane-24/05/2010)

Bela Isabella



Isabella chegou
Tão amada, tão esperada
Chegou a Isabella
Linda e tão bela

Tesouro que Deus reservou
Para os pais que babam agora nela
Princesa que Deus abençoou
Tão linda a pequena Isabella

Seus pais vão cuidar de ti
Te orientar e te dar a direção
Seja saudável e feliz
Seja a menina que vai embalar o nosso coração

Reine em sua casa com sabedoria
Pois dos seus pais és a alegria
E o orgulho que eles sempre terão
No dia que te virem mulher então...

Bela Isabella
Pequena princesa
Cresça sadia
E só nos traga...magia

(Nane-24/05/2010)

Caixinha de jóias


Por onde andei deixei marcas
Fiz amigos, desamigos, vivi
Posso não ter feito tudo o que quis
Mas o que fiz foi por querer
E dos amigos que conquistei
Sempre me orgulhei
São os irmãos que escolhi
E que Deus me permitiu os encontrar
Cada um com seu jeito particular
Sua forma de falar, de se expressar
São pessoas que de alguma forma
Comigo para sempre hão de estar
E ainda que a vida nos separe
Lá no fundo do meu coração
Elas para sempre e além daqui estarão
Porque são meus amigos, meus irmãos
Que Deus me deu por opção
E deles eu nunca irei abrir mão
São meus tesouros
Jóias que trago bem guardadas
Fortaleza que ergui no coração...

Nane-24/05/2010)

Resposta a Thaynah


Thainah, menina linda
Que rabisca também no meu estilo
Deixa fluir seus sentimentos
Nas pontas dos dedos que teclam

Sabes tu que és bem vinda
Em meu lar, em minha vida, em meu instinto
E não se atine aos meus lamentos
São coisas de mãe...que passam

Sou bipolar, isso não dá para negar
Mas meu tempo de aflição há de passar
E logo vou rabiscar com alegria
Até porque você Thainah, é pura magia

E se quer saber por onde anda a minha inspiração
Vou te contar sem muita demagogia
Ela mora dentro do meu coração
E faz brotar na minha mente fantasias

E hoje Thaynah
Eu vi voltar-me a inspiração
Que você me veio provocar
És a musa desta minha oração

E tenho uma coisa a te declarar
Sorte tem aquele a quem você amar
Tomara que ele se faça merecer
Tomara que meu filho seja o eleito por você...

(Nane-24/05/2010)

Por onde anda tua inspiração?



Sinto falta dos teus versos, teus rabiscos.
Que me faziam viajar em minha imaginação
Rabiscos que me encantavam
Versos que me confortavam o coração...

Sinto falta daquela pessoa alegre
Aquela pessoa animada chamada Nane...
Em seus versos só tenho visto a Elian
Pessoa magoada e desanimada com a vida...

Onde está toda aquela inspiração?
Onde se esconderam os versos de amor?
Por onde anda a tua animação?
Por onde anda teu coração?

Ah minha “amiga”, o que está acontecendo?
Sinto falta dos teus versos
Versos que me encantavam...
Por que não está mais escrevendo?

Sinto falta de você...
Não da Elian deprimida, mais da Nane.
Mulher admirável e com versos incomparáveis...
Peço-lhe, por favor, não deixe de escrever!

Sou dependente dos teus rabiscos
Rabiscos que me alegram...
Deixe-os voltarem junto com seus risos...
Junto com tua alegria...


(Thaynah...-24/05/2010)
Lindo isso né!!!

domingo, 23 de maio de 2010

Um dia só


Te ver assim...sem chão
Não me faz bem não
Queria poder te dar a minha mão
Te abraçar e te dar a minha proteção
Falar do carinho que sempre tive por você
Te fazer respirar e vermos juntos o sol nascer
Te dar meu colo e te fazer cafuné
Fazer você esquecer de tudo que te faz sofrer
Queria só te dar um tempo para ser feliz
Para voltar nesse tempo e de novo ser menino
Correr na areia da praia sem preocupação
Cair, ralar, se sujar e depois no mar mergulhar
Te ver soltar pipa preocupando-se só em não "voar"
Brigar com o menino ao lado que veio te "cortar"
Gritar, sorrir, cantar e até um "caldo" tomar
No fundo eu só queria te dar um dia de felicidade
Só queria te fazer esquecer das mágoas que te tomam
Te corroem o coração como vermes
Eu preciso um dia só, pelo menos, te fazer feliz...

(Nane-23/05/2010)

Desnudando


Preciso escrever para você
Mas não sei como fazer
Preciso dizer que te amo
Mas com rimas que demonstrem o meu afeto
Não palavras por palavras
Preciso te falar de um encontro
Que te feriu mas que também te encantou
Preciso que saibas que foi tudo sincero
E que em cada flor que eu te dei
Havia a sinceridade do meu amor
Preciso que você saiba que eu te achei
Não por acaso, mas porque estava escrito
Se falhei quando me apresentei
Não me queira mal...
Foi o jeito que encontrei para te achar
Foi a forma que me restou para me aproximar
E se não fosse assim
Jamais teria chegado a você
E quer saber...não vou nunca me arrepender
Porque valeu cada minuto
Cada palavra que te falei
Cada vez que aqui a gente se falou
Cada sonho que te fiz sonhar
Cada conforto que sei, te dei um dia
E se um dia te decepcionei
Te fiz ver que não era o que disse ser
Se deixei em seu coração a saudade do que não sou
Saiba então que sou sim o que você quiser
Sou o que você precisar que eu seja
E vou ser sempre o seu aconchego
A sua paz
Seu descarrego
A mão que segura a sua nos momentos que precisa
O ouvido que te ouve sem críticas
A voz que te fala de amor
De carinho
De conforto
De apoio
Sou enfim um pouco de você
E você é um pouco de mim
E agora....de cara limpa
Me entrego toda a você

(Nane-22/05/2010)


sábado, 22 de maio de 2010

De volta


Moça linda, moça guerreira
Moça que não se deixa abater
Entra na luta por inteira
Entra disposta sempre a vencer

Sabe dos seus limites
sabe que é árdua a sua luta
Mas você luta e persiste
Pois a vitória é sua certeza absoluta

Ah...menina de semblante sereno e bonito
Das feições amiga e sempre altiva
Que carinho sempre tráz contigo
E distribui aos amigos que cultiva

Teu nome: Juliana
Os amigos: Quem te ama
Te ver de volta: Uma emoção
Uma certeza: A de que mora no coração

(Nane-21/05/2010)




sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um marco em minha vida



Um marco de vida passou por mim
E deixou marcas que me dividiram
Um marco na memória ou no coração
O tempo do antes e o do depois

Devia eu guardar apenas momentos assim
De sonhos, prazeres, liberdades
Queria tanto ter essa conspiração
Por tudo o que guardei de nós dois

Mas o marco desandou e me perdeu
Ou quem sabe fui eu quem não me achei
O fato é que se você sofreu
A culpa de quem é, não sei

Você foi importante
Mas não entendeu o meu momento
Nosso passado está distante
Você passou e eu...só lamento

Você é um marco importante
E vai ficar na minha lembrança
Vou te recordar a cada instante
De liberdade, de esperança

Você mudou minha forma de viver
Meu jeito de pensar
Me permitiu tanta coisa entender
Pena que não entendeu a hora de acabar...

(Nane-21/05/2010)

O leito do mar


Essa noite eu quero sonhar
Deitar sob as estrelas e olhar o céu
Tentar ouvir a canção que vem do mar
Me deixar cobrir no mar por esse véu

Se está frio não importa
A brisa marinha me fará bem
meu peito mais dor, não comporta
Quero segurar na mão de alguém

Farei de areia travesseiro
E a água me aquecerá por manta
A maré fará papel de cancioneiro
Canção que vem do mar prá mim é mantra

Essa noite vou dormir
E deixar os problemas se afogarem
Tal qual um anjo o mar vai me cobrir
E cuidar de mim até as dores se acabarem

Seu leito é acolhedor
Suas conchas são carneiros que conto
Os peixes músicos da orquestra
Que embalam meu sono com canto

Essa noite eu vou sonhar
Sob a lua que estará a me iluminar
Vou deixar minha insônia de fora
As brumas marítimas vieram me fazer sonhar

(Nane-21/05/2010)


entre dois portais


Caminhando na calçada
Vou pensando calada...
Olhando o movimento ao meu lado
Com olhos cabisbaixos...

Cada um que passa por mim
Tem uma história enfim
São vidas que vem e vão
Pessoas felizes ou não

Crianças que brincam sem preocupações
Correm e pulam sem abreviações
Vivem como se o amanhã não existisse
Talvez porque o futuro antevissem

Olho os velhos de olhar cansados
Que passam por mim um pouco acanhados
Parecem se desculpar o tempo todo
Pela lerdeza das pernas toscas

Sou o presente
Em meio ao passado e o futuro
Atrás de mim crianças inocentes
Na frente velhos inseguros

Caminho com uma só certeza
Olho para trás e sei que ali passei
Me vejo hoje caminhando com destreza
Na minha frente o caminho que não sei se trilharei...

(Nane-21/05/2010)

Pé de vento



Um vendaval passou por mim
E me tirou o equilíbrio
Tudo o que pensei e construí
O vento derrubou, fiquei sem chão
Estou no meio do vendaval
Tentando me segurar prá não cair
O vento quer me levar
Eu tenho que me equilibrar
O vento que venta lá...quer me levar
O olho do furacão me envolveu
Não posso relaxar
Senão ele me leva e não volto mais
Revolução de tudo o que criei
São meus princípios postos a prova
O vento agora venta cá
Tentando de toda forma me derrubar
E eu não quero deixar
Preciso sair do redemoinho
Lutar contra o olho do furacão
Que quer me estraçalhar
Quer me aniquilar
Preciso ter força e saber voltar
Senão ele me engole sem mastigar
Estou no olho do furacão....

(Nane-21/05/2010)