sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O mar


Caminhando pela areia macia
Fui conversando com o mar
Falei dos meus temores,
Meus planos, meus sonhos...
Sei que ele não pode responder
Mas gosto de falar com ele
Que parece me entender...

O seu horizonte me fascina
E é paralelo ao meu
Passo horas e horas do meu dia
Olhando o que não vejo
E imaginando o que seria
Se naquela linha eu chegasse
E o que lá, eu encontrasse...

Seus mistérios sutís
Eu comparo com os meus
E sorrio ao lembrar
Das pessoas que me rodeiam
Pensando me conhecer
Sem nunca imaginarem
O que sou e o que sonho
São crianças brincando na minha areia
E nas minhas margens tranquilas
Sem nunca mergulharem
Na minha profundidade...

A ciência diz saber
O que é a tsuname
O que eu sei é que o mar se ira
E desconta em tudo o que vê na sua frente
Faz como eu nos meus rabiscos
Que sei tornar avassaladores
Quando a ira toma conta de mim
E faz com que eu derrame a minha dor
Em versos de cataclismas
Que se formam dentro de mim...

O mar não me responde com palavras
Mas me arma de pequenas comparações
Me fazendo acreditar que me entende e me ouve
Toda vez que venho à ele contar
As histórias que tento em versos transformar
Na sua orla que está sempre a me esperar
Como se sentisse que eu sou parte dele, o mar...

(Nane-06/01/2012)


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