quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Para Nane


Me lembro de ter escrito um texto que falava sobre força, confiança e atitude. Foi há tanto tempo...
Minha amizade com você me levou a buscá-lo. Infelizmente não o encontrei. Sei que está em algum lugar no meio dos papéis jogados, digo, guardados na velha estante. Na verdade acabo de buscar por ele, mais uma vez em vão.
Vou tentar rabiscá-lo aqui. Era mais ou menos assim:

“Essa semana, meu tio”, um apreciador da arte culinária tanto quanto eu, embora de gostos diferenciados - eu gosto mais das coisas diferentes, das degustações exóticas, enquanto ele aprecia mais a boa cozinha mineira – me pregou uma peça: chegando à sua casa para a visita diária, veio em minha direção, todo contente a mostrar-me sua mais recente aquisição para a coleção de “acessórios de cozinha”: uma tábua de carnes, confeccionada em vidro temperado. Mas, que peça há nisso? Ei-la: Ele simplesmente levantou a tábua a cerca de 1,50m do chão e a soltou dizendo: Olha o que eu comprei! Juro que vi a tal “tábua” despedaçar-se! Por questão de segundos, recobrei meus sentidos e percebi que a mesma encontrava-se intacta! Tinha lá um ou outro arranhão, que não necessariamente se tratava de seqüelas do tombo; intacta, perfeita!
E a que isso me remete? Me remete à forma como somos tratados por Deus. Eu creio piamente que ele tem os seus, e os mesmos se dividem em categorias distintas, entre elas duas: taças de cristal e tábuas de carne de vidro temperado.
Ah, as taças de cristal! Sempre tão lindas, tão elegantes, resplandecentes, e... frágeis! Tão frágeis que se as tocamos com um pouco mais de força, simplesmente se desfazem em nossas mãos. Pois Deus tem suas “taças de cristal”: filhos lindos, elegantes, resplandecentes, atraentes, e sensíveis, e débeis, e que fragilmente se rompem. Deles Deus cuida, a eles mima, a eles afaga, a eles protege. E os mantêm a nossos olhos, postos no alto da prateleira, como uma coleção da qual se orgulha... e, por conhecer-lhes a fragilidade, os poupa de certos desafetos, de certas decepções. Não os quer partidos e perdidos para sempre!
A boa noticia é que Deus não tem apenas uma estante... Ele tem também uma prateleira. E lá, mantém seus maiores tesouros: as “tábuas de carne” feitas de vidro temperado. Aquelas em que ele pode confiar. Aquelas que ele sabe que pode arremessar de alturas, e sequer sofrerão pequenos arranhões. E a estas, ele usa para estabelecer seu Reino. A estas ele forja, a estas ele capacita, a estas, ele transforma em grandes homens e mulheres que mudarão a história. Se as trata com dureza, é porque confia nelas, em sua força e capacidade de no mínimo reabilitação.
Eu faço parte da coleção da “prateleira”. Você também!

(Ganhei da Zélia)

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