sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

VEREDICTO

Rasgam minhas carnes as garras afiadas
Expondo as vísceras estropiadas
Sangrentas e com cheiro nauseabundo
Enojando sentidos de quem observa

E na calada da noite
Olhos não faltam
Para virem o que não querem
Mas fixados e perplexos, olham

Aguardam feito abutres
O desenrolar de tudo
Esperando a fatia cabida
À cada um dos cães famintos

Retalhado e mutilado
Não tenho reação
Gritar inocência não adianta
Os fatos induzem à mim

Vibram e comemoram os incautos
Vou pagar pelo que não fiz
É preciso um Judas, eis-me aqui
A pena em questão...é a morte

Melhor assim do que ter o pescoço navalhado
Em plena mídia televisiva
Matem plenos de todos os fatos
E deixem-me morrer no anonimato

E se de fato tirei a vida de alguém
Que me julguem e condenem
Mas se não o fiz...
Tende piedade de vós o dono da vida

(Nane-16/01/2015)

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