Que arrombam meus tímpanos
E se instalam em meus ouvidos
Dia e noite, noite e dia
Sinto todas as dores das palavras
Vociferadas na insanidade
E aplacadas na sensatez
Depois de já tatuadas
Sinto todas as dores das culpas
Que pesam sobre meus ombros
Arqueados e obstinados
Enquanto hastes do meu karma
Sinto todas as dores da solidão
Que me levou ao lodo da podridão
Transformada em pérola viva
Enclausurada na própria devassidão
Sinto todas as dores das putas
Que transam sem amores
Para se manterem vivas
E viverem por seus amores
Sinto todas as dores de quem morre
Sem conseguirem descansar
Ao perceberem que a morte
É só mais um outro recomeçar
Sinto todas as dores de quem viveu
Sem nunca ter de fato vivido
E viu passar o tempo de viver
Sem ter mais tempo e nada para fazer
Sinto todas as dores que sinto
Apenas por merecer senti-las
(Nane-21/01/2015)
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