Cega-me os olhos
Para que eu não veja
O que me causa a dor
Sirva de iguarias
Às aves de rapina
Para não gravar na retina
Pinga-lhes o ácido
Apagando de vez a visão
E a própria escrita
Já que escrever
Não será preciso
Ao amor inciso
Se meus olhos teimosos
Insistentes e lacrimejosos
Parassem de olhar
Por certo meu coração
Pulsaria mais de leve
E de amor não morreria
Mas não se morre de amor
Diz a máxima da objetividade
Que nunca foi poeta
Deixa na escuridão o meu olhar
Para que jamais veja no seu olhar
Um outro e fatídico amar
(Nane-19/01/2015)
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