Meus olhos veem o que não deveriam ver
Ignomínios à realidade
Cegos à verdade
Biltres à própria visão
Talvez melhor fossem arrancados
Por pássaros famintos
Feito o fígado de Prometeu
Expostos ao sol do meio dia
Meus olhos enxergam mentiras
Cravadas e fincadas em suas retinas
Deveriam servir de saladas
Às aves das apologias
As grossas lentes que os auxiliam
Trocadas de tempo em tempo
Lembram a todo instante
Que já não valem tanto
Meus olhos enxergam o que querem
E por isso ferem o coração
Mas as aves de rapina se acocoram
Esperando a hora certa
Meus olhos embaçados e cansados
Não brilham como deveriam
Querem, no máximo hoje
Fecharem e descasarem...
(Nane-15/01/2015)
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