quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

NO PISCAR DOS OLHOS

Meus olhos veem o que não deveriam ver
Ignomínios à realidade 
Cegos à verdade
Biltres à própria visão

Talvez melhor fossem arrancados
Por pássaros famintos
Feito o fígado de Prometeu
Expostos ao sol do meio dia

Meus olhos enxergam mentiras
Cravadas e fincadas em suas retinas
Deveriam servir de saladas
Às aves das apologias

As grossas lentes que os auxiliam
Trocadas de tempo em tempo
Lembram a todo instante
Que já não valem tanto

Meus olhos enxergam o que querem
E por isso ferem o coração
Mas as aves de rapina se acocoram
Esperando a hora certa

Meus olhos embaçados e cansados
Não brilham como deveriam
Querem, no máximo hoje
Fecharem e descasarem...

(Nane-15/01/2015)

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