ENFISEMA
Não é minha essa voz
Enfisemática e rouca
Talhada e murmurante
Na fumaça tóxica
Morrem as palavras
Antes mesmo de saírem
Da boca cinzeirenta
Com dentes enegrecidos
O pulmão
Esse galardão
Respira na marra
Rompendo as barreiras
A hipercapnia sanguínea
Rouba o ar sagrado
E o mar...se afasta
Para não me afogar
Do outro lado
A voz que me ouvia
Reclama da minha
Já desconhecida
É minha e taxativa
Mas é enfisemática
Obstruindo a poesia
Não declamada...
(Nane-18/01/2015)
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