O poeta pediu e eu bebi
O cálice da bebida amarga
Que agora corrói minhas vísceras
E me destrói
Na calada da noite
Procuro refúgio
Nos bares notívagos
Onde não falta companhia
O monstro de mim emerge
E se deixa delirar no desejo
Do corpo pedinte e em brasas
Atordoando o absurdo do silêncio
Pai, nem tenho para me aconchegar
E se tivesse, nem sei se o faria
O cálice transbordou
Pileque é coisa natural
E vem depois a sensação
Da garganta cortada e mesmo assim, engasgada
As drogas prendem e fuzilam na Indonésia
Eu trafiquei o meu próprio veneno
E apontei na minha própria direção
A bala certeira e fatal
Agora entendo o que é não ter perdão
E na agonia ver chegar o dia
Da morte anunciada e cobrada
Pelo cálice do veneno derramado na garganta
Pai, se afastou de mim
E fiquei assim...só
De cálice na mão(boca)
(Nane-19/01/2015)
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