Então, o que faço com o coração
Órgão impoluto em sentimentos
Mas viciado às contaminações
Da nicotina necessária
Qual o mal pior
Causa-lhe a disritmia?
Só o cérebro processa
O amor ou a fumaça...
Mas se é amor
Que mal pode fazer
Ainda que não correspondido
Amar é sempre amor
Observo a fumaça
Atrapalhando a visão
Enquanto formulo as palavras
Me perdendo no rabisco sinuoso
Viajo na minha própria poesia
E tatuo (na imaginação)
Entre as brumas produzidas
O rosto que me hipnotiza
Mas é tão efêmero a miragem
Que se dispersa ao sopro de um vento
Me fazendo entender
Nunca estar ao meu alcance
O tabaco maléfico
Mata-me aos poucos
Tudo bem
Não se faz pressa à morte
Me questiono insistentemente
Nas brumas do meu cigarro
Será a nicotina ou a tristeza
Que irá me nocautear...
(Nane-19/01/2015)
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