terça-feira, 6 de março de 2012

A rosa sem cor


Seu rosto demonstra sua decepção
Tráz em cada linha a marca do tempo
Ela olha seus olhos fechados
E tenta lembrar do seu brilho
De que cor estarão...
Mudavam com o clima
Poderia jurar que o viu piscar
Como quando estavam a brincar...
O timbre da voz rouca ressoa
Ela escuta o "eu te amo" ainda
Não chora sobre ele...não vale a pena
Partiu sem dizer adeus
Ela tem nas mãos uma rosa...sem cor
Um dia foi rubra...quando dele ganhou
Guardou-a numa caixa
Agora a devolve...
Ela é jovem e bonita...altiva
Não pode chorar...e nem quer
Só veio se despedir...coisa que ele não fez
Não há mais ninguém...só ela
E ele...frio e inerte...parece sorrir
O silêncio pesado a incomoda
Nem uma música toca
Ela arruma o cabelo dele desalinhado
E toca suave em sua testa
Não chora...não é de chorar
Pede por ele a paz
Deposita a rosa sem cor em suas mãos
Tampa a caixa enorme
Ele some lá dentro...adormecido
Sai da sala aborrecida
E vai embora...


(Elian-06/03/2012)

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