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quinta-feira, 3 de junho de 2010
Saudades do sertão
O arranha céu é imponente
E se subir nele todo, me tonteia
O labirinto me faz desmaiar
E lá nunca mesmo vou entrar...
Só quando era um projeto em construção
Que eu andei por todos os andares
Batendo um prego aqui
Levando uma massa ali
Que nem formiga em formigueiro
Carregando as folhinhas uma por uma
Agora é esse luxo todo
Meu orgulho vai lá em cima
Mas não posso ver o que eu mesmo fiz
Tentei entrar...
Mas o porteiro achou que fosse roubar
Me disse que mendigo não pode entrar
Essa é a sina do meu povo
Que sai da seca para trabalhar
E na cidade grande vira formiga
Que depois eles vão pisar
A saudade do sertão
Da família que deixei por lá
E não posso mais voltar
Porque dinheiro não deu para juntar
Muita coisa tive que comprar
Prá nessa terra me virar
Eita gente esquisita, povo besta
Que agora nem perto daqui posso passar
As madame tem medo de mim
Sou doença social e querem o meu fim
Mas me vingo deles todos
Quando a noite chega enfim
Deixam vazio o arranha céu
E eu me ajeito e durmo no meu leito
Porta de luxo que eu mesmo assentei...
(Nane-03/06/2010)
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