sábado, 12 de junho de 2010

A dona do homem


Terra que é de ninguém
E que o homem tolo
Imagina possuir
E no entanto é possuído

Terra pivô de mortes
Por sua propriedade
Se matam, se traem
E se acabam sob ela

Homens tolos
Latifúndio da terra
Só não sabe em que pedaço
Ela vai o reclamar

Mata, mente, corrompe
Se sente vencedor
Acaba vencido
A terra o abraça

Ela é generosa
O homem ambicioso
Ela paciente
E ele displicente

A maltrata como pode
E ela se cala
Tem a certeza do poder
Sabe quem irá vencer

Ele se acha seu senhor
A tem quando quiser
Pobre coitado
Será por ela coberto

Terra é de ninguém
Tem alma de mulher
Não se deixa enfeitiçar
Se faz de tola prá enganar

Ele se sente possuidor
Mata por seu valor
Ela se deixa possuir
Mas o vai consumir...

(Nane-12/06/2010)

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