domingo, 9 de setembro de 2018

A FORÇA DO OLHAR

Então te olho
Não mais com o olhar
Que te olhei outrora
Mas com os olhos que me restaram

Turvos e com cataratas
De cores hesitantes
Entre o negro e o castanho
Adornados pelo branco avermelhado

Saltam as pupilas enegrecidas
Sem mais um foco fixado
Destoando em seu tamanho pontual
Nas sensações do que por elas são refletidas

Olham como se não vissem
Ou veem o que não existe
No frigir de suas piscadelas
Na busca (as vezes) de pura hidratação

Perdem o seu viço 
Feito o peixe na feira livre
Que tem o olhar no horizonte
Do mar perdido no fatal instante

É assim o meu olhar no teu olhar
Que sequer percebe que estou a te olhar
Ainda que sem a força do olhar
Que pelo teu olhar se deixou apaixonar

Então te olho...

(Nane - 09/09/2018)


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