sexta-feira, 14 de setembro de 2018

SEM MAIS NADA

Queria escrever
Tão além do que posso
Mas minha limitação
Proíbe meu dizer

Queria dizer
Tão além do que escrevo
Mas minha limitação
Cala a voz que não tenho

Queria expandir (ou explodir)
Mas o colapso, por fim
Apazigua a lava incandescente
Gelificada dentro de mim

Me conformo e escuto uma canção
Fingindo domar minha emoção
Amanhã, depois do meu adormecer
É provável o meu esquecer

Dias e dias, anos e anos
Passo sem olhar para trás
A vida não perdoa desenganos
Viver ou morrer, tanto faz

O ciclo é cíclico
Um vem e outro vai
Nada, nem ninguém é acíclico
No fundo, tudo se esvai

Queria não dizer
Tanta besteira rimada
Num poema a envaidecer
A vida... sem mais nada

(Nane - 14/09/2018)




Nenhum comentário:

Postar um comentário