Um espaço para falar de tudo e com todos. quem quiser entrar, seja bem vindo.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
QUIMERAS PARALELAS
Então vens
Com fotos de fatos
Ruindo minhas bases
Transformando em escombros
Meus sonhos de amor
Rasgas minha ilusão
No rastilho da realidade
Nua e crua
Em fotos dos fatos
Que destroem meus sonhos
Ressurges do nada
Feito a fênix altaneira
Me fazendo voar
Na ficção de quimeras
Espatifadas no solo
Radical em meus extremos
Me dispo de tudo
Me jogo dramática
Feito Ícaro derretido
Ao sabor do sol
As fotos dos fatos
Ou quase isso
Já que o fato também
É quimera e fantasia
Clicada em fotos
Me fazem sofrer
Por não serem meus
Os fatos das fotos
Inventados e criados
No lúdico de um amor
Essa incerteza dos fatos
Destilada em fotos
Embaralha meu foco
Impulsionando o mergulho
Do meu desespero
O nada me aguarda
Num vazio pesado
Onde o silêncio impera
E a luz se apaga
Sem mais perspectivas
(Nane-14/12/2016)
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
MAR DE INCERTEZAS
Navego
Por águas profundas
De um mar infinito
Onde dúvidas e tormentas
Me assustam e me assolam
Procuro
Por uma mão amiga
Que me ampare e me conduza
Para um mar sereno
De águas claras
Ouço a música
Nesse exato momento
Que embalou meus sonhos
E me fez mergulhar
Nesse mar infinito
Eu tinha essa mão
Que agora largou da minha
Me deixando à deriva
Nessas águas turbulentas
Em meio à tempestade
Navego
Sem um porto seguro
Sem descanso nenhum
Nesse mar de dúvidas
Onde o certo e o errado
Se confundem e se misturam
Sou eu quem existe
Ou quem vive em mim
Tomando um espaço tão amplo
Afogando minhas certezas
Nesse mar em que navego
(Nane-08/12/2016)
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
TÁ DOMINADO
Chafurda na lama tua honra
Seres de boa vontade
Teu cálice sujo de sangue
Mata a tua sede de poder
Vagueia o povo humilhado
Pelas vielas de um país
Que quer ser nação
Mas pensa com o coração
A ralé solta no Coliseu
Se empurra, repuxa, dominada
Não tem para onde correr
Entregue às garras dos leões
Nada mais há para fazer
Nada mais há que lastimar
Nada mais há que temer
Nada mais há que pensar
Explode o coração
Num jato arterial
Incontido e furioso
Num último suspiro
Povo pacífico e controlado/avel
Estouro de boiada
Esmagam os leões
Bebendo (em seus cálices) o sangue derramado
Nada mais resta a esse povo
Nada mais se espera desses seres
Que na insaciável sede de poder
Faz do povo arma de matar
(Nane-30/11/2016)
terça-feira, 29 de novembro de 2016
MARITACAS
Vou em busca da fruta
Para o suco do almoço
Mangas maduras e doces
Amoras vermelhas e suculentas
Estridentes gritos me assustam
São elas demarcando a área
Então paro para olhar
Esquecendo do almoço e do suco
Gritam alto e forte
Como a agradecer
O "pão de cada dia"
Que a natureza oferece
Na geladeira tem suco de caixinha
Depois eu faço um
O almoço está servido
No alto da mangueira
A graviola também se oferece
Como sobremesa
Deixa que elas se refestelem
Com o sabor da fruta fresca
Dou meia volta para casa
Amanhã volto ao pomar
E se elas permitirem
Colho frutas para o suco
(Nane-29/11/2016)
Para o suco do almoço
Mangas maduras e doces
Amoras vermelhas e suculentas
Estridentes gritos me assustam
São elas demarcando a área
Então paro para olhar
Esquecendo do almoço e do suco
Gritam alto e forte
Como a agradecer
O "pão de cada dia"
Que a natureza oferece
Na geladeira tem suco de caixinha
Depois eu faço um
O almoço está servido
No alto da mangueira
A graviola também se oferece
Como sobremesa
Deixa que elas se refestelem
Com o sabor da fruta fresca
Dou meia volta para casa
Amanhã volto ao pomar
E se elas permitirem
Colho frutas para o suco
(Nane-29/11/2016)
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
UM BRINDE
Embebedei-me hoje
E bêbada, digo o que penso
Feito o "Nezinho do jegue"
Lá no Bem Amado
Amanhã estarei sóbria
Envergonhando-me dessa postura
Ou quem sabe, beberei mais um pouco
Para que o final da semana seja ébria
A cova está aberta
E o prefeito quer inaugurar
O álcool embaralha as palavras
Enquanto eu tonteio
Você!
Visão embaralhada
Mantida em minha retina
Esculturada e sem saída
Escarrar você de mim
Feito uma gripe em final de estação
Sem que não venham me desejar saúde
No espirro de você
Visão nova ou de tempos atras
Tanto faz
Não te tenho e tu me tens
Isso, para mim...é demais
Brindemos!
(Nane-25/11/2016)
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
PARADIGMAS
Esperam de mim
O que não tenho para dar
No entanto eu dou
O que resta em mim
Vontade não falta
De uma íntima revolução
Mas os que esperam de mim
Ainda precisam de mim
Santa não sou
Puta, não posso ser
Não disponho do tempo
Nem do corpo desejável
Paradigmas de vida
Perseguidos, mas não vividos
Me levam ao topo
Das minhas heresias
Talvez só me resta ser eu
Na mais pura de minhas origens
Poeta que rabisca o dia a dia
Tentando fazer poesias
Nada comparado aos imortais
Nem Drummond, nem De Barros, nem Meireles
São apenas versos acidentais
De Nane, apenas Nane
Paradigmas de uma vida
Dividida entre o ser e o estar
Entre o sonho e o feijão
Semeados no céu e no inferno
Espero para mim
O cumprir da missão
Do que esperam de mim
Até o fim...
(Nane-23/11/2016)
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
TÚNEL DO TEMPO
Olhos que veem o que não existe
E tornam real o inexistente
Voz que ritmada declama o amor
Sonhado, imaginado, rendido
Mentira subjugada à verdade
De sentimentos revirados pelo avesso
Onde o certo e o errado se misturam
Apagando um antes e um depois
Ícone de vidas paralelas
Moldando um jeito de ser
Deixando para trás um alguém
Que já não existe mais
Na verdade imperante e suprema
Restou a piedade sob a pena
Da exclusão da mentira insana
De um sentimento pleno e verdadeiro
Falar, falar e não dizer
Palavras jogadas ao vento
Onde os ouvidos são túneis
Passando de um lado paro o outro
Escutam, mas não ouvem
Como os olhos que veem sem enxergarem
Que o real se extingue na quimera
Enquanto a vida passa sem volta...
(Nane-14/11/2016)
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
MONOTONIA
Não, não sei o que fazer
Além de ver passar o tempo
Acomodada em minha sina
Prisioneira de minhas escolhas
Lastimar já não me seduz
Gritar despropérios fez enrouquecer
Ainda mais a minha voz
Agora emudecida
Restam-me os dedos
Que rabiscam (ainda) ligeiros
Sentimentos contidos e escondidos
Guardados, lacerados
Gritos, só no meu íntimo
Que conhece minha fragilidade
Socorrendo a menina perdida
Em sua armadura de fortaleza
Tempo há de vir o descanso
No encontro do ser e do estar
Quando finalmente a menina se encontrar
Com seu direito de sonhar
Por enquanto resta a batalha
Que sou obrigada a lutar
Arregaçando as mangas da armadura
Esquecendo minhas amarguras
Na poesia, meu oásis
Refresco dos meus dias
Escaldantes ou frios
Determinantes, iguais...
(Nane-11/11/2016)
terça-feira, 8 de novembro de 2016
A VIDA CONTINUA
Ah...meus olhos de verem
Não vislumbram mais
O ouro no final do arco-íris
Onde adormece a quimera
Embalada pela realidade
O tempo
Esse mero espectador
Olha sem interferência
Coisas certas e erradas
Passando impoluto
Sem nenhuma ansiedade
Na terra molhada pela chuva
Germina a semente incrustada
Pronta a eclodir para a vida
Sendo flor, fruto, e morte
No ciclo que lhe foi determinado
Sou eu formada no tempo
De um passado, um futuro (talvez)
Mas presente no meu presente
Enquanto ciclicamente vou vivendo
A parte que me toca
A chuva e o sol
Se fazem necessários
Em fotossínteses e fertilizantes
No círculo desse circo
Que é nascer, viver e morrer
Deixa chover
Que o sol logo virá
A noite sempre dará lugar ao dia
Morra eu, morra você
A vida continua
(Nane-08/11/2016)
terça-feira, 18 de outubro de 2016
UM FRASCO DE POESIA
Fujo
Em minhas palavras
Rimadas e ordenadas
Na minha prisão
Buscando na poesia
Caminhos que me levam
De encontro à liberdade
Finjo
Viver, ser e ter
O que não me foi permitido
E no entanto é tão meu
No meu mundo de poeta
Sem limites nem barreiras
Que me foi entregue em dom
Da mais livre imaginação
Vivo
Meu duplo sentido
Sem me fazer entender
Em nenhum dos lugares
Por onde ando e sonho
Confundindo e confusa
Na liberdade da minha prisão
Penso
No volátil etéreo
Prendido e pesado
Perdido e achado
Em meio a inconstância
De seres diversos
Num só frasco
Fujo
Enquanto finjo
Vivo
Enquanto penso...
(Nane-18/10/2016)
domingo, 16 de outubro de 2016
NOVA LUA CHEIA
Olho a lua e vejo nada, ou tudo!
Um brilho diferenciado dos demais dias...
Talvez seja o meu olhar.
Procuro em vão um brilho que vai se apagando
na imensidão do firmamento onde se aloja ela (a lua), com quem tantas e tantas vezes falei...
Se ela me ouviu ou não, não sei. Pouco importa isso, o fato é que falei.
Foram tantas as conversas, que por muitas vezes
a ouvi responder. Foram tantos os motivos para que eu a transformasse num ombro amigo, disposto (ou não) a me escutar, que me tornei íntima (embora ela não) de seu brilho prateado...
Hoje ela veio cheia!
Quem sabe de reflexões, ou mesmo de certezas?
Olhei-a de uma forma estranha, como se fosse
a primeira vez que a visse...
Não ouvi meus "uivos" lamentosos de outrora.
Tão pouco meus sonhos das noites enluaradas.
Quem mudou fui eu, ou foi a lua?
As nuvens a circundam formando um portal
donde ela, resplandecente, brilha incólume!
Vasta beleza na noite quente e iluminada
feito as que vivi em tempos idos.
Era uma lua de poetas e amantes!
Serena e linda como nunca,
a lua cumpre seu desígnio de brilhar
independente de tudo ou de todos,
até mesmo do tempo soberano,
segue ela imponente, em fases ímpares de pura sabedoria,
brilhando, se ocultando, vivendo sem pressa nenhuma
e ensinando quando é chegada a hora de se...apagar.
(Nane-16/10/2016)
Um brilho diferenciado dos demais dias...
Talvez seja o meu olhar.
Procuro em vão um brilho que vai se apagando
na imensidão do firmamento onde se aloja ela (a lua), com quem tantas e tantas vezes falei...
Se ela me ouviu ou não, não sei. Pouco importa isso, o fato é que falei.
Foram tantas as conversas, que por muitas vezes
a ouvi responder. Foram tantos os motivos para que eu a transformasse num ombro amigo, disposto (ou não) a me escutar, que me tornei íntima (embora ela não) de seu brilho prateado...
Hoje ela veio cheia!
Quem sabe de reflexões, ou mesmo de certezas?
Olhei-a de uma forma estranha, como se fosse
a primeira vez que a visse...
Não ouvi meus "uivos" lamentosos de outrora.
Tão pouco meus sonhos das noites enluaradas.
Quem mudou fui eu, ou foi a lua?
As nuvens a circundam formando um portal
donde ela, resplandecente, brilha incólume!
Vasta beleza na noite quente e iluminada
feito as que vivi em tempos idos.
Era uma lua de poetas e amantes!
Serena e linda como nunca,
a lua cumpre seu desígnio de brilhar
independente de tudo ou de todos,
até mesmo do tempo soberano,
segue ela imponente, em fases ímpares de pura sabedoria,
brilhando, se ocultando, vivendo sem pressa nenhuma
e ensinando quando é chegada a hora de se...apagar.
(Nane-16/10/2016)
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
ATORMENTADA
Atormentada
Na treva interior
Tremilicando
No submundo gélido
Enraizado num inverno
Que não acaba nunca
Gritar não adianta mais
A voz sumiu e a garganta estourou
A noite é longa e fria
O sol de primavera se extinguiu
Só um corvo agourento
Faz um barulho melancólico
Danem-se todos os certinhos
A vida é uma loucura
O mundo um hospício
A mágoa, sepultura
Se abrindo lentamente
Sob os pés se quem a cava
Atormentada sem perspectiva
Minha cova quase pronta
Aquecendo com o exercício
Esse inverno constante
Vindo da mais profunda entranha
Da minha mente adoecida
E de que flores vou falar...
(Nane-22/09/2016)
terça-feira, 20 de setembro de 2016
RUMO AO HORIZONTE
Olha resoluto o horizonte
Caminhe sempre ao seu encontro
Mesmo sabendo que ele é mais além
Do que possas, de fato alcançar
Persista em seu encalço
Para que não corras o risco de parar
Na caminhada a ti destinada
Na missão que tens por obrigação
Transforma em troféus as tuas dores
Faça ouvidos de mercadores
Se entregue com todas as tuas forças
Caminhe em riste com teus pés sangrentos
Teu horizonte se aproxima
Ainda que não real
Mas como um oásis no deserto
Onde por certo descansarás
Desnude-se de todos os demais desejos
Mantendo seu foco principal
As dores logo se aplacarão
Na caminhada terminada
Faça do teu avesso, tua alma
Respire teu pouco ar
Prensado e pesado em teu corpo
Já tão debilitado e cansado
Fixe-se no teu horizonte
Onde levitarás sem peso nenhum
E teus pés não mais sangrarão
Nem teu corpo, peso nenhum, terá
Agora falta pouco
A linha se aproxima
Não se preocupe com a despedida
Vá, sem olhar para trás
Desfaça-se de teus outros desejos
De todos os teus amores
Desapegue dos teus pesos
E voe livre rumo ao teu horizonte
(Nane-20/09/2016)
Caminhe sempre ao seu encontro
Mesmo sabendo que ele é mais além
Do que possas, de fato alcançar
Persista em seu encalço
Para que não corras o risco de parar
Na caminhada a ti destinada
Na missão que tens por obrigação
Transforma em troféus as tuas dores
Faça ouvidos de mercadores
Se entregue com todas as tuas forças
Caminhe em riste com teus pés sangrentos
Teu horizonte se aproxima
Ainda que não real
Mas como um oásis no deserto
Onde por certo descansarás
Desnude-se de todos os demais desejos
Mantendo seu foco principal
As dores logo se aplacarão
Na caminhada terminada
Faça do teu avesso, tua alma
Respire teu pouco ar
Prensado e pesado em teu corpo
Já tão debilitado e cansado
Fixe-se no teu horizonte
Onde levitarás sem peso nenhum
E teus pés não mais sangrarão
Nem teu corpo, peso nenhum, terá
Agora falta pouco
A linha se aproxima
Não se preocupe com a despedida
Vá, sem olhar para trás
Desfaça-se de teus outros desejos
De todos os teus amores
Desapegue dos teus pesos
E voe livre rumo ao teu horizonte
(Nane-20/09/2016)
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
VIDA BREVE
Vida breve
Breve vida
Hoje sou
Amanhã não mais estou
Levado pelas águas
Encantado nas profundezas
Vida breve
Breve vida
Hoje rabisco
Amanhã me calo
Restará o quê
Nas poesias emudecidas
Que talvez serão rabiscadas
Nalgum lugar obscuro
Ou quem sabe, iluminado
Poesias que não mais terão eco
E ninguém mais lerá
Além dos vermes vociferados
No banquete de minhas carnes
Dos dedos desnudados
E da garganta mutilada
Por eles, esfomeados
Vida breve
Breve vida
Que hoje observa sem saber
Seu final apoteótico
Podendo ser na madrugada
Ou no amanhã ensolarado
Nas profundezas de um rio
Ou na boca de um vulcão
Resta o vazio da incógnita
Que reserva o futuro
Bebo e brindo à vida
Que me resta no agora
Sem me preocupar se meus olhos se abrirão
No amanhã...ou nunca mais
Nesta nossa vida breve
Nesta nossa breve vida
(Nane-15/09/2016)
PÁSSARO MIGRANTE
Te fiz luz dos meus dias
Sol que me aquece
Lua que me me ilumina
Estrela que brilha e me conduz
Te vejo assim, além daqui
Em planos que tracei pra mim
Em outras vidas, outros tempos
Pagando o preço da minha solidão
Pouco importa meu desassossego
Posto que a fé remove montanhas
E sei que nada ou ninguém
Vai tirar você de mim
No voo de um pássaro migrante
Te vejo distanciando de mim
Em abraços e afagos constantes
Sabendo que sou eu seu pouso final
Corrói-me o ciúme lacerante
Acalmado na sua ausência
Num tempo de profunda reflexão
Acarinhado por sua volta triunfante
Brilha então, intensa a sua luz
Feito o sol que me aquece o coração
Esqueço toda a minha desventura
E sorrio simplesmente por te ver sorrir
Sou eu assim sem você
Perdida e sem rumo
Observando seus voos
Aguardando seu pouso final
(Nane-15/09/2016)
Sol que me aquece
Lua que me me ilumina
Estrela que brilha e me conduz
Te vejo assim, além daqui
Em planos que tracei pra mim
Em outras vidas, outros tempos
Pagando o preço da minha solidão
Pouco importa meu desassossego
Posto que a fé remove montanhas
E sei que nada ou ninguém
Vai tirar você de mim
No voo de um pássaro migrante
Te vejo distanciando de mim
Em abraços e afagos constantes
Sabendo que sou eu seu pouso final
Corrói-me o ciúme lacerante
Acalmado na sua ausência
Num tempo de profunda reflexão
Acarinhado por sua volta triunfante
Brilha então, intensa a sua luz
Feito o sol que me aquece o coração
Esqueço toda a minha desventura
E sorrio simplesmente por te ver sorrir
Sou eu assim sem você
Perdida e sem rumo
Observando seus voos
Aguardando seu pouso final
(Nane-15/09/2016)
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
NÁUSEAS
Vomito palavras
Reviradas em meu âmago
Sem me importar com as rimas
Ou com algum nexo
Saem de mim
Feito vermes das feridas
Expulsos por glóbulos brancos
Incomodados com a infecção
Latejam em minhas têmporas
Como pancada em tamborim
Em noite de desfile
Da bateria de uma escola (de samba)
Fervem meus sentidos
Feito lava de vulcao
Resfriada e empedrada
Pelo tempo inócuo e incólume
Estragos só em mim
Que sinto o fervor escaldante
Da lava do vômito lacerando minhas entranhas
Petrificando meus sonhos
Vomito todo o fel contido
E me afogo em meu próprio vômito
Azedo e por mim incontido
Nas entranhas do meu ser
São palavras sem nexo nenhum
É poesia sem prosa nenhuma
É tempo perdido com coisa alguma
São dores sem remédio que cura
(Nane- 14/09/2016)
Reviradas em meu âmago
Sem me importar com as rimas
Ou com algum nexo
Saem de mim
Feito vermes das feridas
Expulsos por glóbulos brancos
Incomodados com a infecção
Latejam em minhas têmporas
Como pancada em tamborim
Em noite de desfile
Da bateria de uma escola (de samba)
Fervem meus sentidos
Feito lava de vulcao
Resfriada e empedrada
Pelo tempo inócuo e incólume
Estragos só em mim
Que sinto o fervor escaldante
Da lava do vômito lacerando minhas entranhas
Petrificando meus sonhos
Vomito todo o fel contido
E me afogo em meu próprio vômito
Azedo e por mim incontido
Nas entranhas do meu ser
São palavras sem nexo nenhum
É poesia sem prosa nenhuma
É tempo perdido com coisa alguma
São dores sem remédio que cura
(Nane- 14/09/2016)
POESIA DE GARRAFA
Dê-me um copo de cerveja
E um cigarro entre os lábios
Para que a poesia se derrame
E se funda com meu sangue
Dê-me uma música qualquer
Que mexa com minha emoção
E eu viaje em suas notas
Refazendo sua letra
Dê-me o tempo de sonhar
Sem importar se é noite ou se é dia
Para que eu possa transformar
Utopia em poesia
Dê-me só o seu sorriso
Nessa noite quente e enluarada
Para que eu durma embriagada
Em versos compostos na madrugada
Dê-me o perdão dado aos poetas
Que insistem em rimas pobres
No afã de se fazerem notar
Aos olhos cansados de os lerem
Dê-me um copo de cerveja
Que se nada disso adiantar
O cigarro vai me acalmar
E eu, vou dormir com certeza
Seja noite ou seja dia
Nos braços da minha...poesia
(Nane-13/09/2016)
E um cigarro entre os lábios
Para que a poesia se derrame
E se funda com meu sangue
Dê-me uma música qualquer
Que mexa com minha emoção
E eu viaje em suas notas
Refazendo sua letra
Dê-me o tempo de sonhar
Sem importar se é noite ou se é dia
Para que eu possa transformar
Utopia em poesia
Dê-me só o seu sorriso
Nessa noite quente e enluarada
Para que eu durma embriagada
Em versos compostos na madrugada
Dê-me o perdão dado aos poetas
Que insistem em rimas pobres
No afã de se fazerem notar
Aos olhos cansados de os lerem
Dê-me um copo de cerveja
Que se nada disso adiantar
O cigarro vai me acalmar
E eu, vou dormir com certeza
Seja noite ou seja dia
Nos braços da minha...poesia
(Nane-13/09/2016)
sábado, 3 de setembro de 2016
HARRY
Hoje sonhei com o Harry, um sujeito que imaginei parecido com o Christian Grey, e no entanto, em meu sonho, seu sotaque, seus traços, estavam mais para um cabra da peste nordestino. Sua lábia de poeta lascivo me seduziu e fez da minha noite, a noite dos sonhos de toda mulher que, recatada, enrusti em si a puta depravada, capaz de enlouquecer o mais fodão dos homens.
Harry bem que tentou fazer de mim a própria Anastasia, mas me pegou num dia (ou noite) de possessão e fiz eu, dele, objeto de minhas frustrações sexuais, atiçadas pela libido acesa e pulsante.
E pensar que eu só queria, naquele bar de beira de estrada, tomar uma cerveja...
- A moça ta sozinha?
- Ta vendo mais alguém?
O cabra nordestino, pouco ligou para o meu mal humor e se "aboletou" na cadeira de frente com a minha, desatando a falar em versos e prosas...
A cerveja, que a princípio seria só uma, se multiplicou e quando dei por mim, havia cascos entulhados por toda a extensão (debaixo) da mesa. O filho da puta me enrolou com sua conversa mole e me levou para um quarto de motel.
Ri, já completamente embriagada, do seu nome de estrangeiro e do seu sotaque de nordestino (e o que é pior, sua cabeça chata também é de nordestino). Ri, como nunca houvera rido antes, com seu palavriado flutuando entre o chulo e o culto, e seu olhar esbugalhado e fulminante, me despindo e me comendo sem nem mesmo me tocar.
Tremi, com suas mãos habilidosas, me enlaçando e me apertando num abraço que me pôs de encontro à dureza de seus desejos, que também já eram os meus...
Dissipou-se a fumaça dos cigarros relaxantes, enquanto sorrisos se extinguiam em mais uns goles de cerveja (quente). Harry não era Christian Grey, nem eu Anastasia. Mas a noite...ah, a noite!
Em meu quarto ainda escuro, despertei com o suor que ensopava meu corpo e encharcava o lençol...quem é Harry???
(Nane - 03/09/2016)
Harry bem que tentou fazer de mim a própria Anastasia, mas me pegou num dia (ou noite) de possessão e fiz eu, dele, objeto de minhas frustrações sexuais, atiçadas pela libido acesa e pulsante.
E pensar que eu só queria, naquele bar de beira de estrada, tomar uma cerveja...
- A moça ta sozinha?
- Ta vendo mais alguém?
O cabra nordestino, pouco ligou para o meu mal humor e se "aboletou" na cadeira de frente com a minha, desatando a falar em versos e prosas...
A cerveja, que a princípio seria só uma, se multiplicou e quando dei por mim, havia cascos entulhados por toda a extensão (debaixo) da mesa. O filho da puta me enrolou com sua conversa mole e me levou para um quarto de motel.
Ri, já completamente embriagada, do seu nome de estrangeiro e do seu sotaque de nordestino (e o que é pior, sua cabeça chata também é de nordestino). Ri, como nunca houvera rido antes, com seu palavriado flutuando entre o chulo e o culto, e seu olhar esbugalhado e fulminante, me despindo e me comendo sem nem mesmo me tocar.
Tremi, com suas mãos habilidosas, me enlaçando e me apertando num abraço que me pôs de encontro à dureza de seus desejos, que também já eram os meus...
Dissipou-se a fumaça dos cigarros relaxantes, enquanto sorrisos se extinguiam em mais uns goles de cerveja (quente). Harry não era Christian Grey, nem eu Anastasia. Mas a noite...ah, a noite!
Em meu quarto ainda escuro, despertei com o suor que ensopava meu corpo e encharcava o lençol...quem é Harry???
(Nane - 03/09/2016)
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
9 DE SETEMBRO
Lá vem outra primavera
Trazendo o canto dos pássaros
Esfomeados pelas frutas da estação
Em busca do calor dos trópicos
Lá vem meus anos acumulados
Num final de estação
Que pensei ser primavera
Mas que nunca passou de um inverno
Quando entrar setembro
As boas novas não virão
Mesmo que eu plante no chão
Sonhos de notívagos embriagados
Já foram tantas as estações
Que juntas somaram anos a fios
Resumidos numa última década
Resiliente da sapiência do entender
Falo por metáforas tão minhas
Verdadeiras e nem tão misteriosas
Onde quem não pode entender
Também não é digno de me conhecer
Deixa falar por mim a estação
Que se anuncia à minha aparição
Neste mundo de pura embromação
Que pensei ser primavera o que é inverno
Lá vem os pássaros famintos
Em busca das frutas e do sol
Lá vou eu perdida em pensamentos
Do que fui, do que sou e do que poderia ser
Abrem-se as flores
Impávidas e resolutas
Pouco se importando se é do inverno
O tempo digno de mais uma primavera
(Nane - 31/08/2016)
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
REFÚGIO
Refugia-te na tua insanidade
Esquecendo frustrações
Ingratidão, desânimo, decepção
Do tanto plantado e na terra, ressecado
Foge, da tua realidade
E viva em devaneios
Que por vezes até vislumbro
Mas nesse mundo, não entro
Ataca, teu próximo
Que tenta te prover
Mas te chama à realidade
Sendo isso o que incomoda
Deixo-te insana
Vivendo tuas quimeras
Do que jamais será
Mas ainda é, em ti
Por onde andas
O que tu faz
Incógnita sem razão
Lógica do coração
Refugia-te então
Na tua insanidade
Enquanto falta-te a liberdade
De voltar a ser o que já fostes
Canta teus cantos de louvor
Segura na mão do teu Criador
Chora tuas lágrimas que ardem verde
Sorria na tua insana fantasia
(Nane-29/08/2016)
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
ANJO GUARDIÃO
A njo, Angélica
N ome algum definiria melhor
G ente luz e protetora
E spalhando amor
L evando esperança e dignidade
Seu nome veio a calhar
Na enfermeira das crianças
Na professora orientadora
Na protetora dos animais
Mulher de fibra e destemida
Conduzindo vidas desvalidas
Dos bichos abandonados e desgarrados
Por ela, eternos apaixonados
Mãe de tantos degredados
É por eles abraçada
Quando o brilho de seus olhares
Demonstram toda a sua gratidão
Hoje sou eu a te reverenciar
Por todo o bem que fez e faz
Mesmo sabendo que não terá reconhecimento
E que isto é só parte da sua missão
Te acham louca e sem ter o que fazer
Por cuidar, correr e recolher
Dos seres rejeitados pela sociedade
Cansada de brincar de cuidadores
Parabéns anjo querido
Pois só quem ama os animais
Tem a grandeza na alma que tu tens
Sem se importar com a opinião de ninguém
*Meu respeito e meu carinho por vc!
(Nane-26/08/2016)
N ome algum definiria melhor
G ente luz e protetora
E spalhando amor
L evando esperança e dignidade
Seu nome veio a calhar
Na enfermeira das crianças
Na professora orientadora
Na protetora dos animais
Mulher de fibra e destemida
Conduzindo vidas desvalidas
Dos bichos abandonados e desgarrados
Por ela, eternos apaixonados
Mãe de tantos degredados
É por eles abraçada
Quando o brilho de seus olhares
Demonstram toda a sua gratidão
Hoje sou eu a te reverenciar
Por todo o bem que fez e faz
Mesmo sabendo que não terá reconhecimento
E que isto é só parte da sua missão
Te acham louca e sem ter o que fazer
Por cuidar, correr e recolher
Dos seres rejeitados pela sociedade
Cansada de brincar de cuidadores
Parabéns anjo querido
Pois só quem ama os animais
Tem a grandeza na alma que tu tens
Sem se importar com a opinião de ninguém
*Meu respeito e meu carinho por vc!
(Nane-26/08/2016)
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
FLECHAS CERTEIRAS
Mergulhei em ti
Num passeio solitário
Revendo coisas que vivemos
Ouvindo coisas que dissemos
Fui em busca dos momentos
Em que nos achamos e nos perdemos
Na tentativa de entender
O que é apenas para sentir
O lirismo sempre existiu
Apenas mudou a poesia
O poeta, a musa, o leitor
São contos de páginas viradas
A boca ressecada pela sede
Faz líquida a felicidade a ser sorvida
Na taça do cristal embevecido
Por te matar a sede enfim
Sem culpas ou desculpas
Caminhei e te revirei do avesso
Em busca de uma nova tentativa
De um destino premeditado
Mas ouvi flechas certeiras
Rasgando minhas entranhas
Com palavras inerentes
De arqueiro decisivo
Desistir não posso, não está em mim
Pedante e pedinte, também não mais
Voltei à tona de ti
Vou mergulhar em outro mar...
(Nane-25/08/2016)
terça-feira, 23 de agosto de 2016
PRECE DO DESESPERO
O que faço com essa coisa no peito
Que não sei definir
Se dor, ardor, ou bolor
Mas que pesa, sufoca e desespera
Rezo pra Santa
Mas o copo na mão
Me faz errar as contas
Do meu terço bizarro
Deus, ouça a minha prece
E perdoa meu hálito
Me perdi no meio do caminho
Ja nao sei do certo e nem do errado
Eu tinha um barbante na mão
Mas perdi o fio da meada
Restou-me o copo na mão
E o minotauro pronto a me devorar
Misturo alho com bugalhos
E sei que pouco valho
Mas Deus, livrai-me desse desassossego
Que me consome e me embriaga
Nada mais ouso pedir
Na prece que tento terminar
Antes que essa coisa no peito acumulada
Exploda e me aniquile
Pesa-me a respiração
Cheirando a fumaça e álcool
Dos tocos dos cigarros fumados
E das cervejas pela goela deglutidas
Só um pouco de paz
É o que peço nessa prece distorcida
Afasta de mim esse cálice
E tira tudo isso de mim
Amém.
(Nane - 23/08/2016)
O JOGO DA VIDA
Uma foto, um jogo
Uma marra, uma rede (social) antiga
Um desaforo, uma pirraça
Um encontro, uma eternidade
Fugaz empatia
Virando versos de poesias
De uma linda amizade
A quilômetros de distância
A marra virou simpatia
A foto ficou na retina
A distância (física) permanece
A amizade fez dos corações, moradia
O jogo foi vencido
O troféu foi meu e seu
As cartas estão na mesa
Sigamos juntas...vencendo
*Parabéns minha grande amiga!
(Nane-23/08/2016)
Uma marra, uma rede (social) antiga
Um desaforo, uma pirraça
Um encontro, uma eternidade
Fugaz empatia
Virando versos de poesias
De uma linda amizade
A quilômetros de distância
A marra virou simpatia
A foto ficou na retina
A distância (física) permanece
A amizade fez dos corações, moradia
O jogo foi vencido
O troféu foi meu e seu
As cartas estão na mesa
Sigamos juntas...vencendo
*Parabéns minha grande amiga!
(Nane-23/08/2016)
POESIA MORTA
Só o que eu queria
Um minuto só do seu dia
Uma palavra só
Um sorriso só
A eternidade contida
Na imensidão do infinito
Num só minuto
De só um dos seus dias
No entanto se cala
E nada me diz
Tão pouco me olha
E se sorri, é por sarcasmo
Teimo em aguardar
Um gesto único
Tentando interpretar
O que não me diz respeito
Palavras vãs me ditam a escrita
Perdidas em rimas também vãs
Transformadas em poesias opacas
Perdidas em prosas só do autor
Não levantam voos
Não se perdem no ar
Morrem no fundo da garganta
Ou criam bolor no fundo da gaveta
São poesias direcionadas
Sem respostas, ignoradas
São poesias mortas
De um poeta moribundo
Só o que eu queria
Um minuto só do seu dia
Uma palavra só
Um sorriso só
(Nane- 23/08/2016)
sábado, 20 de agosto de 2016
SALVADOR, TERRA DO AMOR (JANE CARVALHO)
Salvador, Salvador
Terra do amor
De gente bonita pra caralho
Feito essa tal Jane Carvalho
Me perdoe o palavrão (era preciso)
Não pela riminha
Já que uma palavrinha
Não expressaria essa explosão
Mulher das artes
Mulher da justiça
Mulher da casa
Mulher da Bahia
Salvador, Salvador
Terra das medalhas
Orgulho do boxe e da canoagem
Presentes para ti (Jane) com louvor
Sensualiza Salvador
Nessa mulher faceira e linda
De um sorriso encantador
E lume na aura advinda
Orgulhe-se São Salvador
De ser berço desta tua filha
Decantada em flor e poesia
Encantando o nosso dia a dia
*Parabéns Jane Carvalho!
(Nane-20/08/2016)
Terra do amor
De gente bonita pra caralho
Feito essa tal Jane Carvalho
Me perdoe o palavrão (era preciso)
Não pela riminha
Já que uma palavrinha
Não expressaria essa explosão
Mulher das artes
Mulher da justiça
Mulher da casa
Mulher da Bahia
Salvador, Salvador
Terra das medalhas
Orgulho do boxe e da canoagem
Presentes para ti (Jane) com louvor
Sensualiza Salvador
Nessa mulher faceira e linda
De um sorriso encantador
E lume na aura advinda
Orgulhe-se São Salvador
De ser berço desta tua filha
Decantada em flor e poesia
Encantando o nosso dia a dia
*Parabéns Jane Carvalho!
(Nane-20/08/2016)
terça-feira, 16 de agosto de 2016
INSTANTES
Aprendi com o palhaço do Boll
A importância dos instantes
Sejam eles reais, ou su
São o que nos moldam a vida
Sorri ao amanhecer
Por ter passado a noite com você
Se sonho ou fantasia, pouco importa
Foram instantes de alegria
Teu corpo abraçando o meu
Tua voz sussurrando em meus ouvidos
Teu cheiro inebriando meu espírito
Fui feliz a noite inteira
O dia agora está vazio
O sol lá fora me perece nublado
O instante não é de felicidade
Mas é o meu instante a ser vivido
Coleciono todos eles
Guardados dentro de mim
Por vezes revivo os mais felizes
E faço adormecer os entristecidos
Meus instantes são todos meus
Com ou sem companhia
Vivo-os tão intensamente
Enquanto os tenho para viver
Aprendi com o palhaço do Boll...
(Nane - 16/08/2016)
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
DIÁRIO SECRETO
Perdoe a invasão
Nas escritas secretas
Tão suas
Li, e algumas reli
Nas madrugadas insones
Que tinhas por companhia, a caneta
Chorei com algumas
Sorri com outras
E te ouvi de novo
Revi teus trejeitos
Do jeito que falavas
Quando conosco "brigava"
As preocupações que te rondavam
E te fizeram perder o sono
Em tantas noites mal dormidas
O medo tão explícito
De uma perda qualquer
Dos seres tão amados
A dor te consumindo
No fato consumado
A fé te reerguendo
A saudade mutilando
Os tempos idos do teu lado
Agora em folhas, relembrados
Não dissemos tudo
Não há mais nada a ser dito
Só o silêncio sepulcral
Chove, uma chuva fina
Como nas muitas madrugadas em que escrevestes
As linhas de tantos anos que descobri/e li
Perdoe a invasão
Nas escritas secretas
Tão suas...
(Nane-15/08/2016)
Nas escritas secretas
Tão suas
Li, e algumas reli
Nas madrugadas insones
Que tinhas por companhia, a caneta
Chorei com algumas
Sorri com outras
E te ouvi de novo
Revi teus trejeitos
Do jeito que falavas
Quando conosco "brigava"
As preocupações que te rondavam
E te fizeram perder o sono
Em tantas noites mal dormidas
O medo tão explícito
De uma perda qualquer
Dos seres tão amados
A dor te consumindo
No fato consumado
A fé te reerguendo
A saudade mutilando
Os tempos idos do teu lado
Agora em folhas, relembrados
Não dissemos tudo
Não há mais nada a ser dito
Só o silêncio sepulcral
Chove, uma chuva fina
Como nas muitas madrugadas em que escrevestes
As linhas de tantos anos que descobri/e li
Perdoe a invasão
Nas escritas secretas
Tão suas...
(Nane-15/08/2016)
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
PORCELANATO
O teu silêncio me fere
Tal qual peixeira afiada
À rasgar as entranhas de um peixe
Expondo suas vísceras fétidas
Havia entre nós uma intimidade
Perdida na arrogância soberba
Calcificada sobre o chão de nossos dias
Achafurdados no piso (novo) de porcelanato
Hoje reflete nesse espelho
A frieza efêmera e delicada
Temente de trincar num passo em falso
Manchando de sangue o piso claro
E o teu silêncio cria em mim uma certeza
Que não tenho mais o direito
De pisar no chão seguro
Por onde um dia caminhei
Meus pés não se adaptaram ao piso liso
E escorregam a cada passo em falso
O desconforto nesse meu caminhar
Separa os caminhos que (um dia) trilhamos juntos
Incomoda-me a tua frieza
E o teu pouco com isso se importar
Já não sei o que dizer
Nem tão pouco em que chão pisar
O teu silêncio me fere
Tal qual peixeira afiada
À rasgar as entranhas de um peixe
Expondo suas vísceras fétidas
(Nane-11/08/2016)
Tal qual peixeira afiada
À rasgar as entranhas de um peixe
Expondo suas vísceras fétidas
Havia entre nós uma intimidade
Perdida na arrogância soberba
Calcificada sobre o chão de nossos dias
Achafurdados no piso (novo) de porcelanato
Hoje reflete nesse espelho
A frieza efêmera e delicada
Temente de trincar num passo em falso
Manchando de sangue o piso claro
E o teu silêncio cria em mim uma certeza
Que não tenho mais o direito
De pisar no chão seguro
Por onde um dia caminhei
Meus pés não se adaptaram ao piso liso
E escorregam a cada passo em falso
O desconforto nesse meu caminhar
Separa os caminhos que (um dia) trilhamos juntos
Incomoda-me a tua frieza
E o teu pouco com isso se importar
Já não sei o que dizer
Nem tão pouco em que chão pisar
O teu silêncio me fere
Tal qual peixeira afiada
À rasgar as entranhas de um peixe
Expondo suas vísceras fétidas
(Nane-11/08/2016)
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
INQUILINA DO CORAÇÃO
Da Bahia veio
A menina de Feira
Que um dia, do nada
Em nossas vidas, entrou
Honrando a tradição
Rodou sua "baiana" e ficou
Para sempre entre nós
Mesmo que seja nos corações
Minha mãe por ela se apaixonou
E não a deixa mais sair
Ela, intrusa se alojou
Sem sequer o aluguel (dos corações) pagar
Grita e fala alto o tempo todo
Dorme muito e come pouco
Não desgruda do celular
Mas ainda assim eu gosto dela
Tá fazendo aniversário
Ficando velha sem saber
Só pensa no presente do seu pai
E esquece o tempo que está passando
Doidivanas da porra essa baiana
Que se diz chamar Gabi
E tem a cor de canela
Mas tá mais para a Amarantes
Kleydianne com dois "enes"
Apareceu e é aparecida
Resta então à nós a parabenizar
E só muita felicidade te desejar
(Nane-10/08/2016)
A menina de Feira
Que um dia, do nada
Em nossas vidas, entrou
Honrando a tradição
Rodou sua "baiana" e ficou
Para sempre entre nós
Mesmo que seja nos corações
Minha mãe por ela se apaixonou
E não a deixa mais sair
Ela, intrusa se alojou
Sem sequer o aluguel (dos corações) pagar
Grita e fala alto o tempo todo
Dorme muito e come pouco
Não desgruda do celular
Mas ainda assim eu gosto dela
Tá fazendo aniversário
Ficando velha sem saber
Só pensa no presente do seu pai
E esquece o tempo que está passando
Doidivanas da porra essa baiana
Que se diz chamar Gabi
E tem a cor de canela
Mas tá mais para a Amarantes
Kleydianne com dois "enes"
Apareceu e é aparecida
Resta então à nós a parabenizar
E só muita felicidade te desejar
(Nane-10/08/2016)
terça-feira, 9 de agosto de 2016
APOLOGIA AO RIO DE JANEIRO
Taí o tapete vermelho estendido
Para quem quiser chegar
O Rio de Janeiro está mais lindo ainda
E ninguém pode negar
Do VLT ao Redentor
O Rio abriga e não obriga
Quem desdenha sua beleza
E só enxerga a violência
A pira iluminada
Sob as bênçãos da Candelária
Aquece a alma do povão
Com seus telões na olimpíada
Lá do alto do corcovado
O Cristo agasalha com seus braços
Do trombadinha ao ricaço
Que faz do Rio o seu espaço
Venha quem vier
Chegue de onde chegar
O Rio de Janeiro está mais lindo do que nunca
E aqui todos são bem-vindos
(Nane-09/08/2016)
Para quem quiser chegar
O Rio de Janeiro está mais lindo ainda
E ninguém pode negar
Do VLT ao Redentor
O Rio abriga e não obriga
Quem desdenha sua beleza
E só enxerga a violência
A pira iluminada
Sob as bênçãos da Candelária
Aquece a alma do povão
Com seus telões na olimpíada
Lá do alto do corcovado
O Cristo agasalha com seus braços
Do trombadinha ao ricaço
Que faz do Rio o seu espaço
Venha quem vier
Chegue de onde chegar
O Rio de Janeiro está mais lindo do que nunca
E aqui todos são bem-vindos
(Nane-09/08/2016)
RAFAELA É COISA DE FAVELA
Cidade de Deus é o maior barato
Tem mais uma Silva bem treinada
Enchendo de orgulho os brasileiros
Que dela fizeram pouco
Podia ter sido bronze
Ou até mesmo prata
Mas foi ouro do maior quilate
Pra menina da favela
Nem São Paulo, Minas ou Bahia
Rio de Janeiro, Ceará ou Paraíba
A medalhista é brasileira
Mesmo sendo coisa de favela
O sonho olímpico realizado
Apesar de todo os preconceitos
Passando por cima de todos os obstáculos
O ouro também é coisa de favela
Agora é só ser feliz
Na favela onde nasceu
Encher o peito de orgulho ao afirmar
Que Rafaela Silva também é coisa de favela
(Nane-09/08/2016)
Tem mais uma Silva bem treinada
Enchendo de orgulho os brasileiros
Que dela fizeram pouco
Podia ter sido bronze
Ou até mesmo prata
Mas foi ouro do maior quilate
Pra menina da favela
Nem São Paulo, Minas ou Bahia
Rio de Janeiro, Ceará ou Paraíba
A medalhista é brasileira
Mesmo sendo coisa de favela
O sonho olímpico realizado
Apesar de todo os preconceitos
Passando por cima de todos os obstáculos
O ouro também é coisa de favela
Agora é só ser feliz
Na favela onde nasceu
Encher o peito de orgulho ao afirmar
Que Rafaela Silva também é coisa de favela
(Nane-09/08/2016)
UM CÉU DE QUIMERAS
Numa noite sem lua
Escondida por sob as nuvens
Basta-me o acinzentado do céu obscuro
Para entender a primazia
De se viver por entre as nuvens
Basta-me também o último copo de cerveja
E talvez mais uns cinco ou seis cigarros
Para que eu elucide o emaranhado de palavras
Que rugem no meu íntimo rarefeito
Dosadas pelo índice etílico da cevada
Por onde ande o poeta nas vielas da cidade
Onde a corja se estende no cair da noite escura
Há, ele, de rimar sua ira, seus ciúmes e suas dores
Com a pobreza de seus sentidos prolixos
Na poesia hipócrita pedinte e pedante de um amor...perdido
E numa noite sem lua
Escondida por sob as nuvens
O poeta, sem ter com quem conversar
Escreve palavras oriundas
Da dor curtida e mantida em goles profícuos
Extirpa-se as tripas do poeta
Nas frases não ditas na poesia
Por não poderem serem ditas
Ou tão pouco entendidas
Na noite sem lua e acinzentada
O quinto cigarro aceso
Um último gole de cerveja
As palavras já embaralhadas
Uma lágrima embaçando as letras
Um rosto fincado na retina
Adormece a poesia feito um gato
Solitário, em busca do luar
Que escondido por sob as nuvens,
Mira no seu céu de quimera
Que acredita, ainda estar lá...
(Nane-09/08/2016)
Escondida por sob as nuvens
Basta-me o acinzentado do céu obscuro
Para entender a primazia
De se viver por entre as nuvens
Basta-me também o último copo de cerveja
E talvez mais uns cinco ou seis cigarros
Para que eu elucide o emaranhado de palavras
Que rugem no meu íntimo rarefeito
Dosadas pelo índice etílico da cevada
Por onde ande o poeta nas vielas da cidade
Onde a corja se estende no cair da noite escura
Há, ele, de rimar sua ira, seus ciúmes e suas dores
Com a pobreza de seus sentidos prolixos
Na poesia hipócrita pedinte e pedante de um amor...perdido
E numa noite sem lua
Escondida por sob as nuvens
O poeta, sem ter com quem conversar
Escreve palavras oriundas
Da dor curtida e mantida em goles profícuos
Extirpa-se as tripas do poeta
Nas frases não ditas na poesia
Por não poderem serem ditas
Ou tão pouco entendidas
Na noite sem lua e acinzentada
O quinto cigarro aceso
Um último gole de cerveja
As palavras já embaralhadas
Uma lágrima embaçando as letras
Um rosto fincado na retina
Adormece a poesia feito um gato
Solitário, em busca do luar
Que escondido por sob as nuvens,
Mira no seu céu de quimera
Que acredita, ainda estar lá...
(Nane-09/08/2016)
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
SENHORA DE TRÁS-OS-MONTES
Bela senhora de Trás-os-Montes
Olhando serena as águas do Douro
Embevecida com o odor do Porto
Entre as vinhas celebradas
Tinge de rubro seus delicados dedos
No tinto da fruta de Baco
Enquanto absorta, passeia
Por teu berço esplêndido
Ah...minha cara senhora
De um semblante tão gentil
E o olhar quase infantil
Escondido sob as abas de seu chapéu
Embriaguei-me com teu sorriso
Apenas insinuado
Ofuscando as rosas amarelas
Que te deixam ainda mais bela
Generosa terra do Douro
Guarda contigo esse tesouro
Que aqui, no além-mar
Guardo no coração tua amizade
(Nane-04/08/2016)
LÍRICOS MELANCÓLICOS
Não exijas de mim além do que posso te dar
É sim, infinito o meu amor
Mas meu corpo, já cansado e fragilizado
Não suporta mais os teus desmandos
Eu, no silêncio do meu grito
Tento, com todas as minhas forças
Atender aos teus desvarios
Quando o "se" entra em questão
"Se eu tivesse"
"Se eu pudesse"
"Se eu fizesse"...
O tempo soberano
Levou embora teus poderes
Nada mais podes fazer
Te contentas com o que restou do teu ter
E creias
É bem mais leve do que os meus
Posto que nada tenho
Nada posso e nada faço
Viajas em tuas quimeras bolorentas
Enquanto vivo minhas certezas culpadas
Na intolerância de meus gestos
Metódicos, rotineiros e sem emoção
Meu lírico é shakespeariano
Sem a genialidade do britânico
A ti resta a melancolia
Que nos une numa mesma e triste poesia
Não exijas de mim além do que posso te dar...
(Nane-04/08/2016)
DESAMOR
Triste história a do desamor
Que se despe do amor
Na lápide fria da memória
Esquecida...
Não, não falo do físico
Da saudade que porventura, ficou
Da pessoa que se foi e não voltou
Mas do sentimento que se transformou
O vazio locado onde dantes
Morava o amor
Fazendo do aconchego de outrora
Lugar sem luz nenhuma
A sensação do ridículo
Tomando o espaço que antes
Eram dos sonhos e fantasias
Transformados em poesias
O desenho se apagando
Na retina da tela vazia
Que dantes ocupava por inteiro
Nas formas do amor sentido
Veio o desamor
Calejado e moldado pelo tempo
Despojando tristemente todo o sentimento
Que um dia julguei ser imortal
Triste não é deixar de te ter
Triste é deixar de te amar...
(Nane-04/08/2016)
Que se despe do amor
Na lápide fria da memória
Esquecida...
Não, não falo do físico
Da saudade que porventura, ficou
Da pessoa que se foi e não voltou
Mas do sentimento que se transformou
O vazio locado onde dantes
Morava o amor
Fazendo do aconchego de outrora
Lugar sem luz nenhuma
A sensação do ridículo
Tomando o espaço que antes
Eram dos sonhos e fantasias
Transformados em poesias
O desenho se apagando
Na retina da tela vazia
Que dantes ocupava por inteiro
Nas formas do amor sentido
Veio o desamor
Calejado e moldado pelo tempo
Despojando tristemente todo o sentimento
Que um dia julguei ser imortal
Triste não é deixar de te ter
Triste é deixar de te amar...
(Nane-04/08/2016)
terça-feira, 2 de agosto de 2016
SÍNTESE DE MIM
De tudo o que fui
Nos meandros da vida
Que vivi
O silêncio mortal
Nos recôncavos vazios
Sem eco nenhum
Assusta e incomoda
Palavras dançantes
Sem som algum
Sem rima nenhuma
Poesias mudas
Coração acelerado...
Resta-me a essência
Que não sei se quero mais
Reconstruir o que fui
Ou só recomeçar
No silêncio de meus recôncavos
Faço paz de meus tormentos
Na solidão que me aprouve
Perdida em mim mesma
Ainda assim...resta-me a essência
(Nane-02/08/2016)
(Nane-02/08/2016)
NA LOUCURA FELIZ
Brincando com as palavras
Rimei mamão com coração
Sem nenhuma pretensão
De uma poesia rabiscar
Fiz do seu, o sonho meu
Abrindo mão da realidade
Viver contigo em fantasia
É a minha mais linda poesia
Chamam-me por isso, "louca"
Mas sou "louca" feliz
Melhor te ter assim
Do que perder você de mim
(Nane-02/08/2016)
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
TRÊS SAUDADES
Um ano
Dois anos
Oito anos
Bate o coração
Em compasso de saudades
Ficamos nós
Se foram eles
Libertos e plenos
Rumo ao horizonte
Por ora, a nós vedado
Ressoam ainda as vozes
E os sorrisos que deixaram
No convívio de outros tempos
Marcados em cada um de nós
Na lágrima rolada na face
Três saudades pertinentes
Delineando na tela da retina
A presença para sempre fixada
De quem partiu sem dizer adeus
Trancafiados em nossos corações
Um ano
Dois anos
Oito anos
Amores são eternos
E não morrem jamais
(Nane-01/08/2016)
Dois anos
Oito anos
Bate o coração
Em compasso de saudades
Ficamos nós
Se foram eles
Libertos e plenos
Rumo ao horizonte
Por ora, a nós vedado
Ressoam ainda as vozes
E os sorrisos que deixaram
No convívio de outros tempos
Marcados em cada um de nós
Na lágrima rolada na face
Três saudades pertinentes
Delineando na tela da retina
A presença para sempre fixada
De quem partiu sem dizer adeus
Trancafiados em nossos corações
Um ano
Dois anos
Oito anos
Amores são eternos
E não morrem jamais
(Nane-01/08/2016)
quinta-feira, 28 de julho de 2016
MENINO HOMEM
Olha aí
A beleza da vida
Em constante mutação
Se renovando a cada geração
O menino que vi nascer
Bem ou mal, ajudei a crescer
Agora faz de outro menino
Sua razão de viver
Brincam e brigam feito irmãos
O pai e o filho do meu filho
Que hoje, aniversariando
Continua sendo o meu menino
O pequeno se fez grande
E o menino se fez homem
O homem se faz menino
E brinca de ser criança
É só o tempo passando
E o ciclo se formando
Até o dia que virá
O filho do seu filho
Se te servi de exemplo (em alguma coisa)
Sirva agora para o seu (filho)
Faça dele seu reflexo
Seja dele, motivo de orgulho
Mais que pai, seja o amigo
Que caminha de mãos dadas
Pela estrada desbravada (por vocês)
Com amor, carinho e amizade
*Feliz aniversário meu filho!
(Nane-28/07/2016)
terça-feira, 26 de julho de 2016
BRIGA DE FOICE
Noção perdida que vai de encontro
Ao peso do mundo sobre as costas
Arriando na demência rotineira
A minha, já imensa insanidade
Secam as lágrimas nos olhos
Avermelhados pelo fogo do inferno
Que cospem faíscas fulminantes
Simplesmente por olharem
O mal e o bem não são antônimos
Apenas companheiros de jornada
Embriagados pelo peso de seus dias
De mãos dadas num só destino
Lúcifer se diz anjo destituído
Enquanto Deus brinca de gato e rato
Misturam-se anjos e demônios
E esperam que eu os classifique
Talvez o teor alcoólico de meu sangue
Afaste todos os vampiros
Quando a luz da lua cheia ilumina
A noite vazia de meus dias
Uma frieza incontestável me abraça
Sem permitir culpas ou desejos
Resta a indiferença com eloquência
Nos dias que passam sem importância
A vida não me sorriu
Tão pouco eu, para ela sorri
Deus e o diabo moram em mim
Deixo que eles se digladiem
E que vença o mais forte
(Nane-26/07/2016)
PARADIGMA
Lavas em ebulição
Nas estranhas do meu ser
Que parco, estremece
Num epiléptico ataque
Vociferam em meus tímpanos
Palavras de baixo calão
Vindas do âmago de minhas vísceras
Por enquanto silenciadas
Queimam as retinas
Imagens projetadas
Pela ira do degredo
Em minhas placas tectônicas
O vômito se aproxima
No já arroxeado esôfago
Sabendo que a erupção
Petrificará o restante
Nada mais importará
Nada mais restará
Nada mais ficará
Nada mais...será
(Nane-26/07/2016)
Nas estranhas do meu ser
Que parco, estremece
Num epiléptico ataque
Vociferam em meus tímpanos
Palavras de baixo calão
Vindas do âmago de minhas vísceras
Por enquanto silenciadas
Queimam as retinas
Imagens projetadas
Pela ira do degredo
Em minhas placas tectônicas
O vômito se aproxima
No já arroxeado esôfago
Sabendo que a erupção
Petrificará o restante
Nada mais importará
Nada mais restará
Nada mais ficará
Nada mais...será
(Nane-26/07/2016)
TRAJETÓRIAS
Histórias que se repetem
Ao longo da vida inteira
Tendo por testemunha
O espelho em que reflete
A neta inocente que sorri
Das rugas de sua avó
E se orgulha de sua mãe
Tão linda e madura
O tempo impoluto
Esculpindo semelhanças
Nos corpos, nos trejeitos
Em todos os cotidianos
Lá fora, brinca a menina
De ser mãe da sua boneca
Lá dentro, observa a avó
Revendo a infância da mãe
E o espelho aguarda
Para mostrar os reflexos
Sem se importar se quem olha
É a neta, a mãe ou a avó
É só vida que passa
Renovada em cada dia
Contando uma mesma trajetória
Só percebida em seu final (que não termina)
(Nane-26/07/2016)
segunda-feira, 25 de julho de 2016
OLHAR ESCONDIDO
Moça menina de Juazeiro
Deixa teus olhos me olhar
Com a meiguice que te caracteriza
Com a voz doce com que acalentas
Não os esconda sob os óculos
Deixe que reflitam tua alma
No brilho franco e tão intenso
Das janelas de tua alma
Moça que a Bahia se envaidece
De te servir por nascedouro
No sotaque gostoso e revelador
Do berço brasileiro
Tome meus versos por reverência
Aos encantos com que me encantastes
Quando de um casual encontro
Nasceu nossa eterna amizade
No dia do escritor
Nada mais justo que rabiscar
A moça de Juazeiro
Que sonho abraçar
Te aguardo ansiosa
Para o abraço reconfortante
Que por certo há de vir
Logo, logo que chegares
(Nane-25/07/2016)
Deixa teus olhos me olhar
Com a meiguice que te caracteriza
Com a voz doce com que acalentas
Não os esconda sob os óculos
Deixe que reflitam tua alma
No brilho franco e tão intenso
Das janelas de tua alma
Moça que a Bahia se envaidece
De te servir por nascedouro
No sotaque gostoso e revelador
Do berço brasileiro
Tome meus versos por reverência
Aos encantos com que me encantastes
Quando de um casual encontro
Nasceu nossa eterna amizade
No dia do escritor
Nada mais justo que rabiscar
A moça de Juazeiro
Que sonho abraçar
Te aguardo ansiosa
Para o abraço reconfortante
Que por certo há de vir
Logo, logo que chegares
(Nane-25/07/2016)
domingo, 24 de julho de 2016
SIMPLESMENTE TE AMO
Ah meu amor...
Deixa eu te amar sem mais além
Pouco importa não te tocar
Basta-me saber que é você
Não, não é loucura
Ou tão pouco doença
É só amor verdadeiro
De quem ama sem se importar de ser amado
Deixa eu sonhar com teus carinhos
Nas fantasias criadas por meu coração
Que se extasia só por saber que o seu bate
Em prol da vida que me faz viver
Tão grande é o meu amor
Que nada ou ninguém pode matá-lo
Nem mesmo eu, que já tentei
Fui capaz de conseguir
Hoje me rendo e me contento
Em te amar no meu silêncio
Que se te fez, pra mim, impossível
Te tornou eternidade
Então deixa que eu te ame
Sem nada de ti esperar
Pois te juro que nesta minha insanidade
Sou feliz por simplesmente te amar...
(Nane-24/0/2016)
Deixa eu te amar sem mais além
Pouco importa não te tocar
Basta-me saber que é você
Não, não é loucura
Ou tão pouco doença
É só amor verdadeiro
De quem ama sem se importar de ser amado
Deixa eu sonhar com teus carinhos
Nas fantasias criadas por meu coração
Que se extasia só por saber que o seu bate
Em prol da vida que me faz viver
Tão grande é o meu amor
Que nada ou ninguém pode matá-lo
Nem mesmo eu, que já tentei
Fui capaz de conseguir
Hoje me rendo e me contento
Em te amar no meu silêncio
Que se te fez, pra mim, impossível
Te tornou eternidade
Então deixa que eu te ame
Sem nada de ti esperar
Pois te juro que nesta minha insanidade
Sou feliz por simplesmente te amar...
(Nane-24/0/2016)
sábado, 23 de julho de 2016
UM BEIJO AO VENTO
Fale-me de teus sonhos
Para que finalmente eu entenda
Que deles não faço parte
E te deixe enfim, em paz
Conte-me de teus desejos
Tão difusos dos meus
Que poemisa teus contornos
Em métricas tão perfeitas
Escuta a canção que te compus
Em notas que criei além das sete
Numa harmonia que só os que amam
São capazes de cantar
Morra, em meu peito de uma vez
Para que eu possa sobreviver
Sem ter mais porque chorar
E aprenda a (re)amar
Permita, que a poesia adormeça
Sob as cinzas desse amor
E me falte para sempre a inspiração
Ao decantar minha desilusão
Acene-me, num adeus derradeiro
Sopre um beijo em minha direção
Eu o guardarei na memória congruente
Que de tua imagem não se desfaz
Então vá e não olhe para trás
Nem se enterneça com as lágrimas derramadas
A poesia mudou seu curso
Já não há mais rimas com você...
(Nane-22/07/2016)
terça-feira, 19 de julho de 2016
APENAS ESCREVO
Há tempos escuto
No barulho confuso da cidade
O vento sibilando por frestas
Das janelas na casa velha
Histórias e palavras c(o)antadas
Por gente que eu nunca vi
Debruçada no parapeito, espero
A brisa falante soprar
Em meus ouvidos já treinados
Enquanto a vida, incólume, passa
Deixando a velhice por companheira
E as vozes que ouço no vento
Contos narrados só pra mim
Falam de tantas coisas idas
De gente perdidas em mares
De sonhos desfeitos ou realizados
De quem veio obrigado
De quem ficou extasiado
Há tempos tento entender
As vozes que sopram em mim
Frases soltas pelo ar
Ordenadas em forma de poesia
Onde a tristeza e a alegria
Tomam formas em meus dedos comandados
Da janela da minha casa velha
Em meio ao barulho confuso da cidade
Escuto histórias sopradas em meus ouvidos
De putas e loucos degredados
Virando poesias no dia a dia
Da inspiração que se apossa de mim
Há tempos misturo enfim
O amor, o ódio, a lua e o que há de vir
Nas frases que me sopram as vozes
Que falam de velhos e crianças
Sem se importarem com o que vai surgir
Dos meus dedos comandados
(Nane-19/17/2016)
BURACO NEGRO
Hoje sou nada
Nem ninguém
Protótipo do que pensei
Sou mero pensamento
Pairando no ar
De encontro ao infinito
Perdido nas entranhas
De um buraco negro
Inda ontem pensei ser
Ancoradouro preciso
Sob as luzes de um farol
Norteando o marinheiro
Trazendo-o de volta
Ao porto seguro
Sem perceber que minhas amarras
Romperam-se perdendo a embarcação
O amanhã perdeu seu sentido
Por não viver de um passado sem presente
Sou pensamento à deriva
No mar revolto às escuras
Num cântico melancólico de um chamamento
Arrastado e sufocado pela força de um contravento
Soprado em outra direção
Levando embora meu barco e minha...ilusão
(Nane-19/17/2016)
Nem ninguém
Protótipo do que pensei
Sou mero pensamento
Pairando no ar
De encontro ao infinito
Perdido nas entranhas
De um buraco negro
Inda ontem pensei ser
Ancoradouro preciso
Sob as luzes de um farol
Norteando o marinheiro
Trazendo-o de volta
Ao porto seguro
Sem perceber que minhas amarras
Romperam-se perdendo a embarcação
O amanhã perdeu seu sentido
Por não viver de um passado sem presente
Sou pensamento à deriva
No mar revolto às escuras
Num cântico melancólico de um chamamento
Arrastado e sufocado pela força de um contravento
Soprado em outra direção
Levando embora meu barco e minha...ilusão
(Nane-19/17/2016)
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