segunda-feira, 15 de agosto de 2016

DIÁRIO SECRETO

Perdoe a invasão
Nas escritas secretas
Tão suas

Li, e algumas reli
Nas madrugadas insones
Que tinhas por companhia, a caneta

Chorei com algumas
Sorri com outras
E te ouvi de novo

Revi teus trejeitos
Do jeito que falavas
Quando conosco "brigava"

As preocupações que te rondavam
E te fizeram perder o sono
Em tantas noites mal dormidas

O medo tão explícito
De uma perda qualquer
Dos seres tão amados

A dor te consumindo
No fato consumado
A fé te reerguendo

A saudade mutilando
Os tempos idos do teu lado
Agora em folhas, relembrados

Não dissemos tudo
Não há mais nada a ser dito
Só o silêncio sepulcral

Chove, uma chuva fina
Como nas muitas madrugadas em que escrevestes
As linhas de tantos anos que descobri/e li

Perdoe a invasão
Nas escritas secretas
Tão suas...

(Nane-15/08/2016)






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