Hoje sonhei com o Harry, um sujeito que imaginei parecido com o Christian Grey, e no entanto, em meu sonho, seu sotaque, seus traços, estavam mais para um cabra da peste nordestino. Sua lábia de poeta lascivo me seduziu e fez da minha noite, a noite dos sonhos de toda mulher que, recatada, enrusti em si a puta depravada, capaz de enlouquecer o mais fodão dos homens.
Harry bem que tentou fazer de mim a própria Anastasia, mas me pegou num dia (ou noite) de possessão e fiz eu, dele, objeto de minhas frustrações sexuais, atiçadas pela libido acesa e pulsante.
E pensar que eu só queria, naquele bar de beira de estrada, tomar uma cerveja...
- A moça ta sozinha?
- Ta vendo mais alguém?
O cabra nordestino, pouco ligou para o meu mal humor e se "aboletou" na cadeira de frente com a minha, desatando a falar em versos e prosas...
A cerveja, que a princípio seria só uma, se multiplicou e quando dei por mim, havia cascos entulhados por toda a extensão (debaixo) da mesa. O filho da puta me enrolou com sua conversa mole e me levou para um quarto de motel.
Ri, já completamente embriagada, do seu nome de estrangeiro e do seu sotaque de nordestino (e o que é pior, sua cabeça chata também é de nordestino). Ri, como nunca houvera rido antes, com seu palavriado flutuando entre o chulo e o culto, e seu olhar esbugalhado e fulminante, me despindo e me comendo sem nem mesmo me tocar.
Tremi, com suas mãos habilidosas, me enlaçando e me apertando num abraço que me pôs de encontro à dureza de seus desejos, que também já eram os meus...
Dissipou-se a fumaça dos cigarros relaxantes, enquanto sorrisos se extinguiam em mais uns goles de cerveja (quente). Harry não era Christian Grey, nem eu Anastasia. Mas a noite...ah, a noite!
Em meu quarto ainda escuro, despertei com o suor que ensopava meu corpo e encharcava o lençol...quem é Harry???
(Nane - 03/09/2016)
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