Vomito palavras
Reviradas em meu âmago
Sem me importar com as rimas
Ou com algum nexo
Saem de mim
Feito vermes das feridas
Expulsos por glóbulos brancos
Incomodados com a infecção
Latejam em minhas têmporas
Como pancada em tamborim
Em noite de desfile
Da bateria de uma escola (de samba)
Fervem meus sentidos
Feito lava de vulcao
Resfriada e empedrada
Pelo tempo inócuo e incólume
Estragos só em mim
Que sinto o fervor escaldante
Da lava do vômito lacerando minhas entranhas
Petrificando meus sonhos
Vomito todo o fel contido
E me afogo em meu próprio vômito
Azedo e por mim incontido
Nas entranhas do meu ser
São palavras sem nexo nenhum
É poesia sem prosa nenhuma
É tempo perdido com coisa alguma
São dores sem remédio que cura
(Nane- 14/09/2016)
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