terça-feira, 23 de agosto de 2016

POESIA MORTA


Só  o que eu queria
Um minuto só do seu dia
Uma palavra só
Um sorriso só

A eternidade contida
Na imensidão do infinito
Num só minuto
De só um dos seus dias

No entanto se cala
E nada me diz
Tão pouco me olha
E se sorri, é por sarcasmo

Teimo em aguardar
Um gesto único
Tentando interpretar
O que não me diz respeito

Palavras vãs me ditam a escrita
Perdidas em rimas também vãs
Transformadas em poesias opacas
Perdidas em prosas só do autor

Não levantam voos
Não se perdem no ar
Morrem no fundo da garganta
Ou criam bolor no fundo da gaveta

São poesias direcionadas
Sem respostas, ignoradas
São poesias mortas
De um poeta moribundo

Só o que eu queria
Um minuto só do seu dia
Uma palavra só
Um sorriso só

(Nane- 23/08/2016)


Nenhum comentário:

Postar um comentário