Mergulhei em ti
Num passeio solitário
Revendo coisas que vivemos
Ouvindo coisas que dissemos
Fui em busca dos momentos
Em que nos achamos e nos perdemos
Na tentativa de entender
O que é apenas para sentir
O lirismo sempre existiu
Apenas mudou a poesia
O poeta, a musa, o leitor
São contos de páginas viradas
A boca ressecada pela sede
Faz líquida a felicidade a ser sorvida
Na taça do cristal embevecido
Por te matar a sede enfim
Sem culpas ou desculpas
Caminhei e te revirei do avesso
Em busca de uma nova tentativa
De um destino premeditado
Mas ouvi flechas certeiras
Rasgando minhas entranhas
Com palavras inerentes
De arqueiro decisivo
Desistir não posso, não está em mim
Pedante e pedinte, também não mais
Voltei à tona de ti
Vou mergulhar em outro mar...
(Nane-25/08/2016)
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