quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ATORMENTADA


Atormentada
Na treva interior
Tremilicando
No submundo gélido
Enraizado num inverno
Que não acaba nunca

Gritar não adianta mais
A voz sumiu e a garganta estourou
A noite é longa e fria
O sol de primavera se extinguiu
Só um corvo agourento
Faz um barulho melancólico

Danem-se todos os certinhos
A vida é uma loucura
O mundo um hospício
A mágoa, sepultura
Se abrindo lentamente
Sob os pés se quem a cava

Atormentada sem perspectiva
Minha cova quase pronta
Aquecendo com o exercício
Esse inverno constante
Vindo da mais profunda entranha
Da minha mente adoecida

E de que flores vou falar...

(Nane-22/09/2016)




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