Vês essas rugas em minha face?
São as marcas tatuadas no contexto
de todos os caminhos que tracei.
Olha os fios embranquecidos
em minhas têmporas!
Talvez se os unisse um a um,
refaria com exatidão
a travessia de meus passos até aqui.
Todos os medos que tive, todas as
angústias que me apertaram o peito,
todos os sorrisos que dei, toda a vida
que vivi. Mas eles (os fios) já estão
tão fracos, e se arrebentam facilmente.
Meus medos se foram todos.
Hoje, só temo o não morrer.
A vida aflora tão intensamente em mim,
que me faz cansar viver.
Se drama, não sei,
mas que poeta não sofre de dramaticidade?
A sensibilidade emana da alma, que já
experiente, sabe dos rumos a seguir, e o pior,
geralmente dos desfechos desencadeados e de
certa forma, provocados.
Resta se deixar levar na brisa do vento que
sopra, enquanto não se cai no olho do furacão.
Olha bem para as rugas em minha face
e tenta compreender minhas insanidades.
São apenas as marcas do que fui e vivi,
me lembrando o tempo inteiro que ainda
surgirão mais algumas.
(Nane-05/02/2015)
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