quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

DESVARIO POÉTICO

Os olhos marejados
Daltônicos
Nas falésias distorcidas
Contemplam a cor
Sem saber qual é
Mas sabendo ser bela.

Pouco importa a cor
A mistura foge à retina
Estagnada na alma.

O poeta sente e não vê.

Tocar o corpo querido
Pura quimera
Que também pouco importa
Sentir o perfume inexistente
Isso sim é importante.

E o poeta ama o plasma.

Não vibra seu gozo em cópula
Mas transborda em orgasmos múltiplos
Quando descreve em poesia
Seu amor platônico e unilateral
Numa só essência dúbia
Reiterado insistentemente
Nas suas entranhas.

É o amor de poeta.

Estranho e sem roteiro
Poucos são os que perdem tempo
Tentando decifrar
A mente poética e sem nexo
Do que vos escreve palavras desconexas
Pelo simples prazer de escrever
Sem sentir necessidade
De se fazer entender.

É a loucura do poeta.

(Nane-11/02/2015)

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