Os olhos marejados
Daltônicos
Nas falésias distorcidas
Contemplam a cor
Sem saber qual é
Mas sabendo ser bela.
Pouco importa a cor
A mistura foge à retina
Estagnada na alma.
O poeta sente e não vê.
Tocar o corpo querido
Pura quimera
Que também pouco importa
Sentir o perfume inexistente
Isso sim é importante.
E o poeta ama o plasma.
Não vibra seu gozo em cópula
Mas transborda em orgasmos múltiplos
Quando descreve em poesia
Seu amor platônico e unilateral
Numa só essência dúbia
Reiterado insistentemente
Nas suas entranhas.
É o amor de poeta.
Estranho e sem roteiro
Poucos são os que perdem tempo
Tentando decifrar
A mente poética e sem nexo
Do que vos escreve palavras desconexas
Pelo simples prazer de escrever
Sem sentir necessidade
De se fazer entender.
É a loucura do poeta.
(Nane-11/02/2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário