Um espaço para falar de tudo e com todos. quem quiser entrar, seja bem vindo.
sábado, 28 de fevereiro de 2015
CARTAS NA MESA
Na mesa solitária
De um carteado
Acompanhada de robôs
Jogo a minha sorte
A vitória é quase certa
Robôs não pensam
Agem maquinalmente
São manipulados
Bato papo com eles
Como se pudessem me ouvir
São companhias noturnas
Dos meus devaneios
Meu parceiro é o mais idiota
Jogo por mim e por ele
Que suja todo o meu jogo
Sempre que possível
Solitária jogadora que sou
Jogo fora a minha verve
Na mesa de um carteado
Em que só vale...a solidão
(Nane-28/02/2015)
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
UMA NOITE DE VERÃO
O gosto da boca beijada
rejeitado pelas papilas
acostumadas com o paladar
da outra boca fechada.
O calor dos corpos se abraçando
Gera o suor e o cheiro
repelido ao olfato sensível
acostumado ao odor perdido
O cio inflamado do sexo
aviltado e resfriado
quando na ênfase do ato
o êxtase se desfaz
As pernas abertas se fecham
trancando o prazer acumulado
na vã tentativa de um prazer
já impossível de se ter
Relaxa a compulsão do corpo
negligenciando o lirismo
enquanto enche de vazio
o pulsar da emoção
É tarde e outro dia se anuncia.
A noite que prometia ser quente
esfria...
É melhor ir para casa dormir.
(Nane-27/02/2015)
PONTOS FLAMENJANTES
Meus demônios estão soltos
e não consigo prendê-los.
Turvam minha sanidade
com seus risos debochados,
escancarados
Fazem festa em meus neurônios
arrepiando-me os pelos
feito gato em riste, pronto a atacar
ao primeiro sinal de ameaça
e incoerência
Permeiam-me a mente
e o coração vagabundo
com seus murmúrios nefastos
zombando em escárnio
da minha fraqueza
Me deixei possuir
ao lançar nas trevas
a minha alma perdida,
desencantada da vida
cansativa
É na madrugada desenfreada
que eles tomam meu espaço
invadindo o meu quarto
e me fazendo ser o que não sou
sem nada ou a ninguém temer
No apagar das luzes
os pontos visíveis
são os olhos flamejantes
dos demônios soltos
dentro de mim
(Nane-27/02/2015)
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
ESTUPRO PRAZEROSO
Hoje a poesia me traiu
e fez de mim mamulengo.
Desnudou meu âmago
numa profundidade além
do que meu fôlego aguenta.
Intrinsecamente me virou
do avesso sem nenhum cuidado.
Ah poesia...
sou humana e dada à intempéries.
Esqueça a autoria.
Dona sua, não sou.
Meus dedos escrevem a esmo
o que na realidade invades
e ditas, sem nenhuma concessão.
E as lágrimas que me arrancas,
enquanto desfila na folha branca,
não se preocupas em estancar
quando se vai para não mais voltar.
Faz com que eu perca o sono
quando rompe meus sentidos,
já tão fragilizados,
com palavras adornadas,
insistindo em existir
enquanto eu, me sinto morrer.
Ah poesia...
És quase um estupro,
embora me dê tanto prazer.
(Nane-26/02/2015)
e fez de mim mamulengo.
Desnudou meu âmago
numa profundidade além
do que meu fôlego aguenta.
Intrinsecamente me virou
do avesso sem nenhum cuidado.
Ah poesia...
sou humana e dada à intempéries.
Esqueça a autoria.
Dona sua, não sou.
Meus dedos escrevem a esmo
o que na realidade invades
e ditas, sem nenhuma concessão.
E as lágrimas que me arrancas,
enquanto desfila na folha branca,
não se preocupas em estancar
quando se vai para não mais voltar.
Faz com que eu perca o sono
quando rompe meus sentidos,
já tão fragilizados,
com palavras adornadas,
insistindo em existir
enquanto eu, me sinto morrer.
Ah poesia...
És quase um estupro,
embora me dê tanto prazer.
(Nane-26/02/2015)
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
A VOZ QUE VEM DO PEITO
Essa inquietação incomodando
como a me dizer alguma coisa.
Tapo os ouvidos, na tentativa
de não ouvir, mas é o peito
quem diz.
A voz do peito é grave, e diz
coisas insólitas, inaudíveis e
oprimentes.
Passa um filme na tv. Eu tento
assistir, parece interessante. Mas
a inquietação persiste. Ouço da
boca da "mocinha" a voz do peito,
grave. Alguma coisa acontece e eu
não sei o quê
Toca o celular. Corro para atender,
torcendo ser alguém interessante
para me livrar desse incômodo,
mas a voz que ouço é grave.
Não decifro o que diz do outro lado.
Desligo, finjo que cai a ligação.
Volto a me afundar no sofá, enquanto
a voz grave insiste em soprar nos
meus ouvidos.
No peito uma pressão inquietante,
me diz que algo está a acontecer.
O que será, não sei dizer...
mas a voz do peito é grave.
(Nane-25/02/2015)
como a me dizer alguma coisa.
Tapo os ouvidos, na tentativa
de não ouvir, mas é o peito
quem diz.
A voz do peito é grave, e diz
coisas insólitas, inaudíveis e
oprimentes.
Passa um filme na tv. Eu tento
assistir, parece interessante. Mas
a inquietação persiste. Ouço da
boca da "mocinha" a voz do peito,
grave. Alguma coisa acontece e eu
não sei o quê
Toca o celular. Corro para atender,
torcendo ser alguém interessante
para me livrar desse incômodo,
mas a voz que ouço é grave.
Não decifro o que diz do outro lado.
Desligo, finjo que cai a ligação.
Volto a me afundar no sofá, enquanto
a voz grave insiste em soprar nos
meus ouvidos.
No peito uma pressão inquietante,
me diz que algo está a acontecer.
O que será, não sei dizer...
mas a voz do peito é grave.
(Nane-25/02/2015)
REZANDO NA(O) QUARESMA
Enquanto Quaresma reza
em plena quaresma,
perco-me nas crendices
dos quarenta dias.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
Sempre temi a quaresma,
mas gosto do Quaresma.
Não sei o porquê do meu medo,
e rezar não é o meu forte.
Se fé tenho, nem mesmo sei,
embora sinta que algo me conduza.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
Ah, a fé e a razão!
Sou tão sem razão que pouca
fé sobrou em mim.
Um dia alguém me disse
o que o Quaresma escreveu
sobre repetir o mantra
com o rosário nas mãos,
quantas vezes for preciso,
até que a Santa me escute
e ainda que para se livrar de mim,
conceda-me o pedido.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
A fé que remove montanhas
não é a minha (talvez a de minha mãe),
E Deus parece brincar com meu
agnosticismo, ou então apenas me usa
para os seus propósitos incompreensíveis.
É, pode ser que tenha razão o Quaresma
quando diz que minha fé é sem esperança
e por isso nada pede, nada espera, em nada
acredita, e apenas reza em plena quaresma.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
(Nane - 25/02/2015)
em plena quaresma,
perco-me nas crendices
dos quarenta dias.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
Sempre temi a quaresma,
mas gosto do Quaresma.
Não sei o porquê do meu medo,
e rezar não é o meu forte.
Se fé tenho, nem mesmo sei,
embora sinta que algo me conduza.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
Ah, a fé e a razão!
Sou tão sem razão que pouca
fé sobrou em mim.
Um dia alguém me disse
o que o Quaresma escreveu
sobre repetir o mantra
com o rosário nas mãos,
quantas vezes for preciso,
até que a Santa me escute
e ainda que para se livrar de mim,
conceda-me o pedido.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
A fé que remove montanhas
não é a minha (talvez a de minha mãe),
E Deus parece brincar com meu
agnosticismo, ou então apenas me usa
para os seus propósitos incompreensíveis.
É, pode ser que tenha razão o Quaresma
quando diz que minha fé é sem esperança
e por isso nada pede, nada espera, em nada
acredita, e apenas reza em plena quaresma.
Reza, pequena, não é preciso orar
Reza somente e vê, tudo melhora.
(Nane - 25/02/2015)
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
O PORTADOR DE SONHOS
Passar a limpo meu rascunho
Escrever com tinta dourada
Rabiscar com a razão
Enfeitando as palavras
Espalhando na poesia
Rimas e até melodias
Para que o poeta seja tido
Como o portador da mansidão
Dizem todos do poeta
Ao saber quem o é
Poeta é "zem"
Rima amor com flor
Vive nas nuvens
Dançando conforme a música
Sem sentir o chão
Que teima em fixá-lo
Pela lei da atração
Louco, varrido, sem noção
O poeta sente e mais que todos
Está preso ao chão
Seu corpo independente do peso
Mantém aprisionado o espírito
Livre, sensível e sonhador
Que se debulha no simples ato
De escrever o seu querer
Insano e despropósito
Poeta é criança
Sonhando com quimeras
E adulto
Vivenciando a realidade
De ser mero portador
Quando rabisca com a razão
O doce sonho alheio
(Nane-24/02/2015)
Escrever com tinta dourada
Rabiscar com a razão
Enfeitando as palavras
Espalhando na poesia
Rimas e até melodias
Para que o poeta seja tido
Como o portador da mansidão
Dizem todos do poeta
Ao saber quem o é
Poeta é "zem"
Rima amor com flor
Vive nas nuvens
Dançando conforme a música
Sem sentir o chão
Que teima em fixá-lo
Pela lei da atração
Louco, varrido, sem noção
O poeta sente e mais que todos
Está preso ao chão
Seu corpo independente do peso
Mantém aprisionado o espírito
Livre, sensível e sonhador
Que se debulha no simples ato
De escrever o seu querer
Insano e despropósito
Poeta é criança
Sonhando com quimeras
E adulto
Vivenciando a realidade
De ser mero portador
Quando rabisca com a razão
O doce sonho alheio
(Nane-24/02/2015)
COM TODO RESPEITO AO MAIAKÓVSKI
Eu olhei pra ela
Tão linda e bela
Pensando em voz alta
Como ser possível
Estar nas alturas
Ser musa
E muda...
Num surto me disse
Que todo poeta
É louco por ela
E por isso a fazem nua
Em palavras bonitas
Que rimam com lua.
Acendeu sua fase
Mas clara que nunca
E refletiu sobre o mar
Para mais perto chegar
E falar-me no ouvido
Do seu cansaço
Ao ficar suspensa
Girando, girando.
Sorri e lhe disse
Do meu cansaço
De ter que escrever
E nem sempre saber
O que dizer.
Ela perguntou
Se realmente eu tenho
Que escrever
E eu perguntei
Se ela realmente
Tem que brilhar.
A lua e eu
Mulheres de fases
Claras e escuras
Amantes da noite.
Ofereci um chopp
Recusou e sorriu
Temendo girar
Pro lado errado
E se derramar
No mar salgado.
O sol anunciou
O amanhecer
A lua se despediu
Nua...sorrindo
Meu surto passou
O cheiro do café
Me chamou.
(Nane-24/02/2015)
Tão linda e bela
Pensando em voz alta
Como ser possível
Estar nas alturas
Ser musa
E muda...
Num surto me disse
Que todo poeta
É louco por ela
E por isso a fazem nua
Em palavras bonitas
Que rimam com lua.
Acendeu sua fase
Mas clara que nunca
E refletiu sobre o mar
Para mais perto chegar
E falar-me no ouvido
Do seu cansaço
Ao ficar suspensa
Girando, girando.
Sorri e lhe disse
Do meu cansaço
De ter que escrever
E nem sempre saber
O que dizer.
Ela perguntou
Se realmente eu tenho
Que escrever
E eu perguntei
Se ela realmente
Tem que brilhar.
A lua e eu
Mulheres de fases
Claras e escuras
Amantes da noite.
Ofereci um chopp
Recusou e sorriu
Temendo girar
Pro lado errado
E se derramar
No mar salgado.
O sol anunciou
O amanhecer
A lua se despediu
Nua...sorrindo
Meu surto passou
O cheiro do café
Me chamou.
(Nane-24/02/2015)
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
SEM MEDO DA VERDADE
Mãe,
estou aqui, velando por ti.
Não leve a sério meus destemperos.
Eu não levo os teus.
Somos mãe, carne da mesma carne,
embora a tua seja de primeira e a minha
aquela nervura entreposta.
Adoeci na tua doença mãe, e por isso
perco completamente o sentido do cuidar.
Não te peço perdão por saber que o teu amor
já me perdoou. Mas quero que saibas que dói
em mim a falta da paciência.
Se em ti há sinais claros de um alzheimer,
em mim destaca-se a insanidade.
Me vejo despida de ti mãe, quando só consigo
vislumbrar no teu corpo envelhecido e tua
mente esquecida, um ser estranho tomando o
espaço da mãe amiga e protetora que já, por
um tempo se foi.
Somos mãe, carne da mesma carne. Mas a tua
é de primeira, enquanto a minha é só nervura
entremeando a sua.
Não te peço perdão por saber que teu amor já
me perdoou. Mas quero que saibas que dói em
mim (mais do que em ti) ver o que restou de ti.
Ainda me lembro, quando menina, na soleira de
um tanque de pedra, enquanto lavavas roupas
para o nosso sustento, eu te disse um dia que de ti
cuidaria. Ainda me lembro do teu sorriso enigmático,
agradecido e zombeteiro dizendo acreditar. Eu era
só uma menina.
Creio que essa promessa veio de outros tempos mãe,
e só o que espero é que eu possa levá-la à termo, já
que sinceramente devo te confessar: tá muito difícil
e complicado, mãe.
De novo não te peço perdão, posto saber do teu amor.
Mas se te expus mãe, foi por estar pesado demais o meu
fardo. Foi por não ter mais a força que tive um dia. Só
acredite que o meu amor por ti é tão grande quanto o teu
por mim.
(Nane-23/02/2015)
estou aqui, velando por ti.
Não leve a sério meus destemperos.
Eu não levo os teus.
Somos mãe, carne da mesma carne,
embora a tua seja de primeira e a minha
aquela nervura entreposta.
Adoeci na tua doença mãe, e por isso
perco completamente o sentido do cuidar.
Não te peço perdão por saber que o teu amor
já me perdoou. Mas quero que saibas que dói
em mim a falta da paciência.
Se em ti há sinais claros de um alzheimer,
em mim destaca-se a insanidade.
Me vejo despida de ti mãe, quando só consigo
vislumbrar no teu corpo envelhecido e tua
mente esquecida, um ser estranho tomando o
espaço da mãe amiga e protetora que já, por
um tempo se foi.
Somos mãe, carne da mesma carne. Mas a tua
é de primeira, enquanto a minha é só nervura
entremeando a sua.
Não te peço perdão por saber que teu amor já
me perdoou. Mas quero que saibas que dói em
mim (mais do que em ti) ver o que restou de ti.
Ainda me lembro, quando menina, na soleira de
um tanque de pedra, enquanto lavavas roupas
para o nosso sustento, eu te disse um dia que de ti
cuidaria. Ainda me lembro do teu sorriso enigmático,
agradecido e zombeteiro dizendo acreditar. Eu era
só uma menina.
Creio que essa promessa veio de outros tempos mãe,
e só o que espero é que eu possa levá-la à termo, já
que sinceramente devo te confessar: tá muito difícil
e complicado, mãe.
De novo não te peço perdão, posto saber do teu amor.
Mas se te expus mãe, foi por estar pesado demais o meu
fardo. Foi por não ter mais a força que tive um dia. Só
acredite que o meu amor por ti é tão grande quanto o teu
por mim.
(Nane-23/02/2015)
3 M²
Confinamento em 3m²
Num decúbito lateral
Pincelado por sentadas
Cada vez mais raras
Prisão de dores
Um corpo retorcido
Lamentos diminuídos
Conformidade
Atrito do corpo com a cama
Avermelhando um lado da anca
No calor de 40º
Aceitado, resignado
Pele de papel amassado
Escrito por 90 anos
Hidratada por óleos caríssimos
Na esperança de não rasgar
É poesia melancólica
Em seu epílogo
Aguardando tão somente
O fechar do livro
E será enfim editado
Com todas as pompas
Dos personagens envolvidos
No confinamento em 3m²
(Nane - 23/02/2015)
Num decúbito lateral
Pincelado por sentadas
Cada vez mais raras
Prisão de dores
Um corpo retorcido
Lamentos diminuídos
Conformidade
Atrito do corpo com a cama
Avermelhando um lado da anca
No calor de 40º
Aceitado, resignado
Pele de papel amassado
Escrito por 90 anos
Hidratada por óleos caríssimos
Na esperança de não rasgar
É poesia melancólica
Em seu epílogo
Aguardando tão somente
O fechar do livro
E será enfim editado
Com todas as pompas
Dos personagens envolvidos
No confinamento em 3m²
(Nane - 23/02/2015)
PRECE CONTROVERTIDA
Se a Deus ou ao Diabo
Não sei, mas peço
A serenidade em meus atos
Na travessia pedregosa
Que esfolia e sangra-me os pés
Peço, que a tormenta se aplaque
Nas palavras que digo
Quando entro em erupção
Espalhando minhas lavas
Queimando meus amores
Que a conformidade de meus dias
Possa ser anestesiada
Pela lucidez da minha insanidade
Independendo do vício
E de outras dependências
Que as dores de mi'alma
Possam ser entorpecidas
Ao vislumbre entrevisto
Despontando algures
Além do horizonte
Se a Deus ao ao Diabo
Não sei, mas peço
Só um pouco mais de força
Para que leve ao final
A sina predestinada
Ao meu escárnio carnal
Se a Deus ou ao Diabo
Não sei...
(Nane-23/02/2015)
Não sei, mas peço
A serenidade em meus atos
Na travessia pedregosa
Que esfolia e sangra-me os pés
Peço, que a tormenta se aplaque
Nas palavras que digo
Quando entro em erupção
Espalhando minhas lavas
Queimando meus amores
Que a conformidade de meus dias
Possa ser anestesiada
Pela lucidez da minha insanidade
Independendo do vício
E de outras dependências
Que as dores de mi'alma
Possam ser entorpecidas
Ao vislumbre entrevisto
Despontando algures
Além do horizonte
Se a Deus ao ao Diabo
Não sei, mas peço
Só um pouco mais de força
Para que leve ao final
A sina predestinada
Ao meu escárnio carnal
Se a Deus ou ao Diabo
Não sei...
(Nane-23/02/2015)
domingo, 22 de fevereiro de 2015
NUM FINAL DE SEMANA
Sai e entra finais de semanas
Meses se passam
Anos se arrastam
Promessas são vãs
Palavras jogadas ao vento
Corrompendo sentimentos
Comprados por trinta moedas
Embolsadas sem troco
Estoura os miolos
Na madrugada cinza
O cheiro do enxofre
No ar pesado
Asfixiando as narinas
E os pulmões nicotizados
Quem sabe não seja em um (final de semana)
Que termine a agonia
E o espírito respire o ar puro
Da imensidão distante
E tão almejada
Pela alma perdida
Que sequer sabe o que é
Aqui ou acolá
No céu ou no inferno
E quando chegar
O meu final de semana
Vou prá nunca mais voltar
E tão só por isso
Eu não o antecipo
(Nane-22/02/2015)
Meses se passam
Anos se arrastam
Promessas são vãs
Palavras jogadas ao vento
Corrompendo sentimentos
Comprados por trinta moedas
Embolsadas sem troco
Estoura os miolos
Na madrugada cinza
O cheiro do enxofre
No ar pesado
Asfixiando as narinas
E os pulmões nicotizados
Quem sabe não seja em um (final de semana)
Que termine a agonia
E o espírito respire o ar puro
Da imensidão distante
E tão almejada
Pela alma perdida
Que sequer sabe o que é
Aqui ou acolá
No céu ou no inferno
E quando chegar
O meu final de semana
Vou prá nunca mais voltar
E tão só por isso
Eu não o antecipo
(Nane-22/02/2015)
sábado, 21 de fevereiro de 2015
IMENSURÁVEL MEDIDO
E num segundo tanta coisa
Vem o outro
E entre eles,,,, o nada
O limbo
O espaço
O vácuo
E o minuto se forma
De tantos segundos
Entre lacunas intermináveis
E um tempo findo
O limbo
O espaço
O vácuo
E eu achando
Que é meu o tempo
Mas sou eu, dele
Perdida entremeados
O limbo
O espaço
O vácuo
Um poço sem fundo
No tempo do tempo
Em sinapses profundas
Ligando o nada
O limbo
O espaço
O vácuo
Buraco negro
Criado por homens
Medindo o imensurável
Sem sentido
O limbo
O espaço
O vácuo
Talvez o etílico
Seja a resposta
Para o mistério
Do nada
O limbo
O espaço
O vácuo
(Nane-21/02/2015)
Vem o outro
E entre eles,,,, o nada
O limbo
O espaço
O vácuo
E o minuto se forma
De tantos segundos
Entre lacunas intermináveis
E um tempo findo
O limbo
O espaço
O vácuo
E eu achando
Que é meu o tempo
Mas sou eu, dele
Perdida entremeados
O limbo
O espaço
O vácuo
Um poço sem fundo
No tempo do tempo
Em sinapses profundas
Ligando o nada
O limbo
O espaço
O vácuo
Buraco negro
Criado por homens
Medindo o imensurável
Sem sentido
O limbo
O espaço
O vácuo
Talvez o etílico
Seja a resposta
Para o mistério
Do nada
O limbo
O espaço
O vácuo
(Nane-21/02/2015)
DECRETO FINAL
Me leva com você
Para onde você for
Eu só queria sair
Ver o mar
Respirar outros ares
Dançar
Me leva com você
Para onde quiser me levar
Mostra para mim
Que tem vida em outro lugar
E que não sou estereótipo
De um androide qualquer
Me leva com você
Até onde puder me levar
Só não me deixa ficar
Enterrada sobre a terra
Sem sentir a brisa na face
E o direito da escolha
Me leva com você
Para um pouco além daqui
E ainda que eu seja a mala
Pesada para você carregar
Me deixa em qualquer lugar
Onde eu possa respirar
Me leva com você
Seja você quem for
Só peço a primazia
De ser um pouco só de mim
Antes que num instante de loucura
Eu mesma decrete o meu fim
Me leva com você...
(Nane-21/02/2015)
Para onde você for
Eu só queria sair
Ver o mar
Respirar outros ares
Dançar
Me leva com você
Para onde quiser me levar
Mostra para mim
Que tem vida em outro lugar
E que não sou estereótipo
De um androide qualquer
Me leva com você
Até onde puder me levar
Só não me deixa ficar
Enterrada sobre a terra
Sem sentir a brisa na face
E o direito da escolha
Me leva com você
Para um pouco além daqui
E ainda que eu seja a mala
Pesada para você carregar
Me deixa em qualquer lugar
Onde eu possa respirar
Me leva com você
Seja você quem for
Só peço a primazia
De ser um pouco só de mim
Antes que num instante de loucura
Eu mesma decrete o meu fim
Me leva com você...
(Nane-21/02/2015)
OS TÚNEIS ETÁRIOS
A paz que eu procuro
Perdeu-se no instante
Em que eu me perdi
De mim
A voz que me fala
Calou-se no instante
Em que a minha falou
O que não quis ouvir
A indiferença à vida
Se instalou em mim
Quando deixei de ser notada
Pela vida em mim
A viagem da vida
Em túneis etários
Se arrastando na velhice
Injusta
A estrada que me resta
Fere-me os pés
Que tentam alçar voo
Em direção a efemeridade
É efêmera a minha paz
É efêmera a minha vida
É concreta a indiferença
É inevitável o meu voo
(Nane-21/02/2015)
Perdeu-se no instante
Em que eu me perdi
De mim
A voz que me fala
Calou-se no instante
Em que a minha falou
O que não quis ouvir
A indiferença à vida
Se instalou em mim
Quando deixei de ser notada
Pela vida em mim
A viagem da vida
Em túneis etários
Se arrastando na velhice
Injusta
A estrada que me resta
Fere-me os pés
Que tentam alçar voo
Em direção a efemeridade
É efêmera a minha paz
É efêmera a minha vida
É concreta a indiferença
É inevitável o meu voo
(Nane-21/02/2015)
PALAVRAS QUE CHORAM
Sentei para escrever
E vi as letras manchando
O papel em branco
Cada vez que eu tentava...
Não eram minhas as lágrimas
Choravam as palavras
Antes mesmo de serem escritas
Manchando o papel em branco
As letras tinham por missão
Contar meu enredo em poesia
Mas desatinaram em melancolia
E fizeram chorar as palavras
É sina de poeta
Jorrar sentimentos
Expor devaneios
E fazer chorar palavras
É sina de poeta
Ser reflexo da poesia
Que ulula na cabeça
Enquanto choram as palavras
As vezes o melhor
É silenciar a poesia
Calar o poeta
Para que as palavras
Não chorem mais
(Nane-21/02/2015)
E vi as letras manchando
O papel em branco
Cada vez que eu tentava...
Não eram minhas as lágrimas
Choravam as palavras
Antes mesmo de serem escritas
Manchando o papel em branco
As letras tinham por missão
Contar meu enredo em poesia
Mas desatinaram em melancolia
E fizeram chorar as palavras
É sina de poeta
Jorrar sentimentos
Expor devaneios
E fazer chorar palavras
É sina de poeta
Ser reflexo da poesia
Que ulula na cabeça
Enquanto choram as palavras
As vezes o melhor
É silenciar a poesia
Calar o poeta
Para que as palavras
Não chorem mais
(Nane-21/02/2015)
DANDO UM NÓ NA QUESTÃO
Ser ou não ser
Eis a questão
Disse o poeta
Sabiamente
Se sou
Não sei
Não me conheço
Não sei de mim
Reações surpreendem-me
E são minhas
Acho que sou
O que não sei
Penso não ser
Mas eis que sou
Mesmo estando
Sem ser
Valho-me do não saber
Para poder ser
Posto que se soubesse
Não o seria
E seria tão somente
O que de antemão eu soubesse
Cercada de grilhões seguros
Que me podariam ser mais
Quem se conhece
Não sabe ser
Saber não ser
Também não é
Ser ou não ser
É essa a questão
Não quero saber
Se sou ou não
(Nane-21/02/2015)
Eis a questão
Disse o poeta
Sabiamente
Se sou
Não sei
Não me conheço
Não sei de mim
Reações surpreendem-me
E são minhas
Acho que sou
O que não sei
Penso não ser
Mas eis que sou
Mesmo estando
Sem ser
Valho-me do não saber
Para poder ser
Posto que se soubesse
Não o seria
E seria tão somente
O que de antemão eu soubesse
Cercada de grilhões seguros
Que me podariam ser mais
Quem se conhece
Não sabe ser
Saber não ser
Também não é
Ser ou não ser
É essa a questão
Não quero saber
Se sou ou não
(Nane-21/02/2015)
VELHA CAMARADA
Ah minha amiga solidão
Companheira de tanto tempo
Coautora de meus versos
Sparring da minha insanidade
Abraça meus delírios
E acalenta meu sono
Sem sonhos
Com sons
Velha amiga camarada
Só você me acompanha
O tempo inteiro
Na vida e na morte
Morte que nem sei se é vida
Vida que acho ser a morte
Mas é na tua companhia
Que divago em devaneios
Sem razão plausível
Aceito o teu aconchego
Rindo e chorando no teu ombro
Apertando a tua mão
Julgam-me soturna por isso
Calada e sombria
Sem perceberem que me fazes bem
E me inspiras também
Ah minha amiga solidão
Além de você, mais ninguém
Tem o dom de me entender
E ainda assim,,, me acolher
(Nane-21/02/2015)
Companheira de tanto tempo
Coautora de meus versos
Sparring da minha insanidade
Abraça meus delírios
E acalenta meu sono
Sem sonhos
Com sons
Velha amiga camarada
Só você me acompanha
O tempo inteiro
Na vida e na morte
Morte que nem sei se é vida
Vida que acho ser a morte
Mas é na tua companhia
Que divago em devaneios
Sem razão plausível
Aceito o teu aconchego
Rindo e chorando no teu ombro
Apertando a tua mão
Julgam-me soturna por isso
Calada e sombria
Sem perceberem que me fazes bem
E me inspiras também
Ah minha amiga solidão
Além de você, mais ninguém
Tem o dom de me entender
E ainda assim,,, me acolher
(Nane-21/02/2015)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
MEU ÚNICO ABRIGO ERA NA LAMA
De todas as bobagens
Que fiz e vivi
Você foi a pior
Por não vir comigo
Te dei o meu melhor
E ainda vejo o seu melhor
Nesse meu abismo
E é exatamente aí
Que eu perco meu sentido
E mergulho na lama
Que pensei ser meu paraíso
Acreditei em tudo
Depois de jogar a toalha
E me entregar ao seu erotismo
Doente, demente
Ou qualquer outro adjetivo
Foi tudo o que ficou
Do meu fanatismo
E me pergunto a todo instante
Se foi real ou invenção
Da minha louca concepção
De um momento de puro empirismo
Já nem importa mais
Saber do meu certo e meu errado
O instante só me diz
Que exagerei no pedantismo
Ainda não consigo
Me afastar
E te deixar
Mas o tempo vai dizer
O que fiz comigo
Quando acreditei que você
Era meu único abrigo
(Nane-20/02/2015)
Que fiz e vivi
Você foi a pior
Por não vir comigo
Te dei o meu melhor
E ainda vejo o seu melhor
Nesse meu abismo
E é exatamente aí
Que eu perco meu sentido
E mergulho na lama
Que pensei ser meu paraíso
Acreditei em tudo
Depois de jogar a toalha
E me entregar ao seu erotismo
Doente, demente
Ou qualquer outro adjetivo
Foi tudo o que ficou
Do meu fanatismo
E me pergunto a todo instante
Se foi real ou invenção
Da minha louca concepção
De um momento de puro empirismo
Já nem importa mais
Saber do meu certo e meu errado
O instante só me diz
Que exagerei no pedantismo
Ainda não consigo
Me afastar
E te deixar
Mas o tempo vai dizer
O que fiz comigo
Quando acreditei que você
Era meu único abrigo
(Nane-20/02/2015)
PRELÚDIO DE UMA VIAGEM
No dia da minha morte
Não lamentem
Nem chorem
Me deixem seguir
O caminho, que sei
Eu escolhi
Não sou eu aqui
Mas um espectro de mim
Pagando pecados
Rasgando os véus
Subservientes
De prisioneira
Há de calar a minha verve
Que é o único alívio
Trazido na massa carnal
Feito pássaro engaiolado
Que certamente cantará
Em outra estratosfera
Seus mimos agradarão
Com certeza, o ego pueril
Na despedida silenciosa
Mas dispenso lágrimas
Posto que sei, irei sorrindo
Zombando de quem ficou
E se muito me preza
No silêncio da sua casa
Faça um brinde por mim
(De preferencia com uma cerveja gelada)
E me deseje sorte
Na nova empreitada
(Nane-20-02-2015)
QUATRO ELEMENTOS
O tempo me dá tempo demais
E toma de mim
O tempo em mim
Reviso e revejo
Todos meus preceitos
Jogados na privada
Tantos valores vãos
Impondo desassossegos
Nas noites de insônia
Hoje a brisa me acaricia
Como a se desculpar
Pelo empurrão do vendaval
Que lançou no vazio
No clímax do furacão
Meus delírios temporais
A noite me acolhe
Liberando a fragilidade
Escondida na carranca
Postada na proa
Da embarcação
Que me reveste a alma
Não sou da água
E nem da terra
O ar me falta
O fogo,,, a muito se apagou
Um quinto dos quatros
Dispersou os elementos
Transformando em estranheza
Meu ser bizarro
A arca se fechou
Impedindo a entrada
Dois e dois são quatro
E eu,,, sou ímpar
(Nane-20/02/2015)
E toma de mim
O tempo em mim
Reviso e revejo
Todos meus preceitos
Jogados na privada
Tantos valores vãos
Impondo desassossegos
Nas noites de insônia
Hoje a brisa me acaricia
Como a se desculpar
Pelo empurrão do vendaval
Que lançou no vazio
No clímax do furacão
Meus delírios temporais
A noite me acolhe
Liberando a fragilidade
Escondida na carranca
Postada na proa
Da embarcação
Que me reveste a alma
Não sou da água
E nem da terra
O ar me falta
O fogo,,, a muito se apagou
Um quinto dos quatros
Dispersou os elementos
Transformando em estranheza
Meu ser bizarro
A arca se fechou
Impedindo a entrada
Dois e dois são quatro
E eu,,, sou ímpar
(Nane-20/02/2015)
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
O DESPERTAR DA REALIDADE
O vento do norte soprou
Moveu o moinho entorpecido
Varreu o surrealismo do Quixote
Despertando a realidade
Quimeras e fábulas
Voaram perdidas
No tempo e no espaço
No rodar das espátulas
Os raios de Iansã
Riscaram o céu
Dizimando os sonhos
Guardados na loucura
Rocinante nao trota
E nem tem crina
É quarta feira
De cinzas
Tao vazia realidade
Depois do vendaval
Faz transbordar águas
Nos olhos do Quixote
O vento do norte
Moveu o moinho
E os raios de Iansã
Riscaram o céu
Rocinante nao trota
E nem tem crina
É quarta feira
De cinzas.
(Nane-19/02/2015)
Moveu o moinho entorpecido
Varreu o surrealismo do Quixote
Despertando a realidade
Quimeras e fábulas
Voaram perdidas
No tempo e no espaço
No rodar das espátulas
Os raios de Iansã
Riscaram o céu
Dizimando os sonhos
Guardados na loucura
Rocinante nao trota
E nem tem crina
É quarta feira
De cinzas
Tao vazia realidade
Depois do vendaval
Faz transbordar águas
Nos olhos do Quixote
O vento do norte
Moveu o moinho
E os raios de Iansã
Riscaram o céu
Rocinante nao trota
E nem tem crina
É quarta feira
De cinzas.
(Nane-19/02/2015)
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
NOS CONFINS DO MUNDO
Dardo mortal
Envenenado
Matou o amor
Restou o vazio
Frio
Sem sentimento
Cupido invertido
Matou o amor
Com a flecha certeira
Da indiferença
O tempo conselheiro
Faz em silêncio
O seu trabalho
Levando embora
Toda a tristeza
Ou mágoa
Passando unguento
Na alma ferida
Macambúzia
Lá fora a chuva fina
leva embora o pó
Do ar poluído
Clareando o céu
Espalhando as nuvens
E pondo à mostra
Estrelas escondidas
Nos confins de um universo
Tão imenso
(Nane-18/02/2015)
Envenenado
Matou o amor
Restou o vazio
Frio
Sem sentimento
Cupido invertido
Matou o amor
Com a flecha certeira
Da indiferença
O tempo conselheiro
Faz em silêncio
O seu trabalho
Levando embora
Toda a tristeza
Ou mágoa
Passando unguento
Na alma ferida
Macambúzia
Lá fora a chuva fina
leva embora o pó
Do ar poluído
Clareando o céu
Espalhando as nuvens
E pondo à mostra
Estrelas escondidas
Nos confins de um universo
Tão imenso
(Nane-18/02/2015)
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
PURA INVENCIONICE
O amor é invenção da vida
para, de alguma forma,
afastar a morte.
No egoísmo humano
acabamos por fazer sofrer
e sofrer também, ao tentarmos
eternizar nossas vidas nos sentimentos
e na memória dos que achamos
amar e nos amar.
Seres imperfeitos que somos,
não percebemos que o amor
é simplesmente a nossa própria
necessidade de nos mantermos vivos,
agarrados à memórias de entes
próximos (ou não).
Se fazer amar é preciso para
que não se morra.
(Nane-16/02/2015)
para, de alguma forma,
afastar a morte.
No egoísmo humano
acabamos por fazer sofrer
e sofrer também, ao tentarmos
eternizar nossas vidas nos sentimentos
e na memória dos que achamos
amar e nos amar.
Seres imperfeitos que somos,
não percebemos que o amor
é simplesmente a nossa própria
necessidade de nos mantermos vivos,
agarrados à memórias de entes
próximos (ou não).
Se fazer amar é preciso para
que não se morra.
(Nane-16/02/2015)
sábado, 14 de fevereiro de 2015
ALMA CANSADA
Quando cansa a alma
O corpo padece
Quando cansa a alma
Morre a vida, em vida
Quando cansa a alma
O inferno é resort
Quando cansa a alma
Sonhos são pesadelos
Quando cansa a alma
Nada vale a pena
Quando cansa a alma
É vontade de ir embora
Quando cansa a alma
Deus é o diabo
Quando cansa a alma
O equilíbrio se desequilibra
Quando cansa a alma
Lágrimas são lavas
Quando cansa a alma
O corpo pede larvas
Quando cansa a alma
O sino toca
(Nane-14/02/2015)
O corpo padece
Quando cansa a alma
Morre a vida, em vida
Quando cansa a alma
O inferno é resort
Quando cansa a alma
Sonhos são pesadelos
Quando cansa a alma
Nada vale a pena
Quando cansa a alma
É vontade de ir embora
Quando cansa a alma
Deus é o diabo
Quando cansa a alma
O equilíbrio se desequilibra
Quando cansa a alma
Lágrimas são lavas
Quando cansa a alma
O corpo pede larvas
Quando cansa a alma
O sino toca
(Nane-14/02/2015)
O ABRAÇO DO CAPETA
O capeta me abraça
Dita ordens
Finjo não escutar
Mas ele grita
Atordoa meu cérebro
Me desvencilho
Ele contorna meu entorno
Tentando se apossar
Ainda imponho resistência
Mas o cansaço bate
Seu abraço é apertado
Vai me imobilizar
Feito a anaconda
Pronto a devorar...
(Nane-14/02/2015)
Dita ordens
Finjo não escutar
Mas ele grita
Atordoa meu cérebro
Me desvencilho
Ele contorna meu entorno
Tentando se apossar
Ainda imponho resistência
Mas o cansaço bate
Seu abraço é apertado
Vai me imobilizar
Feito a anaconda
Pronto a devorar...
(Nane-14/02/2015)
ALMA PERDIDA
O inferno se fez em mim
Reneguei o Deus onipotente
Banquei todos os seus castigos
Literalmente, mandei-o se fuder
A cabeça é quengo quente
As têmporas latejam e pulsam
A luz, tridente nos olhos
O coração, músculo sem importância
Os sonhos destilados no bourbon
Já não embriagam mais
Arroxeando a cirrose abdominal
Que sequer chega a doer
E onde foi parar a menina
Que um dia viveu em mim
E creu nos contos de fadas
Que lhe encantou na infância
Perdeu-se na velhacaria
De todos os princípios
Que um dia aprendeu
E renegou
A igualdade desigual
Fez dela a bruxa má
Sua crença descreu
E seu Deus se perdeu
O lado negro a matou
E eis-me aqui envelhecendo
Com as têmporas estourando
E os pulmões fudidos
Um cigarro aceso no outro
Pela falta do isqueiro perdido
Pela culpa da cabeça quente
E do quengo estourando
(Nane-14/02/2015)
Reneguei o Deus onipotente
Banquei todos os seus castigos
Literalmente, mandei-o se fuder
A cabeça é quengo quente
As têmporas latejam e pulsam
A luz, tridente nos olhos
O coração, músculo sem importância
Os sonhos destilados no bourbon
Já não embriagam mais
Arroxeando a cirrose abdominal
Que sequer chega a doer
E onde foi parar a menina
Que um dia viveu em mim
E creu nos contos de fadas
Que lhe encantou na infância
Perdeu-se na velhacaria
De todos os princípios
Que um dia aprendeu
E renegou
A igualdade desigual
Fez dela a bruxa má
Sua crença descreu
E seu Deus se perdeu
O lado negro a matou
E eis-me aqui envelhecendo
Com as têmporas estourando
E os pulmões fudidos
Um cigarro aceso no outro
Pela falta do isqueiro perdido
Pela culpa da cabeça quente
E do quengo estourando
(Nane-14/02/2015)
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
A VOZ DO SILÊNCIO
Palavras tem o poder descomunal
de mudar o destino de quem as ouve.
Gosto muito da escrita (a falada, nem tanto)
e por isso peço desculpas, se ofendi ou magoei
alguém com as minhas.
A palavra fere e machuca, encanta e acaricia. E
se dita por alguém que se gosta muito, ela, por não
ser descartável, ficará para sempre nos ouvidos de
quem a ouviu. Feito um dedo na ferida que mesmo
cicatrizada, sangra.
Palavras são como chicotes lacerando a alma com
seus ecos algozes. E é no silêncio que elas (palavras ditas)
mais falam e que eu, mais as ouço.
Palavras dizem muito...muito. Que se faça o silêncio.
(Nane-13/02/2015)
de mudar o destino de quem as ouve.
Gosto muito da escrita (a falada, nem tanto)
e por isso peço desculpas, se ofendi ou magoei
alguém com as minhas.
A palavra fere e machuca, encanta e acaricia. E
se dita por alguém que se gosta muito, ela, por não
ser descartável, ficará para sempre nos ouvidos de
quem a ouviu. Feito um dedo na ferida que mesmo
cicatrizada, sangra.
Palavras são como chicotes lacerando a alma com
seus ecos algozes. E é no silêncio que elas (palavras ditas)
mais falam e que eu, mais as ouço.
Palavras dizem muito...muito. Que se faça o silêncio.
(Nane-13/02/2015)
VOCÊ NÃO VAI PASSAR
o tempo não vai tirar você de mim.
Pode ser que ele apague as lembranças
de outras pessoas, mas eu guardarei cada
minuto como um tesouro só meu.
A sua falta eu sinto no meu dia a dia
e ninguém mais pode sentir por mim.
Ainda não me acostumei com a ideia
de não poder mais segurar a sua mão,
e lembrando agora de tudo a conclusão
é de que você é quem segurava a minha.
Ainda escuto a voz que tentava orientar
meus devaneios insanos, quando levada
pelo impulso, eu me descontrolava.
Ainda escuto seu canto desafinado
enquanto o almoço não ficava pronto,
e você achava, de verdade que sabia cantar.
Ainda escuto o ruído das máquinas que
cosiam até altas horas, quando as encomendas
eram muitas.
Ainda sinto o gosto da comida do domingo
que você, na sua pressa de ir, não deixou
a receita com ninguém.
Ainda vejo seu sorriso debochado quando
eu tentava falar e não conseguia por você
não se calar.
Ainda sinto sua presença tão forte e constante
perto de mim, que posso afirmar tranquilamente:
O tempo não vai tirar você de mim.
(Nane- 13/02/2015)
VOANDO PARA A FELICIDADE
Segue teu rumo
voando livre
Feito gaivota
por sobre o mar
Deixa pra mim
Apenas um segundo
Que se fará eterno
E há de me alimentar
Cansei da luta
Por coisa nenhuma
Entrego os pontos
Vá ser feliz
O tempo dirá
Se certo ou errado
O caminho escolhido
Por ambos os lados
Vá em busca
Do que te faz bem
E deixe que eu siga
Do jeito que posso
Meu tempo passou
O teu começou
São tempos diversos
Ser feliz é o que vale
Siga em paz
Voe bem alto
Te juro, eu torço
Para que não caias
(Nane-13/02/2015)
voando livre
Feito gaivota
por sobre o mar
Deixa pra mim
Apenas um segundo
Que se fará eterno
E há de me alimentar
Cansei da luta
Por coisa nenhuma
Entrego os pontos
Vá ser feliz
O tempo dirá
Se certo ou errado
O caminho escolhido
Por ambos os lados
Vá em busca
Do que te faz bem
E deixe que eu siga
Do jeito que posso
Meu tempo passou
O teu começou
São tempos diversos
Ser feliz é o que vale
Siga em paz
Voe bem alto
Te juro, eu torço
Para que não caias
(Nane-13/02/2015)
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
A QUEDA DA RAINHA
A Dama de Copas caiu
Na hora da batida
O coringa prevaleceu
E a Dama de Copas caiu
Seu jogo era limpo
E a canastra, real
Mas o coringa se infiltrou
E o jogo, foi sujo
A carta estava na manga
A Dama de Copas não sabia
Seu jogo foi sempre tão limpo
E a Dama de Copas caiu
O Rei usou de subterfúgios
Guardando a Dama de Copas
Enquanto flertava com o coringa
Uma carta na manga
Deixou ela pensar que reinava
No seu próprio reino
Mas era o coringa quem dava as cartas
E por isso a Dama de Copas caiu
Ao Rei isso pouco importa
Bateu e o jogo acabou
Por tão pouco tempo durou o reinado
Da Dama de Copas que caiu
O Rei agora é garboso
E desfila com o coringa risonho
Na carruagem nova de abóbora
Luzindo e se expondo
A Dama de Copas queria
Andar de carruagem também
Mas o Rei só tinha uma carroça
E a Dama de Copas caiu
Rainha morta
Rainha posta
O Rei usou o coringa
E seu reino agora é de outra
(Nane-13/-2/2015)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
MIAU...MIAU
A paz do gato
Termina no miado
De outro gato
Miau...miau
Termina no miado
De outro gato
Miau...miau
A gata no cio
Rola e se derrama
No seu próprio tempo
Feito a calmaria de um rio
Fingindo ser doce
E desaguando no mar
Miau...miau
Rola e se derrama
No seu próprio tempo
Feito a calmaria de um rio
Fingindo ser doce
E desaguando no mar
Miau...miau
Se mostra dengosa
Enquanto os gatos
fazem fila
Miau...miau
Enquanto os gatos
fazem fila
Miau...miau
Ronrona a gata
Enquanto o gato
Perde a paz
E ganha chifres
Miau...miau
Enquanto o gato
Perde a paz
E ganha chifres
Miau...miau
Sente o cheiro do enxofre
E não percebe
Que chifre de gato
Queima no cio
Da gata no telhado
De zinco quente
Miau...miau...
E não percebe
Que chifre de gato
Queima no cio
Da gata no telhado
De zinco quente
Miau...miau...
(Nane-11/02/2015)
AMASSANDO A MASSA
A turba em polvorosa
Ameaça a baderna
Azeitando a máquina
Da discórdia retumbante
A massa amassada
E escravizada
Escuta vozes levantadas
Pelos novos chacais
Na escola se ensina tudo
Bacharéis, cardiologistas e engenheiros
Ainda não fundaram a cátedra
Da honestidade e da política
Enquanto se exige do gari
O diploma mediano
Me representa o analfabeto
Fazendo a turba de palhaço
Direita ou esquerda
Não sou soldado
Meu lado foi cercado
Por hienas carniceiras
Os braços fortes usados
Conquistaram o penhor
Da igualdade desigual
Dos filhos desta terra
Mata-se e morre-se por tão pouco
Na terra adorada
Que entre outras mil
Chamam de Brasil
Agitam-se os novos chacais
Pronto a devorar seus pais
E conduzir a massa necessitada
De amor e de esperança
Nada vai mudar
O rio só vai se desviar
Mas continuará a correr para o mar
Na pátria mãe gentil
(Nane-11/02/2015)
SOLIDÃO
Só
Lida de todo dia
Dão ênfase
A minha
Notívaga promíscua
Procuro na noite vazia
Dar vazão aos anseios
Dos meus desejos contidos
Pelo pudor social
Que expurga imoralidades
Criadas em cabeças gerais
Inclusive a minha
Ideias tão explícitas
Gestos tão reprimidos
Há que se ter decência
Enquanto observo a natureza
O sexo tão normal
Dos animais
Pouco se importando
Com o parentesco fatal
O bonito é feio
E o feio se torna belo
Regras e éticas
Arrasando ideais
O amor pouco vale
Na verdade nem conta
Imagem é tudo
Digam amém
So
Li
Dão
Envergo sim
Mas não quebro
(Nane-11/02/2015)
DESVARIO POÉTICO
Os olhos marejados
Daltônicos
Nas falésias distorcidas
Contemplam a cor
Sem saber qual é
Mas sabendo ser bela.
Pouco importa a cor
A mistura foge à retina
Estagnada na alma.
O poeta sente e não vê.
Tocar o corpo querido
Pura quimera
Que também pouco importa
Sentir o perfume inexistente
Isso sim é importante.
E o poeta ama o plasma.
Não vibra seu gozo em cópula
Mas transborda em orgasmos múltiplos
Quando descreve em poesia
Seu amor platônico e unilateral
Numa só essência dúbia
Reiterado insistentemente
Nas suas entranhas.
É o amor de poeta.
Estranho e sem roteiro
Poucos são os que perdem tempo
Tentando decifrar
A mente poética e sem nexo
Do que vos escreve palavras desconexas
Pelo simples prazer de escrever
Sem sentir necessidade
De se fazer entender.
É a loucura do poeta.
(Nane-11/02/2015)
Daltônicos
Nas falésias distorcidas
Contemplam a cor
Sem saber qual é
Mas sabendo ser bela.
Pouco importa a cor
A mistura foge à retina
Estagnada na alma.
O poeta sente e não vê.
Tocar o corpo querido
Pura quimera
Que também pouco importa
Sentir o perfume inexistente
Isso sim é importante.
E o poeta ama o plasma.
Não vibra seu gozo em cópula
Mas transborda em orgasmos múltiplos
Quando descreve em poesia
Seu amor platônico e unilateral
Numa só essência dúbia
Reiterado insistentemente
Nas suas entranhas.
É o amor de poeta.
Estranho e sem roteiro
Poucos são os que perdem tempo
Tentando decifrar
A mente poética e sem nexo
Do que vos escreve palavras desconexas
Pelo simples prazer de escrever
Sem sentir necessidade
De se fazer entender.
É a loucura do poeta.
(Nane-11/02/2015)
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
MERGULHO A ESMO
Por onde andei
em passos trôpegos
vacilantes
meio a escuridão
de torvelinhos
ecoando barulhos
estranhos.
Por vezes achei
que navegava por mares
ante a sensação
da tontura no caminho
em total desequilíbrio
de meus próprios passos.
Se não por coragem
por pura aflição
segui em frente
remando a favor da maré
trocando passadas devagar.
No breu mergulhado
por mais que eu gritasse
o som sucumbia
ante os ecos do burburinho
dos barulhos estranhos.
Meu eu é tão meu
e tão sombrio
que nem mesmo eu
pude entender
que mergulhara em mim.
(Nane-10/02/2015)
em passos trôpegos
vacilantes
meio a escuridão
de torvelinhos
ecoando barulhos
estranhos.
Por vezes achei
que navegava por mares
ante a sensação
da tontura no caminho
em total desequilíbrio
de meus próprios passos.
Se não por coragem
por pura aflição
segui em frente
remando a favor da maré
trocando passadas devagar.
No breu mergulhado
por mais que eu gritasse
o som sucumbia
ante os ecos do burburinho
dos barulhos estranhos.
Meu eu é tão meu
e tão sombrio
que nem mesmo eu
pude entender
que mergulhara em mim.
(Nane-10/02/2015)
PEDRA ENDÓGENA
Postado na relva
nas margens do vulcão
enquanto o magma escorria
na direção.
Encoberto por ele
endurecido de imediato
virando estátua viva
das frustrações.
Rocha maciça vulcânica
pronta para o que der e vier
automatizando ações
resfriando emoções.
A beleza dos sentidos
guarda resquícios fragmentados
nos poucos prazeres ainda
vigente e latente na pedra endógena
Solidez e resistência
são marcas registradas
a ponto do total esquecimento
de que as rochas...se partem
(Nane-10/02/2015)
MARCAS APAGADAS
A sombra cogitava a presença
nos contornos desenhados
pelo apego sublevado
na ausência imposta.
As marcas decompondo-se
deixando no tempo, lembranças
e nada além. O suprimento
constrangedor aponta.
Sons guardados na memória
abafados, escamoteados, asfixiados
como a implorar o não esquecimento
total de seus contornos.
O que foi um dia, acabou
e deixou marcas na estrada
empoeirada no passar das rodas
apagadoras de pegadas.
A sombra se desfaz na ventania
fazendo entender a visão de ótica
inverossímil de uma saudade
do que se foi para não voltar.
(Nane-10/02/2015)
nos contornos desenhados
pelo apego sublevado
na ausência imposta.
As marcas decompondo-se
deixando no tempo, lembranças
e nada além. O suprimento
constrangedor aponta.
Sons guardados na memória
abafados, escamoteados, asfixiados
como a implorar o não esquecimento
total de seus contornos.
O que foi um dia, acabou
e deixou marcas na estrada
empoeirada no passar das rodas
apagadoras de pegadas.
A sombra se desfaz na ventania
fazendo entender a visão de ótica
inverossímil de uma saudade
do que se foi para não voltar.
(Nane-10/02/2015)
FÁBULA DA PRINCESA COM O CORAÇÃO DE PEDRA
Era uma vez uma linda princesinha
que vivia em seu castelo à beira mar.
Era muito, muito linda a princesinha
e vivia se admirando no espelho que tinha!
Se fosse nos dias de hoje, teria com certeza
milhões de selfies suas, a princesinha.
Mas naquele tempo, contentava-se com o espelho
que refletia a sua lindeza fielmente.
Eis que a princesa se achava tão e tão bonita,
que não queria dar exclusividade a ninguém.
Achava que deveria ser amada por todo o reino
e de preferência (para não perder nenhum), não amar ninguém.
Foi assim e por isso que a princesinha,
Num ato de determinação e loucura
Invocou a deusa do amor
E exigiu dela a insensibilidade de amar
Afrodite se fez Vênus e acatou a decisão
da princesa assoberbada pela sua própria beleza.
Deixou claro a ela que o preço a pagar
seria em pedra, seu coração transformar.
A princesa, depois de certa do seu sucesso,
sequer pestanejou e o acordo aceitou.
Agora sim se sentia a eleita de todos os reinos!
Não havia um só sequer que não lhe caísse aos pés...
Colecionou todos os súditos enfeitiçados
Que babavam à sua passagem triunfal!
Namorou do rei ao mais reles de todas as cortes.
Não escapou-lhe nenhum varão.
Feito a viúva negra. a princesinha
descartou todos os seus amantes após o amor.
Havia conseguido seus amores,
e à ela, só isso importava.
Ainda hoje segue a princesinha o seu destino
arrasando e tripudiando sobre o que restou
dos antes interessantes apaixonados,
com seus destinos desgraçados.
Já nem tem tanta disposição,
e inveja os amores de verdade.
Seu coração sente o peso da pedra fria
mas a saga da princesa...continua interminável.
(Nane-10/02/2015)
ELUCIDAÇÃO
Anuncia-se o temporal
A luminosidade me cega
Muitas luzes claras
Rebimboam e se atracam
O céu é cérebro
Os raios, relâmpagos
Trovões sacolejam a cabeça
Não deixam que eu adormeça
Confusão sistêmica
Em portais efêmeros
De medos concretos
Em abstratos sentimentos
As luzes me assustam
Doem nos meus olhos
Riscam meu céu
Se apagam na escuridão
Um silêncio gritante
Onde estão os trovões
Pesa e comprime meu peito
O ar fugiu de mim
O estalo barulhento
Os tímpanos perfurados
A loucura arrancando os cabelos
Dizimando o juízo
A muriçoca zumbindo
O ar carregado do inseticida
A tosse escarrada e persistente
A culpa da muriçoca
O cigarro faz companhia
Pra mais de décadas
Mas a tosse é culpa da muriçoca
Mosquito desgraçado
As nuvens negras sobre a cabeça
Formaram-se sem aviso
O temporal anunciado
Desaba e faz estrago
Todos os gatos são pardos
E insistem num miar desafinado
Os raios de Iansã continuam a soprar
O pesadelo não acabou
Dispo-me de toda a roupa
No afã de adormecer
Mas o calor tá infernal
Meus pelos eriçados se confundem
De novo o raio risca o céu
No cérebro ensandecido
As luzes me incomodam
É frio e calor ao mesmo tempo
O temporal castiga as têmporas
A cerveja destila o fel
O fígado se aloja na cabeça
O vômito é o portal do meu inferno
(Nane-10/02/2015)
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
NEGAÇÃO
Negue tudo o que quiser
Minta para ti mesmo
Jogue ao vento sentimentos
Negue tudo o que quiser
A eternidade é fatal
Guarda em si o próprio infinito
Nada dela pode ser tirado
Apenas...guardado
O infinito se acaba
Quando o encanto se quebra
Mas a eternidade...
Essa tudo guarda
(Nane-09/02/2015)
Minta para ti mesmo
Jogue ao vento sentimentos
Negue tudo o que quiser
A eternidade é fatal
Guarda em si o próprio infinito
Nada dela pode ser tirado
Apenas...guardado
O infinito se acaba
Quando o encanto se quebra
Mas a eternidade...
Essa tudo guarda
(Nane-09/02/2015)
POR UM INSTANTE SÓ
Não sei se adormeço
Ou é apenas o entorpecimento
Do corpo quase inerte
Tentando ser anestesiado
No sono, ainda que agitado
A paz se aproxima mais de mim
E momentaneamente...descanso
A mente tão perturbada
Mas ele (o sono) é fugidio
Aparecendo somente quando laçado
Pela falência das forças
No corpo extenuado
Refúgio com goteiras
De lavas, mais do que de chuvas
Ainda assim, refrescando as dores
No meu letargo
Sem noite ou dia definido
Aproveito todo os instantes
Dormentes
Em mim
Desperta, a vida cobra
Machuca e chicoteia
Sem piedade alguma
A carcaça cansada
Por instantes de alívio
Fecho os olhos e tento
Laçar o sono
Me deixando entorpecer...
(Nane-09/02/2015)
Ou é apenas o entorpecimento
Do corpo quase inerte
Tentando ser anestesiado
No sono, ainda que agitado
A paz se aproxima mais de mim
E momentaneamente...descanso
A mente tão perturbada
Mas ele (o sono) é fugidio
Aparecendo somente quando laçado
Pela falência das forças
No corpo extenuado
Refúgio com goteiras
De lavas, mais do que de chuvas
Ainda assim, refrescando as dores
No meu letargo
Sem noite ou dia definido
Aproveito todo os instantes
Dormentes
Em mim
Desperta, a vida cobra
Machuca e chicoteia
Sem piedade alguma
A carcaça cansada
Por instantes de alívio
Fecho os olhos e tento
Laçar o sono
Me deixando entorpecer...
(Nane-09/02/2015)
POETA SONHADOR
O poeta sonhador
Mergulhou no rio
Dos seus sonhos
E agora vive no seu sonhar
De tanto escrever paixões
Se deixou apaixonar
E se foi encantado
Para outro lugar
Deixou latente sua poesia
Elo nos dois mundos
Aproximando os corações
Que sentiram o luto
Suas noites inspiradas
Não precisam mais do crepúsculo
É ele agora a luz
Dos versos que rimou
O poeta sonhador
Se deixou encantar
E passou de escritor
À uma poesia de amor
(Nane-09/02/2015)
LINHA DO TEMPO
Laa laa vem Sergio Pacca
Ficando de mau humor
Por causa da invasão
Na sua timeline
Dos FANTÁSTICOS teletubbies
Tinky Winky de bolsinha
Carregando vampirinhos
Enchendo o saquinho
Do pobre pensador
Dipsy com a sua cor marrom
Disfarçado de bombom
Adocicando e enjoando
O paladar do professor
Poo...asim não dá para aguentar
A limpeza vai começar
Então teletubbies
É hora de dar tchaaauuu!
(Nane-09/02/2015)
Ficando de mau humor
Por causa da invasão
Na sua timeline
Dos FANTÁSTICOS teletubbies
Tinky Winky de bolsinha
Carregando vampirinhos
Enchendo o saquinho
Do pobre pensador
Dipsy com a sua cor marrom
Disfarçado de bombom
Adocicando e enjoando
O paladar do professor
Poo...asim não dá para aguentar
A limpeza vai começar
Então teletubbies
É hora de dar tchaaauuu!
(Nane-09/02/2015)
domingo, 8 de fevereiro de 2015
CAVE FACE(BUQUIANA)
Tem poesia pra todo gosto
Mamão com açúcar rimando com coração
Abobrinha cheio de blá, blá, blá
Numa simples tirinha
E cheio de ualll(s)
Tem poesia mórbida
Passando a faca na goela
E alma virando sensação
No quinto dos infernos
Dos poetas malditos
Tem amores rasgados
Ameaçando se suicidarem
Na primeira esquina
Ou do alto do edifício
Se jogarem
Tem gente fingindo ser gente
E cantando a Ave Maria
Às dezoito de todos os dias
Empurrando ao precipício
Às dezenove, o palhaço apaixonado
Tem poesia pra todo gosto
Cordel, sexteto, lirismo
Soneto, acróstico, satírico
Lá vem palavras ao vento
Enfeitando o facebook
E num domingo pré-carnavalesco
Depois de um prato de feijão mexicano
Com o bucho e a cabeça cheia (de cerveja)
Pensar não é o meu forte
Vou deitar e descansar
(Nane-08/02/2015)
Mamão com açúcar rimando com coração
Abobrinha cheio de blá, blá, blá
Numa simples tirinha
E cheio de ualll(s)
Tem poesia mórbida
Passando a faca na goela
E alma virando sensação
No quinto dos infernos
Dos poetas malditos
Tem amores rasgados
Ameaçando se suicidarem
Na primeira esquina
Ou do alto do edifício
Se jogarem
Tem gente fingindo ser gente
E cantando a Ave Maria
Às dezoito de todos os dias
Empurrando ao precipício
Às dezenove, o palhaço apaixonado
Tem poesia pra todo gosto
Cordel, sexteto, lirismo
Soneto, acróstico, satírico
Lá vem palavras ao vento
Enfeitando o facebook
E num domingo pré-carnavalesco
Depois de um prato de feijão mexicano
Com o bucho e a cabeça cheia (de cerveja)
Pensar não é o meu forte
Vou deitar e descansar
(Nane-08/02/2015)
sábado, 7 de fevereiro de 2015
O VOO DA LIBERDADE
Moravas em mim
E no entanto
Arrombastes todas as portas
Todas as minhas entranhas
No afã de sair
Te aprisionei o máximo que pude
Mas teu grito por liberdade
Rasgou minhas defesas
E a porta se abriu bruscamente
Deixando passar tuas vontades
Agora sou casa abandonada
Habitada por fantasmas
Que não me assustam
E até fazem companhia
Nas noites de solidão
Rasgastes todos os teus verbos
Conjugados em todos os teus tempos
Deu-me todos os teus adjetivos pro(e)feridos
Rompestes todos os meus e teus limites
E já não mais se aprisiona em mim
Estranha a sensação de liberdade
Que deveria ser tua e não minha
Um vazio sim, tomando conta
Mas uma leveza estranha me domina
Confundindo as sensações
Provavelmente chorarei a tua falta
Mas o tempo cuidará disso pra mim
Você se foi e não volta mais
Eu fiquei e é preciso seguir
Sozinha
Cada vez que eu olhar no céu
Uma ave voando em liberdade
Lembrarei das minhas entranhas rasgadas
E da porta da gaiola arrombada
Para o voo livre deste pássaro
(Nane-07/02/2015)
E no entanto
Arrombastes todas as portas
Todas as minhas entranhas
No afã de sair
Te aprisionei o máximo que pude
Mas teu grito por liberdade
Rasgou minhas defesas
E a porta se abriu bruscamente
Deixando passar tuas vontades
Agora sou casa abandonada
Habitada por fantasmas
Que não me assustam
E até fazem companhia
Nas noites de solidão
Rasgastes todos os teus verbos
Conjugados em todos os teus tempos
Deu-me todos os teus adjetivos pro(e)feridos
Rompestes todos os meus e teus limites
E já não mais se aprisiona em mim
Estranha a sensação de liberdade
Que deveria ser tua e não minha
Um vazio sim, tomando conta
Mas uma leveza estranha me domina
Confundindo as sensações
Provavelmente chorarei a tua falta
Mas o tempo cuidará disso pra mim
Você se foi e não volta mais
Eu fiquei e é preciso seguir
Sozinha
Cada vez que eu olhar no céu
Uma ave voando em liberdade
Lembrarei das minhas entranhas rasgadas
E da porta da gaiola arrombada
Para o voo livre deste pássaro
(Nane-07/02/2015)
O EFEITO DAS PALAVRAS
Palavras cortam feito navalha afiada
Quando proferem a raiva guardada
E vomitada num espasmo voluntário
Ao poeta cabe calar e respirar
Quando ouvida tais palavras
Para não as revidar
Seja ele sempre
Condutor da imaginação
De sonhos e fantasias
Seja a poesia sempre
Demonstração ou declamação
De toda forma de amor
Seja o poeta sempre
Portador de palavras
Condizentes com a poesia
Seja ela melancólica
Alegre ou triste
Que seja sempre e apenas...poesia
(Nane-07/02/2015)
Quando proferem a raiva guardada
E vomitada num espasmo voluntário
Ao poeta cabe calar e respirar
Quando ouvida tais palavras
Para não as revidar
Seja ele sempre
Condutor da imaginação
De sonhos e fantasias
Seja a poesia sempre
Demonstração ou declamação
De toda forma de amor
Seja o poeta sempre
Portador de palavras
Condizentes com a poesia
Seja ela melancólica
Alegre ou triste
Que seja sempre e apenas...poesia
(Nane-07/02/2015)
PINTURA SURREAL
Esta noite
Vi estrelas em meio a tempestade
Induzida por imagens
Que saltavam-me aos olhos
Vi estrelas em meio a tempestade
E em cada gota da chuva que caía
Vi um arco-íris colorido
Tingindo o céu escuro
Feito uma tela surreal
De um Salvador Dalí
Ou quem sabe...daqui
Esta noite
Talvez movida pelo álcool
Vi estrelas em meio a tempestade
E colori com arco-íris
O meu céu tão molhado
Pela mistura salobra
Da chuva e das lágrimas
Caídas e pranteadas
E por nesse instante freadas
Ou embarreiradas
Pelas cores vibrantes
Que vi no meu delírio
Ainda chove
Mas são gotas de tintas
Pintando a tela surreal
Que teima em se destacar
Pulsante e delirante
Dentro da cabeça alcoolizada
E dos sentidos embriagados
Pela loucura que desenha
Um único rosto no amaranhado
De cores vivas e coloridas
Margeando de estrelas
A tela surreal
(Nane-07/02/2015)
Vi estrelas em meio a tempestade
Induzida por imagens
Que saltavam-me aos olhos
Vi estrelas em meio a tempestade
E em cada gota da chuva que caía
Vi um arco-íris colorido
Tingindo o céu escuro
Feito uma tela surreal
De um Salvador Dalí
Ou quem sabe...daqui
Esta noite
Talvez movida pelo álcool
Vi estrelas em meio a tempestade
E colori com arco-íris
O meu céu tão molhado
Pela mistura salobra
Da chuva e das lágrimas
Caídas e pranteadas
E por nesse instante freadas
Ou embarreiradas
Pelas cores vibrantes
Que vi no meu delírio
Ainda chove
Mas são gotas de tintas
Pintando a tela surreal
Que teima em se destacar
Pulsante e delirante
Dentro da cabeça alcoolizada
E dos sentidos embriagados
Pela loucura que desenha
Um único rosto no amaranhado
De cores vivas e coloridas
Margeando de estrelas
A tela surreal
(Nane-07/02/2015)
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
SÓ UMA LENDA
Conta a lenda
Que Osíris
Morre para renascer
Quase todos os dias
Existem amores
Que mais parecem lendas
Morrem todo dia
E renascem também
Conta a lenda
Que Osíris preferiu
Reinar aos mortos
Do que aos vivos
E há amores
Que se fortalecem
No óbito silencioso
E vivem latente
Conta a lenda
Que Osíris
É a alma do rio
Semeando a vida
E tem amores
Que mesmo matando
É a alma semeando
A infinitude da vida
Conta a lenda...
(Nane-06/02/2015)
Que Osíris
Morre para renascer
Quase todos os dias
Existem amores
Que mais parecem lendas
Morrem todo dia
E renascem também
Conta a lenda
Que Osíris preferiu
Reinar aos mortos
Do que aos vivos
E há amores
Que se fortalecem
No óbito silencioso
E vivem latente
Conta a lenda
Que Osíris
É a alma do rio
Semeando a vida
E tem amores
Que mesmo matando
É a alma semeando
A infinitude da vida
Conta a lenda...
(Nane-06/02/2015)
MEU SANGUE LATINO
Ferve meu sangue latino
Entrando em erupção
Mas não se assuste
A lava não te é endereçada
Segue no leito já desenhado
Pelos milênios consagrado
Ao fogo sobre as pedras
Por onde sempre passou
Queima todas as raízes
Por onde é derramada
Mas é incapaz de atingir
A causa da própria erupção
Língua de fogo petrificante
Descendo ladeira abaixo
Fervendo em sua ira
Matando sua consequência
Se tsunami fosse
Arrasaria sem piedade
O que surgisse pela frente
Mas ainda assim, te pouparia
Ferve meu sangue latino
Mesmo sabendo que a causa
Dessa erupção
É pura idiotice de um coração
Coração espancado e sem juízo
Que ainda assim
Preservaria até o fim
O nome da razão de estar vulcão
(Nane--6/02/2015)
Entrando em erupção
Mas não se assuste
A lava não te é endereçada
Segue no leito já desenhado
Pelos milênios consagrado
Ao fogo sobre as pedras
Por onde sempre passou
Queima todas as raízes
Por onde é derramada
Mas é incapaz de atingir
A causa da própria erupção
Língua de fogo petrificante
Descendo ladeira abaixo
Fervendo em sua ira
Matando sua consequência
Se tsunami fosse
Arrasaria sem piedade
O que surgisse pela frente
Mas ainda assim, te pouparia
Ferve meu sangue latino
Mesmo sabendo que a causa
Dessa erupção
É pura idiotice de um coração
Coração espancado e sem juízo
Que ainda assim
Preservaria até o fim
O nome da razão de estar vulcão
(Nane--6/02/2015)
PAPEL AO VENTO
Jogada ao vento
Perdida nos becos
Na grande medina
Perdida
O moço me rejeita
O velho não me quer
As pedras se amontoam
Atire quem quiser
O pecado bateu martelo
A carapuça grudou em mim
Os braços me protegem
O rosto eu escondo
O vento é vendaval
Quem dera fosse eu um papel
Solto na sua fúria
Pousado na mansidão
Papel totalmente em branco
Aguardando nova escrita
Sem tantos erros ortográficos
E reprovado
Jogada ao vento
Papel amassado e descartado
Caiu na poça d'água
Desfez-se...sumi
(Nane-05/02/2015)
Perdida nos becos
Na grande medina
Perdida
O moço me rejeita
O velho não me quer
As pedras se amontoam
Atire quem quiser
O pecado bateu martelo
A carapuça grudou em mim
Os braços me protegem
O rosto eu escondo
O vento é vendaval
Quem dera fosse eu um papel
Solto na sua fúria
Pousado na mansidão
Papel totalmente em branco
Aguardando nova escrita
Sem tantos erros ortográficos
E reprovado
Jogada ao vento
Papel amassado e descartado
Caiu na poça d'água
Desfez-se...sumi
(Nane-05/02/2015)
SEM RITO NENHUM
Fogem-me os ritos
De todos os credos
Sigo em riste
Meus próprios desígnios
É hora de parar
Recomeçar do nada
Romper muralhas
Por mim levantadas
A da China, a de Berlim
Importa mais a minha
Que me prende, em mim
Cegando meu ego
Todas as juras
Usei na construção
Mas o vento do norte
Trouxe o raio rompedor
Muralha sem base
Ruiu ao estrondo
Tornando tornado
Uma única mentira
Pecado meu
Assumo sozinha
Segue a vida
Enquanto eu sigo
(Nane-06/02/2015)
De todos os credos
Sigo em riste
Meus próprios desígnios
É hora de parar
Recomeçar do nada
Romper muralhas
Por mim levantadas
A da China, a de Berlim
Importa mais a minha
Que me prende, em mim
Cegando meu ego
Todas as juras
Usei na construção
Mas o vento do norte
Trouxe o raio rompedor
Muralha sem base
Ruiu ao estrondo
Tornando tornado
Uma única mentira
Pecado meu
Assumo sozinha
Segue a vida
Enquanto eu sigo
(Nane-06/02/2015)
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
TATUAGENS
Vês essas rugas em minha face?
São as marcas tatuadas no contexto
de todos os caminhos que tracei.
Olha os fios embranquecidos
em minhas têmporas!
Talvez se os unisse um a um,
refaria com exatidão
a travessia de meus passos até aqui.
Todos os medos que tive, todas as
angústias que me apertaram o peito,
todos os sorrisos que dei, toda a vida
que vivi. Mas eles (os fios) já estão
tão fracos, e se arrebentam facilmente.
Meus medos se foram todos.
Hoje, só temo o não morrer.
A vida aflora tão intensamente em mim,
que me faz cansar viver.
Se drama, não sei,
mas que poeta não sofre de dramaticidade?
A sensibilidade emana da alma, que já
experiente, sabe dos rumos a seguir, e o pior,
geralmente dos desfechos desencadeados e de
certa forma, provocados.
Resta se deixar levar na brisa do vento que
sopra, enquanto não se cai no olho do furacão.
Olha bem para as rugas em minha face
e tenta compreender minhas insanidades.
São apenas as marcas do que fui e vivi,
me lembrando o tempo inteiro que ainda
surgirão mais algumas.
(Nane-05/02/2015)
São as marcas tatuadas no contexto
de todos os caminhos que tracei.
Olha os fios embranquecidos
em minhas têmporas!
Talvez se os unisse um a um,
refaria com exatidão
a travessia de meus passos até aqui.
Todos os medos que tive, todas as
angústias que me apertaram o peito,
todos os sorrisos que dei, toda a vida
que vivi. Mas eles (os fios) já estão
tão fracos, e se arrebentam facilmente.
Meus medos se foram todos.
Hoje, só temo o não morrer.
A vida aflora tão intensamente em mim,
que me faz cansar viver.
Se drama, não sei,
mas que poeta não sofre de dramaticidade?
A sensibilidade emana da alma, que já
experiente, sabe dos rumos a seguir, e o pior,
geralmente dos desfechos desencadeados e de
certa forma, provocados.
Resta se deixar levar na brisa do vento que
sopra, enquanto não se cai no olho do furacão.
Olha bem para as rugas em minha face
e tenta compreender minhas insanidades.
São apenas as marcas do que fui e vivi,
me lembrando o tempo inteiro que ainda
surgirão mais algumas.
(Nane-05/02/2015)
FÁBULA DO PRÍNCIPE BURRO
Era uma vez um príncipe
Tão bonito e burrinho
Mas era encantador
Montado em seu cavalo branco
Escolheu a dedo sua princesa
E com ela se casou
Levando-a para um castelo
Cercado por uma lagoa
Uma ponte iluminada
Adentrava à porta principal
Onde a bela princesa
Radiante foi morar
O belo príncipe encantador
Corria pelas terras de seu reino
Estampando a beleza
Da princesa escolhida
Eram muitas léguas a percorrer
Para mostrar o seu tesouro
Na flâmula com seu brasão
Feito um pavão
A princesa safadinha
Não gostava de ficar sozinha
E na ponte da lagoa
Encantou-se por um sapinho
Para disfarçar
Vestiu-se de chapeuzinho
E o sapinho foi beijar
Na ausência do seu príncipe
O sapo virou lobo
E comeu a chapeuzinho
Quando o príncipe retornou
Restava-lhe apenas...a vovozinha
(Nane-04/02/2015)
Tão bonito e burrinho
Mas era encantador
Montado em seu cavalo branco
Escolheu a dedo sua princesa
E com ela se casou
Levando-a para um castelo
Cercado por uma lagoa
Uma ponte iluminada
Adentrava à porta principal
Onde a bela princesa
Radiante foi morar
O belo príncipe encantador
Corria pelas terras de seu reino
Estampando a beleza
Da princesa escolhida
Eram muitas léguas a percorrer
Para mostrar o seu tesouro
Na flâmula com seu brasão
Feito um pavão
A princesa safadinha
Não gostava de ficar sozinha
E na ponte da lagoa
Encantou-se por um sapinho
Para disfarçar
Vestiu-se de chapeuzinho
E o sapinho foi beijar
Na ausência do seu príncipe
O sapo virou lobo
E comeu a chapeuzinho
Quando o príncipe retornou
Restava-lhe apenas...a vovozinha
(Nane-04/02/2015)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
FÁBULA DE UMA JOGADORA
Era uma vez
Uma jogadora
Que burramente apostou
Todas as sua fichas na roleta
E ganhou
Não contente
Dobrou a sua aposta
E de novo ganhou
Viciou...
Jogou e se jogou
Sonhando ser afortunada
Ganhou tantas rodadas
Perdeu algumas
Mas ganhou na maioria
E só pensava em jogar...
Veio então o croupier
Soprar em seus ouvidos
O vermelho 17
A tonta apostou
Todas as fichas que tinha
Além das que não tinha
Deu na cabeça o 17
Preto...
(Nane-04/02/2015)
Uma jogadora
Que burramente apostou
Todas as sua fichas na roleta
E ganhou
Não contente
Dobrou a sua aposta
E de novo ganhou
Viciou...
Jogou e se jogou
Sonhando ser afortunada
Ganhou tantas rodadas
Perdeu algumas
Mas ganhou na maioria
E só pensava em jogar...
Veio então o croupier
Soprar em seus ouvidos
O vermelho 17
A tonta apostou
Todas as fichas que tinha
Além das que não tinha
Deu na cabeça o 17
Preto...
(Nane-04/02/2015)
O FIM DO TÚNEL
Esperei
pela
luz
no
fim
do
túnel.
Ele
acabou
e
eu,
na
mais
completa
escuridão,
nem
percebi...
(Nane-04/02/2015)
pela
luz
no
fim
do
túnel.
Ele
acabou
e
eu,
na
mais
completa
escuridão,
nem
percebi...
(Nane-04/02/2015)
ENTRE(AS)LINHAS DE POETA
Entre(as)linhas de um poeta
Toda outra estória
Contada e não percebida
Morre-se de amor
Sorrindo nas palavras
Chorando de dor
Esfacela-se sentimentos
Entre verdades e mentiras
De brincadeiras
Foge-se do algoz
Derramando em seu capuz
Palavras subli/ma/nha/das
Voa-se sem asas
De encontro aos sonhos
E longe da realidade
Finge-se a famosa dor
Que sente e nem sabe
Se é dele ou da poesia
É melancolia filtrada
Entre(as)linhas de um poeta
Na poesia subentendida
Diz o que pensa o poeta
Contando uma estória
E vivendo uma história
(Nane-02/02/2015)
Voa-se sem asas
De encontro aos sonhos
E longe da realidade
Finge-se a famosa dor
Que sente e nem sabe
Se é dele ou da poesia
É melancolia filtrada
Entre(as)linhas de um poeta
Na poesia subentendida
Diz o que pensa o poeta
Contando uma estória
E vivendo uma história
(Nane-02/02/2015)
FINA ESTAMPA
Rasga tuas vestes
Mostra-te nua
Tal qual és
Joga fora a fina estampa
Que te cobre o corpo
E libera tua alma
Para que te vejam
Nua e crua
A nuvem escura te ronda
Feito um halo negro
Indicando a presença
Escondida por tuas vestes
Da alma perturbada
Deturpada e maldita
Moldada ao teu corpo
Do Mefístoles inquilino
Solta a tua fera
Deixa que saibam
E que vejam
Quem de fato te conduz
Por sob a lábia delirante
Da tua voz macia
Ao declamar poesias
Na tua negra magia
Despoja-te de tuas vestes
Rasga tuas entranhas
Ponha à mostra tuas vísceras
Hipnotiza teus leitores
Cuspindo palavras adocicadas
Enquanto vocifera nas entrelinhas
Tua prece à satã
Rasga tuas vestes...
(Nane-04/02/2015)
A FÁBULA DE UMA PRINCESA
Era uma vez
Uma menininha
Chamada de princesa
Pela vovozinha
Vestida de princesa
Era linda e feliz
Cresceu mais linda ainda
E "tampou" a estudar
Mas a princesa era pobre
E a condução mal dava para pagar
Então a princesinha (nerd de nascença)
Acendeu a luzinha de ideias
Adentrou pela cozinha
E brigadeiros cozinhou
Vendeu aos coleguinhas
E suas passagens pagou
O tempo passou e a princesinha
Cresceu, virou mulher
Casou com seu príncipe encantado
E ainda não se formou
Mas agora tem dois príncipes herdeiros
E em rainha se transformou
E se ainda faz brigadeiros
É com certeza, para o principado devorar
*FELIZ ANIVERSÁRIO PRINCESA (RAINHA)!!!
(Nane-04/02/2015)
A FÁBULA DA MOÇA INFELIZ
Ela conheceu a felicidade
Mas perdeu-a pelos caminhos do destino
Era tão linda e (in)sensível
Merecia ser feliz
Fez disso seu ideal
Reencontrar a tal felicidade
Sem se importar onde estava
Iria atras dela
Procurou em vários rostos
O par ideal
Mas todos eles não condiziam
Com a tal felicidade
Ornou-se de Pomba Gira
E conquistou quem achou
Que lhe traria de presente
A tal felicidade
Esparramou ao seu redor
Sem nem mesmo perceber
A angústia e a infelicidade
Na sua busca pela tal felicidade
Da meiguice temporária
Semeou a indiferença
Na sua eterna busca
Da tal felicidade
O tempo, esse invicto algoz
Veio lembrar à beleza
Da sua momentaneidade
E fazer passar a mocidade
Os que fez infeliz outrora
Agora vivem bem
Mas a bela...não encontrou a sua fera
E nem a tal felicidade
(Nane-04/02/2015)
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
A FÁBULA DO CÃOZINHO QUE QUERIA SER GATINHO
Era uma vez um cãozinho
Morador de um abrigo
Que queria ser adotado
Mas a moça, queria um gatinho
Ficou de voltar lá dias depois
Para ver se encontrava um gatinho
E o cãozinho desesperado
Um gatinho, começou a imitar
Era miar pra cá
Miar pra lá
O tempo inteiro no seu miar
Para a moça o levar
Deu de eriçar o pelo
Para com o felino parecer
E cada dia que passava
Mais aprimorava o seu miar
Num é que deu resultado?
A moça adotou o cãozinho
Mesmo que abanando o rabinho
Gostou do seu miar
Precisava se livrar dessa mania
De abanar o seu rabinho
Já que o gato é soberbo
E dono das suas vontades
Gato abana o rabo
Pra mostrar descontentamento
E impaciência
Enquanto o cãozinho, obediência
O jeito é aprimorar mais e mais
O seu miar para enganar
E o pelo eriçar
Enquanto não for descoberto
Passa o tempo da enganação
E o cãozinho no seu miar, miar
Acaba acreditando ser felino
E tendo sete vidas
A dona percebeu
Sua total obediência
E o rabinho abanando
Entregou o coitadinho
Ele aumentou o volume do seu miar
Mas de nada adiantou
A dona o jogou na rua da amargura
E o cãozinho, ainda hoje, continua no seu miar, miar, miar...
(Nane-03/02/2015)
A PRÓXIMA VÍTIMA
Saco de pancada
Em noite de malhação
Judas Iscariotes
Virou pó de porrada
Porrada de um lado
Porrada do outro
Massa ensanguentada
Petisco de urubu
Agradar é tentativa
Vã e falida
Bate com toda a força
Doer, não dói mais
A massa foi misturada
Já dá para moldar bolinhas
Faça como quiser
O seu bonequinho
A despedida é porrada
Mais massa aprontada
Pega com vontade no porrete
E desce o cacete
A dor não dói mais
Espanca sem piedade
Molde o pateta e brinca
Depois joga fora, na latrina
Saco de pancada
Na noite de malhação
O pequeno príncipe nem percebeu
A mistura das estações
No seu mundo colorido
Ainda não entende
Que vai virar Iscariotes
Na noite da malhação
(Nane-02/02/2015)
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
ODOYÁ
O olho é azul!
Não, é verde!
Que diferença faz
a cor do mar?
Sou pescador
e sei que vou morrer
nesse misto de cores
do mar.
A mãe sereia
mais cedo ou mais tarde
virá buscar e me levar
pro fundo do mar.
Vou mergulhar
sem nem pensar
no seu olhar
e me afogar.
Iemanjá,
vem me buscar
e me abraçar...
vem me levar.
No fundo do mar
o azul e o verde
me farão sonhar
com as cores do teu olhar
Oxalá que me perdoe
Mas vou adormecer
Nos braços de Iemanjá
Lá...no fundo do mar.
(Nane-02/02/2015)
BEL PRAZER
Pode ser que amanhã
a luz se apague e eu,
tolhida em meus sentidos,
refaça meus pensamentos
infames e sem sentidos,
contidos e explosivos,
inertes e inerentes
às minhas vontades.
Seria um randevu o escolhido
como a maldizer esses sentidos
originados de uma só mentira,
Bebamos ao corpo na capela do prazer.
(Nane-02/02/2015)
a luz se apague e eu,
tolhida em meus sentidos,
refaça meus pensamentos
infames e sem sentidos,
contidos e explosivos,
inertes e inerentes
às minhas vontades.
Seria um randevu o escolhido
como a maldizer esses sentidos
originados de uma só mentira,
Bebamos ao corpo na capela do prazer.
(Nane-02/02/2015)
ABNEGADA
É tempo do meu tempo
Esse que vivo e vou morrer (um dia)
Mas agora é a vez dele
Que eu o viva então
Outros tempos já tive
Mas agora é a vez desse
E é preciso vivê-lo
Para que outros tempos venham
O meu tempo é complicado
Parece infinito
Mas corre ligeiro
Quando visto no pretérito
Se perdi parte dele, não sei
Talvez o perca ainda
Mas vivo intensamente
Cada segundo que ele me dá
O tempo não é senhor de mim
Mas preciso dele para seguir
Em busca de um novo tempo
Onde haja tempo para sorrir
É tempo do meu tempo
E ele está passando
Tão lento e tão ligeiro
E eu...abnegada
(Nane-02/02/2015)
Esse que vivo e vou morrer (um dia)
Mas agora é a vez dele
Que eu o viva então
Outros tempos já tive
Mas agora é a vez desse
E é preciso vivê-lo
Para que outros tempos venham
O meu tempo é complicado
Parece infinito
Mas corre ligeiro
Quando visto no pretérito
Se perdi parte dele, não sei
Talvez o perca ainda
Mas vivo intensamente
Cada segundo que ele me dá
O tempo não é senhor de mim
Mas preciso dele para seguir
Em busca de um novo tempo
Onde haja tempo para sorrir
É tempo do meu tempo
E ele está passando
Tão lento e tão ligeiro
E eu...abnegada
(Nane-02/02/2015)
DE VOLTA
Por onde andará
os amigos que um dia
brincaram comigo
na infância longínqua?
Já não sei de mais nenhum...
Alguns se foram, eu sei.
Outros se perderam na estrada
e ficaram nas lembranças.
E éramos tão presentes
nas cirandas de rodas,
na queimada com a bola molhada,
nos piques de esconde...
A amizade eterna prometida
eternizou-se nos momentos
que voltam nas lembranças
dos meus tempos de criança.
A saudade me arremete
à rua barulhenta
e cheia de crianças briguentas
e de mães aparvalhadas
O neto escancarando uma gargalhada,
o tempo me arrebata.
A saudade dá lugar ao agora...
Estou de volta.
(Nane-02/02/2015)
os amigos que um dia
brincaram comigo
na infância longínqua?
Já não sei de mais nenhum...
Alguns se foram, eu sei.
Outros se perderam na estrada
e ficaram nas lembranças.
E éramos tão presentes
nas cirandas de rodas,
na queimada com a bola molhada,
nos piques de esconde...
A amizade eterna prometida
eternizou-se nos momentos
que voltam nas lembranças
dos meus tempos de criança.
A saudade me arremete
à rua barulhenta
e cheia de crianças briguentas
e de mães aparvalhadas
O neto escancarando uma gargalhada,
o tempo me arrebata.
A saudade dá lugar ao agora...
Estou de volta.
(Nane-02/02/2015)
POETAS
Opostos que se atraem
Poesias que se completam
Poetas que se contemplam
Em vertentes contrárias
O doce e o amargo
No lirismo misturado
Sem receita de vida
Sem nenhuma medida
Ave poesia
Sem cabresto nenhum
Seguindo a inspiração
No tum tum do coração
Leveza com flor
Dureza com dor
Poema virando poesia
Nos olhos de um leitor
Opostos que se atraem
Nas letras formadoras
De palavras reveladoras
De sentimentos
O doce e o amargo
No lirismo misturado
De poetas distintos
Em estilos e rimas
(Nane-02/02/2015)
Poesias que se completam
Poetas que se contemplam
Em vertentes contrárias
O doce e o amargo
No lirismo misturado
Sem receita de vida
Sem nenhuma medida
Ave poesia
Sem cabresto nenhum
Seguindo a inspiração
No tum tum do coração
Leveza com flor
Dureza com dor
Poema virando poesia
Nos olhos de um leitor
Opostos que se atraem
Nas letras formadoras
De palavras reveladoras
De sentimentos
O doce e o amargo
No lirismo misturado
De poetas distintos
Em estilos e rimas
(Nane-02/02/2015)
O EXÍLIO
Contemplo o sol,
a lua e as estrelas
na mais completa solidão.
Sinto a brisa suave
osculando minha face
num terno carinho
que me faz bem.
Vejo a vida pulsar
nos pássaros que entoam
trinados pelos galhos
onde pousam para descansar.
Sinto a vida aflorar
Na mistura dos cheiros
das flores coloridas
pós primavera.
Seria perfeita a vida
se não estivesse eu
a contemplar a explosão
de vidas, presa e contida
no exílio de mim mesma.
(Nane-31/01/2015)
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