Que são essas vertentes
Em mim tão impregnadas
Tonteando minhas certezas
Cansando minha beleza
Mistura do certo e do errado
Repasto do bem e do mal
O dia e a noite fundidos
Num instante de profundo eclipse
De um lado o obstinado e protuso
Do outro o subjugado e contido
Rasgando as vísceras obtusas
Em seus côncavos absolutos
Vertentes incontidas e sedutoras
Dividindo o indivisível
Deixando culpado um destino
Inexistente, logrado em pensamento
Serve-se da certeza incerta
Vertendo sempre no rumo do horizonte
Onde o nunca se faz presente
E o nada se diz um tudo
São meros devaneios ululantes
Da mente doentia e inconstante
Obstinada, delirante à poesia
Destituída de rimas, regras ou autoria
Vertentes permeando metáforas
Contidas nas entrelinhas da vida
Revirando de cabeça para baixo
O equilíbrio que deveria haver
Vertentes que se impõem
Mas te deixam escolher
Se o certo ou o errado
A vida, com certeza vai dizer...
(Nane-30/11/2017)
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