quinta-feira, 30 de novembro de 2017

ESCOLHAS

Que são essas vertentes
Em mim tão impregnadas
Tonteando minhas certezas
Cansando minha beleza

Mistura do certo e do errado
Repasto do bem e do mal
O dia e a noite fundidos
Num instante de profundo eclipse

De um lado o obstinado e protuso
Do outro o subjugado e contido
Rasgando as vísceras obtusas
Em seus côncavos absolutos

Vertentes incontidas e sedutoras
Dividindo o indivisível
Deixando culpado um destino
Inexistente, logrado em pensamento

Serve-se da certeza incerta
Vertendo sempre no rumo do horizonte
Onde o nunca se faz presente
E o nada se diz um tudo

São meros devaneios ululantes
Da mente doentia e inconstante
Obstinada, delirante à poesia
Destituída de rimas, regras ou autoria

Vertentes permeando metáforas
Contidas nas entrelinhas da vida
Revirando de cabeça para baixo
O equilíbrio que deveria haver

Vertentes que se impõem

Mas te deixam escolher
Se o certo ou o errado

A vida, com certeza vai dizer...

(Nane-30/11/2017)

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