quinta-feira, 30 de novembro de 2017

DIZ PRA MIM

Diz pra mim o que é que eu faço
Nas noites vazias e tão sozinha
Em que ouço vozes de ninguém
Sem ouvir a voz que tanto me falou

Ah...essa confusão murmurante em meus ouvidos
Sem que eu consiga definir
Se gritos, lamúrias, lamentos
Se sarcasmo, delírio ou loucura

Esse silêncio todo me atordoa
A TV ligada no volume máximo
São vozes que não me dizem nada
Mas dizem que alguém, aqui ainda fala

Um programa qualquer, sem importância
Não sei se filme ou documentário
Melhor que o silêncio profundo 
Melhor que esse poço sem fundo

No fechar imposto dos meus olhos
Vejo sombras insinuantes à dançar
São silhuetas contornadas em minha mente
Fantasmas efêmeros do meu querer

Se contorcem, multiplicam-se, se transformam
São bons, são maus, são lúdicos, são cruéis
Vagam independentes pela madrugada
Insone em minha mente vazia (?)

Escondo-me por sob os travesseiros
No lúgubre espaço das quatro paredes
As vozes na TV dizendo nada
O sono que teima em não aparecer

Diz pra mim o que é que eu faço
Nas noites vazias e tão sozinha
Em que ouço vozes de ninguém
Sem ouvir a voz que tanto me falou...

(Nane-30/11/2017)

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