sexta-feira, 10 de novembro de 2017

ANEXO

Isso tudo sou eu
Velado e camuflado
Por uma rotina precisa
Prescrita no dia a dia

Lágrimas secadas ao sol
Refletindo um sorriso solícito
Num arco-íris metafórico
Em tons de cinza

Mexe meus neurônios
Com o timbre da voz repetida
Em meus ouvidos teimosos
Que ouvem mas não escutam

Sonho meu sonho incauto
Perdido na penumbra 
Estatelado no meu salto
Rumo ao nada que me vislumbra

Rima pobre e sem nexo
De quem nada diz enquanto fala
Bebe e se cala
Fazendo da vida um anexo

Danem-se todas as rimas
Escravizantes e escravizadas
Pensadas e insensibilizadas
Nas poesias programadas

Isso tudo sou eu
Poeta sem cabresto
Livre para voar nas palavras
Desordenadas em minha mente

(Nane-10/11/2012)







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