Para além dos meus grilhões
Deixar fluir minhas vontades
Me perder em meus vazios
Viver meus sonhos delirantes
Em sons que me fazem viajar
Sem os medos claustros e reais
Torturantes e fantasmagóricos
Queria trilhar sublime
Sobre a linha paralela
Desbravando horizontes
Sonhados, idealizados
Feito a fumaça insinuante
Do cigarro consumido
Dissipada num instante
Sem cobrança de chegada
Hoje, a lua embaçada
Me diz que o tempo ofuscado
Silencia os rumores
Desencanta os amores
Manda que eu me resguarde
De todos os meus desejos
Para que no amanhã
Possam fluir sem retenção
Hoje, um vazio sem proporção
Me invade e me domina
Me deixa sem ação
Me falta inspiração
O que ser ou o que fazer
Melhor seria poder beber
Cada verso que me surge
Cada rima que não vem
Hoje, me findo no cansaço
Da retina já estragada
Por esse tempo desgraçado
Que não me deixa "rabiscar"
(Nane-01/11/2017)
(Nane-01/11/2017)
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