quarta-feira, 18 de março de 2015

O SILÊNCIO DE UMA SAUDADE




Quase uma criança
Num remoto anoitecer
Feito uma bomba atômica
Você partiu...

Eu nunca havia experimentado
A estranha sensação
De ver alguém sair
Da minha vida assim

A dor foi amortecida
Pelo conformismo do tempo
Que se não causou o esquecimento
Aplacou o desespero

As lembranças ainda permitem
O desenho na retina
Na sua face juvenil
Do seu sorriso sem graça

A voz se apagou da (minha) memória
Restaram algumas palavras
Sem o timbre usado
Guardadas na saudade

Não me furto a imaginar
Como seria hoje
Te olhar face a face
Envelhecido

Décadas se passaram
Você foi o primeiro
Veio um segundo
Veio um terceiro

Não sei onde está
Mas saiba que está aqui
Onde bate meu coração
E ainda, por você, chama

(Nane-18/03/2014)

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